Capítulo 18 👑

⚠Atenção . Esta história contém cenas de sexo e violência, o que não são indicadas para menores de 18 anos🔞. Não é permitido nenhum tipo de plágio. Não se esqueçam de votar, comentar e partilhar!
Boa leitura.

♤♤♤

Está quase de noite quando Harry volta para casa, e estou sozinha jantando, mastigando como se ouvir meu próprio som fosse piorar as coisas. Ao menos a caminhada tinha deixado- me em um estado de ânimo mais leve e os pensamentos haviam-se arrumado em gavetas, deixando- me em silêncio como se preparasse agora para descansar. Sinto- me exausta, com os membros dormentes e mal sinto o sabor da refeição. Mas é verdade. Sinto-me segura aqui. Procurei isto por anos, desde Thomas, e aqui estamos de novo, deixando o miserável para trás e especulando o possível. Ouço portas abrindo e fechando e som de passos aproximando da cozinha e quando elas estão perto o suficiente, abaixo meu garfo e engulo, como se fosse prazeroso.

— Dia pesado, ham? — Harry abre a porta do frigorífico e dela retira um jarro de água e procura um copo pelos armários. Imaginei se Gina fosse aparecer na cozinha e mostrar- lhe onde estariam os copos, com uma expressão emburrada, chamando-lhe virtualmente de desleixado. Enfim vem-me em mente a expressão aterrorizada dela lembrando-se de mim no sofá esta manhã. Sinto um pequeno gosto azedo em minha língua e paro de mastigar. Harry enche um copo pela metade e de costas para mim, bebe-a em dois goles. Observo seus movimentos e engulo com dificuldade a última porção e ele torna a verter a água, outra vez até a metade. Desta vez em um gole, ele põe o jarro cima da pia e com uma mão no quadril, vira-se para mim com os olhos estreitos. — Então?

Ele lambe os lábios e coloca o copo ao lado do jarro e abre de imediato seu fato. Eu balanço com a cabeça e viro a cabeça para meu prato ainda no meio, bem na minha frente, o tempo precioso que dei para organiza-la e ainda nem podia consumir a metade. Harry faz um pequeno som chamando a minha atenção e viro a cabeça para ele, não sentindo constrangimento, mas um pouco de indelicadeza. Ele se importaria muito com o que eu estive a fazer durante os dias. Aproxima-se da mesa e vem com o copo colocando- a em sua frente.

— Sim, dia pouco bom — Responde a própria pergunta e balança a cabeça e solta um pequeno sorriso amargurado — muita merda de reunião. E minha família inteira que quer que eu tome conta de tudo. Muito bom. Ninguém pensa em mim.

Ele dá um gole rápido na água e abaixa o copo, olhando para a frente, fixo e entretido com algo invisível enquanto duramos segundos assim, sem responder. Ao mesmo tempo, ele parece aliviado com algo. O que poderá deixa-lo tão alegre assim?

— O pessoal no Clube está a realmente a deixar-me fora de mim— Seu rosto está perto do meu, posso observar cada canto de sua pele sedosa, as linhas retas que formam sua fisionomia e ainda sinto aquele fôlego no meu pescoço. Ele levanta uma mão para abrir os primeiros botões de sua camisa por baixo do fato.

— E quanto a ti? — Desta vez olha nos meus olhos e eu estremeço com os lábios ao mesmo tempo que encolho com os ombros, minha nuca eriçada como nunca. As coisas de novo estranhas entre nós e desta vez Gina está presente. Ouço-a começar a cantarolar de algum canto da casa. Ou seria apenas imaginação minha?

— Não. — Respondo após um tempo ele assente com cabeça abaixando os olhos para a minha refeição em desperdício — Só estou a terminar aqui.

Pego de imediato o garfo mostrando que voltaria a comer e espalho a comida, mesmo que minha vontade de toca-la fosse nula. Ele agora olha para meus olhos e quero ele logo ali, ao máximo de tudo. Como se o meu objetivo de tudo fosse quere-lo. Gina entra na cozinha em seus passos pesados e fico um pouco aliviada de ver uma terceira pessoa, equilibrando ainda mais aquele ambiente que havíamos criado ali. Não me sinto a vontade de avançar.

— Deixei-te tudo ali para o fim-de-semana. És um rapaz crescido para dares um jeito sem mim.

Ele sorri leve e percebo o cansaço revolver-lhe pelo rosto e ajeita o tronco olhando para Gina que deambula pela cozinha, como se fosse um robô. — Eu consigo viver sem ti, Gina. — Eu sorrio junto com Gina e Harry encolhe os ombros com uma expressão inofensiva e seus olhos correm outra vez para mim.

— Ah, isso eu quero ver! — A mulher deixa-me surpresa quando segura a cabeça de Harry com as mãos fortes e rechonchudas e enche- lhe com um beijo sonoro na bochecha como se ela finalmente estava deixando o filho pequeno livre pelo mundo. Harry nem meche tanto e observa a mulher até que ela desaparece pela porta de entrada depois de deixar uma boa noite animadora para trás. Depois de um pequeno silêncio, Harry solta um suspiro alto e fico dividida entre olhar para ele ou manter a atenção na porta até ele desaparecer para a sala. Vejo-me em seu encalce, como se o fôlego estivesse a mil naquele momento. Só dei umas passadas. Ele para no primeiro degrau e vira-se para mim. Tenho as mãos entrelaçadas na frente do tronco e finalmente dou-lhe um sorriso. Fiquei sedenta pela nossa conversa do outro dia, a expressão acusada dele que estava orientada para algo que nem sequer havíamos comentado.

— Queres dividir uma bebida comigo?

Ele olha de mim para a estante como se procurasse a resposta nela, mas vira o olhar outra vez e vejo uma pergunta em seu rosto.

— Não tens trabalho amanhã?

— Não. Quero dizer, à tarde. — Caminho para perto dele em passos lentos e surdos e fixamos os olhares. Ele esfrega um olho e segura o corrimão das escadas sem desviar o olhar. Sabe-se lá o que eu vou querer mais para esta noite. Quero este homem perfeito. Lamber a pele dele até a língua ficar dormente, retirar tudo que é roupa dele, e foder com ele naquela cama grande até eu ficar rouca.

— Não, vou subir. Podes ficar — O desapontamento cai na minha frente como se eu estivesse em uma queda para o abismo e ele vira o corpo para subir e lembro-me naquele momento em qualquer coisa que não deveria estar na minha mente às tantas horas. Max que estava na própria festa de aniversário, ainda sem um pingo de álcool em sua corrente sanguínea, procurou uma mulher mais alta que havia nos cantos da discoteca, o cabelo dela baloiçava de tão leve que era, e enquadrava os quadris de forma tão intensa e meu namorado não conseguia retirar a atenção. Ele que remoía tanto que a alta mulher preferia seu irmão mais velho, o dono da discoteca. De repente o resto da noite vem à minha cabeça, de mim a procurar a casa de banho deixando o Max de lado e enquanto eu abria a torneira com as ideias ficando distantes e aquela vontade imensa de chorar em silêncio. E eu que não queria usar o vestido curto que Max pediu, ele deixou-me para trás e encontrei-me com ele meia hora depois rindo com os amigos no balcão. Com a água da torneira aberta, ouvi claro. Vinha do escritório logo ao lado da casa de banho. Fechei a torneira e virei a cabeça na direção do barulho. Qualquer som vibrante que viesse das colunas de som, qualquer grito adolescente, não impediu-me de aproximar-me dos sons novos que eu ouvia do comodo ao lado.

Olho para o rosto de Harry que está parado nas escadas, com os olhos fixos em mim e esquematizo cada som, movimento, a verdadeira versão do sexo. Do gemido alto da menina que vinha do escritório do irmão do Max, de algo que eu nem lembrava que alguma vez eu tenha saboreado. Mas aquilo só mostrava que eu pouco sabia. E eu estou disposta a conhecer mais de quem sabe de verdade.

— Mas o que queres de mim?

Harry não responde à minha pergunta e eu aproveito para aproximar-me dos degraus da escada. Eu continuo em querer saber mais de respostas, disposta a saber de muito mais, e ele levanta as duas sobrancelhas, uma parte da escuridão provinda do andar superior atravessando o seu rosto, e deixando-o em uma versão mais intimidadora e chocante, sem exalar qualquer autoridade.

— Vamos, responde-me. Puseste-me na tua casa para que tivesses a oportunidade de provocar-me o quanto pudesses e nem sequer queres responsabilizar-te por isso. Tu... as palavras providenciadas seguintes são esquecidas e procuro com rapidez pelas próximas. Mas olho para ele com firmeza e carrego a pressão em meus sobrolhos. Certo, desta vez ele encontra-se pronto para falar.

— Tu querias um lugar para que ficasses por um tempo, assim que nem venhas colocar alguma culpa para cima de mim. Estou a ajudar-te.

— Estás a dificultar.

Ele faz uma expressão incrédula e nega com a cabeça como se não quisesse mesmo acreditar no que tinha acabado de ouvir.

— Gostaria que falasses um pouco mais comigo.

Eu consigo fazer com que ele pare. Ótimo, agora avançar para o seguinte.

— E queres falar do quê mesmo? Essa não é hora para estarmos a discutir isso.

— Mais cedo tinhas algo para me dizer. Tem algo a acontecer? Tem a ver com o trabalho?

— Não queres entrar por aí. — Ele diz com a voz rude — Já disse-te que é algo que não tens que preocupar-te.

— Mas posso ajudar-te então. Alguma nova crise por aí? Problemas com os clientes?

Ele fica em silêncio, os olhos estáticos e fixos em algum ponto da sala, longe de mim, e observo com nitidez quando ele começa a apertar o corrimão com uma das mãos com força. De repente, sai de seu transe, e move-se de forma ágil na minha direção e por um pouco não recuo de meu lugar e ele para de frente a mim, a dois palmos de distância. Sem desvios, vai direto ao ponto.

— De repente, o dono daquele clube necessita de uma cliente especial e pessoal. Estás disposta a alinhar? Dou-te um dia para pensares.

A minha expressão causa-lhe uma risada e noto que ele diverte-se a fios alinhando com sua brincadeira e balanço a cabeça desacreditando naquilo. Estou nervosa e ele não para de brincar comigo, com o que sinto, minha disponibilidade e minhas certezas. Faço uma cara séria para ele, mas sou ignorada e vejo- o subindo as escadas e desaparecendo pelo andar de cima. A mim que tanto desejava naquele momento voltar a assumir e fazer o que bem me apetecesse. Afinal quem pararia a outra Jane? 

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