Capítulo 27 - Always And Forever
Capítulo 27 – Sempre E
Para Sempre.
Elena Gilbert
Livre.
Era assim que eu me sentia. Silas deixou de ser um problema pra todos, principalmente pra mim.
Estávamos todos de volta à mansão dos Salvatore, meus ferimentos já tinham cicatrizado. Fui recebida de braços abertos por Jeremy e Caroline que estavam na casa morrendo de preocupação.
Bonnie está viva, ela tinha feito um feitiço que a mantinha protegida e quando ela morreu com o pescoço quebrado, ela voltou a vida.
Damon e Stefan lutaram contra alguns dos vampiros que Marcel trouxe pra Mystic Falls, os 2 acabaram com os pescoços quebrados, mas estão bem.
Marcel foi levado pra pequena cela que tinha na casa dos Salvatore, lá ele foi trancado por Klaus e o mesmo disse que depois acertaria as contas com ele.
Quanto ao Klaus, ainda não falei com ele. Agora que Silas deixou de ser um problema pra mim, e Marcel provavelmente vai ser morto, Klaus vai voltar a ser o rei de Nova Orleans. E eu não sei se vou embora com ele.
Não contei a ninguém da minha relação com o Klaus, não sabia como eles iriam reagir. Já era noite, Caroline, Bonnie e Jeremy tinham ido embora. Resumindo, só tinha eu de mulher aqui. Eu já tinha tomado um banho e colocado um vestido confortável que Caroline trouxe da minha casa.
— Damon, você viu... Tá tudo bem? – pergunto entrando no quarto dele, o mesmo estava deitado na cama com a face muito pálida e suando.
— Não, não tá nada bem – o moreno gemeu de dor.
— Damon, o que houve? – me aproximo da cama, olhando o Salvatore com preocupação.
Ele tira o braço de baixo da coberta branca e me assusto com o que vejo.
— Mordida de lobisomem... – falo mais pra mim do que pra ele – Damon... Como isso aconteceu?!
— Foi enquanto lutávamos com os vampiros do tal Marcel. Um deles não era exatamente um vampiro, e sim um híbrido que estava revoltado com Klaus querendo vingança – disse entre gemidos de dor – E ele acabou me mordendo.
— Contou pro Stefan?
— Não queria preocupá-lo.
— Damon, isso pode te matar.
— Eu sei – novamente, ele gemeu de dor se virando um pouco pro outro lado.
Não era a primeira vez que Damon era mordido assim. Da primeira vez, Tyler acabou mordendo ele sem querer no período de lua cheia enquanto ele estava se transformando. Quando eu fui descobrir, Damon estava quase morrendo como agora, a nossa salvação foi o sangue do Klaus. Esse foi o lado bom de Elijah ter poupado a vida dele depois do sacrifício.
— Eu vou chamar o Klaus, ele tá lá embaixo. Ele vai te curar – me viro pra sair.
— Elena, fica, por favor – me viro de volta pra ele – Eu não que o Klaus me salve. Se eu vou ter meus últimos momentos aqui... Quero que sejam com você.
— Mas o Klaus é o único que pode te salvar, ele tá lá embaixo!
— Fica comigo, por favor. Eu já te perdi uma vez... Eu não quero me separar de você – sua voz saia quase inaudível, ele estava suando muito, respirava ofegante. Parecia mesmo que estava a ponto de morrer.
Andei de volta até ele, me sento na cama ficando atrás, apoio sua cabeça em meu peito. Vejo um pano branco em cima do criado mudo ao meu lado e pego ele, passo na testa de Damon pra tirar o suor.
Ver ele assim me trazia as lembranças da primeira vez que ele ficou assim, e da vez que Rose também ficou. Uma vampira muito generosa que me ajudou a descobrir mais sobre o Klaus, ela também havia sido mordida por um lobisomem e ela acabou morrendo.
Ambas nas suas situações com Rose e Damon eu ajudei eles, não faria diferente com Damon agora. O coração dele batia fraco, isso tava me agoniando. Mesmo não amando mais o Damon como antes, não queria que ele morresse, ele continua sendo alguém muito importante pra mim.
Ele arriscou a vida dele por mim hoje.
— Como foi... A experiência... Morando com o lobo mau? – perguntou ele ofegante.
— Foi diferente. Achei que fosse ser pior.
— Eu fiquei com saudade... – acenei com a cabeça mesmo sem ele ver.
— Eu também... – retirei o pano de sua testa deixando-o na cama.
— Se eu morrer... Quero que saiba... Que você foi o único verdadeiro... Amor da minha vida.
Sinto meus olhos ficarem marejados. Embora eu não sinta mais o mesmo, ver ele partir vai ser uma das coisas mais difíceis da minha vida.
— Eu sei.
— Eu te amo, Elena. Eu sempre vou te amar... – ouço ele dar um suspiro pesado – Diz que me ama, por favor.
Nesse momento, paralisei. Eu estaria mentindo em dizer que o amo. Não nego que ainda gosto dele, que Damon ainda mexe comigo, mas não mais como antes, meu único amor agora é o Klaus, mas não posso dizer isso a ele agora.
— Eu quero fechar os meus olhos... E ouvir você dizer que me ama... Diz, por favor, Elena.
Olho pra frente do quarto, respirando fundo. Eu tava me controlando pra não chorar. Não sabia se Damon estava mesmo com os olhos fechados, mas seu estado continuava o mesmo, seu coração batia fraco. Ele estava morrendo...
— Eu te amo, Damon. Eu nunca deixei de te amar. Nenhum por 1 minuto... Nem por 1 só segundo – me permito fechar meus olhos – Eu te amo.
Finalizo derramando uma lágrima por saber que era mentira. Me doia não poder ser sincera agora, não como antes. Abro os olhos deixando outra lágrima cair, minha visão se tornou embasada por conta das lágrimas.
— Sabe o que eu vejo agora? Eu vejo nós 2 na sala lá embaixo... Nós 2 dançando sem música no fundo, eu puxando você pra um beijo. Eu sentindo o calor da sua pele... Sentindo o seu perfume... – funguei continuando a escutá-lo enquanto começava a acariciar seu cabelo escuro – Elena... Nessa cama, você se entregou a mim. Aqui nessa cama você foi minha. Por favor, diz que lembra.
— Eu lembro...
— Naquela noite, você me fez muito feliz. Senti o calor da sua pele, seu cheiro, seus olhos me enfeitiçando enquanto a gente fazia amor... Eu te amo imensamente. E diz pro Stefan que eu sinto muito por tudo que fiz.
Novamente balanço a cabeça em concordância mesmo sem ele ver.
— Tá, eu digo.
Desvio minha atenção pra porta e paro de fazer cafuné na cabeça de Damon quando vejo Klaus parado em frente a porta nos olhando com uma feição séria e um tanto raivosa.
— Me desculpe, atrapalhar o momento – o híbrido se aproximou de nós – Eu vim aqui saber porque tanta demora da Elena, mas parece que ela estava ocupada com outras coisas.
Seu tom era frio e grosso. Ele estava claramente com raiva de alguma coisa, o que me fez pensar na possibilidade dele ter ouvido tudo. O olhar de Klaus em mim era frio, sua expressão séria, tentando esconder a raiva. Se ele tinha mesmo escutado tudo que falei, não sabe que era mentira.
— O que houve com você? – olho pra Damon ainda deitado em meu colo.
— Mordida de lobisomem – Damon falou com dificuldade.
— Pode ajudá-lo?
— Eu sempre tenho que ser a salvação de vocês, não é?
— Que culpa nós temos se você é o único que pode curar mordida de lobisomem em um vampiro? Klaus, ele tá morrendo! Por favor... – digo alterando um pouco meu tom devido ao nervosismo.
Klaus intercalou o olhar de mim e Damon, seu rosto continuava sério. Aquilo já tava me agoniando, podia ouvir o coração de Damon batendo lento, ele ainda continuava suando, sua respiração estava fraca assim como sua voz. Klaus já ajudou meus amigos em situações assim, até eu tô medida nesse meio, se ele não fizesse isso, estaria sendo egoísta e mal, e eu nunca iria perdoá-lo.
Sem dizer nada, Klaus se aproximou de Damon, ergueu um pouco o casaco do braço e mordeu o pulso. Vejo o sangue começar a sair quando ele abaixou o braço. Ele colocou o pulso na boca de Damon sem deixar o mesmo falar ou hesitar, uns segundos depois, Klaus retira o pulso da boca de Damon.
Klaus recuou dando um mini sorriso de lado olhando pra mim.
— De nada – ele mesmo disse.
O coração de Damon começou a bater um pouco mais rápido voltando a velocidade normal, a mordida em seu braço estava sumindo aos poucos. Suspiro aliviado vendo que ele estava ficando melhor.
Olho de volta pro original.
— Obrigada... – agradeço baixo.
— Vou deixar os pombinhos a sós.
Klaus se dirigiu a sair do quarto, deixando a porta ainda aberta.
— Klaus! – saio de trás de Damon e corro na direção que o híbrido foi.
Já tinha entendido tudo. Klaus ouviu a minha conversa com Damon, pelo menos a parte que eu dizia que o amava. Ele ficou com ciúmes por achar que eu realmente ainda amo o Damon. Chego na sala não encontrando ele, apenas Stefan e Elijah sentados no sofá.
— Vocês viram pra onde o Klaus foi?
— Ele acabou de sair – respondeu Stefan.
Vou na direção da porta em passos rápidos, assim que saio da casa, não encontro ele, porém seu carro ainda permanecia ali, significa que ele usou a velocidade vampira. Uso a minha velocidade pra vasculhar as ruas atrás desse híbrido irritado. Não demorei muito pra encontrar ele após sentir cheiro de sangue por perto.
Há alguns metros, vejo Klaus mordendo o pescoço de uma mulher loira. Ela não estava gritando, o que significa que Klaus a hipnotizou. Klaus derruba o corpo da mulher no chão, finalizando limpando os lábios ensanguentados. Como as ruas estavam vazias e estava de noite, foi fácil pra ele achar uma pressa.
— O gosto é melhor quando vem de uma loirinha.
— Preciso falar com você.
— Acho que a companhia do Damon é melhor que a minha – ele se virou começando a andar – Você disse muito claramente que o amava.
— Você ouviu tudo? – questionei seguindo-o.
— Não, só a parte que você dizia que não deixou de amá-lo nem por 1 minuto, nem por 1 segundo – ironizou ainda andando – Ele é a razão da sua vida!
— Você entendeu errado.
— Entendi?! – o mesmo se virou pra mim. Me aproximo dele parando em sua frente – Elena, eu ouvi ele dizendo daquela dança de vocês. Que vocês transaram, ele sentindo o calor da sua pele, o seu perfume... Isso me fez lembrar do dia em que você se entregou a mim pela primeira vez – seus olhos continham algumas lágrimas – Parece que tudo aquilo pra você não foi nada.
— Você entendeu errado, Klaus. Deixa eu te explicar.
— Não tem o que explicar. Você nunca deixou de amar o Damon. O que me faz ter razão que entre os Salvatore e eu, você sempre vai escolher eles.
— Klaus, não! Eu amo você de verdade. Eu menti pro Damon porque ele tava morrendo!
— E por que não me chamou pra curar ele?
— Porque ele não quis, ele disse que queria ficar comigo.
— É, porque ele te ama! Isso ficou bem claro!
Sua voz saia com raiva. Klaus virou o rosto pro lado, respirando fundo fechando os olhos. O original voltou a me olhar.
— Quando tudo isso terminasse, e eu matasse Marcel... Você voltaria pra Nova Orleans comigo? – fico em silêncio encarando ele.
— Eu não sei...
Klaus balançou a cabeça deixando seu olhar cair. Ele fechou os olhos e subiu a cabeça me olhando de volta.
— Você sabe que eu tenho que ir. Eu sou o rei, e um rei precisa voltar pro seu lar... Por mais que doa ter que deixar a rainha.
Agora eram os meus olhos que estavam marejados. Eu sabia que Klaus iria partir, mas eu não podia ir com ele, tenho medo da reação dos outros se eu dizer que tô apaixonada por ele. Eu não quero perder ele.
— Elena... Você se tornou a melhor parte de mim. Hoje quando Silas te sequestrou, eu senti como se uma parte de mim estivesse morrendo. Eu me sentia sufocado, fiquei com medo de te perder, e a única coisa que eu queria era esmagar o coração daquele infeliz por ele ter machucado você – sua voz saia firme, ele estava concentrado em suas palavras – Por você eu me ajoelhei diante de um inimigo, eu baixei a guarda. O que importa pra você, importa pra mim. Quando você tá feliz, eu quero te manter feliz, e o que te assusta, eu quero destruir! Você se tornou a luz da minha escuridão, me incentivou a ser uma pessoa melhor, o que é meio difícil pra mim – abro um sorriso de lado – Em todos esses mil anos, eu nunca senti algo assim como sinto por você. Você segurou minha mão, você acalmou minha raiva, você inspira o bem que há em mim por mais que pareça difícil... Elena... – ele deu um passo até mim. Seus olhos estavam brilhantes pelas lágrimas querendo descer – Você me ajudou a sentir uma coisa que pensei que nunca fosse possível... Amor incondicional.
Uma lágrima escorreu pelo rosto de Klaus. Minha situação não era muito diferente, eu também estava a ponto de chorar. Seus olhos fixados em mim me causavam paz, seu corpo agora ainda mais perto do meu, por um momento esqueci tudo a nossa volta e só me concentrei nele. Em nós.
— Você me encanta, você me alucina. Você é perfeita do jeito que você é. O seu perfume me deixa fascinado, seu corpo perfeito, você me traz a paz de que eu preciso... – ele fungou – Eu sei que fiz muitas coisas horríveis com você no passado, e me sinto péssimo por ter magoado uma pessoa tão incrível como você. Mas se eu não tivesse feito tudo que fiz... Eu não teria encontrado a minha luz com você. Eu te amo, Elena... Eu só quero que saiba.
Klaus suspira pesado ainda me olhando. Seus olhos ainda continuavam brilhantes por conta das lágrimas.
— Eu não lamento ter conhecido você – me pronunciei – Eu não lamento que ter conhecido você tenha me feito questionar tudo. E hoje quando o Silas me capturou, eu só conseguia pensar em você, em como eu queria estar nos braços, porque ali, eu me sinto protegida – Klaus me escutava em silêncio – Você tem feito coisas horríveis, tem feito todas as escolhas erradas. Você é impulsivo, mal, manipulador, egoísta, perverso, mas eu me apaixonei por você mesmo assim, porque eu vi um lado bom em você, um lado que você sempre tentou esconder. Então eu não lamento estar apaixonada por você!
O híbrido tocou minha bochecha e passou a acariciar com o polegar, abrindo um sorriso triste.
— Você é especial demais pra mim, Elena. Eu não te mereço. Por onde eu ando, só causo dor nas pessoas... E eu não quero isso pra você.
— Klaus, não... – digo com voz chorosa.
— Eu queria que viesse comigo, mas aqui é o seu lar. Eu quero que seja feliz com quem quiser... Mesmo que não seja comigo – o original ficou um tempo em silêncio – Eu te amo, Elena... Always and Forever.
Klaus se aproximou mais um pouco, juntando nossas testas, nós 2 ao mesmo tempo fechamos os olhos e Klaus selou nossos lábios em um beijo calmo. A mão dele que estava no meu rosto, desceu até minha cintura junto com a outra mão, levei minhas mãos até seu rosto. O beijo era calmo, era como um selinho demorado, continha tristeza e dor vindo de ambos. Era um beijo de despedida.
Finalizamos o beijo juntando nossas testas novamente, eu ainda estava de olhos fechados, abaixei minhas mãos e Klaus fez o mesmo com as suas na minha cintura. Nossos dedos se tocaram lá embaixo, abri os olhos percebendo que Klaus havia feito o mesmo.
Separamos nossas testas e Klaus deu um mini sorriso.
O Mikaelson se afastou passando por mim, me viro na direção que ele andou, porém já não encontro mais ele, o mesmo já havia sumido dali, provavelmente em sua velocidade vampira. Continuei ali parada na calçada sozinha, não tinha ninguém ali na rua além de mim, pelo menos assim ninguém me veria chorar. Meu rosto estava molhado pelas as lágrimas, e meu coração estava partido...
Ele se foi de vez.
Continued...
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