Capítulo 17 - Because I Love You

Capítulo 17 – Porque Eu Te Amo.

Klaus Mikaelson

Voltei pra casa andando de mau jeito por conta da dor, sentindo o pedaço da estaca ainda dentro de mim. Sabendo que não teria condições de subir a escada pra ir ao meu quarto, me joguei no sofá da sala. Eu estava suando, a dor parecia ficar cada vez mais forte, minha respiração era ofegante, e a única coisa que eu conseguia pensar, era fazer o Silas pagar.

A casa estava silenciosa, não sabia onde meus irmãos estavam e nem Elena.

Com dificuldade por conta do meu ferimento, tirei meu casaco junto com a camisa, pra poder ver como estava o estrago.

Caminho com dificuldade até o espelho da sala, me viro um pouco pra olhar minhas costas e o estado era grave. Bufo de frustração enquanto olhava pro ferimento. Tento tirar o pedaço de mim usando minha mão, mas eu nem conseguia alcançar direito. Fora que parecia estar muito profundo, e a dor insuportável.

Eu precisava de ajuda.

— ELENA! – chamo pela duplicata olhando na direção da escada, pois provavelmente ela estava em seu quarto. Gritei o mais alto que pude, me sentindo cada vez mais fraco, no momento, qualquer pessoa que aparecesse agora seria de grande ajuda.

Me sentei na mesinha que ficava em frente ao sofá, meu peito subia e descia rapidamente, parecendo que eu tinha corrido uma maratona.

Demorou um pouco pra eu escutar passos vindo da escada. Olho na direção dos degraus e vejo a duplicata descendo. Elena me olha com indiferença, parecendo chateada.

— O que você quer?

— Preciso de ajuda... – minha voz saiu quase inaudível.

— Com o quê?

— Silas... Me acertou com a estaca do Carvalho Branco... Ainda tem um pedaço aqui preso dentro de mim – respirei fundo.

— Silas tá aqui em Nova Orleans? – perguntou assustada. Afirmei mexendo a cabeça – Por que ele te atacaria?

— Ele queria que eu dissesse onde você tava... Mas não disse. E eu também não tava em posição de fazer muitas perguntas. Basta dizer que eu tô ferido! Por isso eu te chamei... – Elena soltou uma risada sarcástica – Por favor, linda... Me ajuda.

— Por que eu deveria te ajudar? Depois do que você fez comigo.

Sua voz expressava raiva, assim como seu rosto que estava sério. Notei isso assim que a vi, quando sua voz saiu com uma melancolia diferente de como ela sempre soava. Ela tava brava com alguma coisa.

— Por que tá falando assim?

— Porque eu já sei de tudo, Klaus. Já sei das ligações do Damon. Ligações essas que você nunca me disse – fiz uma expressão surpresa.

— Como soube?

— Eu liguei pro Damon pra saber como ele tava. E ele disse das ligações, que você nunca permitia que ele falasse comigo e até o ignorava – ela ficou em silêncio – Por quê, Klaus? Por que fez isso sabendo o quanto eu queria falar com ele?!

Eu sabia que uma hora ou outra ela ia acabar descobrindo, mas achei que fosse antes de termos dormido juntos, onde eu praticamente me declarei pra ela.

Sua raiva não era pra menos. Se Elena me odiava antes, agora vai me odiar bem mais, e com razão.

— Olha só... Eu não tô no meu melhor momento pra responder isso. Você pode brigar comigo, me xingar o quanto quiser... Mas antes por favor, me ajuda.

— Vou fazer a pergunta de novo... Por que eu deveria te ajudar?

— Porque se eu morrer... Você, e todos os seus amigos morrem comigo – digo fazendo-a lembrar que seus amigos e ela mesma faziam parte da minha linhagem de vampiros. Onde se o original morrer, os outros que foram criados depois dele, morrem também. Meu irmão Finn foi o exemplo.

Elena se aproximou de mim, ainda me olhando com raiva. A mesma parou de frente pra mim.

— O que quer que eu faça?

— É muito simples... Eu preciso que tire a estaca de mim.

Elena suspirou fechando os olhos, olhou pra mim novamente e assentiu concordando em silêncio.

***

Já estávamos nisso há um tempo. Elena estava segurando um alicate pra tentar puxar a estaca de mim, a cada tentativa da morena de encontrar a estaca, era eu gritando de dor. Cada vez mais eu sentia as farpas indo pro meu coração.

— Quer saber? – ouço Elena dizer. Sinto a mesma tirando o alicate de mim com força, fazendo eu gritar novamente – Eu não deveria sentir pena de você depois do que fez comigo. Eu confiei em você, Klaus, achei que por um momento você tinha mudado, mas você mentiu pra mim!

Me virei pra ela no momento que a mesma começou a soltar as palavras, enfurecida. Eu tava fraco demais até pra tentar me defender.

— Eu fiz o melhor que eu pude! Minha missão era deixar você em segurança pro Silas não te encontrar!

— E precisava me esconder até do Damon e do Stefan?

— E você iria voltar pros seus precisos Salvatore, e esquecer de que estivemos juntos, não é?! – minha voz carregava muitas emoções, entre elas, medo.

— Eu estive com você uma vez porque eu queria, as outras duas você me forçou!

Solto um suspiro forte, dando um passo na direção dela, nossos rostos estavam bem próximos agora.

— Quando alguém atrapalha meu caminho, a única coisa que faço é acabar com essa pedra no sapato. Porque eu sei que entre mim e os Salvatore, você sempre vai escolher eles. Eu nunca seria sua primeira opção.

Minhas próprias palavras me magoaram, pois sabia que eram verdadeiras. Stefan sempre foi um cara certinho, apesar de ter sido conhecido por um tempo como Estripador, sua humanidade sempre voltava junto com seu controle com o sangue. Damon era muito parecido comigo em alguns aspectos, nós éramos do tipo que queimaríamos o mundo pra salvar a pessoa que amamos sem nos importar, algo diferente do que Stefan faria, talvez. Damon era quase a versão mais nova de mim, embora nós também tenhamos várias diferenças.

Elena abriu a boca pra falar, mas sua expressão se tornou séria de novo. No momento, eu nem tava mais me importando com a dor.

— É claro que você nunca seria minha primeira opção. Depois de tudo que você me fez... Não tem como eu te escolher, Klaus. Acha que posso esquecer que você matou a Jenna?!

— Não, não, eu nunca pedi pra você esquecer porque eu também nunca vou poder! – digo aumentando meu tom de voz.

— Não finja que se importa comigo! – falou pausadamente.

— Eu me importo! Eu me importo muito.

— Olha só, eu tenho tentado ver algo bom em você desde que cheguei aqui. Eu queria ser sua amiga pra a gente ficar na paz, mas você nunca mereceu minha amizade, nunca tentou fazer nada por mim! Por que você faz isso, Klaus?! Por que mentiu pra mim sobre as ligações do Damon?!

Permaneci em silêncio, respirando ofegante enquanto olhava a duplicata que esperava uma resposta minha.

— POR QUE, NIKLAUS?!

PORQUE EU TE AMO, ELENA! – gritei exaltado – E EU AMO DESDE O PRIMEIRO MOMENTO QUE PUS MEUS OLHOS EM VOCÊ!

A vampira pareceu surpresa com minhas palavras, admito que até eu estava por finalmente admitir pra ela, me sentia aliviado. Estava guardando isso há muito tempo.

— Quem ama não faz o que você faz... – sua voz saiu mais calma, porém seu olhar ainda era intenso de raiva.

— Esse é o meu jeito de demonstrar amor. Nunca gostei de alguém como gosto de você. Você mexe comigo de uma maneira que nenhuma outra mulher mexeu. Você não tem só um rostinho bonito, Elena... Tem tudo que um homem quer numa mulher. E eu sabia qual seria a sua escolha entre mim e os Salvatore... Eu queria tirar eles do meu caminho pra ficar só com você, apesar de que tentei te esquecer dormindo com outras mulheres, mas nunca consegui. E isso acontece desde 2008...

Elena franze a testa, confusa com minha última fala que saiu em um sussurro. Mantive minha expressão neutra encarando a duplicata.

— Como assim 2008? Do que tá falando?

— Não importa... Não faria diferença nenhuma. Você me odeia.

A vampira ficou em silêncio apenas me olhando. Piscou os olhos rapidamente, fazendo uma expressão séria.

— É, tem razão. Não faria diferença. Eu nunca poderia amar um monstro como você, e é claro que eu sempre iria escolher o Damon ou o Stefan. Eles são de longe muito melhores do que você, apesar das coisas horríveis que fizeram. Eu sinto muito por você, Niklaus – Elena lançou um olhar de desgosto pra mim antes de se virar.

Eu já tava sentindo minha raiva voltar junto com a dor por conta da estaca. Antes que ela pudesse sair, apareço de novo em sua frente usando minha velocidade.

— Não me dê as costas até eu terminar de falar!

— Eu devia ter te dado as costas há séculos!

Seu grito me fez sentir alguma coisa. A dor causada pela estaca do Carvalho havia sumido. Minha mente pareceu limpa, o grito de Elena me fez lembrar do dia em que a conheci.

— Sumiu... – murmurei baixo.

— O que?

— A dor – apontei pras minhas costas – A dor passou... – fechei os olhos por uns instantes ao me tocar do que aconteceu – Droga! Nunca esteve aí. O maldito esteve na minha cabeça. Silas... Entrou na minha cabeça – soltei um suspiro aliviado. Segurei as mãos de Elena, o que fez a vampira se surpreender – Você tirou minha mente dele. Você me trouxe de volta, Elena. Obrigado...

Elena me olhou por alguns segundos, antes de tirar suas mãos das minhas e se virar de costas pra mim. A mesma voltou a me encarar, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Ela estava tensa.

— De todo mundo, se o Silas consegue fazer você, o híbrido original, pensar que está morrendo... O que ele pode fazer comigo?

O silêncio se instalou no ar, ambos se perguntando mentalmente o que de fato Silas queria com Elena. Notei o medo em sua voz ao dizer aquilo, e ela não era a única.

Eu sabia que agora que Elena sabe que nos conhecemos antes, ela me encheria de perguntas. Acho que nada mais justo do que respondê-las.

Continued...

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