Capítulo 5 👑
⚠Atenção . Esta história contém cenas de sexo e violência, o que não são indicadas para menores de 18 anos🔞. Não é permitido nenhum tipo de plágio. Não se esqueçam de votar, comentar e partilhar!
Boa leitura.
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Demoro mais que o normal na banheira, retirando fora os resquícios de uma tarde com sonhos e lembranças, boas e ruins, e saio pegando a toalha para secar os cabelos e surjo na frente do espelho para encarar meu semblante calmo, meu rosto redondo e lábios pequenos. A pele parece brilhar tanto que sinto uma vida vibrar a partir dela. Logo o rosto dececionado de Harry volta para mim, e com a culpa das palavras fortes que ejetei naquele momento. Preciso pelo menos tê-lo longe de mim. Por enquanto.
Arrumo-me para ir ao trabalho na lanchonete e faço o pequeno- almoço só para mim. Sinto o cansaço desde cedo, e obviamente frustrante por seguir um turno até às 1 horas da manhã e aulas na Universidade logo às 7 horas. Eu desço as escadas, são quase 5 da tarde, o dia parece que será chuvoso e o frio mais congelante, como se o frio naquele cimo das montanhas tivesse se arrastado até aqui. Abraço meu corpo colocando minha bolsa pela frente e deparo com um arrepio congelante subindo-me pelas pernas. Antes que eu consiga notar, estou ali, de frente a outra pessoa. É uma mulher que usa um capuz, só consigo ver uma parte de seu rosto na leve escuridão. O tempo de inverno reflete poucas horas do dia. Eu não consigo distinguir a pessoa a poucos metros de mim. Mas ela usa mesmas roupas desta manhã. Reconheço o casaco. Tive a chance de encarar-lhe por poucos segundos e enfiei-me na multidão. Desta vez não há ninguém entre nós. Sinto um cheiro forte que vem dela. Não é muito agradável. Ela instantaneamente abre os braços como se esperasse por mim, por um abraço. Ela abre a boca para falar. Esqueci-me que ela não tem voz.
Sem dar-me a chance de cair em um erro, caminho no sentido oposto aquele que usaria para ir a lanchonete. Em silêncio, com o corpo eletrizante, ando com os pés pesados, quase gritando de medo e quando estou a uma grande distância, não vejo a pessoa. Ela não está por perto. Continuo a andar e somente entro no trabalho meia hora mais tarde. E suas palavras mudas soletradas em minha cabeça: " não consigo ficar longe".
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Tenho tanto sono nas aulas que não consigo distinguir bem o que a professora Claire diz. Devo ter ficado diversos minutos encarando o vácuo que as poucos notei colegas virando suas atenções até mim com expressões divertidas. Balanço com a cabeça como se dispersasse ideias para voltar à realidade.
— Quero o resumo do que acabei de recitar, Jane! — a professora Claire diz alto e dou um saltinho da minha mesa sendo invadida naquele momento por um breve constrangimento. Observo-a andando lentamente em minha direção sob pernas longas em pantalonas pretas, e saltos altos contra o chão de madeira. O pequeno barulho é angustiante — tu estiveste longe a aula toda.
Seu rosto sério causa-me um mal-estar que não tem tanta explicação, ao menos se houvesse alguma ligação com meus sonhos medonhos e a falta de descanso desta noite.
— Desculpe, professora. — Ela possui uma pequena vara numa das mãos e colide-a contra a palma da outra com muita veemência. Meus olhos fixam- se nos seus movimentos rudes e rápidos. Os olhos claros estudam-me com clareza.
— Agora eu quero que preste atenção.
Deparo-me com os seus olhos verdes por de baixo das lentes redondas de armação rosa. Posso ver um garoto a duas carteiras a minha frente com o olhar fixo e deleitado em suas nádegas, não deixamos de notar que a professora é linda mesmo. Provavelmente na casa dos 30, sua bela cintura assenta-se perfeita com seus meneios e o traseiro arredondado e firme. Rosto angular, lábios grandes e cheios sempre preenchidos com um batom forte chamativo e um cabelo castanho forte como o meu em forma de cachos até as costas.
— Sim senhora — O aluno cutuca o colega ao lado com o cotovelo para chamar a sua atenção e os dois fixam a atenção no traseiro dela mais uma vez. Ela vira - se lentamente com a varinha em movimento e desce da forma lenta que subiu. Sorri para os dois alunos que coram eletrificados e praticamente salivam para ela.
— Diego, faz o resumo para a Jane por favor — ela toca os ombros de um deles e o garoto engole em seco sem conseguir resistir ao seu charme, mas depois vira - se para mim e começa a resumir tudo.
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Recebi no final da aula uma mensagem de Maya e Lisa para aguarda - las no portão da Universidade e meus olhos vagueiam sem parar pela quantidade de alunos que se entretém e conversam pelo pátio. Noto um grupo de garotos conhecidos em um canto a uns metros de mim, e um deles encara-me com as mãos nos bolsos. Max parece nervoso de onde está, reconheço de longe sua irritação, e por um momento, ele avança dois passos em minha direção, na qual é impedido por Luis, um de seus amigos e uma garota com um pouco de conversa convencem-no à saída. Vejo-me aliviada. Desvio o olhar bem rápido e vejo Maya e Lisa saltitantes como sempre. Eu realmente preferia não ir sozinha para casa. Seria desagradável voltar a encontrar a mulher.
— Demoramos muito? — Pergunta Lisa passando a mão pelo afro bem feito que sempre desejei de tão diferente do meu cabelo fino e não encaracolado desse jeito.
— Não muito — Maya meche no seu telemóvel e declara rápido, sem levantar os olhos:
— Vamos, estou com muita fome — sinto o vazio em meu estômago assim que ela fecha a boca — hoje vamos desviar um pouco. Estás afim de uma sanduíche, Jane?
— Sim, sem problemas. E aonde vamos? — Pergunto seguindo - as em passos rápidos e com o frio, enfio as mãos nos bolsos do meu casaco e tento acompanhar seus passos largos. Com isso, lembro - me das luvas de Harry que tinha deixado no criado mudo do meu quarto. Precisaria devolve-las logo.
— Para um lugar — responde Maya indiferente e caminho de cabeça baixa. Não queria perguntar mais nada, elas nunca iam a lugar algum comigo, se não fosse algum lugar onde Max possivelmente estaria. Chegamos a uma lanchonete perto da Universidade e chego a pedir um de frango picante. Pagamos e saímos com nossas sanduíches em mãos para fora da lanchonete, e escuto todas as suas conversas. Elas tagarelam sobre festivais de cores, de rock, e dos últimos modelos de vestidos que tinha saído no mercado, de um modelo que não conheço e de um rapaz novo em sua turma. Olho a volta em silêncio e sempre dou uma mordida ao pão, e o picante contrasta perfeito. Paro depois delas em frente a um edifício abandonado, quase destruído por fora e chamo a atenção do barulho que vinha dali dentro, por um grande portão aberto de ferro. Indistinguíveis vozes masculinas dali dentro. Pondero por instantes, Max pode estar aí dentro. E junto com as meninas, trama algo. Para eles, nunca será o suficiente depois de tudo. Balanço a cabeça sem que alguma delas note.
— Já estiveste aqui? — Pergunta Lisa para Maya que encolhe os ombros e deforma um sorriso astucioso para a amiga, como se a pergunta fosse realmente desnecessária naquele instante. Pelo menos não consigo lembrar-me da última vez que estive a sair com elas, que não fosse para uma festa, como convidados dos amigos de Max.
— Vem — Sem dar-me por isso, sigo-as para além da entrada e um pouco receosa, engulo em seco, tudo por uma breve curiosidade. Deixo menos de metade da sanduíche paparicando em minhas mãos e consigo sentir o agradável calor que vem de dentro do edifício. Sinto um pouco de calor e apetece-me tirar o casaco. De antemão, vejo Lisa juntar-se aos ombros de Maya e perguntar-lhe baixo.
— Como sabes que é aqui que ele está?
— Possuo meus métodos.
Fico para trás quando entramos em um grande salão e estou de olhos para cima, para o grande ringue onde dois homens momentaneamente se golpeiam e paro voltando a sentir tudo de novo. Um sorriso bobo desponta de minha boca e volto a esconde-lo com precisão. Não faço ideia de ter-me deixado chegar até ali. Preciso voltar e descansar. Tenho medo de encontrar-me de novo com aquela mulher na minha rua, ela vai estar ali neste momento esperando por mim, sabendo já da minha hora de voltar. Por um preciso momento, como se quisesse fazer tudo desaparecer. E não estar ali naquele instante esperando por uma grande humilhação. Sinto a vista turva e tudo começando a abafar a minha volta, como se o pesadelo quisesse regressar.
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