Capítulo 1 👑

⚠Atenção . Esta história contém cenas de sexo e violência,  o que não são indicadas para menores de 18 anos🔞.  Não é permitido nenhum tipo de plágio. Não se esqueçam de votar, comentar e partilhar!
Boa leitura.

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— Cheguei a pensar que não fazias compras — aponto em direção ao seu carrinho cheio deixando clara a minha ideia e mesmo assim ele franze a testa confuso. Uma mulher cruza atrás dele com os olhos fixos e cintilantes em sua nuca, que nem parece dar- se conta. Os olhos claros traçam uma linha ao meu redor. Descrevo mentalmente o que vejo em detalhes de seu rosto.

— Eu passo de um indivíduo exemplar, posso garantir — Harry solta um som parecido ao início de um suspiro dececionado simulado e sorrio de volta jurando ver mais pessoas olharem para nós. Seguro a respiração quando percebo um leve chupão debaixo de seu maxilar que não vi no dia anterior. Meu Deus todo misericordioso. — Não acredites em tudo o que dizem sobre mim por aí.

A mulher desta vez está ao meu lado e em um segundo arregala os olhos com uma expressão incrédula demais para quem finge ler o rótulo de uma latinha de manteiga. Seria bem provável se estivesse escrito na manteiga assim: "aumenta o colesterol e você morre em minutos". Mas não. Ela me parece mais atenta à minha conversa com o Harry. Incrível que ela saiba tanto da fama do Harry e acha que não passa de um bluff aquilo que ele diz. Então que viro a cara sem algum motivo e percebo que não é a única. Todas (as mulheres) têm a mesma expressão no rosto. Então o senhor está a blefar, senhor Styles. Quem mais não conhece-o na cidade além de mim?

— Pensei que tinhas uma empregada ou algo assim para fazer - te compras. — Ele dispensa a ideia com uma mão e coloco a vasilha de azeite em meu carrinho. E, pronto. Compras concluídas com sucesso — acho que foi muito bom ver - te de novo.

— Imagino que sim — um sorriso manhoso entorna seus lábios rosados e eu desvio o olhar um pouco perdida. De repente, estou tonta, tentando não olhar para o homem que tanto encara-me. Não posso permitir-me ficar envolvida em um impacto perigoso e sair perdida. Não quero assemelhar-me a uma admiradora louca.

Empurro o meu carrinho em direção ao balcão e ouço -o atrás de mim, arrastando o seu. Do canto de olhar, aos poucos incorpora-se uma pequena fila de mulheres e seguro um pouco meu espanto, preciso olhar para a frente e não pensar muito. Não é possível que algo assim esteja acontecendo. Olho para o Harry que tem o olhar baixo e apoia- se no seu carrinho, talvez fingindo não notar a fila atrás. A funcionária na caixa também sorri constrangida e solto a respiração devagar.

♤♤♤

Mais tarde em meu quarto, sentada noto várias mensagens que entram no meu telemóvel e não abro nenhuma delas, sabendo que são do Max. Mas minha mão paira por cima dele diversas vezes. Permaneço sentada lendo um livro entretido demais no final quando as meninas vibram de um lado para o outro, entre os quartos, correndo atrás de sapatos, vestidos e maquiagem. Muita gritaria e muita conversa que inclui homens e planos de saúde para mulheres jovens que estão fora de casa e em um segundo uma delas para na porta e encara-me. Permaneço com os olhos abaixados sobre duas palavras do texto, esperando não ouvir nada. Aperto um olho quando outra mensagem do Max entra. Como sempre, ninguém coopera.

— Vais vestida assim para a boate do irmão do Max? — Quase deixo o livro cair e levanto o olhar e noto Maya de mãos nos quadris, cabelo penteado para trás e um semblante incrédulo. Eu nunca sou pega desprevenida por elas.

— Eu não vou— aviso e retorno à minha leitura, mas sou interrompida de novo quando ela entra no quarto com passadas pesadas.

— Só podes estar de brincadeira. O Max convidou - te, porra! Tu também não ajudas em nada, Jane !

— Já disse que não quero ir — Respondo em um tom mais baixo que o dela. Maya dá mais um passo rápido em frente e retira o livro bruscamente das minhas mãos— Maya, por favor, não.

— Levanta - te e veste alguma coisa, Jane! Poxa... olha para ti. Não fazes sexo com alguém há mais de 5 meses! — Ela arroja em tom seco e solto a respiração em uma forma de chiado. Ainda segura o livro — o Max vai viajar e é importante para ele que estejas lá.

— A Maya tem razão — Liza comenta quando surge e observa - me por cima do ombro da loira — é só uma despedida e depois vens para casa.

Elas saem do quarto uma atrás da outra e observo meu livro agora pendente sobre a cama, uma ponta ligeiramente dobrada, um fiasco de dúvida em mim vira um fio de irritação. Sentindo garras quentes em minhas mãos, mecho um pouco sobre a cadeira. Preciso dormir esta noite. Já não durmo há um tempo.

— Tudo bem — digo ao nada e olho a volta do quarto a espera de uma desculpa para não sair de casa durante a noite. Na verdade, não existe vontade alguma de ver o Max e sua obstinação. Mas eu sinto que elas irão arranjar até uma forma de trazê - lo ao apartamento e deixar tudo mais constrangido ainda. Faço força para fora da cadeira e sigo em direção a minha mala de roupas segurando-a pela aba. Decido trocar a camisola bege que visto por uma branca maior, jeans brancas e por cima ponho um enorme casaco castanho adorável para o frio. Calço um par de all stars brancos. Para o cabelo pego meu gorro cinza novo. Nem penso em algum penteado.

— Ficas miúda nessas roupas, Jane — afirma Liza e Maya abre a boca surpresa quando saio do quarto. Disfarço minha inquietude com um sorriso fino e elas encaram-se em silêncio.

— Vais ficar vestida assim??— Maya aponta para mim e assinto com a cabeça — não tens pena de ti mesma. Só pode.

— Maya, deixa estar — aponta Liza dando tapinhas em seus ombros — precisamos ir. O Diego vai nos pegar.

— Certo — Replico ainda sob o olhar hediondo de Maya e passo por ela assim que pego meu telemóvel. Ela enfim não diz nada.

Diego, melhor amigo de Max desde a adolescência, dá um beijo apaixonado na Liza e um abraço apertado em Maya. Assim que ele dá pela minha presença, cruza os braços com a boca aberta e abro um sorriso de saudação e quase levanto uma mão. Algo me impede. Não preciso disto. Tenho medo de sair ultimamente, principalmente a noite. Pegarei um táxi e voltarei a casa sozinha, mais cedo possível. Preciso apenas responder, qual parte de mim tem um apego tão entorpecente por outras pessoas? Eu tenho a resposta, mas prefiro nem saber que ela existe.

— Sério que vais moreninha ??!— Ele eleva uma sobrancelha e aproxima com os braços abertos para um abraço apertado sem esperar pela minha resposta — jurei de dedinho para o Max que não irias para essa festa.

— Precisamos dar um empurrão — resmunga Maya a encarar- me de lado e finjo não perceber — precisamos ir, malta.

Exatamente como as meninas tinham- me dito, a festa sucedeu- se em uma boate do irmão mais velho de Max, que chegou de Boston na semana passada. Nunca fui muito para esses festejos circundantes exatamente pelo número de pessoas presentes, na qual me causam muito mal-estar. Aquilo beira a uma ansiedade. Mas alimenta mal o que está dentro de mim. Quando namorei com o Max, ele conduziu - me muito para sítios assim. Eu nunca fiz amigos estando com ele, e aos poucos quando foi notando a minha resistência, decidiu deixar - me sozinha no apartamento enquanto ele saía com os amigos. Passou a ser um grande ponto de alívio para mim. Mas ele voltava às tantas da madrugada. E para ele, quanto mais excitado e bêbado, melhor. Meu estado sonolento jamais permitia. Comecei a ceder às vontades dele porque só assim que eu tinha sossego para descansar.

— Meu Deus, o que esse idiota está a fazer ? !— Berra Liza incrédula debaixo do som vibrante e reconheço um rapaz da nossa idade ocupando um dos cadeirões com uma garota sentada em seu colo. Eles beijam - se sem pudor e nem parecem dar- se conta das pessoas à sua volta. Liza dá um cutucão em Diego e ele segue na direção deles quando finalmente percebe. O casal separa - se um pouco e o garoto diz algo no ouvido da outra fazendo - a cair em uma risada que atinge meus ouvidos. Eu sempre quis que ele fizesse isso na minha frente, como minha forma de punição. Desvio o olhar e observo o restante do recinto. Sinto alguma atenção em mim. Não quero estar aqui. Viro- me a tempo de cruzar com o olhar de Max sobre mim; ele também parece surpreso e tira a garota de cima de seu colo, ignorando os resmungos. Permaneço muda enquanto ele aproxima - se rente a mim e cruzo os dedos das mãos pela frente.

Max é bonito, tem um sorriso charmoso e arrogante de capitão de equipa de futebol americano, aquele fácil de ludibriar. Mas eu conheço o lado egoísta; ele gosta do melhor para ele. Ele ama ter o melhor gosto para si. Para ele, estou sempre bem. O resto não importa.

— Jane — consigo ouvir sua voz por entre o som da música alta e retribuo com um sorriso pouco honesto e ele desliza uma mão pelos cabelos escuros e lisos enquanto seus olhos percorrem aquilo que podem em mim — não imaginei que viesses.

— Vim com as meninas — aponto com o dedo e elas nos observam curiosas, prontas para captar qualquer falha que eu faça. Como se estivesse desde sempre a espera de uma oportunidade, a garota que estava com o Max, surge entre nós e puxa o seu braço com violência, gritando, alto demais:

— Quem é essa??! — Vocifera algo que não entendo e Max revira os olhos sem paciência. Ele troca olhares entre as meninas e Diego, e todos caem na risada, e mantenho- me rigorosa sem perceber e a garota também. Então que Max aproveita e agarra o braço da garota para dizer- lhe algo em seu ouvido que faz com que ela arregale os olhos. A menina puxa o seu braço de volta e contemplo lágrimas em seus olhos. Eles fuzilam em minha direção e ela sai em disparada sob a risada de todos. Ouço algo distinto em minha cabeça, mais alta e clara do que qualquer som naquele salão: " ele já deu seu passo".

Viro- me como uma cega e sigo na mesma direção a ponto de desviar das mãos de Max. Encontro a garota rápido demais apoiada nos estofados dos fundos a poucos metros, enquanto morde os lábios furiosamente tentando manter a postura. Ela levanta o olhar em minha direção e quase rosna com raiva. Tento manter alguma distância entre nós. Melhor ela do que eu.

— O que queres?? — Dou um passo em frente mas seu olhar mantém - se furiosamente em mim.

— Só quero conversar.— Digo em tom alto e ela nega com a cabeça com menos rispidez — tu e o Max estão juntos? ?! Desculpa, não queria ...

Sou interrompida bruscamente quando ela avança- se em um passo e fica de frente a mim de forma ameaçadora. Não cedo nem um passo atrás. Ela tem que ficar com o Max. Ele virá atrás de mim se eu não conseguir fazer isto.

— Queres que eu quebre a tua cara, garota? ? — Pergunta furiosa, a saliva enxugando os cantos dos lábios. Quase que sinto alguma pena dela. — o Max disse me claramente que ele já tem algo bem melhor que eu para papar esta noite.

Abro a boca mais enfurecida ao mesmo tempo sem conseguir reagir, e antes que eu consiga dizer algo, sinto uma figura alta pernoitar- se entre nós e a garota é empurrada com violência quase batendo contra a parede. E perco meu pequeno momento, enfurecida sinto tudo a minha volta brilhar com mais intensidade e vejo a necessidade de atingir algo.

— Desaparece, Jennifer! — Berra Max e sinto uma das suas mãos sobre um de meus ombros. Jennifer afasta-se depressa da nossa vista e Max vira sua atenção para mim. Ele segura em meu queixo para encara- lo e nutro outra onda de fúria enorme pelo corpo. Ele vai querer dominar-me de novo. Empurro - o com força e sigo andando, mesmo sentindo-o segurar meus braços e virar- me para ele. Querendo de novo o controlo de minha vida. O que mais precisa sugar de mim? Eu prometi a mim mesma. Nunca mais— qual é o teu problema, Jane? !

— Solta - me, Max! !— Grito o mais alto que posso como se uma segunda voz me acompanhasse, apesar de apenas eu ouvi- la ,e muitos rostos a nossa volta voltam- se para nós, e só consigo soltar um braço. Aproveito a chance que possuo e estapeio o rosto dele com violência, livrando-me daquela sensação. Noto os olhares estupefatos de Liza e Maya logo ao lado, assim que Max solta o outro braço. Sua face depois ficará vermelha. Ele permanece sem palavras e sei que maquina como um furioso por dentro. Pela primeira vez, bati de verdade num dos maiores arruinadores de minha juventude. Avanço desta vez para ele. Prometi que jamais deixaria que ele me causasse mais dano. — não me procures mais, Max! Como tu tens a coragem de dizer aquilo para a garota? Eu pensei que tinhas te tornado em alguém bem melhor!

— Desculpa? ?!— ele balbucia com olhos arregalados e as mãos em forma de punhos como se estivesse pronto a atacar. Em vez de responder, dou a volta nos calcanhares e retiro- me na direção da saída. A pele de minhas costas arrepia com o medo que sinto naquele momento. Sinto o ar frio congelar meus lábios deixando- os ressecados e doloridos a medida que me aproximo da porta sem um segurança, e as pessoas em aglomerados encaram -me surpresos.

Vejo poucas pessoas na rua e nem uma delas perde seu tempo para virar suas atenções em mim e continuar a cochichar. Aperto mais meu casaco pesado no corpo e sigo em passos quentes na direção oposta, mas morno- os aos poucos quando reconheço a alta figura de pé perto de um carro cinzento de modelo conversível. Ele está aqui. A primeira coisa que invade a minha mente é desviar –me da sua visão, porém demoro mais que o previsto e ele me vê. Seu rosto franze confuso. De todas as formas, não quero tardar- me ali porque a bela mulher que o acompanha na sua adorável conversa, observa- me como se eu fosse uma intrusa e o moreno já nem olha para ela.

Ele retira as mãos enluvadas de seu casaco de peles, que para mim parece mais custoso que o meu semestre inteiro de salário com gorjetas, e aproxima - se de mim. Meu coração palpita forte. Nunca senti tão feliz em ver alguém por perto.

— Oi — cumprimento com a cabeça e ele sorri para mim com os olhos vasculhando todo meu rosto. Não queria parecer que estava ali esse tempo todo por ele. A minha razão por estar ali não devia ser tão significante.

— Olá, Jane — amo a forma como ele pronúncia o meu nome, como se fosse uma entoação feita pelo mais grave dos sons musicais. Desta vez encaro-o sem hesitação. Ele é a minha única chance de chegar em casa mais cedo, só que... olho na direção da mulher que tem uma atenção fingida em suas unhas— não esperava ver -te por aqui.

— Nem eu — desvio o olhar de Harry para ela mais uma vez e desta vez está mais atenta à nossa conversa. Ouço os sons vindos da boate atrás de mim, são poucas as chances dele ficar, certo?

— Só vim trazer a Martha — ele aponta para a mulher que dá um sorriso contido em minha direção, mas não muito convincente. Reconheço- a agora, a irmã mais velha de Max — pelos vistos também estás na festa de despedida do Max.

— Na verdade, já estou de saída — afirmo dando de ombros e a morena completa logo de seguida dando passos em nossa direção.

— Ela é ex namorada do Max — Harry franze a fronte um pouco mais, seus olhos fulminam -me e sou obrigada a desviar o olhar. Ele tem de imediato uma reação diferente e inesperada — ou vocês voltaram de novo?

Antes que eu responda, ele vira - se para Martha e anuncia com a voz calma:

— Eu irei deixa- la em casa — Martha abre a boca surpresa e meio chocada, mas não diz nada. Óbvio que ela tinha planos. E ele estava estreito em insistir. 

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