Capítulo 29 👑
⚠Atenção . Esta história contém cenas de sexo e violência, o que não são indicadas para menores de 18 anos🔞. Não é permitido nenhum tipo de plágio. Não se esqueçam de votar, comentar e partilhar!
Boa leitura.
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Desta vez estou no corredor, com um pouco de dor aonde me fizeram um pequeno corte que facilitasse a saída urgente do meu filho, que iria ser mais rápida do que um parto cirúrgico de urgência, e mesmo assim, entre vários movimentos, vi o pequeno Jimmy nas mãos da enfermeira que correu com ele para uma incubadora para iniciar as técnicas de ressuscitação para salvar a sua frágil vida. Quis descer daquela cama para ajudar a salvar meu filho, naquilo que eu pudesse, mas nem sentia pernas e ninguém me ajudaria a descer. As tonturas tinham começado e nada que todo aquele pessoal fizesse salvaria a vida de Jimmy. Houve descolamento da placenta logo apos o choque do acidente e isso levou a contrações uterinas fortes e trabalho de parto, com rutura. Era tanta dor e sangue que ainda tremo de imaginar como sobrevivi a isso. Jimmy sofreu muito até morrer. Sei disso e nunca o esquecerei.
Vejo uma figura mover-se a passos rápidos na minha direção e rapidamente esfrego o rosto com as costas das mãos para limpar as lágrimas e mesmo com a tontura e dor de cabeça mantenho-me de pé, com uma das mãos apoiada na parede, olhando para o berçário. Só neste dia tinham nascido mais de 10 crianças. Parecem-me todas saudáveis e alguns começam a reclamar e são pegas ao colo para serem levadas até a mãe. Meus olhos estão inchados e doloridos, a luz forte queima e outra vez nem me importo. A figura alta para ao meu lado. Mantenho-me com a atenção ao berçário. Harry saiu para tratar de qualquer documentação do funeral e o mesmo acontecerá assim que eu tiver alta. Eu preferiria que não tivesse nada disso. Só queria dar o tempo para trás.
— Disseram-me que não paras para descansar — Ele diz com a voz pesada e rouca, como se a tivesse usado bastante ultimamente, e ao mesmo tempo soando estranha aos meus ouvidos. Solto um pequeno suspiro e relanceio a vista toda pela minha frente antes de responder.
— Tu também não. Quantos dias pediste no trabalho? — Pergunto procurando arrastar assunto mesmo que eu perceba que ele não queira pensar tanto nisso.
— A fábrica apenas dá uma semana — Isso esperaria mais cinco dias e eu ficaria em casa sozinha enquanto ele saísse para trabalhar. Nunca imaginei que Harry alguma vez trabalhasse para alguém, um funcionário comum em uma fábrica de peças metais. Ele riu tanto quando olhou para a folha de salário. A mim parece que faz isso para diversão ou algo semelhante. Disse nunca ter pagado aquilo nem para os zeladores do prédio da Lux. Quando vi pela primeira vez nossa conta conjunta que percebi o quanto ele tinha ali depositado, mas dizia que servia para causas injustas. Ele saía para trabalhar em uma fábrica de metais e tinha tanto dinheiro em suas contas que poderia comprar uma parcela ou a fábrica inteira. Não faço ideia.
Comecei a trabalhar como funcionária atendente no restaurante do único hotel da pequena cidade que nos instalamos há cerca de 5 meses, uma cidade minúscula nada comparada com aquelas nas quais vivi antes, mas foi uma escolha do Harry e assim aceitei. Notei em suas atitudes e decisões, ele quer uma vida normal e longe de tudo o que já viveu. Sem chamar a atenção, até que ele decidiu começar a pedalar de bicicleta para o trabalho, viver em um apartamento simples, e ter um carro simples para ele apenas para outras ocasiões. E aqui estamos nós, ou estávamos, até meu irmão nos encontrar. E nossas vidas terem mudado para acre que me levou a tomar decisões impróprias que custou uma vida.
— Espero que um dia tu me perdoes — Digo em voz alta para o Harry, e ele fica em instantes em silêncio também encarando o berçário, talvez ainda entre uma grande dúvida, se me largaria ou se tivesse tido algum arrependimento pelas decisões que tomou até hoje. Fugimos juntos para nos salvar, mas não foi feito o suficiente. Eu sei a resposta que ele tem na cabeça há dois dias, ainda não chegou a falá-la comigo e tenho medo de a escutar.
— Sim, no dia que eu pegar o teu irmão — Fecho os olhos e sentindo o peito comprimir com força e sinto uma pequena falha na respiração. Sinto medo. Outra vez estou com medo. Não sei se comparo àquele que senti antes, mas uma sensação tão ruim quanto essa. Que isso é um outro começo.
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Era um dia de calor no bar de Savannah, à espera do latte e duas almofadinhas de queijo que uma cliente tinha pedido e mesmo assim, com o movimento baixo, deu para ouvir algum alvoroço perto das mesas na rua. Coloquei tudo em uma bandeja sem sequer virar a cabeça para saber o que realmente estava a acontecer e a cliente vendo-me encaminhar em sua direção, sorriu aliviada, tinha noção do atraso e isso custava mais um cliente e bónus. A cozinheira simplesmente não deixava seu telemóvel de lado, sempre afirmando que algo a incomodava. Quando pedi desculpas para a cliente com o sorriso mais sincero que consegui, notei que duas mulheres pararam ao meu lado, e virei a cabeça pronta para atender, quando reconheci Claire e uma mulher mais jovem, ao menos de minha idade, que deu-me um sorriso aconchegante. Aquele sorriso da família que eu não podia deixar de reconhecer. A mais nova parecia muito com Claire.
— Muito bom encontrar-te aqui, Jane.
Eu abanei um pouco a cabeça, ainda sem entender e depois olhei para Claire. Ela já não me dava aulas, mas sempre nos encontrávamos no corredor, e ela me enviava os olhares sinalizados. Fugia dela há muito.
— Como sabias que eu trabalhava aqui? — Até onde ela teria me seguido, ou sabido algo de mim, devia ser muito mais do que eu realmente queria. A irmã mais jovem balançou um pouco seus cabelos marrons e apressou passos em frente estendendo uma mão. Apertei- a sem saudar muito.
— Sou Vanessa— Além de linda, tinha uma expressão tão agradável e confiante que acabei por simpatizar-me melhor com ela.
— Tu não estavas na Universidade, deduzi que estivesses aqui — Continuei olhando em silêncio para Claire que revelou tudo com a maior calma que pode e não tive vontade de responder. — Daqui a pouco já terminas as aulas. Mas mal te vejo.
— Pois, tive aulas mais cedo — Assenti com uma expressão sorridente para ela, descarando em minha mentira e mesmo que ela percebesse, não importar-se-ia tanto.
— Podemos tirar um minuto do teu tempo?
Virei a cabeça para o restante do bar sem nada dizer e procurei com o olhar algo que pudesse facilitar-me a negar. Mas justo naquele momento, não estavam presentes nem uma décima de clientes que tinha o hábito de atender nesse horário.
— Claro — Respondi com pouca convicção e sentindo-me de uma vez sem reação quando Claire em silêncio segurou em meu braço e encaminhou-me para fora do bar, na direção de um carro.
— Aqui podemos conversar melhor — Explicou rapidamente como se tivesse entendido meus pensamentos.
Quando instaladas no carro, eu no banco de trás e as duas viraram-se para mim, com as expressões sérias. Estendi um pouco o avental me sentindo ridícula dentro do carro com ela posta. Sentia-me aliviada por não ter a barriga tão a mostra.
— Eu falo para ela. És sempre a que dá alguma notícia ou algo assim — Disse Vanessa e a irmã revirou os olhos e deslizou as mãos finas e maquiadas entre elas, no porta-moedas.
— Nossa mãe quer falar contigo — Levantando sua sobrancelha, deu para perceber que não estava a dar-me opções sequer e que possivelmente fosse urgente. Ela já saberia do nosso casamento e da gravidez. Claire deixara claro que a mulher iria machucar – me assim que tivesse a oportunidade.
— Ela quer agora — Continuou Vanessa como se falasse para a irmã e apenas levantei os ombros.
— É tão importante?? Estou no início do meu turno. — Claire repetiu a expressão que fez com a irmã mais cedo e restou -me soltar um suspiro. De tudo, eu não queria ter que falar com aquela senhora, mãe do meu futuro noivo, por nada que fosse. E nesse instante, lembrei -me de Harry, que com certeza não ficaria contente assim que soubesse disso. — Não sei se posso.
— Tua chefe receberia um bónus para nos deixar levar-te um pouquinho?
Levantei a mão do colo abanando de uma vez, negando qualquer possibilidade que possa surgir na cabeça de Claire.
— Por favor, não faças isso. — Ela olhou para mim — Não fica tão bem.
— Ela pode deixar então para depois do expediente — Sugeriu Vanessa e percebi que a ideia agradou-me mais, apesar que preferia nem falar com a mulher.
— Mas eu posso negar, não posso? Parece que vocês estão deixando-me sem opções.
— Estamos a perder tempo e a tua colega já está a tua procura — Respondeu Claire olhando para frente e pelo canto da janela, vi a minha colega de turno procurando-me com o olhar e deslizei na cadeira pronta para apertar a maçaneta da porta — Não faças isso.
Disse Claire, mas já estava a descer e fechando a porta, e com alívio que nenhuma delas sairia de novo para fora do carro. Segui em frente, olhos fixos no bar, sem importar-me se uma delas viesse logo atras de mim. Eu não iria falar com a mulher e pronto.
— Porque estavas por lá? — Perguntou a minha colega e não arranjei tempo para uma desculpa que logo entrei para dentro do bar. Eis justo no segundo dia que encontrei a Vanda.
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