Capítulo 4 - In The Hands Of The Devil

Capítulo 4 – Nas Mãos Do Demônio.

Elena Gilbert

A noite foi um verdadeiro inferno. Digo isso por conta do calor do quarto, devido que não tinha muita ventilação. Nem consegui dormir direito.

Minha mente novamente pensou no Elijah. Queria saber onde ele tava, se estava bem, tava começando a ficar preocupada. Não confio muito no Klaus, mas também sei que não deveria confiar muito no Elijah, já que ele quebrou várias promessas feitas pra mim.

Sentada na cama, ainda de pijama, ouço batidas na porta do quarto. A porta foi aberta lentamente mesmo sem eu ter deixado a pessoa entrar, foi então que vi Klaus.

— Oi. Como você dormiu, amor? – perguntou se encostando no batente da porta, cruzando os braços.

— Não consegui dormir. O quarto é mais quente que uma sauna. Parece que tô no inferno.

— E eu seria o demônio? – questionou ele sorrindo divertido.

— É bem provável.

Klaus me olhou sério, mas eu não liguei, apenas desviei meu olhar pra um ponto do quarto.

— E o Elijah? – perguntei voltando a olhá-lo. Ainda tava preocupada.

Klaus moveu a mandíbula, mas depois sorriu.

— Se foi. Aparentemente, ele tinha assuntos mais importantes pra discutir – o híbrido simplesmente respondeu, como se não se importasse.

Franzi a testa, eu não acreditava nessa hipótese, já que apenas algumas horas, Elijah havia me prometido que iria me apoiar. Pensei por um momento que Klaus tinha colocado uma adaga no peito do irmão e depois o colocou em um caixão.

Isso não me surpreenderia vindo de Klaus Mikaelson.

Mas como disse antes, Elijah já havia me prometido algumas coisas e não cumpriu. Talvez tenha uma possibilidade de Klaus estar falando a verdade.

— Vou mandar alguém trazer o ar condicionado – Klaus falou me tirando de meus devaneios.

O vampiro saiu do quarto, fechando a porta pra me deixar à vontade. Criei coragem e me levantei da cama caminhando até o banheiro, onde tomei um banho demorado pra refrescar meu corpo.

***

Eu não fazia ideia de onde Klaus estava naquela manhã. A última vez que o vi foi quando entrou no meu quarto às 6 da manhã, perguntei à empregada e ela respondeu que não sabia. Sem ter muita escolha, tive que tomar café da manhã sozinha – sim, até agora não vi Rebekah.

Eu estava sentada no sofá da sala, observando a lareira sem fogo. Sentia falta de Mystic Falls, do meu irmão, dos meus amigos, do Damon, Stefan, cheguei até pensar em tentar novamente pedir pra Klaus me deixar falar com Jeremy pelo menos uma vez. Ele era o que mais me fazia falta.

Depois que Katherine matou ele pra fazer Silas se alimentar de seu sangue, desliguei minha humanidade porque não consegui suportar a dor de perder mais alguém.

Solto uma risada ao recordar das loucuras que fiz sem minha humanidade. Mas também sei que fiz coisas horríveis, como matar pessoas, e tratei mal pessoas bem próximas a mim, como Bonnie e Caroline.

Não queria nem imaginar como Jeremy se sentia sem ter notícias minhas todo esse tempo. Pode ter se passado poucos dias, mas pra mim eram eternidades. Acho que é coisa de vampiro.

— Em que tanto você pensa, amor? – a voz de alguém atrás de mim, me fez despertar dos meus pensamentos.

Olhei pra trás vendo Klaus parado com um sorriso nos lábios me encarando com curiosidade.

— Klaus... – sussurrei surpresa por não tê-lo escutado entrando.

— Não achei que você pensaria em mim, embora eu não a culpe. É difícil resistir a mim – Klaus sorriu sacana. Senti nojo por suas palavras.

— Eu não tava pensando em você.

— Acho meio difícil. Eu sou perfeito.

Klaus se aproximou de mim, sentando-se do meu lado no sofá. Me ajeitei indo um pouco mais pro outro lado, mantendo uma certa distância.

— Me perdoe se estou te incomodando. Se quiser, posso voltar de onde vim.

— Essa casa é sua. Não tem porquê ir embora. Eu é quem sou a intrusa.

— Essa casa passou a ser sua também quando colocou os pés aqui. Você tem todo direito nessa casa quanto eu e Rebekah.

— Menos o direito de sair daqui – falei dando uma risada sem humor no final.

— Sabe que isso é pra sua segurança. Não posso deixar você sair com um maníaco a solta querendo te matar.

— Isso me lembra você quando queria o meu sangue pra se tornar híbrido.

A imagem da noite do sacrifício onde Klaus sugou meu sangue até eu morrer, veio à minha mente. A pior cena daquela noite, foi quando eu vi ele enfiando uma estaca na minha tia Jenna que já havia virado vampira. Aquilo me doeu tanto, e eu não pude fazer nada pra salvá-la. Inesperadamente, após o ritual, eu voltei à vida ainda humana, já que antes do sacrifício, Damon tinha me forçado a beber seu sangue e eu possivelmente voltaria como vampira.

— Klaus... Eu quero te fazer uma pergunta – falei depois de alguns segundos de silêncio.

O original ergueu as sobrancelhas.

— Não acha que já tá pedindo demais, não? Já comprei o ar condicionado pra você, te dou comida todos os dias, o que mais você quer? Não se aproveite da situação – disse me olhando com um sorriso de lado.

— Não reclama. Era o mínimo que você poderia fazer, afinal você tá me mantendo escondida na sua casa e tem que cuidar de mim.

Klaus suspirou fechando os olhos, ao mesmo tempo que abaixava a cabeça.

— Bem... O que queria perguntar?

Fiquei um tempinho em silêncio, balançando as pernas que nem uma criança. Sentia o olhar atento de Klaus em mim, esperando eu falar.

— Seu telefone...

— Já conversamos sobre isso, Elena – Klaus interrompeu minha fala, com a voz séria.

— Não conversamos nada! Você decidiu isso e ameaçou machucar meu irmão.

— Elena – a voz de Klaus ficou mais séria que o normal, assim como sua expressão.

Não tive escolha a não ser olhar pra ele suplicando, já estava desesperada e não sabia o que fazer.

— Vai, por favor. Vou mandar uma mensagem dizendo que tô bem, ok? Sem comprometer você, ou onde estou. Só não quero que o Jeremy fique preocupado sem notícias minhas.

Klaus ficou me encarando enquanto parecia pensar se deveria deixar eu falar com Jeremy ou não. Um tempo de silêncio, vejo Klaus fechar os olhos brevemente e bufar, afastou a jaqueta pro lado e tirou o celular do bolso interno, estendendo o aparelho pra mim.

— Vou deixar você mandar uma mensagem pra ele, mas não quero que você conte nada sobre mim e nem que está em Nova Orleans. A última coisa que quero agora é ter irmãos problemáticos me enchendo a cabeça.

Sorri pra ele, enquanto pegava o celular.

— Obrigada, Klaus.

O vampiro me lançou um olhar sério antes de se levantar e se retirar do local, me deixando à vontade pra conversar com Jeremy, por mais que pudesse ouvir tudo se ainda estivesse na mansão.

Klaus Mikaelson

Não sei porque deixei Elena falar com o irmão dela, o combinado foi que eu a manteria segurada do Silas pra que ele não a encontrasse, ninguém poderia saber onde ela tá.

Mas aquele jeito fofo, implorando pra que eu deixasse, foi mais forte que eu. Não consegui resistir.

Depois da tal ligação com o irmão, levei Elena a força pra fazermos compras. Notei que ela tinha trazido pouca coisa e precisava de roupas novas, então no momento, estávamos indo em várias lojas de roupas.

Atualmente, ela está no provador terminando de experimentar um vestido que mandei, enquanto eu me distraía com o celular. Marcel tinha mandado mensagem pedindo pra me encontrar no bar. Disse que quando terminasse o que estava fazendo, iria encontrá-lo, sem dar muitos detalhes.

Não sei se seria uma boa apresentar ele a Elena.

— Terminei – a voz de Elena tirou minha atenção do celular.

Ela estava usando um vestido simples florido que chegava até acima dos joelhos, a jaqueta que ela já tava usando combinou mais ainda. Mesmo com uma roupa simples, ela ficava bonita.

— Caiu muito bem em você. Vamos levar!

— Ah não, Klaus, peraí. Não quero que gaste todo o seu dinheiro comigo – a morena murmurou.

— Dinheiro é o que não me falta, meu amor, acredite. E se eu digo que vamos levar, é porque vamos.

Elena me olhou brava e se virou indo de volta até o provador pra tirar o vestido. Admito que tava sendo divertido passar esse tempo com ela, adorava deixá-la irritada quando obrigava ela a provar alguma roupa que não queria.

Estava sendo divertido ter esse momento com ela, apesar de também ser cansativo, já que passamos em mais de 5 lojas.

Saímos da loja cheios de sacolas, Elena levava no mínimo umas 3 em cada mão, enquanto eu levava duas.

— Só pra questionar, não era você quem deveria estar levando essas sacolas? – perguntou ela enquanto andávamos.

— As compras são suas ou minhas? – perguntei irônico.

— Mas foi você quem pagou.

— Não reclama, garota, e me segue.

Ouvi ela bufar frustrada e apenas continuou me seguindo até o restaurante mais próximo pra podermos almoçar.

***

Era por volta das 9 da noite quando voltei pra casa. Depois do almoço, deixei Elena ir pra casa no meu carro e fui me encontrar com Marcel no bar. Esse cara só me trás problemas.

Assim que bati a porta, ouço Rebekah se aproximando.

— Aonde você estava? Fiquei a tarde toda te ligando.

— Eu estava ocupado, irmãzinha. Fui fazer compras com a Elena e depois fui me encontrar com Marcel – a loira abriu a boca incrédula.

— Foi fazer compras com a Elena?! Por que quando é comigo, você nunca aceita?!

— Porque eu não gosto quando você fica me arrastando pra lojas e me forçando a carregar a feira. E a Elena não me obrigou a ir com ela, eu a obriguei. Notei que ela tava precisando de algumas coisas e como sou muito bonzinho, decidi levá-la às compras. Perdão se não pudemos chamar você pra ajudar a carregar as sacolas.

Rebekah lançou um olhar enfurecido pra mim, isso apenas me fez sorrir em deboche.

— Se continuar priorizando ela, vou começar achar que tá gostando da nossa hóspede – soltei uma risada.

— Vai sonhando, meu amor. Klaus Mikaelson nunca se apaixona.

— Mas teve uma quedinha pela Caroline.

— Eu só achava ela bonita, não chegava a ser uma queda do tipo "quero fazer dela minha pra sempre". Foi só uma coisinha temporária, assim como suas paixões do passado por todos os homens. Bastava tirarem a sua calcinha e você já ficava alucinada, implorando pra mim e Elijah deixarmos você os transformar. Pena que não durava muito, não é? – disse com deboche.

Eu sabia que grande parte de Rebekah não ter ficado com homem nenhum no final, era minha, mas eu sempre fui muito protetor com minha irmãzinha e não achava nenhum homem bom o bastante pra ela.

Mas o real motivo, era que eu não queria ficar sozinho. Sabendo que quando Rebekah encontrasse o amor, ela me deixaria pra ficar com o homem da vida dela. Fiz isso em nome da minha família.

Soltei um suspiro olhando minha irmã.

— Cê' já jantou? – perguntei na maior cara de pau com um sorriso aberto, como se eu tivesse esquecido que a poucos segundos praticamente humilhei ela.

Rebekah me olhou mais frustrada ainda, parecendo se controlar pra não pular no meu pescoço e me matar.

— Já! – respondeu ríspida.

— Ah, que ótimo. Não quero minha irmãzinha passando fome – ri sarcástico – Tenha uma boa noite, Rebekah.

Passei por ela, andando até as escadas, onde me levaria pro segundo andar. Me dirigindo até meu quarto, passei pela porta do quarto de Elena, percebendo que estava meio aberto.

Olhando pela fresta, vi Elena deitada na cama encarando o teto com as mãos sobre a barriga, aparentemente pensando em alguma coisa. Ou alguém.

Só de pensar na possibilidade dela estar pensando em algum dos Salvatore, me enche de raiva. Mas o porquê disso?

Nunca senti ciúmes de ninguém assim.

Não me contendo mais, abri a porta por completo, fazendo a morena me olhar assustada. Entrando no quarto, fechei a porta atrás de mim ao mesmo tempo que Elena se sentava na cama.

— Quando chegou?

— Há pouco tempo. Já jantou? – ela assentiu.

— Com a Rebekah. Não foi tão ruim quanto achei que seria.

— Não precisa dizer isso só porque Rebekah é minha irmã. Ela tem um gênio forte, consegue ser insuportável quando quer.

O silêncio se instalou sobre nós. Elena desviou a atenção de mim pra um ponto qualquer do quarto, porém eu ainda mantinha meus olhos nela.

Tinha alguma coisa nela que me chama atenção, não só a beleza extraordinária. Essa mulher me deixava intrigado.

Ando até ela, puxando seu braço pra que a mesma se levantasse e começo a beijar seu pescoço de forma violenta.

— Klaus, por favor, não... – Elena pediu, ou implorou.

— Shiuu... – sussurrei olhando-a, botando meu dedo sobre seus lábios.

Sem muita escolha, novamente ataquei o pescoço de Elena segurando sua cintura firmemente pra ela não sair. Separei meus lábios do pescoço dela e a beijei ferozmente nos lábios. Guiei a morena de volta pra cama, e sem muita dificuldade, fiz ela se deitar sobre o colchão, com meu corpo ficando por cima do dela sem romper o beijo violento.

Eu tava amando ter Elena nas minhas mãos. Já ela por outro lado...

Continued...

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