Capítulo 21 - Transformation
Capítulo 21 – Transformação.
Elena Gilbert
Klaus me guiou até um pântano bem afastado da cidade. As folhas das árvores se moviam com o vento, andando pelo lugar escuro, o único som ali eram dos galhos e das folhas secas no chão que pisávamos. Estava bem assustador, só nós dois ali, o lugar todo fechado, a ventania fria passando por nós me causando arrepios...
Isso me lembrou dos filmes de terror que Jeremy assistia. Eu odiava esse tipo de conteúdo, até hoje odeio, coisa que não mudou mesmo como vampira.
— Pode me dizer o que estamos fazendo aqui, afinal? – perguntei, ainda não entendendo o porquê de estarmos aqui.
Klaus andava na minha frente, respondeu sem me olhar:
— Você já vai saber. E espero que não se assuste.
Não me assustar? Eu já tô assustada no momento em que pisei nesse pântano.
Klaus parou perto de algumas árvores ao redor, parei também minha caminhada mantendo uma distância entre nós. Klaus se virou pra mim.
— Tá bem, agora é sério. Por que me trouxe aqui?
— Hoje é lua cheia e eu percebi que ninguém tinha me visto na minha forma como lobisomem – Klaus sorriu – E eu quero que você seja a primeira.
Espera... Ele quer se transformar na minha frente?
— O que? Por que? – perguntei estranhando sua ideia repentina.
— Você é minha namorada, e eu quero que conheça todas as minhas faces.
— Eu não sou sua namorada.
— Amante, então? – sorrio de lado negando com a cabeça lentamente. Na verdade, nem eu sabia o que nós éramos.
Klaus tinha se declarado pra mim e depois de parar de negar meus sentimentos, disse a ele que também sentia o mesmo. Embora eu possa não ter dito "eu te amo" como ele disse pra mim, eu sabia que sentia algo por ele mais do que raiva por tudo que ele me fez. Eu comecei a gostar da presença dele e queria ter mais momentos só eu e ele. Mas digamos que ele é meu namorado.
Eu troquei os irmãos Salvatore pelo Mikaelson que tanto me fez mal. É irônico.
— Tá bem, mas você sabe que mordida de lobisomem mata vampiro – digo olhando Klaus que no momento se aproximava de mim em passos lentos – E se você acabar me atacando, mesmo sem querer?
— Eu sei do risco que tô te colocando, porque eu nunca me transformei na frente de alguém. Mas se eu perder o controle e vier pra cima de você... Corra o máximo que puder pro mais longe.
Assenti confirmando seu pedido. Confesso que agora pensando melhor, eu estava curiosa pra saber como era a forma de Klaus em lobo.
Klaus segurou meu rosto com uma mão, aproximando mais pra selar nossos lábios em um beijo carinhoso. Confesso que estava preocupada com essa transformação do Klaus, ele mesmo disse que nunca tinha feito isso na frente de alguém, tinha medo do que podia acontecer e ele acabar perdendo o controle ou algo do tipo.
Distanciamos nossos lábios lentamente, abrindo os olhos na mesma velocidade. Encaramos um ao outro com pequenos sorrisos ladinos, como se com aquele sorriso, Klaus dissesse que ficaria tudo bem. O híbrido removeu seu casaco, entregando ele pra mim.
Klaus deu alguns passos pra trás, abaixou a cabeça por um instante e levantou logo em seguida deixando aparecer seus olhos amarelados de híbrido.
O mesmo se ajoelhou no chão após escutar o som de sua perna quebrando, Klaus apoiou suas mãos no chão, enquanto eu via alguns pelos negros crescendo em suas mãos.
Me pegando de surpresa, Klaus usou sua velocidade pra se esconder nas sombras atrás de várias árvores. Fico parada no mesmo lugar, assustada pelo que podia ter acontecido.
Não demorou muito pra ver algo vindo das sombras. Vejo olhos grandes amarelos aparecendo nas sombras, um lobo cinza foi saindo aos poucos. Observo o animal em silêncio, ele parou e somente ficou me encarando. Meu coração tava a mil de tão rápido de batia, mas percebendo quem era, me tranquilizou um pouco.
Era Klaus.
Uma pontada de medo surgiu em mim quando Klaus se aproximou devagar na minha direção. Dou alguns passos pra trás mantendo distância sempre que ele se aproximava. Assim como Klaus disse, se ele tentar me atacar, eu estaria pronta pra correr.
O lobo parou de andar, mantendo uma boa distância entre nós. Klaus, parecendo querer demonstrar que não me atacaria, se deitou no chão em cima das patas, uivando baixinho. Não contive em dar um pequeno sorriso.
Querendo correr mais perigoso, me aproximo do lobo ainda deitado na intenção de acariciá-lo. Queria demonstrar a Klaus que mesmo com ele estando assim, podendo me matar a qualquer momento, eu não tinha medo.
Chego perto o suficiente e me agacho um pouco, levo minha mão até sua cabeça, fazendo carinho em seu pelo macio. Ele tava me lembrando do Thor quando faço carinho nele, ele fica exatamente assim, quietinho. O que é estranho vindo do Klaus. Meu namorado pareceu ter gostado e fechou os olhos por alguns segundos.
Essa noite foi uma das mais loucas da minha vida.
Klaus Mikaelson
Acordo com uma luz incomodando meus olhos. Olho pros lados estando meio confuso por estar cercado de árvores e até canto de passarinhos no fundo. Lembro dos acontecimentos da noite anterior, fazendo eu entender porque eu estava aqui.
Eu estava me sentindo muito bem, mais revigorado. Noto que eu estava sem roupa alguma, afinal, isso é normal acontecer com lobisomens, chega a ser vergonhoso às vezes.
Olho prós lados tentando encontrar a pessoa que deveria estar aqui.
— Que bom que acordou belo adormecido – ouço a voz de Elena, fazendo eu dar um sorriso ao ver a mesma encostada numa árvore à minha frente – A noite foi longa.
— Com certeza foi – me levanto do chão duro que já tava me incomodando. Pego minha calça junto com a cueca e começo a me vestir – Pelo visto a gente não transou.
— Não. Mas foi muito melhor ver você de lobo.
— Você correu um risco muito grande ao tocar em mim. Eu podia ter te matado.
— Mas não matou... Dessa vez – levanto meu olhar pra ela, dando um sorriso debochado – Como tá se sentindo?
— Muito bem. Me sinto revigorado, mais jovem... – digo indo pegar minha camisa do chão.
Após colocá-la, Elena veio até mim estendendo meu casaco que entreguei a ela noite passada. Fiquei de costas pra duplicata pra que ela me ajudasse a colocá-lo, ajeitei ele em meu corpo, voltando a ficar de frente pra duplicata.
— A gente tem que voltar. Não posso ficar muito tempo fora. Lembra que o Silas tá por aqui.
— O Silas não teria a menor chance comigo de lobo.
— Mas ele conseguiu te fazer pensar que estava morrendo.
Fico em silêncio lembrando desse acontecimento. O infeliz enfiou a estaca do Carvalho Branco em mim e me fez acreditar que estava morrendo, quando na verdade, não passava de um controle mental dele. Se antes eu odiava ele, depois daquele dia passei a odiar mais. E mais ainda em saber que ele tá atrás da Elena, e sabe se lá o que ele pretende fazer com ela.
Elena Gilbert
Voltamos pra casa a tempo do almoço, graças a Deus consegui comer a comida sem sentir vontade do sangue humano. Após a refeição, Klaus se levantou da cadeira.
— Se me derem licença, eu tenho que pintar.
— Eu posso ver? – pergunto me virando pra ele, sorrindo travessa. Klaus me olha com a testa franzida.
— Você quer me ver pintar? – ele pergunta em meio a um sorriso.
— Se não se importar... Essa casa tem tantos quadros lindos feitos por você. Eu queria ver como você faz.
— Nem tenta, Elena – me viro pra Rebekah à minha frente – Nik dificilmente deixa alguém entrar no ateliê dele pra ver suas artes. Ele não vai deixar.
— Tá bom, Elena. Vamos – encaro Klaus sorridente.
— O quê?! – gritou Rebekah – Você nunca deixa ninguém entrar naquele lugar. Fica sempre nervosinho!
— Deixe ele, Rebekah. Nosso irmão está apaixonado, pelo menos ele não vai nos importar tanto – comentou Elijah, fazendo eu ficar envergonhada por mencionar que Klaus está apaixonado por mim.
— Fique quieto, Elijah. E respondendo você, Rebekah, eu só não gosto que mexam nos meus quadros. Mas a Elena é comportadinha, vou fazer exceção só por hoje. Vamos, querida? – perguntou me olhando.
Me retiro da mesa, passando a seguir Klaus até seu ateliê que é uma parte da casa que nunca fui, obviamente porque Klaus nunca deixava. Klaus desliza as portas pro lado, revelando sua sala de pintura. Era bem grande, parecido com seu escritório que eu já havia conhecido, havia uma tela não terminada equilibrada no cavalete, ao lado de um banquinho. Uma estante com vários potes de tintas de diversas cores. Vários quadros pintados por Klaus espalhados por toda a sala.
— Você disse que queria me ver pintar, então veja – Klaus se aproximou da tela inacabada – Comecei a pintar esse ontem.
— Vou ver seus outros quadros que não estão em exposição – digo enquanto ando até uma mesa com vários papéis em cima, a maioria desenhos sem coloração. Eu invejo esse talento.
— Se rasgar algum, eu te mato – dou uma risada, ainda de costas pra ele.
— Se me matar, não vai ter com quem dançar – o flashback da noite em que dançamos na sala veio a minha mente. Aquela foi nossa primeira dança, que terminou em pegação, mesmo não tendo sido a nossa primeira vez, foi a primeira vez que me entreguei porque quis. Que me entreguei por amor. Olhando seus desenhos na mesa, encontro um com o meu rosto – Olha, achei bem parecido – digo me virando pra ele, colocando na altura do meu rosto.
— Ah, droga! – ele vem até mim, levando o desenho.
— Eu achei uma graça, não precisa rasgar – o olhei, me encostando na mesa com as mãos segurando ela – Quando fez isso?
— Já faz um tempo. Depois da nossa briga quando eu disse que gostava de você. Eu vim pra cá, pintei e desenhei. Você acabou saindo em um desenho, enquanto eu pensava na nossa briga.
— Vou pegar pra mim. Afinal, sou eu.
— É só um desenho – revirou os olhos.
— Mas significou pra você, e pra mim também. E me sinto lisonjeada por ter sido uma inspiração pra você. E eu fiquei linda – sorrio alegre.
— Você é linda, Elena. Você é inteligente, carinhosa, gentil... – ele começou a se aproximar – Sem falar que é muito gostosa – sorriu com malícia.
Chegando perto de mim, Klaus olhou na direção do meu cabelo, afastando uma mecha que cobria meu pescoço e ombro. Seus dedos deslizaram até meu queixo, acariciando suavemente. Foi então que entendi o que ele queria.
— Você não me trouxe aqui só pra eu te ver pintando, né? – Klaus voltou a me olhar nos olhos, ainda mantendo seu sorriso malicioso.
— Nunca confie em Klaus Mikaelson.
Klaus avançou ligeiramente nos meus lábios, segurando meu rosto no processo. O ato repetindo dele me fez ir um pouco pra trás na mesa, porém retribui na mesma intensidade envolvendo meus braços em seu pescoço. Sua língua dominava a minha como sempre fez, Klaus sempre gostou de estar no comando.
O híbrido beijou minha bochecha, descendo pro meu pescoço, seus beijos eram rápidos, me senti ficando excitada só com aquilo. Tombei a cabeça pra trás, segurando a nuca dele pra lhe dar mais acesso a minha pele. As mãos dele foram parar debaixo da minha blusa, na intenção de tirá-la.
— Klaus, peraí... – digo tentando pará-lo – A gente não pode fazer isso aqui.
Por mais que eu estivesse louca pra transar com ele, não faria isso em seu ateliê, ainda mais em plena luz do dia. Tinha medo de alguém escutar. Klaus subiu o rosto pra me olhar.
— Eu tô te desejando desde ontem. Agora eu preciso sentir você – sua voz saiu num sussurro, bem próximo dos meus lábios.
— Mas e se os seus irmãos escutarem?
— Deixa que eles escutem. Assim eles sabem que você é minha.
Continued...
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