[🥀] - 하나
hihi olha quem voltou? parece que não foi a última impressão mesmo! hahahaha
"Não é a primeira impressão que fica. É a última. Apenas certifique-se que a primeira não seja a última"
Era mais um dia normal para Jimin, acordou praticamente as três da tarde graças à noite intensa de trabalho.
Seu corpo estava um pouco dolorido, lidou com muitos clientes naquele fim de semana, mas logo que tomou um banho, pôde relaxar.
Já era quatro da tarde, precisava comer alguma coisa, mas não conseguia encontrar comida naquela casa toda bagunçada, na verdade ele nunca encontrava nada.
Park sempre dava a si mesmo a desculpa que não estava tão bagunçado e se tirasse um tempo, acharia tudo. Às vezes tentava dobrar suas roupas espalhadas e jogar as embalagens de comida fora, mas depois de algumas horas o seu trabalho estava todo perdido.
Considerava seu apartamento um lugar abominável, os vizinhos tantos de cima, quanto debaixo eram barulhentos e inconvenientes. Jimin não ficava muito em casa, chegava tarde do seu trabalho noturno e nas poucas horas que ficava em seu próprio lar, não conseguia suportar os barulhos, às vezes gemidos, gritos de briga, um caos total. Parecia o fim do mundo entre paredes.
Era uma péssima vizinhança, mas foi o único lugar que ele conseguiu pagar de início, atualmente ele fugia da cara do síndico, sabia que as seis horas o senhorio ia no último andar fumar e era essa a hora dele sair correndo.
Que vida lamentável, ele pensava.
Deu seis da tarde, então caminhou meio apressado até as escadas velhas do prédio, quando chegou ao segundo andar encontrou com a única coisa que ele queria evitar, o síndico.
Sentiu o coração parar no mesmo instante que aquele brutamonte apareceu em sua frente.
— Olha só o que temos aqui.— analisou Jimin cuidadosamente, não parecia de bom humor.
Não contava com o macabro senhorio adivinhar seu truque de fuga. Aquele homem era um dos poucos que assustava Park, com todos aqueles piercings e tatuagens cobrindo todo seu corpo, ele parecia um tapete persa que sabia respirar.
Jimin às vezes tinha que aceitar clientes iguais aquele, mas gostava de ser pago, e não pagar.
— Eu não tenho dinheiro agora, Dakho.— colocou as mãos no bolso tentando esconder seu único dinheiro.
Aquele dinheiro já tinha destino, comida. Não podia dar a ele suas únicas notas.
— Você não anda pagando.— o tom do senhorio era nítido de alguém provocando.
— Eu não tenho dinheiro agora, mas eu prometo que vou pagar assim que der, certo? — Jimin propôs.
— Você trabalha na noite, não é? — Dakho sorri parecendo ter uma ideia.
— Essa frase é meio vaga, não acha? Trabalhar na noite significa que eu posso ser DJ, segurança de museu, barman...— o menor com pressa e desespero tentou passar o homem a sua frente, mas não conseguiu.
— Sem gracinhas, Park.— colocou seu braço a frente dele e impediu-o de passar.— Eu estou bonzinho hoje, talvez eu deixe você me pagar de outra forma...
— Enquanto você decide isso, eu vou indo embora, beleza? — Jimin passou por baixo do braço esticado a sua frente e saiu apressado dali.
Não iria dormir com um cara daqueles, dava arrepios só de imaginar se deitar com um ser humano como ele, ainda mais quando você escuta todas as barbaridades que ele falava o dia todo. Ainda existia um pouco de orgulho e livre-arbítrio dentro de si, ele podia pelo menos escolher se queria ou não dormir.
Park carregava em seus bolsos alguns poucos dólares que a noite anterior te rendeu, estava meio eufórico com a fuga de seu próprio apartamento, provavelmente agora teria de arranjar outro lugar para morar, já que seu síndico colocou na cabeça que transar era forma de pagamento.
Estava tão imerso nos problemas que não reparou o homem — também distraído — se aproximando dele. Nitidamente seus corpos se chocaram rapidamente antes do desconhecido derrubar a imensidão de sacolas no chão.
— Me desculpa, eu estava distraído.— o homem de cabelos castanhos se abaixa para recolher as sacolas aparentemente pesadas.
— Presta atenção, idiota.— Jimin não estava com muito humor para esse tipo de acidente, ainda tendo descontou no desconhecido, que teve tão pouca culpa quanto si próprio.
— Oh, meus ovos...— o desconhecido se lamenta ao ver sua dúzia de ovos recém compradas toda destruídas.
A culpa veio, o homem parecia estar tão triste com a perda que Jimin quis ser naquele momento uma galinha pra repor todo o dano.
— Eu até te reembolsaria, mas sabe como é né, não tenho grana nem pra mim.— o menor foi sincero, mesmo estando sem graça em admitir.
— Não iria te cobrar, a culpa é minha de qualquer forma.
Na hora sabia que era mentira, não houve apenas um culpado, mas sim os dois, pena que Park estava eufórico demais pensando em fugir que não desmentiu.
— Foi mal, já estou indo, quero evitar que certas pessoas me alcancem.— explicou meio apressado e saiu correndo.
O homem cheio de sacolas na mão ficou chocado com a frase "certas pessoas me alcance", ele estava sendo perseguido ou algo do tipo?
[...]
Após fugir do desconhecido no meio da rua, Jimin foi até o mercado na esperança de comprar o básico para a sua casa.
Park odiava filas grandes, até porque sabia que sua aparência chamava uma certa atenção das senhoras fofoqueiras, ouvir burburinhos e ficar quieto se fazendo de desentendido não era seu forte.
Finalmente tinha chegado a sua vez, moça do caixa com a cara demonstrando uma certa desistência de viver passou seus alimentos mais básicos.
— Deu sessenta e quatro dólares.— avisou a moça lendo a nota fiscal.
Ele não tinha esse dinheiro, e sabia disso. Fez o de costume, olhou o que poderia devolver de forma humilhante.
Jimin deu uma pequena olhada na fila enorme que se formava depois dele, ele odiava aquilo. A péssima sensação de travar a fila de um caixa de mercado, era o pior dos fracassos.
— Vai querer retirar o que? — ela tenta controlar a situação.
— Pode tirar o...— tudo parecia ser necessário para ele naquele momento, dos salgadinhos ao macarrão instantâneo.
— Não precisa retirar nada, pode cobrar daqui.— o mesmo homem que Jimin havia esbarrado falou, ele segurava uma bandeja enorme de ovos.
Ele havia se auto-reembolsado. Se é que aquilo existia.
Park não confiava em homens bonitos querendo lhe pagar coisas, odiava ficar devendo para desconhecidos. Até porque pessoas desse tipo sempre queriam o mesmo tipo de pagamento. E até parece que Jimin iria pra cama com alguém pra pagar uma bandeja de ovos.
— Não precisa, eu posso...
— Carma.— ele sorri.— Eu esbarrei em você, e agora estou retribuindo.
Jimin teve a certeza que o homem não sabia como funcionava a tal lei do carma, mas se ele queria pagar com a iniciativa do universo notar, não insistiu, só queria que o tumulto da fila parasse.
— Ah, certo.— Park deu de ombros não lutando muito com a situação. Já tinha enrolado muito e não queria chamar mais atenção do que aquilo.
— Deu quanto mesmo? — o homem caridoso pergunta.
— Sessenta e quatro.— a moça já cansada responde.
Antes que Jimin pudesse dar todo seu dinheiro ao homem, o mesmo entrega a moça uma nota de cem dólares e pede para já cobrar a dúzia de ovos.
— Obrigado.— pegou o troco e sorriu gentil para a moça que não fazia a menor ideia do que aquele cara estava fazendo.
O menor assistia tudo aquilo ainda desconfiado, sabia que seria indelicado apenas sair andando sem agradecer, mas não queria descobrir a que pé estava as intenções do homem.
Pegou seus alimentos e colocou na bolsa reciclável que ele sempre levava ao mercado e esperou discretamente o moreno que carregava notas de cem dólares como se fosse nada no bolso.
— Obrigado por isso e desculpa por fazer você comprar mais ovos.
— Não tem problema.
Ele foi tão gentil e neutro que Jimin até pensou em não ter nenhuma intenção por trás daquele homem, mas é sempre bom colocar um pé atrás.
— Você comentou sobre pessoas estarem te seguindo, você por um acaso...
— Não, eu estou bem. Você entendeu errado.— Jimin o interrompe um pouco sem graça.
— Ah, ok. Achei estranho, mas bom... certo então.— deu de ombros.
— Se não se importa eu já vou indo.— o menor tenta fugir da situação constrangedora.— Obrigado, de novo.
Jimin caminhou sem esperar uma resposta do gentil e — até então — desconhecido homem. Foi direto pra casa orando para todas as entidades possíveis apenas na esperança de que não encontraria Dakho de novo.
Ele nunca rezava, mas tentou dessa vez.
— Você voltou.— o senhorio estava diante da porta de sua porta sorrindo.
Ah, acho que Deus não está muito afim de me ouvir hoje. Foi o que ele pensou ao ver seu maior medo se realizando.
— Eu moro aqui, né? — deu um sorriso falso.
— Estamos avaliando esse fato.
— Cara, eu já falei que vou pagar. Hoje mesmo.
— Já sabe das minhas condições, se não me entregar o dinheiro, vai ter que pagar daquela forma que você já está acostumado.— avisou aproximando seu rosto nojento para perto do menor.
Eu vou conseguir, claro que vou. Hoje chegarei uma hora mais cedo e sairei uma hora mais tarde. Jimin estava determinado a conseguir uma grana, pelo menos o suficiente para calar a boca de seu síndico tarado.
Não podia dizer que gostava do que fazia, mas chegou num ponto de sua vida em que já era a única coisa que ele sabia fazer para sobreviver. Havia se acostumado com os olhares das pessoas, ou com as frases idiotas e sujas dos clientes. Nunca achou que poderia tornar-se uma pessoa tão gélida e desalmada por causa de sexo, mas acabou assim.
[...]
Péssimo dia para precisar de clientes e nenhum deles aparecer. Movimento fraco era mau sinal, o que significava se ele não conseguisse nada teria que arranjar um outro lugar para morar.
Imaginou que iria morar na rua, já que não tinha nenhum amigo para o abrigá-lo, muito menos o conhecimento de algum lugar capaz de aceitar alguém como ele.
Admita que não era muito confiável com o aluguel, mas não era totalmente sua culpa.
— Já tem a grana? — Dakho aparece na sua frente.
— Como sabia que eu estava aqui? — Jimin tenta manter a calma e se encosta na placa de pare que havia ali.
Ele chamava de "placa da sua esquina" porque era exatamente isso, uma placa, na esquina dele.
— Aqui é o famoso ponto do Chimmy.
— Se é tão famoso por que não tem ninguém aqui?
— Tem eu.
— Você não vai pagar, e eu não vou dormir com você.
— Vai se fazer de difícil? Logo você que é o que é? — o síndico assustador pega em seu pulso de forma grosseira.
— É a única coisa que me resta, decidir se eu dou ou não.— tentou se soltar.— Dá pra largar meu braço? Não quero que fique a marca.
— Vai preferir dormir na rua do que apenas dormir comigo? Você já faz isso o tempo todo.
Jimin poderia ser tudo naquela vida, mas ainda tinha um pouco de honra em escolher qual mostro iria o pagá-lo por um serviço e esse — felizmente — não era o caso de seu senhorio.
— Eu falei que ia conseguir a grana, não precisava ter vindo aqui buscar.
— Essa é sua última tentativa, Chimmy, olhando bem pra você é até uma maneira até fácil de se pagar.
E esse foi o primeiro capítulo. O que acharam?
Essa é uma fanfic de um universo totalmente diferente do que eu estou habituada a escrever, então...
Espero que tenham paciência comigo.
Me segue no Instagram, sou uma diva pop @elatafarela
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