Capítulo 14 - Conversation On The Balcony
Capítulo 14 – Conversa Na Varanda.
Elena Gilbert
O dia passou rápido. A noite passada nem foi tão ruim. Consegui dormir de boa mesmo no escuro e ouvindo o som da chuva lá fora. Claro que só consegui dormir abraçada no Jonas, mas era o único jeito.
Eu com certeza não ia dormir com o Klaus, né?
E falando no Klaus, não vi ele o dia todo. Saiu de casa depois do café, nem voltando pro almoço, o que me fez estranhar.
Me peguei pensando no que ele estaria fazendo nesse tempo fora.
Quando o dia escureceu, soube pela empregada que Klaus já havia voltado e que estava em seu quarto. Fiquei curiosa pra saber o que ele estaria fazendo agora. Saí do meu quarto, indo em direção ao quarto do sujeito.
Ao chegar, nem me dei o trabalho de bater. Abri a porta lentamente, botando minha cabeça pra dentro do quarto tentando encontrar o híbrido, mas nenhum sinal dele.
Notei que as portas da varanda estavam abertas devido às cortinas estarem balançando com o vento. Me aproximei da varanda e, afastando a cortina, encontrei ele encarando a vista da noite, com as mãos apoiadas na grade. O que mais me surpreendeu, foi notar um cigarro entre os dedos.
Nunca imaginei que o híbrido original fosse do tipo de fuma.
— Vai ficar aí me olhando como se eu não percebesse que tá aí? – Klaus disse ainda encarando a vista. Sua voz me fez sair dos meus pensamentos.
— Desculpe.
Klaus me olhou com uma expressão séria.
— O que tá fazendo aqui? Quem deixou você entrar?
— Procurando por você. E ninguém, entrei sem bater – respondi suas perguntas sorrindo com a última. Klaus bufou.
— Quê que cê' quer? – perguntou voltando a olhar a vista.
— Eu soube que você tinha voltado, e eu queria saber... Como você tá.
— Tô ótimo – disse rude.
Um silêncio se instalou entre nós, Klaus levou o cigarro até os lábios e depois vejo a fumaça saindo de sua boca.
— Não sabia que você fumava.
— Sim, Elena, eu fumo. Tá brava porque eu não te convidei?
— Eu não fumo, obrigada. E acho que você também não deveria, se não quiser matar os únicos neurônios que te restam – provoquei, mas por um momento me arrependi quando Klaus virou o rosto pra mim.
Observo Klaus levando o cigarro até a boca novamente, enquanto me olhava. Notei o quanto ele fica sexy fumando. Tô ficando louca por pensar isso, porém não deixa de ser verdade.
Tento afastar esse pensamento, piscando várias vezes os olhos.
— Eu pensei que você não fosse o tipo de vampiro que fumava – falei depois de um tempo em silêncio. Klaus sorriu de lado.
— Eu sou muitas coisas, amor. Claramente ser bonzinho não está na minha lista.
Balanço a cabeça concordando enquanto passava a olhar pra vista noturna. Se tinha uma coisa que todos concordavam, era que ver o Klaus sendo bonzinho é uma missão bem difícil. Outro silêncio se instalou no ar. O vento batendo no meu cabelo, bagunçado um pouco ele, a luz da lua cheia iluminando o local, juntamente com o céu estralado. Era um momento bonito.
E a companhia mais imprevisível de todas.
— Hoje é lua cheia – minha voz atraiu o olhar de Klaus pra mim – Você poderia se transformar em lobisomem e ir atrás do Marcel pra matá-lo. Mordida de lobisomem mata vampiro se ele não beber o seu sangue.
— Eu pretendo matar Marcel de outro jeito. Mas agradeço pela dica.
Klaus voltou a encarar a visão noturna, deu uma última tragada no cigarro antes de apagá-lo na parede ao seu lado, depois o jogou do parapeito. Sua mandíbula estava rígida, parecendo lutar contra algo dentro de si. O clima entre nós estava tenso.
— Klaus... – dou um passo pra me aproximar dele, porém não termino minha fala quando ouço a porta do quarto se abrindo.
Ambos viramos nossa atenção pro quarto e avisto a figura de um buldogue preto lindo passar pelas portas da varanda. O cão, com a língua pra fora e o rabo abanando, correu até Klaus e ficou pulando perto dele, esperando carinho.
— Oi, Thor. Como entrou aqui, garotão? – Klaus se abaixou pra poder acariciar o cachorro.
— Eu não sabia que você tinha um cachorro – disse sorrindo vendo ele acariciar o animal.
— Você nunca me perguntou. Ele fica na área de trás da casa onde tem o quintal, e às vezes entra no meu quarto.
Nunca imaginei ver Klaus Mikaelson sendo afetuoso com um animal. O cachorro parece gostar bastante dele também.
— Ele é muito bonito. Ei, garotão. Vem cá, vem! – chamo ele me agachando pra ficar em sua altura.
O cachorro chamado Thor olha pra mim, virando a cabeça pro lado antes de se aproximar devagar. Ele cheirou meu rosto e começou a me lamber, percebendo que ele gostou de mim. Me sentei em cima dos meus tornozelos pra poder brincar com ele melhor.
Enquanto sorria por estar acariciando o cachorro, meu olhar subiu pra Klaus que já estava de pé, o híbrido olhava tudo com a expressão confusa.
— Que foi?
— O Thor. Ele costuma estranhar pessoas que nunca viu. Nem com Elijah e Rebekah ele se dá bem, apenas comigo.
— Talvez seja porque não é fácil resistir a mim – brinquei acariciando o pescoço do cachorro.
Klaus me encarou dando um leve sorriso ladino. Seus olhos fixos em mim e por um momento, o tempo pareceu parar. Os momentos da noite passada vieram à tona de novo. Desvio o olhar dele pra tentar esquecer, e olho Thor com um sorriso.
— E aí, menino? Como é ter um pai feio e mal humorado cuidando de você?
— Eu tô ouvindo, sabia? – pronunciou Klaus parecendo ofendido.
— É pra ouvir mesmo.
Observo Klaus entrando no quarto depois de soltar uma breve risada com meu comentário. Dei uma risada também antes de me levantar pra segui-lo. Encontro ele sentado na cama e me sento ao seu lado. Thor pula na cama, se deitando atrás de nós.
— Ele é muito bonito – digo me referindo ao cachorro.
— Que nem o pai – Klaus disse convencido.
— Ah, coitado do cachorro, então – falei na brincadeira.
Enquanto eu olhava pra Thor atrás de nós, senti os dedos de Klaus deslizando pelo meu cabelo. Virei meu rosto pra ele confusa, seus dedos passaram pela minha bochecha de forma carinhosa, descendo até meu queixo. Seu toque me causou um leve arrepio.
Senti o toque carinhoso dele, fechei os olhos por um instante pra aproveitar aquilo. Ao abrir os olhos, vi Klaus olhar fixamente pros meus lábios. O mundo ao redor desapareceu e ambos nos inclinamos lentamente na direção um do outro, porém Thor pulou entre nossos rostos, sua língua grande encostando na minha boca.
Fiz expressão de nojo enquanto Klaus chamava atenção dele.
— Thor! – tentou empurrar o cão pra fora – Saí!
Dei uma risada pela cara irritada que Klaus ficou por Thor ter estragado nosso beijo. O que teria acontecido se ninguém tivesse atrapalhado.
Me ajeitei na cama, ainda rindo um pouco pela situação, mas a expressão de Klaus se tornou séria.
— Posso saber onde você foi? – me pronunciei. Klaus virou o rosto pra frente.
— Saí pra dar uma volta. Esfriar a cabeça, esquecer dos meus problemas... E do sonho que tive – ele tombou a cabeça um pouco pra trás.
— Que sonho? Pode me contar?
— Um sonho bobo com uma garota. Na verdade... Foi um sonho muito bom.
Senti a tristeza invadir meu peito por lembrar daquela loira na festa do Marcel onde ela estava beijando Klaus. Festa essa que acabou em desastre pra mim. Com certeza era dela que ele falava.
— É daquela garota, não é? – minha voz saiu em uma mistura de dor e frustração por lembrar da cena do beijo.
— Que?
Questionou ele me olhando com a testa levemente franzida.
— Da garota loira na festa do Marcel, toda cheia de gracinha pra cima de você. Acha que eu não vi o beijo que ela te deu?
Klaus ficou em silêncio, me observando com um olhar calmo, minha raiva se transformando em um possível ciúmes. Talvez seja isso mesmo que eu senti quando vi eles se beijando na festa, embora só tenha notado agora. Klaus pode até me zoar agora por estar com ciúmes dele, e de fato estava, mas não tinha como eu esconder isso pra sempre.
Aquele ciúmes, não conseguia entender de onde vinha. Me peguei incrédula por sentir ciúmes do Klaus, quando na verdade eu deveria odiá-lo.
Klaus continuou me observando em silêncio, com a expressão neutra. Ele abaixou a cabeça e sussurrou:
— Camille não é minha namorada... – franzi a testa em confusão – Nós apenas temos um caso... Não é nada sério. Nunca namorei com ela.
Olhei pra ele sem entender.
— Eu adoro a Camille, ela é uma amiga. Chega a ser irritante e chata, mas não é uma pessoa má. Transformei ela há quase 3 meses, mas tudo que rola entre nós nunca foi nada sério, não ao ponto de eu dizer que a amo. Então se ela era o problema... Fique despreocupada. Eu não a amo.
Klaus sorriu de leve antes de se levantar da cama.
Fiquei um tempo em silêncio processando suas palavras. A realidade de sua relação com Camille era diferente de como pensei. Estranhamente suas palavras me tranquilizaram. Senti um alívio no peito por saber que eles não tinham nada, principalmente por saber que ele não a amava.
— Então por que tá com ela? – me viro pra Klaus atrás de mim.
O mesmo estava mexendo no criado mudo do outro lado.
— Camille é mais uma distração. Ficamos algumas vezes, mas como eu disse... Não é nada sério. Tá mais pra uma relação de fachada. Ela me impede de ir atrás do que eu quero de verdade.
— E o que você quer?
Klaus parou de fazer o que estava fazendo e me olhou fixamente, vi um sorriso crescer no canto dos lábios dele. Era como se a resposta estivesse na sua frente. Ou melhor... Eu. Engoli a seco, nervosa.
— Eu já tô indo – sussurrei não querendo continuar a conversa. Caminhei até a porta, com Thor me seguindo.
— Traidor – ouço Klaus resmungar por seu cachorro preferir ficar comigo.
Paro com a porta já aberta e me viro pro Mikaelson ranzinza.
— Viu? Até o seu cachorro percebeu que você é um chato – provoquei sorrindo.
Klaus me olhou chateado enquanto eu me divertia sorrindo. Assim que Thor passou pela porta, deixei o híbrido chato sozinho no quarto. Andei até meu quarto, Thor passou pela porta, ficando deitado no chão esperando alguma coisa.
No caso, ele teria que esperar eu colocar meu pijama.
Após me ajeitar pra dormir, ando até a cama e me deito sobre o colchão macio. Thor se acomodou do meu lado. Acaricio sua cabeça, enquanto olhava pro teto. A conversa com Klaus entrou na minha mente, fiquei feliz por saber que não existe nada entre Camille e Klaus, o que me fez questionar o porquê.
Ultimamente eu tô assim em relação ao Klaus. Sempre que algum sentimento novo aparece em relação ao híbrido, me pergunto o porquê, e nunca tenho resposta.
Ou talvez ela esteja na minha frente e eu não queira enxergá-la. Talvez a verdade seja tão forte, que eu tento ao máximo não conseguir vê-la.
A verdade? É que possivelmente estou me apaixonando por Klaus. Mas sei que isso seria loucura.
Comecei a sentir por ele coisas que sentia pelo Stefan no início do nosso namoro.
Saio dos meus pensamentos quando ouço a porta ser aberta. Vejo Klaus entrando no quarto sem se importar em bater à porta. Sento na cama, confusa.
— Vim buscar meu cachorro – soltou ele simplesmente.
Ele ficou mesmo chateado que o cachorro dele me preferiu?
— Vem, Thor! – ordenou Klaus olhando pro cão, porém ele nem deu bola – Thor, o seu pai sou eu, eu te criei desde filhotinho, você nem gosta dela – se referiu a mim.
Thor boceja em resposta.
— Parece que você acabou de perder seu filho – debochei soltando uma risada fraca no final.
Klaus me lançou um olhar irritado.
— Ele vai vim, querendo ou não. Nem que seja na marra!
— Klaus, não... – digo com medo do que ele poderia fazer com o cachorro.
O híbrido se sentou na beirada da cama. Ele tentou puxar o cachorro, mas Thor não parecia querer ir. Ajudei Klaus a empurrar o cachorro e conseguimos tirá-lo da cama. Klaus se levanta e anda até a porta. Antes de sair, ele se vira pra mim.
— Tenha uma boa noite, Eleninha.
— Não me chama assim.
— Então boa noite, chatinha.
Reviro os olhos quando ele deu as costas mais uma vez. Klaus abriu a porta, porém não saiu.
— Ah, Elena... – disse se virando pra mim, segurando a maçaneta – Se ficar entediada... Sabe onde é o meu quarto.
O híbrido piscou sorrindo de lado antes de desaparecer por completo, fechando a porta. Abri a boca, incrédula. Nesses momentos ele me lembrava tanto o Damon.
Que filho da mãe!
Continued...
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