Capítulo 40 👑

⚠Atenção . Esta história contém cenas de sexo e violência, o que não são indicadas para menores de 18 anos🔞. Não é permitido nenhum tipo de plágio. Não se esqueçam de votar, comentar e partilhar!
Boa leitura.

♤♤♤

Ela

— O que vais fazer com isto?

Ela pergunta com a voz amortecida e recolhe-se um pouco para perto da pequena cama e sorrio. Quero ver terror de verdade em seu rosto.

— Arrancar-te os olhos.

Ela debruça-se rápido para pegar em um travesseiro e aponta-a para mim, tremendo com as mãos.

— Sai do corpo da minha filha! Ainda vais acabar machucando esta criança!

— Como se importasse!

— Mentira!

Seus olhos enchem-se de lágrimas e elas caem bochecha abaixo, miseravelmente tentando convencer-me. Que ela nunca esqueça que sou o lado perverso que ela concebeu.

— Lembras- te de quando batias em nós e depois fingias que irias terminar com a tua vida?

Ela continuava a apontar com o travesseiro quando estou perto o suficiente, sentindo a maciez do tecido no abdómen grávido de Jane. Agarro-o com uma mão. Ela solta de imediato um sorriso de maníaca.

— O Zack vai tomar o Harry de ti. Que fiques com a merda do dinheiro da casa.

— É o que vamos ver.

Quase que alcanço seu braço com o canivete e tomada pela minha adrenalina, aplico um segundo e terceiro golpe que a atingem superficialmente. Tomada pelo susto e pela dor, tenho a oportunidade tirar-lhe o travesseiro entre nós, dedico-me para as próximas investidas. A mulher quase parece em estado de suplica, abre a boca para falar. Mas deparo-me com algo diferente. Eu nasci dela e por um motivo. Só eu sei o tipo de pessoa que ela é. Perco-me um pouco desajeitada e desprevenida, quando sou esbofeteada de uma vez com uma mão pesada e quase que deixo cair a pequena arma de minhas mãos. Ela segura em meus ombros e aperta minha mão com seus dedos grossos me fazendo cortar e soltar o canivete que cai duro entre nós. Terei que tomar conta disto sozinha para que possa viver em paz.

" Não machuques ninguém"

Pela primeira vez ouço a voz da Jane diretamente para mim, mas é somente uma parte de recordação que eu sei que ela já falou tantas vezes quando tentei assumir o controlo de seu corpo. Por vezes, ela chega a rejeitar e eu não consigo assumir sua forma. Nunca machucaria nossa mãe. Mas ao menos deixa-me retirar-lhe um olho. Deixar-lhe mais anormal. Sou empurrada contra a parede do quarto estreito e encaro os olhos escuros a minha frente. Duas mãos sobem para meu pescoço, pronta para aperta-lo. Olhos esbugalhados, boca larga e húmida e linhas crispando.

— Eu nunca devia ter-te deixado nascer. Tenho nojo do tipo de mãe que eu fui. Ir embora foi a melhor solução que eu tive. Senão eu acabaria por colocar em prática meu desejo de matar- te. Mas nunca vou esquecer o desgosto que eu vivi por todo esse tempo. Odiava-te e queria tirar-te o que era mais precioso, mas também eu não conseguia ficar longe de ti, Jane. Eu nunca fui embora nos últimos 18 anos.

Agarrei em simultâneo o braço da mulher para mante-la longe de mim.

— Para!— Grito. Não estou calma. Não me sinto calma. Ela quer apoderar- se de nós. Já tive medo dela. Jane já teve medo dela. Ela machucou-nos.

— Alguma vez eu prometi- te algo? Imagino que não. — Suas mãos começam outra vez a apertar o pescoço de Jane, sufocando nosso ar. Sinto o rosto ainda quente pelo tapa.

— Jane está aí, não está? Ouves-me, querida? — Parecia o olhar de uma fanática. Ela não obtém resposta. Jane está em dissociação. Ela não ouve, vê e nem lembrará de nada que eu faça. Mas fico olhando para seu rosto. Pensando em tudo. Por um momento tudo fica emergindo em uma escuridão vinda do lado de fora, as sombras dos móveis dançando pelas paredes como a fúria dentro de mim. Parece triplicar como se proviesse de Jane. Uso as mãos de Jane e seguro com força os braços da mulher. Encaro-a fixamente, sem importar-me. A única pessoa no mundo que encheu nossa vida de verdadeiras mágoas. E ela não está mais no comando. Com um passo em frente, levanto uma mão entre nós e esmurro- a contra o nariz da mulher. Esguicha uma quantidade significativa de sangue pelos meus braços e ela recua um passo, assustada com minha ousadia. Ela aperta o nariz ensanguentado com os olhos arregalados. O olhar de loucura se foi. Sinto um frescor imediato no pescoço e a vontade de acaricia-lo.

— Nunca mais te atrevas — Abaixo o olhar para o canivete no chão, um fio de sangue sobre a lâmina, pensando na maioria de coisas que eu poderia estar fazendo com ele. Vejo-me abaixando para pega-lo e esfaquear o rosto desta mulher. A perceção é revoltante. Ao invés disso, estou caminhando para a porta de saída, ignorando a mulher atrás de mim. A mulher que há muito eu queria morta. Cuidadosamente fecho a porta por trás de mim, refletindo um bocado de emoções muito cruéis ocorrendo nos últimos anos. Ela atrás de nós. Andando pelo apartamento reconhecendo nossas vidas e vasculhando nossas coisas. Tento manter a calma, mas sinto-me invadida abruptamente por uma sensação angustiante que nos cobre por anos. Olho para cima, para as nuvens maiores, o vento sacudindo avassaladoramente as árvores e chego ao carro, como se tudo a nossa volta encolhesse.

— Jane

Não me viro. Estou com as mãos na maçaneta do carro destrancado esperando pacientemente que ela se aproxime outra vez de mim. Mas preciso nos proteger. Seguro as chaves do carro do Harry e inclino-me sobre ele, olhando para trás. Para ela agora vestida, cantarolando uma música estranha:" vem minha pequena serpente..."

Para abruptamente e vem seguindo em nossa direção e procuro entrar o mais rápido que posso no carro, mas ouço-a velozmente incorporar-se no banco de trás. Com o uivo, ela atravessa o banco da frente e vejo-me conduzindo pela beira da estrada em velocidade máxima, sem controlo. Tento mante-la longe de mim.

— Para — Grito olhando para a estrada. Fui longe demais e isso vai custar nossas vidas. Sinto raiva pela compaixão que senti, mas isso perdurará na mente de Jane. A mulher balança a cabeça com o corpo entre os bancos da frente, desenvencilha-se do meu aperto mas quero mante-la sobre o controlo. — Para — Grito outra vez e sinto seus olhos sobre mim, eu mantenho o autodomínio sob o corpo de Jane, mantendo-a distante. Sinto-me cansada.

— Vamos morrer por tua causa.

Ela cospe em minha direção, agarrando minha perna e começo a tremer com as mãos no volante, virando à saída para uma estrada maior, o pé apertando o pedal acelerador e o carro sempre acelerando. Olho para as janelas, as ruas assombradas pela escuridão das nuvens luzes piscando e pego-me olhando para o espelho retrovisor. Sinto a mandíbula rígida e sem saber o que fazer. Queria saltar para fora do maldito carro e terminar com tudo. Suspirando consternada, retiro o pé do pedal, pronta para deixar Jane assumir o controlo. Não importasse o quão perigoso fosse, não fazer nada seria pior. As luzes aumentam e o barulho também. Consigo ver o restaurante que ela trabalha a uma distância. Vejo-me em segundos surda e sem sentidos. Sem conseguir perceber, tudo vem para cima de nós. Ouço um berro ao meu lado. Um grito tão alto que parece vir do fundo do mundo. Mas o barulho é interrompido com estilhaços de vidro e sangue. Muito sangue em mim a minha volta. O rosto de Jane arde com os estilhaços. É tão rápido que nem noto os detalhes. Tem sangue em minhas pernas e em minha blusa. A mulher ao lado sacode entre os bancos com a cabeça pendendo entre o banco passageiro e o porta-luvas. Levanto a cabeça e ofego. Estou pronta para ir. Sinto dores intensas e contrações uterinas muito fortes. Estou pronta para apagar. 

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