Capítulo 5 - Marcel
Capítulo 5 – Marcel.
Klaus Mikaelson
Peguei um pedaço do bacon com o garfo e levei até a boca. Enquanto comia, as memórias da noite anterior vieram à minha mente. Diferente da nossa primeira noite de "amor", nessa Elena cedia algumas coisas, às vezes eu ouvia alguns gemidos de prazer vindo dela, meus beijos sendo retribuídos e alguns toques que ela não gostava e tentava sair.
Era como se ela quisesse e não ao mesmo tempo.
Elena estava do meu lado terminando o seu café da manhã assim como eu. A morena não me olhou nenhuma vez, já eu sempre dava uma olhada nela de relance, trazendo comigo as lembranças da noite passada.
Ouço passos se aproximando do local, e vejo minha irmã entrando na sala de jantar.
— Onde tá o nosso irmão? Fala o que você fez com ele, seu maldito, traiçoeiro, idiota! – a loira já chegou gritando enquanto me olhava.
Elena ergueu as sobrancelhas, surpresa, porém não encarou Rebekah.
Só pela cara de brava dela, sabia que daqui a pouco iríamos brigar.
— Do que você tá falando, sua doida? E dá pra não gritar logo de manhã?
— Eu falo no tom que eu quiser!
— Acho melhor eu deixar vocês a sós – disse Elena se levantando pra sair.
— Não, você vai ficar! – Rebekah fez Elena se sentar de novo na cadeira, isso sem tirar os olhos de mim – Assim você também escuta o que o Klaus fez com o Elijah.
— Não faço ideia do que tá falando. Talvez ele tenha se entediado daqui e tenha ido pra um lugar melhor – respondi encostando minhas costas no encosto da cadeira enquanto encarava Rebekah.
A loira pareceu não acreditar em mim.
— Você me disse que ele tinha voltado pra Mystic Falls na nossa outra casa, e quando eu liguei pra lá, a empregada disse que Elijah não estava! – Rebekah rosnou dando um passo até mim.
— Talvez ele esteja em outro lugar – dei de ombros.
— Você tá mentindo. Pra começar, que Elijah não iria embora sem se despedir e dizer pra onde vai. Ele não responde minhas mensagens ou ligações, eu sei que você fez algo com ele.
— Talvez Elijah tenha se cansado de sua irmãzinha birrenta como eu estou agora – disse com sarcasmo, recebendo outro olhar furioso dela.
Elena escutava tudo em silêncio, parecendo desconfortável em estar ali. Até eu estou.
Rebekah e eu continuamos discutindo feitos crianças por mais alguns minutos, até que mencionei que voltaria a conversar com Marcel sobre algumas coisas pendentes. Na verdade, eu só queria sair dali antes que eu perdesse a pouca paciência que tenho com minha irmã.
Elena Gilbert
No período da tarde, eu estava na sala escrevendo em uma folha de papel qualquer coisa que vinha na cabeça, só pra me distrair. Depois daquela briga entre Klaus e Rebekah, o híbrido não voltou pra casa, não o vi desde aquela hora, e Rebekah passou o dia todo no quarto trancada.
O clima nessa casa é tenso. Já tinha percebido assim que pus os pés aqui.
A única coisa pela qual eu estava grata a Klaus até agora, era que ele comprou um ar condicionado pra que eu pudesse dormir melhor, e roupas novas, eu realmente tava precisando, embora não quis admitir. Klaus ainda não deixou que eu pegasse meu celular, isso era o que mais me deixava irritada.
Com Rebekah, a relação ainda era tensa. Tivemos alguns problemas no passado que causou essa rivalidade, mas às vezes sinto que nós temos muito em comum, e se eu não tivesse apunhalado ela pelas costas – literalmente –, talvez pudéssemos ser amigas hoje.
Comecei a acreditar no que Rebekah disse sobre Klaus ter colocado um punhal em Elijah e agora ele está em um caixão.
— Escrevendo uma carta de amor pra um dos seus pretendentes? – a voz de Klaus tirou minha atenção do papel. O mesmo estava encostado na parede com os braços cruzados – Posso saber quem é esse sortudo? Damon? Stefan? Não diga que sou eu... – dou uma risada mordendo o lábio inferior.
— Obviamente não é você. Acredite.
O híbrido dá um sorriso ao se aproximar de mim, assim como da última vez, sentando-se do meu lado no sofá. Klaus esticou as pernas e apoiou o braço em cima do encosto do sofá, dando um ar de preguiçoso.
Diferente da última vez, não desviei pro lado, pelo contrário, continuei ali parada encarando ele, que também me encarava.
— O que você tanto escrevia, então?
— Só umas coisas aleatórias que passavam na minha cabeça – respondi abaixando a cabeça. Tinha uma coisa que eu queria perguntar, mas provavelmente Klaus iria se chatear – E Rebekah? Vai tentar conversar com ela pra se acertarem?
— Acho melhor não. É melhor deixar ela esfriar a cabeça um pouco. Não é a primeira vez que brigamos e ficamos sem nos falar.
Klaus soltou um suspiro.
— Ah, Elena... Eu admiro o seu controle, porque sei que tá se segurando pra me perguntar algo. Por que não pergunta logo o que quer saber? – o original sorriu.
Engoli um pouco de saliva por ele ter notado que eu estava inquieta.
— Não sei do que tá falando.
— Ah, claro, desculpe. Esqueci que você e minha querida irmã são tão amigas que você se preocupa muito com ela, até o fato de saber se eu e ela nos acertamos – disse sarcástico.
Fiz questão de revirar os olhos após ouvi-lo.
— Você poderia, pelo menos uma vez, não ser assim?
— Não – respondeu simples – Por que eu não gostaria de ser eu mesmo? Sou único e incrível. Arrisco dizer que algumas mulheres me acham charmoso. Sem falar que sou ótimo de cama – seu sorriso se tornou malicioso enquanto me olhava.
Me senti nervosa com sua fala final. Momentos da noite passada invadiram minha mente, Klaus novamente se aproveitou de mim, porém dessa vez eu deixava ele fazer algumas coisas. Nem eu entendi por quê.
Virei o rosto pra frente na direção da TV, enquanto mexia na caneta que eu segurava.
— O que ele tem? – perguntou o híbrido. Virei meu rosto novamente pra ele.
— Quem?
— Elijah. O que tem nele que todo mundo o ama? Programei passar o resto do dia com você pra que não se sentisse sozinha, e você me pergunta se eu vou me acertar com Rebekah, embora seja claramente Elijah sua preocupação e você queira saber sobre ele. Tô errado?
Notei um pouco de raiva em sua voz. Permaneci em silêncio após suas palavras, não sabia o porquê, mas confesso que me senti mal por ouvi-lo dizer isso.
Por um momento, senti que as palavras de Klaus eram um tipo de indireta a mim por querer saber sobre seu irmão e não prestar atenção no que estava presente.
Não seria possível, seria?
Klaus está com ciúmes?
Me senti até ridícula por pensar essa besteira.
— Ele é o único dos originais que foi gentil comigo, antes mesmo de eu vim morar aqui. Ele é o único Mikaelson com quem me sinto bem.
Klaus continuou me olhando até desviar o olhar.
— Não sei porque a verdade me surpreende, ele sempre será o Elijah. O perfeito – disse o híbrido ainda sem me olhar.
Nunca tinha parado pra pensar nisso.
Elijah sempre pareceu uma pessoa honrada, sincera, nobre. Diferente de Klaus, que é mal, manipulador, perverso, chega a ser psicopata, ele é o maior medo de muitos vampiros. Ambos eram diferentes na visão das pessoas, todos consideravam Klaus um monstro, enquanto Elijah acabava saindo como anjo protetor.
Klaus não era nenhum anjo, todos sabiam, até sua família. E por isso sempre foi visto como um vilão. Não me surpreende ele ter um inveja do Elijah que sempre pareceu ser o mais correto da família.
Klaus parecia tanto com Damon. Ficava na sombra do irmão. Enquanto Elijah era visto como um amigo, Klaus era visto como um demônio. Porém suas ações fazem nós o vermos assim.
Não tinha notado o quanto a vida do Klaus era triste quando se tratava do Elijah.
— Me desculpa, mas é a verdade.
— Elijah é pior que eu, só que a diferença, é que eu não escondo que sou mal – o original disse finalmente me olhando.
Klaus se pôs a sair do local, rapidamente tiro a almofada que estava acima das minhas pernas e me levanto do sofá, seguindo ele.
— Espera! – parei ele pegando em seu braço.
Klaus se virou pra mim confuso devido a minha ação repentina, mas não fez nada pra tirar minha mão dali.
— O que você quer?
Lentamente, fui abaixando minha mão pra deixá-lo livre.
— Onde você tá indo?
— Ao bar no Quartel Francês.
— Posso ir com você? – pedi, esperando que ele aceitasse, já que eu não queria continuar na mansão. Klaus franzi a testa.
— Não.
— Klaus, por favor.
— Elena, já foi perigoso você ir comigo fazer as suas compras, não posso deixar você sair de novo. E se o Silas já estiver aqui e te encontrar?
— Você vai estar comigo. E outra, eu sei me defender sozinha.
Damon e Stefan também pensavam a mesma coisa, odiava quando eles achavam que eu não era capaz de me defender, ainda mais agora que sou vampira. Odiava quando eles pensavam que eu era fraca.
— É perigoso, não digo isso só pelo Silas. Se Marcel souber de você, seria um grande problema, e eu já tenho muitos – Klaus se virou pra sair, porém segurei seu braço novamente. O híbrido se virou pra mim sério – Elena... Não provoca o perigo.
— Eu só quero sair um pouco, não gosto de ficar trancada. É só por um tempo.
— Meu combinado com Damon e Stefan foi te manter segura aqui pro Silas não te encontrar.
— Desde quando você recebe ordens?
Klaus pareceu refletir sobre minha pergunta. Mas era verdade. Klaus não gostava de receber ordens, nem mesmo de seus irmãos, ele fazia tudo por livre espontânea vontade.
Após uns segundos de silêncio apenas me encarando, Klaus soltou:
— Não! – fiz uma cara feia.
— Qualé! Eu não sou um lobisomem e nem uma bruxa, eu sou uma vampira, Klaus. Marcel não vai fazer nada comigo, não se eu estiver com você.
— Posso simplesmente te obrigar a ficar aqui usando meu controle mental – sorriu.
— Tô usando verbena. Não vai rolar – Klaus desfez o sorriso na mesma hora. Sabendo que eu iria morar com um vampiro original, claramente eu não iria ficar à mercê de sua hipnose.
— Ainda sim é não.
— Tá bom – disse simples.
O original pareceu surpreso e então me olhou com desconfiança ao notar meu tom de voz calmo.
— O que tá planejando fazer? – questionou se aproximando.
— Vou fugir da mansão. Não pretendo mais obedecer suas ordens e ficar aqui sozinha, e como eu tô usando verbena, não vai poder me controlar. Ou você me leva pro tal bar com você, ou eu saio por aquela porta e vou garantir que você não me encontre.
— Por que você é tão teimosa? – Klaus rosnou.
Não lhe respondi nada, apenas dei um sorriso sacana de lado, mexendo as sobrancelhas. Klaus bufa.
— Ande rápido antes que eu me arrependa.
Sorri feliz por ele ter finalmente cedido. Rapidamente, saí da sala em direção a porta e ouvi os passos do Mikaelson atrás de mim. Estaria mentindo se dissesse que não estou animada pra sair daqui, nem que seja por uma hora.
Klaus abriu a porta do carro ao mesmo tempo que eu abria pra me sentar no banco do passageiro e ele no do motorista.
— Quem diria que você e eu estaríamos em uma situação com essa – o híbrido zombou se preparando pra dar a partida.
— O destino foi muito injusto comigo, mas pelo menos eu tô viva. Até agora.
Senti o olhar de Klaus em mim, fazendo eu o encarar também, logo vendo um sorriso de lado se formar em seus lábios devido a minha fala. Ele sabia que isso foi meio que uma indireta pra ele devido ao que o mesmo fez comigo no sacrifício. Algumas coisas nunca mudam.
***
Chegamos no bar que ele tinha falado, e estava lotado. Andando até o balcão, Klaus ia pedir alguma coisa, quando foi cortado por uma voz.
— Klaus! Que surpresa vê-lo aqui – o híbrido foi o primeiro a virar, seguido por mim, logo vejo um homem negro com pouca barca e cabelo, sorrindo pra Klaus.
— Marcel, que bom ver você – percebi o sorriso forçado de Klaus ao ver o homem ali.
Então esse é o famoso Marcel...
— Posso saber quem é essa bela moça? – perguntou a Klaus com os olhos fixos em mim.
— Essa é a Elena... – Klaus respondeu me puxando pra mais perto dele – Minha namorada.
Inclinei o pescoço na direção de Klaus, encarando o vampiro surpresa ao ouvi-lo dizer isso, porém resolvi não desmentí-lo ao saber quem era o homem à nossa frente.
— Olá, é um prazer! – estendi a mão na direção do vampiro.
— O prazer é todo meu – Marcel disse beijando minha mão suavemente enquanto me olhava sorrindo.
Fiquei nervosa com a ação do vampiro. Esperava que ele apenas apertasse minha mão como cumprimento, não isso. Percebi Klaus fuzilando Marcel com o olhar, mostrando que claramente não gostou daquilo.
— Ok, nós já estamos indo embora – Klaus disse me puxando pra sair, porém Marcel ficou no caminho.
— Ah, que isso, meu amigo? Não vá embora tão rápido. Por que não nos sentamos e conversamos? Quero muito conhecer a pessoa que conseguiu fazer o híbrido original se apaixonar – diz Marcel me olhando interessado.
Olhei pra Klaus esperando que fosse ele quem tomasse atitude, porém ele apenas me olhou meio inseguro.
Agora tô começando achar que foi uma péssima ideia ter saído da mansão.
Continued...
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