Capítulo 18 - When I Met You

Capítulo 18 – Quando Te Conheci.

Elena Gilbert

Eu ainda tava tentando raciocinar tudo o que houve.

Silas está em Nova Orleans atrás de mim.

Klaus disse que me ama.

E pra completar, Klaus revelou que supostamente nos conhecemos bem antes do que imagino.

Era muita coisa num só dia. Parecia que jogaram uma bomba de realidade em mim.

Depois de limpar o sangue do alicate que usei pra tentar tirar a ataca de Klaus, voltei a sala, encontrando o híbrido original já de camisa. Ao ouvir meus passos, ele se virou pra mim.

Agora eu teria as respostas que merecia.

— Como tá a sua ferida?

— Já cicatrizou. E obrigado mais uma vez – olhei o híbrido sem responder nada, pois ainda estava chateada pelo que ele fez. O original abaixou a cabeça – Acho que você deve estar tendo um monte de perguntas. E o mínimo que posso fazer é respondê-las.

— Que bom que concorda – respondi com a voz firme. O híbrido voltou a me olhar – Pra começar... Por que disse que nos conhecemos em 2008?

— Porque é a verdade. A primeira vez que eu te vi foi na rua em Mystic Falls. Você estava sozinha falando ao telefone quando eu me aproximei. Eu me lembro como se tivesse sido ontem...

*Flashback on*

Era uma noite fria e escura, as luzes dos postes eram o que dava um pouco de iluminação ao ambiente, junto com o brilho azulado da lua cheia. Não tinha muita gente naquela rua, estava deserta. Uma garota morena de cabelo liso, vestindo uma calça jeans azul escura, blusa roxa de manga curta, falava ao telefone com o namorado. Seu nome... Era Elena Gilbert.

A jovem adolescente se encontrava sozinha ali, sua voz falando ao telefone era o único som ouvido naquele local isolado. Tinha acabado de sair da casa de sua amiga Bonnie e estava a caminho de casa, como era perto dali, a garota decidiu ir a pé por mais que fosse tarde da noite. Uma hora perigosa pra pessoas andarem pelas ruas.

Um vulto se desenhou na escuridão. Klaus Mikaelson, a figura misteriosa que havia retornado à cidade, surgiu das sombras. Ele estava vestindo em tons escuros, uma camisa de botões vermelha, calça social preta e um casaco preto que era um pouco maior que os comuns, parecia um paletó.

No entanto, Elena não havia percebido a presença do vampiro ainda. A duplicata encerrou a ligação, abaixando o celular de forma um pouco bruta. Ela estava um pouco chateada com o namorado, Matt.

Klaus deu um sorriso diabólico ao ver a jovem Elena se aproximando. Ele estava ali por ela, pra finalmente conhecer a duplicata que quebraria sua maldição, a duplicata que lhe faria um híbrido.

Por mais que estivesse ansioso pra começar o ritual, sabia que tinha que esperar mais um pouco, se não a noite iria terminar com ele cravando suas presas no pescoço dela antes da hora.

Ele precisava conhecê-la. Saber como era essa duplicata.

Aí está você! – a voz de Niklaus fez Elena erguer o olhar pra ele. O mesmo estava parado há alguns metros à sua frente, com as mãos juntas na frente do corpo de forma social – Estive te procurando por muito tempo. Você é linda.

Elena franziu a testa levemente olhando pra trás, pensando se o homem à sua frente estava falando com outra pessoa, mas não havia ninguém ali além deles, então claramente era com ela. Ela voltou a olhar pra frente, encarando o homem de novo.

O estranho ainda a observava com um pequeno sorriso de canto, como se estivesse completamente hipnotizado. E talvez estivesse. Elena era muito bonita, ele não podia negar. O próprio já havia dito isso.

Ela abriu a boca incerta do que dizer, quase gaguejou quando finalmente falou algo.

Acho que me confundiu com alguém... – respondeu quase num sussurro.

Klaus continuou parado ali a olhando com curiosidade. Não havia descoberto muito sobre ela, apenas onde morava e seus familiares. Ele queria conhecê-la melhor, ela seria a chave principal pra sua maldição ser quebrada.

Klaus gostava de brincar com suas presas antes de atacá-las. Fez o mesmo com Katherine no ano de 1492 se fingindo de bom e um homem nobre. Seu plano teria ido mais além, se ela não tivesse descoberto que Niklaus iria matá-la no sacrifício e a duplicata decidiu fugir. Isso irritou muito Niklaus. Como punição, ele massacrou a família de Katherine e a vampira de mais de 500 anos está sendo perseguida pelo original até hoje.

A natureza lhe deu uma nova oportunidade trazendo outra duplicata, ele não podia perdê-la. Não podia perder essa chance.

Só o sangue de uma duplicata Petrova pode quebrar a maldição.

— Perdão – Klaus falou depois de um breve silêncio deixado no ar, abrindo um sorriso mais aberto nos lábios – Está certa. A cidade parece diferente durante a noite, posso dizer o mesmo das pessoas.

Não era uma mentira. Mesmo com a aparência idêntica às das duplicatas que conheceu, Elena não era nem um pouco parecida com elas.

Aqui é Mystic Falls, as coisas são sempre estranhas por aqui – deu de ombros, tentando manter um assunto que pudesse escapar rápido.

Estava falando com um estranho no meio da rua, passando das 22 horas, claramente ela estava assustada. Tampouco queria provocar o estranho.

Você não deveria estar sozinha a essa hora da noite. É perigoso pra uma moça estar sozinha no meio da noite aqui.

Os olhos de ambos brilhavam com a luz refletida da lua cheia.

Eu posso cuidar de mim mesma, obrigada – tentou não parecer grossa – E também você está aqui. Sozinho. No meio da noite. No meio do nada. É bem... Assustador.

— Não tô mais tão sozinho. Não concorda? – seu sotaque britânico continha um pouco de ironia.

Klaus observava a duplicata com ternura, tinha algo nela que o intrigava, ela era tão igual as outras duplicatas, mas também tão diferente. Não sabendo porquê, seu coração começou a bater um pouco mais rápido quando ela deu um pequeno sorriso de canto.

— Posso saber com quem tava falando ao telefone? Perguntar não ofende – Klaus ergueu as mãos.

Elena suspirou desfazendo o pequeno sorriso dos lábios.

Com meu namorado. A gente acabou brigando...

— Sobre o quê? – perguntou ele mais uma vez interessado.

— Vida. Futuro... Ele praticamente já decidiu tudo pra a gente.

E você não quer?

— Eu não sei o que eu quero. Começamos a namorar há pouco tempo, não sei se tô pronta pra tudo isso sua voz saiu baixa.

Que belo assunto pra se falar com um estranho no meio do nada, não é?

Talvez esteja algum dia... A propósito... Meu nome é Klaus – o vampiro sorriu malicioso.

— Sou Elena.

— Então, Elena... Acho melhor você voltar pra sua casa. Seus pais devem estar preocupados.

— Tem razão. Não posso ficar fora de casa por muito tempo. Minha mãe me mataria se soubesse que saí escondida – Elena riu baixo – Mas foi por uma boa causa.

A risada da duplicata fez o original rir também, deixando um sorriso nos lábios ao parar. Ele a olhava com ternura, depois de muitos séculos, Klaus tinha rido verdadeiramente. Ele observava a morena hipnotizado por sua beleza. Seu coração ainda batia de forma acelerada, a última vez que isso aconteceu foi com Tatia, a primeira duplicata que conheceu e o seu primeiro amor. Já faz muitos séculos que não se sentia assim.

Elena era a cópia perfeita das duas duplicatas. Tinha a beleza extraordinária de Katherine, e a bondade de Tatia.

Niklaus franziu a testa levemente olhando pro lado.

— Você é diferente das outras – o homem murmurou voltando seu olhar pra duplicata.

Elena franziu a testa, confusa.

— Diferente das... Outras?

— Das outras duplicatas. Tatia e Katerina. Uma vadia psicótica que estou perseguindo há mais de 500 anos... Essa aí você não gostaria de conhecer. Você é mais especial, tem algo em você que me intriga, é como se estivéssemos ligados. É mais bonita pessoalmente do que em fotos.

— Eu não tô te entendendo...

— Você vai entender um dia, mas não agora... As pessoas não podem saber que eu estive aqui.

Klaus se aproximou da garota, que permaneceu no mesmo lugar, imóvel. Elena sentiu um certo medo com a aproximação dele, porém não fez nada pra sair.

— Eu adoraria que você não precisasse esquecer... Mas precisa. Vamos voltar a nos ver de novo, Elena. Eu prometo.

As pupilas de Klaus se dilataram, ele estava olhando bem no fundo dos olhos castanhos da morena. Após hipnotizá-la, Elena fechou os olhos e ao abrir, não havia mais ninguém à sua frente. A morena olhou confusa pros lados, tentando se lembrar de algo, forçando a mente. A última coisa que lembrou, foi de ter saído da casa da Bonnie e estava falando com Matt ao telefone.

Mesmo estando confusa, a garota voltou a andar em direção a sua casa, saindo do meio da escuridão, sem se lembrar do estranho que conheceu. Mas Klaus sabia que eles iriam se reencontrar. Ela era a peça chave pra sua maldição.

*Flashback off*

— Você estava belíssima naquela noite. Me encantei por você no primeiro momento em que te vi. Era tão parecida com a Katerina... Mas também tão diferente. Você é a junção delas. Tem a beleza e o estilo da Katerina, mas a bondade e carisma da Tatia – Klaus continuou.

Apesar dele ter me contado um pouco da história da noite em que nos conhecemos, tinha uma coisa que eu ainda não entendia.

— Quando eu virei vampira, eu me lembrei de tudo que o Damon me forçou a esquecer. Se você me hipnotizou pra esquecer isso... Por que eu não me lembro?

— Eu sou um original, Elena. Sou muito mais poderoso que um vampiro comum.

As palavras pareceram desaparecer. Eu não sabia mais o que dizer ou perguntar, eu estava paralisada. Meu cérebro parecia ter dado um bug. Quando eu descobri que conheci o Damon antes do Stefan, foi como se tivessem jogado uma bomba em mim, eu me sentia confusa, perdida, me perguntando o porquê dele ter me feito esquecer.

Agora descobrir que eu conheci o Klaus muito antes dos Salvatore... É como se eu tivesse sido enganada todo esse tempo.

— Retornei a Mystic Falls quando estava tudo pronto pro sacrifício. Me passei pelo Ric pra me aproximar de você, e quando eu te vi... Foi como se todo aquele sentimento tivesse voltado – o híbrido continuou – Tentei te esquecer de várias formas possíveis. Meu objetivo principal sempre foi te usar pra quebrar a maldição... E quando você passou a morar aqui, tudo que eu sentia estava voltando de novo. Tentar te esquecer foi uma das tarefas mais difíceis que me propus a fazer.

— Então... Quando você me usou no sacrifício... Você já gostava de mim? – falei pela primeira vez após aquele silêncio.

Klaus demorou um pouco pra responder.

— Sim...

A raiva me dominou. O cara que diz me amar, teve a coragem de me matar pra quebrar sua estúpida maldição, drenou quase todo meu sangue pra criar seus híbridos e matou a Jenna pra fazer o ritual. Sem mencionar as outras mortes de pessoas queridas pra mim que Klaus matou.

Isso que é amor pra ele?

Tento dar um tapa na cara de Klaus, porém o híbrido conseguiu segurar meu braço a tempo. Klaus puxou meu braço, levando meu corpo junto, fazendo meu corpo bater contra seu peito.

A aproximação repentina me deixou paralisada. Klaus me olhava com seriedade.

Seu olhar atento em mim me deixou nervosa.

— Sei que você me odeia, e eu mereço todo o seu ódio. E eu só consegui admitir que te amo, porque só agora eu parei de fugir dos meus sentimentos por você. E por te amar... Não posso ser egoísta com você.

Suas palavras me lembraram o Damon. Ele também tinha dito algo assim quando disse que me amava.

Às vezes acho que Damon é a cria do Klaus.

— Não tô pedindo pra que você esqueça o que te fiz, porque eu também nunca vou poder esquecer o quanto te machuquei. Só peço que me perdoe... E se eu menti sobre as ligações do Damon, foi porque eu não queria te perder. Porque talvez no fundo... Eu já sabia que tava apaixonado por você.

Fiquei em silêncio com suas palavras, meus olhos percorreram toda a face de Klaus, naquele momento eu só queria fugir, me trancar em um lugar e não sair mais.

Klaus soltou meu braço aos poucos sem deixar de encarar meus olhos. Sua expressão ainda se mantinha séria, algumas lágrimas eram visíveis em seus olhos, uma delas escorreu pela bochecha dele, mostrando claramente a tristeza e o vazio em seu rosto. Ele não era o único que queria chorar.

— Me perdoe, Elena... Eu sinto muito por ter te magoado tanto. Sei que você nunca será capaz de me amar... E de fato, eu não mereço o amor de ninguém depois das coisas horríveis que fiz. Eu sou um monstro, eu sei. Mas eu quero que saiba... Que Klaus Mikaelson nunca se dá por vencido. O Stefan pode ter sido seu primeiro amor, e eu pretendo ser o último... Demore o tempo que demorar.

Eu tava tentando ao máximo controlar meu choro. Suas palavras me emocionaram, eu estava paralisada esperando mais alguma ação dele, no entanto, Klaus apenas saiu da minha frente com um olhar triste. Ouço seus passos se distanciando, significando que agora eu estava sozinha.

Continuei ali parada na sala que nem boba. Minha respiração estava ofegante. Uma lágrima escorreu pela minha bochecha, meus sentimentos estavam todos confusos.

Pela primeira vez, Klaus Mikaelson me deixou sem palavras. E acho que essa foi a primeira vez que senti ele ser sincero em suas palavras.

Por mais que suas palavras tenham me comovido, não posso me deixar ser levada pelo momento. Eu tenho que pensar muito bem no que vou fazer. Não posso encher o Klaus de esperança, se eu não for sincera comigo mesma sobre meus sentimentos.

Mas talvez a escolha talvez não seja tão difícil.

Se lembrarmos de tudo que Klaus fez, é um ponto pra eu não querer ele na minha vida. Só que ultimamente eu não tenho visto ele como uma ameaça.

O que me deixa frustrada por estar tão confusa.

Continued...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top