Capítulo 39 👑
⚠Atenção . Esta história contém cenas de sexo e violência, o que não são indicadas para menores de 18 anos🔞. Não é permitido nenhum tipo de plágio. Não se esqueçam de votar, comentar e partilhar!
Boa leitura.
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Como quatro estranhos naquela casa, ficamos em um silêncio incômodo, com um grande cuidado de evitar algumas palavras e a campainha toca trazendo um pouco de alívio para o meio. Para mim vai ser um desastre, poderá ser a polícia de novo. E não saberei o que responder. Não o que eles vão compreender. Não consigo lembrar-me de nada, senhor agente. Nem desta mulher. Nem de como ela entrou no carro.
Alguém abre a porta e viro-me querendo esconder atrás do corpo de Vanda, mas olho para uma figura tão alta quanto Harry, mas muito mais surpreso. Harry é o único que não parece surpreso pela aparição surpreendente de sua mãe. Isso só demonstra que eles já tinham tido algum contato. Isso só poderia significar uma coisa.
— O que ela está a fazer aqui? — Pergunta Rui entrando com passos cautelosos dentro do apartamento e olhando fútil para a ex-mulher e fecha a porta silenciosamente como se tivesse medo do barulho que vinha dela. Sinto-me alegre por vê-lo ali. Por diversos motivos.
— Fazendo uma visita ao meu filho e a minha nora. O que mais poderia ser? — Como se a resposta gritasse no meio de nós como uma criança saltitante, Vanda não quererá que Harry suma mais com o dinheiro que ele vem produzindo com a venda do Clube. Não quero saber do acumulo que já existe nas contas dele. Minha preocupação é outra. — Estou ajudando naquilo que posso, Rui. E...
Ela vira- se um tanto triunfante para o seu filho, fazendo-me recuar dois passos quando deparo-me tão perto.
— Encontrei o irmão dela. O fugitivo. Sei onde ele está.
Olho bagunçada para o rosto da mulher na minha frente, a nossa principal causa por estar aqui nesta cidade pequena maldita. Sem saber onde estão minhas palavras, refaço tudo em minha cabeça. Projeto em minha mente. De Harry pedindo ajuda à sua mãe. E se ela mesmo tivesse causado o acidente? Provavelmente possa estar na cidade por mais tempo do que diz. Não tenho coragem de virar para o Harry. Sinto-me um depósito fervente de ira. Pressinto sua presença atrás de mim, seus olhos em minhas costas, pensando em sua grande traição, no que ele poderia estar fazendo melhor. E a melhor forma de caçar meu irmão. Depois do que aconteceu entre eles. Meu estômago pesa dolorosamente. Com o rosto quente, abaixo a cabeça e olho para meus pés e tudo a minha volta pernoita em um outro patamar. Distante. E tenho um zumbido nos ouvidos. Mas não escuto nada. Não sinto nada. Há muito que ela me deixou. Estou sozinha nessa.
— Jane — Harry agarra meu braço fazendo-me virar para olhar seu rosto muito além de mim. Olho para cima, mas não para seus olhos. — Tens alguma coisa a dizer- nos?
Eles não precisariam do agente da polícia ali para interrogar-me. Encolho os ombros e olho para o corredor, que leva direto ao quarto de Jimmy. Uma figura sai da escuridão quase me dando um susto mas reconheço a jovem de vestido simples ali de pé, olhos frios fixos em mim. A jovem Jane. Pela primeira vez ela está furiosa comigo. E ela acena com a cabeça respondendo a minha pergunta interior. Meu irmão está seguro. Que alívio.
Ela
Só consigo manter- me calada quando a Jane me deixa resolver as coisas. Nós duas estamos constantemente olhando para trás. Nasci na Geórgia há 14 anos. Justo em um momento de berro de minha mãe. Abri os olhos e ela estava batendo em mim. Desejando meu pior destino. Meu pai não fazia nada. Ele saía de casa toda a vez que via- a furiosa. Eu faço tudo o que posso pela Jane. Ela evitou-me por anos. Mas esquece-se que partilhamos este corpo juntas há anos. Em uma enrascada, estou lá. Não tenho tanto contato com ela, mas estou observando tudo. Cada passo que ela dê. Atuo quando é necessário. Mesmo sendo mais jovem, tive que aprender a comportar-me feito uma adulta. Zack foi o primeiro a conhecer-me. Aquele moleque que nunca dormia. Eu estava na sala, quando ele teve um grande susto ao olhar para mim. Olhando um pouco para mim ele sabia que não era a Jane ali, sentada no meio do escuro. Aquela escuridão que eu adoro tanto. Que me trás vida. " Quem és tu?" Havia algo em meu olhar que ele nunca vira na da irmãzinha. " Sou Jane". " A tua voz é diferente. És algum espírito que tomou o corpo da minha irmã? Ela tipo, está a dormir?" " Sim" . Respondi e levantei-me para ir para o quarto. Meu grande irmãozão Zack estava sempre olhando para o rosto da Jane esperando que eu aparecesse. Ele idolatrava aquilo que eu representava. Sou o lado obscuro da Jane. Ele fez-me roubar uma grande bicicleta de um vizinho e vendê-lo naquela noite para um grupo de garotos da esquina abaixo de nossa casa. Tomei conta de tudo. Uma criança de 10 anos negociando uma bicicleta por volta das 2 da madrugada com garotos aspirados a bandidos. Ele quis que eu fizesse mais. Sem que a Jane soubesse. Eu só daria um passo se realmente quisesse.
Lembro de Jane com Jenny fazendo consultas com o psicólogo. Ela chegou a dizer que Jane sofria de depressão e receitou algumas alternativas de tratamento para outro profissional mais qualificado. Na altura eu já tinha quase quebrado o braço de Linete bem na frente da irmã. Tive um pouco pena de Jane. Ela nunca participava daquilo que eu fazia e nem fazia ideia do que eu tanto fazia. E ela recebia o piorio de tudo. Ao menos, ela ganhou algum respeito. E ainda havia Thomas. Ela gostava dele. Um bonito garoto ruivo filho de Jenny. De cara, o garoto sofria de tudo. Das mãos de todos. Em algum momento, também quis que ele sofresse e que Jane optasse por alguém menos vulnerável. Ele confessou-se a mim. E não para Jane. Ele notara alguma semelhança entre nós. E dizia que queria ser meu amigo. E que eu cuidasse bem da Jane. Suas últimas palavras antes de subir as escadas para seu quarto e pendurar-se com o lençol de sua cama. Até eu cheguei a ficar um pouco arrasada. Permiti-me que Jane visse o corpo dele pendurado no quarto. E em uma atitude idiota, ela saiu de casa usando o carro de Jenny para fugir. Ela e Thomas haviam tentado fugir, mas deram azar em um acidente contra o carro do tio do Thomas.
Quando encontramos o Harry pela primeira vez dentro do carro, em meio daquela chuva a muitos quilómetros de casa. Ele apaixonou-se por mim e não pela chorona Jane. Fiquei dois dias em sua casa. Na linda mansão dele. Dediquei meu tempo ali com ele. E fiz com que ele nunca me esquecesse. Ele nunca esqueceu o nome Jane e meu rosto. Eu também havia encontrado a minha maior paixão. E precisei deixa-lo atrás. Mas sabia que nos encontraríamos mais tarde. Afinal ele sofria da mesma doença que o Thomas. Eles nunca são os mesmos sem nós.
Olho para seu belo rosto, a maçã do rosto proeminente, a pele lisa e perfeita, os olhos verdes semicerrados. Harry encara-me da cozinha, um bule nas mãos, uma franja forte por cima dos olhos. Os olhos mantém-se semicerrados e atentos demais. Tento não reagir. Seu cabelo escuro está muito curto. Agora sou eu e ele. Sem Jane. Zack ainda zanza pela cidade a procura de alguma oportunidade para aparecer. Ele teve sorte. Ao contrário de Jane, li todas as cartas que ele e Harry trocaram enquanto ele estava na prisão. A cada página, novas descobertas como se ia desvendando um mistério de um livro. Harry parece ter dormido mal pelo dia.
— Devias estar a dormir.
— Vou já. Se vieres comigo. — Dou uns passos em sua direção, e ele não move-se mas parece um gato atento. Jane foi dormir com muita raiva dele. Também quero que o Zack pague por ter destruído nossas vidas. Jane não entende. Harry abaixa os olhos, tenso. Ele sabe que sou eu. Mas não está confiante. Desde o acidente, não dou às caras — Eu ajudo-te. A Jane não vai saber.
— Ela nunca vai perdoar. — Sua voz rouca soa estranha no meio daquela cozinha pequena. Em segundos estou na frente dele, quase tocando-o.
— O que eu não faço por nós? Afinal é a mim que amas — Com isso, trocando um breve olhar, toco seu rosto e ele abaixa-se para beijar-me. Ele solta o bule e agarra meu corpo, levando-me para o meio da sala. Seus olhos claros brilhantes estudam-me enquanto ele tira minhas roupas. Coloco as mãos nos seus braços, tentando segurar- me. E deixar-me ser mais uma vez amada.
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Jane queria de fato entregar o dinheiro ao Zack. O nosso dinheiro. Consegui numa tarde sair no corpo de Jane antes que ela conseguisse levantar todo o dinheiro da venda da casa do pai no banco e fui falar com o Harry. Encontrei-o no seu pequeno escritório no novo apartamento em Louisiana, bem vestido, relaxado e ele olhou para mim, discreto. Quando determinou que seria eu ali com ele, deixou que eu permanecesse e falasse. Contei-lhe o que Jane pretendia. Vivendo no corpo e na mente dela, sentia cada fibra de emoção, sensação e sabia distinguir tudo o que lhe fazia bem ou não. No dia que eu contei ao Harry que não era a verdadeira dona do corpo, somente uma identidade que Jane mesmo criou há muitos anos, ele parecia dececionado e amuado. Mas isso nunca fez com que ele desistisse de mim. A boa notícia é que posso tomar o corpo de Jane por muito mais tempo. Mesmo que ela não deseje isso. E Harry quer estar comigo. Eu e ele concebemos juntos o Jimmy, mesmo que ele não soubesse disso, eu e ele nos amamos de verdade, sem Jane saber do que é isso de verdade. " Precisamos para-lo. Sabes quando vão se encontrar?" " Sei". Harry tinha a pretensão que eu poderia resolver isso. Mesmo que não soubesse de meus intuitos. Ele parecia feliz. A cada dia que passava, mais dinheiro com a venda do clube entrava nas nossas contas. Isso era bom demais. Fiz-lhe uma promessa. Resolvendo isso, eu teria que entregar-me agora toda para ele. Livrar da Jane. Já estava nos meus planos há muito. Ela que continuasse a pensar que ele estava a traí-la.
Saí para fora do nosso pequeno apartamento e desci mexendo no bolso e a chave do carro dele balançando na outra mão. Tudo correrá bem. Foi o que pensei. E Jimmy comemorou junto de mim, empurrando-me com um pezinho. " Eu, tu e o papai longe daqui". Lembrava-me de tudo. De cada grito de nossa mãe, do primeiro soco e da sua mania de fingir que iria matar-se. Infelizmente nunca chegou a fazê-lo. O pai via tudo. E ignorava tudo. Ele teve uma morte súbita e eu estava no apartamento. Mas não precisei fazer nada. O corpo já estava destruído o suficiente. Ele não aguentaria muito. Vi-o soltar seu último suspiro olhando para o teto do quarto. Jane também perdeu essa. Ela acordou horas depois ouvindo a triste notícia da morte de nosso pai.
Vi Zack na porta do trabalho de Jane. Ele fingia que tudo estava bem. Sorriu para nós. Estava mesmo bonito. Sei que ele saía quase todas as tardinhas para vigiar o Harry saindo do trabalho ao pegar sua bicicleta. Alguma vez cheguei a pensar se ele sairia atropelando-o para um possível sequestro. E Jane continuava a ser bondosa. E falaram no dinheiro do Jim. Ele quer o dinheiro todo. Eles marcaram um encontro.
Então o dia chegou e fiquei de tomar um café com meu irmão. Eis que passam meia hora e ele não aparece. Ainda decide fazer isso depois de inventar que chegara a dormir com o Harry. Jane acreditaria sim. Eu não. Estava armada em informações. Levantei da mesa para pegar o carro e descer pela cidade entrando pelas ruas mais pequenas que mal cabiam um carro. Mas por sorte, cheguei e fiquei. Um quarto alugado. Um carro alugado. Ele tinha tudo para estar atrás da Jane e do Harry. Até de madrugada. Ele perguntaria pelo dinheiro se me visse de mãos vazias. Teria que ser rápida. Em três semanas seria o parto. Movi-me tão rápida como se não estivesse mesmo grávida. Entrei no quarto e ouvi o barulho do chuveiro. Mais uma vez, preparei-me para proteger o Jimmy. Teria que ficar em uma posição avantajada para nós. Eis que a porta se abre e então que noto. Já tenho a mão fora do bolso e aponto-a para a pessoa que sai da casa de banho. A mulher assusta-se ao ver-me ali de pé, apontando um canivete em sua direção. Mas recobra-se tão rápido que sorri venenosa como se não estivesse seminua. Pensa que sou Jane, o seu pequeno monstrinho. A mulher que tanto entrou no apartamento, olhando nossas coisas, vendo de tudo. Sabendo de tudo. Mexendo nas coisas da Jane. Nas do Jimmy. Revirando nossas vidas. Terei que mudar de planos. O apartamento é tão pequeno que parecemos apertadas dentro de uma latinha. Ela olha para o abdómen proeminente de Jane. Deixaria isto para depois, mas para mim já era tarde. E Jane não resolverá nada. Decidi arriscar.
— Onde está o Zack?
Ela estava paralisada observando.
— Como me encontraste? — Talvez não possa distinguir-me de Jane. Então terei que ser rápida e sair logo. De repente, ela assume outra postura, agarra a toalha pousando-a sobre a cama e segura em um vestido. Já parei para pensar no que as pessoas visualizam quando vêm a Jane se transformar em mim. Disseram que o rosto dela muda completamente — Zack disse que iria se encontrar contigo.
Sinto uma satisfação quando sinto Jimmy mexer-se dentro de mim. Ele é a perfeição. Como o pai. A mulher sorri para mim. Ela tem as mesmas intenções que as minhas.
— Tu nos persegues há meses. Sua cabra— Arrasto com a voz deixando claro o que poderia fazer e ela desiste do vestido, colocando- a por cima da toalha. Nem quero saber mais desta história de fuga com o alemão. Se alguma vez foi real ou não. A garotinha que supostamente devia ser nossa irmã, provavelmente nunca existiu.
— Estive a cuidar dos teus irmãos estes anos todos. O Liam e o Ronnie mandam cumprimentos. Ele querem que eu te leve a casa. Quero dizer... a Jane. Não tu, coisa — Ela semicerra os olhos como se sentisse grandiosa por descobrir o que acontecia na sua frente — Vocês são um pouco diferentes. A Jane tem um rosto menos rude e a expressão redondamente mais tímida. E vossas vozes são muito distintas. És a alter dela. Durante todos estes anos, ela manteve-se só com uma, não é?
Ela fica instantes em silêncio e cruza os braços. Seu corpo esbelto, mais alto que o de Jane, a cor semelhante. Os cabelos grisalhos arrumados em uma trança. A mulher envelheceu, mas não mudou muito.
— Eu não sei o teu nome.
— Jane
— Mentira, todo o alter tem um nome distinto da identidade real.
Olho para seu vestido desajeitado sobre a cama. Ela finalmente mudara o estilo de mendiga e vestira algo melhor. Mesmo trajada assim, não parava de entrar e sair do nosso apartamento.
— O que deste-lhe em troca?
Pergunto apertando o punho com o canivete e encarando-a fixamente.
— O Zack só quer o que é dele por direito. Liam e Ronnie têm o mesmo direito.
— Ele não estava lá. Zack quer muito mais do que merece.
Ela solta uma risada amarga, tão reconhecível em nossas recordações de criança, que mal consigo escuta-la. Fui criada no meio disto.
— Vais matar o teu irmão porque ele quer tomar algo de ti? O quê? O Harry? Matarás o teu irmão por um homem?
Ela deveria fazer estas perguntas a Jane. Teria uma resposta explícita. Mas o meu cargo já está montado. Revelei no corpo de Jane para fazer isto.
— Vais fazer como quando magoaste a patroa do marido de Jane por uma loucura? Quase ias arrancando a orelha dela. Sorte tua não estares na prisão. Quem iria pagar seria minha filha.
— Nunca consideraste- nos como filha, desgraçada.
Dito isso, empunhei bem o canivete em minha mão e avancei dois passos.
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