Capítulo 36 - An Incredible Discovery

Capítulo 36 – Uma Descoberta Incrível.

Elena Gilbert

No outro dia, despertei ainda sentindo o sono no meu corpo, mas o que me fez levantar, foi o fato de eu ter acordado com muita dor de cabeça. Talvez eu tenha levantado rápido demais. Klaus não estava no quarto quando acordei, tomei um banho pra despertar melhor e coloquei um vestido leve pra me trazer conforto. A dor de cabeça tinha aliviado um pouco, não se tornou tão agoniante desde a hora que acordei.

Desci as escadas calmamente segurando no corrimão dourado, calculando bem meus passos pra não errar, pisando no solo novamente, caminhei até a sala e parei ao ver Klaus sentado no sofá com uma postura preguiçosa com as pernas esticadas. O híbrido estava segurando um copo de whisky na mão com o líquido na metade.

Em plena manhã e esse cara já toma álcool.

— Vai ficar aí parada que nem boba, ou vai vim me dar um beijo? – Klaus disse sem me olhar, levando o copo até os lábios.

Ri sem humor e andei pra mais perto dele.

— Não sei como você consegue tomar álcool logo de manhã – tiro as pernas dele do sofá pra eu poder sentar.

— Pra mim, álcool nunca é demais – disse o híbrido tomando o último gole da bebida. Klaus deixou o copo na mesinha à nossa frente e se aproximou de mim, o mesmo passou seu braço por cima dos meus ombros.

Klaus se inclinou e beijou meus lábios de maneira calma, dando forma a um selinho prolongado. Ao nos separar, virei a cabeça pra frente por alguns instantes. Minha cabeça ainda doía um pouco.

— Vem cá, deixa eu fazer uma pergunta... – me pronunciei virando o rosto pra ele – Você que é um dos vampiros mais velhos e tem mais experiência, já aconteceu alguma vez você sentir dores sendo um vampiro?

— Não. Vampiros não sentem dor, essa é uma das vantagens da imortalidade.

— É, eu sei. É que eu tô sentindo dor de cabeça desde que eu acordei – desviei minha atenção dele olhando pra frente – Isso... É estranho. Deixei de sentir essas dores quando virei vampira, não entendo porquê voltou.

Olhando de relance, Klaus ainda me olhava. Virei meu rosto pra ele de novo e o híbrido estava com uma expressão sério no rosto enquanto me analisava. Ele parecia preocupado.

— Ah, vai para. Não é pra tanto também. Vai ver que é uma dor de cabeça passageira. Daqui a pouco passa – falei pra tentar acalmá-lo, mas a verdade é que minha cabeça ainda doía, como se eu estivesse doente.

— Se você tá dizendo – ele deu de ombros, deitando seu corpo no sofá e pousando sua cabeça sobre minhas coxas.

Comecei a fazer um cafuné de leve no seu cabelo enquanto me punha a ligar a televisão com o controle, e passei a assistir um canal qualquer só pra entreter.

***

Já haviam se passado algumas horas que estou assistindo esse programa. Klaus tinha dormido com a cabeça em meu colo enquanto eu ainda havia cafuné. Pelo visto, ele ainda tinha muito sono acumulado. A dor de cabeça tinha finalmente passado, com certeza foi só uma coisinha passageira sem importância. Fiquei entediada de assistir o programa e com muito cuidado pra não acordar Klaus, me levantei do sofá.

Andei até a cozinha, não encontrando ninguém ali. Rebekah e Freya tinham saído pra fazer compras, elas me convidaram pra ir junto, mas eu não tava muito disposta pra sair, então fiquei em casa.

Abri a geladeira e tirei de lá uma bolsa de sangue. Assim que o sangue começou a descer pela minha garganta, senti um enjôo forte, uma vontade enorme de vomitar. Larguei a bolsa no balcão da cozinha e corri em velocidade de vampiro até o banheiro que tinha no andar de baixo. Me ajoelhei no chão em frente ao vaso já aberto e comecei a vomitar sangue.

Isso já havia acontecido uma vez quando eu estava ligada ao Damon depois da minha transformação. Eu não conseguia ingerir sangue de animal ou em bolsas de sangue porque Damon havia dito pra eu me alimentar de humanos, tudo fazendo parte da ligação. Mas ao desligar minha humanidade, a ligação também se desfez mesmo quando minha humanidade voltou.

Dei a descarga assim que parei de vomitar e fechei a tampa do vaso, me levantando. Olhei meu reflexo no espelho, limpando minha boca. Eu fiquei muito confusa com o acontecimento de agora.

Não fazia sentido.

Eu não podia estar ligada a ninguém. Fora a dor de cabeça que senti, esse enjôo do nada...

Isso me deixou assustada.

Saí do banheiro voltando pra sala onde tinha deixado Klaus dormindo, porém ele já estava acordado.

— Você saiu que eu nem vi. Tá tudo bem? – perguntou ele me olhando.

— Não tá... – me sento do lado dele, suspirando pesado. Klaus me olhou preocupado.

— O que você tem?

— Eu acabei de vomitar no banheiro. Eu não tô me sentindo bem, Klaus. Minha garganta tá queimando, eu tô enjoada... – suspiro pesado, passando a mão no cabelo, sentindo o suor na minha testa – O que há de errado comigo?

— Eu não sei. Mas vou pedir a Freya pra examinar você.

Klaus Mikaelson

Freya e Rebekah voltaram do passeio delas quase às 7 da noite. Assim que elas chegaram, pedi a Freya que examinasse Elena após eu contar o que havia acontecido com ela e seus sintomas. Estávamos nós 3 no meu quarto, Elena estava deitada na cama enquanto minha irmã ditava um feitiço em latim na frente de Elena com seus olhos fechados.

Eu tava preocupado. Uma coisa dessas assim não acontece com um vampiro, e acontecer com Elena me deixou preocupado. Vampiros não pegam doença, então pelo menos isso eu fico um mais aliviado. Eu estava em silêncio o tempo todo enquanto Freya recitava o feitiço. Aquilo já tava me agoniando.

Minha irmã parou de falar ao mesmo tempo que abria os olhos. Seus olhos se arregalaram levemente, parecia que ela tinha descoberto alguma coisa surpreendente.

— O que foi, Freya? O que a Elena tem?

A loira virou a cabeça pra mim lentamente.

— Elena está grávida!

Arregalei meus olhos olhando pra loira. Elena não estava tão diferente de mim. Minha mente ficou um verdadeiro quadro branco, minhas pernas ficaram bambas, sem força, eu me senti como se tivessem jogado uma bomba em mim. No caso, uma bomba de revelação. Eu não conseguia formular uma frase, as palavras pareciam ter sumido da minha boca.

— Como? – me pronunciei finalmente após um tempo em silêncio – Elena é uma vampira e vampiros não procriam.

Elena não ousou dizer nada até agora. Ela pareceu tão em choque quanto eu.

— Não sei como isso é possível, mas claramente o pai é você – respondeu Freya – E se eu estiver certa, essa gravidez tem algo a ver com o seu lado lobisomem. Você nasceu sendo descendente de lobo, seu lado vampiro não impede que você tenha filhos.

Desviei minha atenção pra duplicata deitada na cama, Elena me olhou ainda chocada.

— Não é possível... – sussurrou Elena desviando o olhar pro lado.

— Olha, sei que estão chocados, eu também fiquei, mas essa é a realidade. Não tem outra explicação e sei o que estou dizendo. Fora que agora essa criança pode trazer problemas – Freya disse baixo a última parte.

— Como assim problemas?

— Eu senti uma magia forte vindo do bebê. Algo que nunca senti antes, uma magia poderosa. Essa criança vai ter poderes, e talvez ele seja um híbrido como você, Nik. De uma coisa eu garanto, esse bebê não vai ser um bebê normal, e isso pode causar medo nas bruxas do quartel por pensarem que a criança possa ser uma ameaça.

— Então o bebê vai ser um bruxo? – perguntou Elena.

— Provavelmente.

— Mas como? Ninguém da minha família é descendente de bruxos.

— Mas nossa mãe era uma – respondeu Freya olhando pra Elena – Algo me diz que esse bebê vai ser tão poderoso quanto ela.

A loira terminou sua fala me olhando.

Freya se retirou do quarto após alguns segundos de silêncio, parecendo não esperar que mais alguém falasse. Elena se manteve quieta até agora. Caminhei até a varanda e abri as portas duplas de vidro, sentindo o vento frio bater no meu corpo. Eu precisava tomar um ar, não tinha me recuperado dessa notícia. Apoiei minhas mãos no parapeito da varanda, olhando a vista da cidade.

Eu ainda tava tentando digerir isso tudo. Não é todo dia que você descobre que vai ser pai de uma criança sobrenatural. Uma criança milagrosa. Milagrosa por ser filha de vampiros, e do híbrido original. E Freya ainda diz que a criança pode ser uma ameaça às bruxas. A criança nem nasceu e já pode causar problemas.

Mas sinto que o maior problema aqui sou eu.

— Klaus... – ouço a voz suave de Elena, porém ainda permaneço olhando a vista da cidade luminosa.

Sinto uma de suas mãos no meu ombro como um conforto. Seu dedo tocou a parte debaixo do meu queixo e lentamente, Elena fez meu rosto se virar pra eu poder olhá-la.

— O que houve, meu amor?

— Só tô tentando digerir a notícia. Não tô muito bem – desvio minha atenção dela pra cidade de novo.

— Nós 2 estamos passando pelo mesmo. Foi um choque, nenhum de nós esperava. Isso tudo é resultado de muito sexo.

Soltei uma risada fraca sem humor.

— Mas eu sinto que tem algo mais te incomodando. O que é? Sabe que pode me contar tudo.

Eu nunca fui o tipo de pessoa que gostava muito de desabafar, normalmente eu guardava tudo pra mim e mantinha isso em mim. Aquilo era agoniante, mas o principal motivo pra eu nunca desabafar com alguém é porque eu não tinha ninguém que pudesse desabafar. Sempre me senti sozinho, excluído de todos, meu próprio pai dizia isso – mesmo Mikael não sendo meu verdadeiro pai, foi o único que conheci. Tudo o que eu faço é fruto da rejeição e da maldade do meu pai comigo, tudo por causa da traição da minha mãe. Eu sou apenas uma vítima inocente que Mikael descontou isso furia. Eu já ouvi uma pessoa dizer que todos nós somos frutos do nosso passado, e o meu foi muito infeliz. Tudo por causa de um homem que me chamava de bastardo.

Voltei minha atenção pra Elena lentamente, virando meu corpo pra ficar de frente pra ela.

— Eu nunca me vi cuidando de uma criança, ser pai era a última coisa que aparecia na minha lista, principalmente quando me transformei em vampiro. Eu tô com medo do que vai acontecer daqui pra frente. Você sabe que eu não tive um bom exemplo de pai, Mikael tratou de me odiar até seu último dia de vida. Não sei se vou conseguir ser um pai melhor do que ele foi – desabafei olhando pra minha namorada com tristeza – Eu tenho certeza de que você vai ser uma mãe maravilhosa. Mas eu não confio em mim pra ser um bom pai sendo que eu nunca tive um.

— Não precisa ter medo, meu amor – ela balançou a cabeça negativamente de forma lenta – Eu vou ser mãe pela primeira vez, vai ser uma experiência nova pra nós 2. E eu tô com medo do que pode acontecer com essa criança, pelo que Freya disse, ela pode ser uma ameaça às bruxas. E você não vai estar sozinho em nada... – Elena segurou minha mão – Vamos passar por isso da maneira mais apropriada. Essa criança pode ser a salvação dessa família. E a sua também.

— Eu já tenho a minha salvação, Elena. Foi você – a Gilbert sorriu amorosa ao me ouvir.

— Nós vamos ficar bem. Não vou deixar nada acontecer a esse bebê – Elena segurou minha nuca com a outra mão – Não precisa ter medo, Klaus. Você não é como o Mikael. Você tem uma coisa que ele não teve.

— O que é?

— Alguém que tá disposto a lutar por você. Eu não vou deixar você nunca mais – ela falou com os olhos fixos nos meus.

Abri um sorriso sem mostrar os dentes ao escutá-la. Elena se inclinou pra juntar nossos lábios em apenas um selinho prolongado, um beijo de paixão e conforto. Como se aquele beijo dissesse que iria ficar tudo bem, que nós iríamos vencer tudo que estivesse vindo pra nós.

Ela afastou seus lábios dos meus, fazendo-me sentir um vazio por ainda querer beijá-la. Elena levou minha mão que ela ainda segurava até sua barriga, pousando minha mão ali e a sua em cima. Eu podia ouvir os batimentos cardíacos, não só dela, mas também do bebê. Eu podia ouvir o pequeno ser que tinha no ventre da mulher que tanto amo. Não duvido nada que ele vai ser tão lindo quanto a mãe.

Meu pequeno lobinho. Ou lobinha.

Ergui meu olhar Elena e sorri abertamente assim como ela fez ao me olhar.

Que se dane as bruxas. Tenho uma responsabilidade agora. Vou ser pai, e não vou deixar que nada aconteça a essa criança, muito menos a mulher da minha vida. Nem que eu tenha que matar todos que ousarem tocar neles. E acredite, eu farei.

Eu deixaria esse mundo queimar só pra salvar as pessoas que eu amo. Rebekah, Elijah, Freya, Elena... Por mais que não diga isso na frente dos meus irmãos, eles sabem que eu os amo. Talvez essa criança seja um presente pra nossa família, assim como Elena foi pra mim.

Uma nova esperança.

Continued...

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