[🥀] - 열일곱
"Se não pode deixar o passado para trás, ele vai continuar voltando e te assombrando"
Jimin ainda não se acostumou com a sensação deliciosa de abrir os olhos e, enquanto abria mão do sono se dava conta que estava abraçado com Jeon.
Ele achava lindo a maneira como o moreno dormia tão plenamente agarrado ao seu corpo, tudo nele parecia perfeito.
— Admirando? — Jungkook sussurra baixinho pegando o menor de surpresa.
— Pelo amor de Deus homem, eu morro do coração desse jeito! — reclamou apertando a mão no peito do moreno, que abriu os olhos com um sorriso estampado no rosto.
— Bom dia pra você também, príncipe.
— Oi.— sorriu de volta.— Vai trabalhar em casa hoje de novo?
— Eu preciso aparecer na escritório, é capaz do Yoongi me matar se eu não for, desculpa.
— Tudo bem, eu sei ficar algumas horinhas sem você.— deu de ombros.
— Mas eu não...— fez um bico manhoso e apertou Jimin de uma forma carinhosa em seus braços.
— Jeongguk, para.— repreendeu sorrindo sem graça, gostava do jeito carinhoso que o maior sempre falava.
— Paro não.— negou, fazendo os dois rirem.
Park iria brincar dizendo: "Quando nos tornamos tão assim?", mas sabia que isso foi acontecendo aos poucos, antes eles nem chegavam perto um do outro, agora não conseguiam ficar longe.
— Tô com fome.— mudou de assunto.
— Estou juntando forças para levantar, espera aí.— passou sua perna sobre a cintura de Jimin e o apertou mais nos seus braços.
— Tá parecendo outra coisa pra mim.— o menor comentou sentindo ser sufocado de amor.
— Belo instinto.
— Hoje você vai voltar que horas? — murmurou imaginando ficar sozinho na mesma casa que a avó de Jeon, estava preparado para a repetição do dia anterior, onde ela invade sua aula e atrapalha os estudos, também se preparou para ela ficar pedindo favores. Na verdade ele ainda estava muito bem, nada fora do comum nesses últimos vinte e seis anos.
— Sei lá, umas sete ou seis horas? — calculou mentalmente.— Acha que consegue ficar sem mim até lá?
— Claro que consigo.— falou convicto, na verdade não tinha muita certeza disso.
[...]
Estava a tarde e Jimin foi o escravo pessoal da Jangmi, no fundo, ele não se importou de fazer nada daquelas coisas, pois sabia que se não fizesse, quem faria era Jeon quando chegasse e ele apenas pensou em poupar esforços do moreno.
Ele já tinha feito seu dever e estudado, arrumou seu quarto, por que agora não existia mais a fada da limpeza. Lavou a louça do almoço, que Jeongguk deixou pronto por que o menor não sabia fazer absolutamente nada na cozinha.
— Quando você não está limpando ou estudando, você faz o quê? — a avó do moreno apareceu na sala, não havia grosseria no seu tom, apenas curiosidade.
— Ah, sei lá, assisto um filme ou uma série.
— E você faz isso todos os dias desde que mora aqui?
— Não sei mais o que fazer além disso.— ele achou o papo meio estranho, mas como não foi ofensivo, continuou.
— Você não lê nenhum livro? Ou sei lá, não sai para dar uma volta? A cidade nessa época do ano é linda.
— Eu nunca saio sem o Jungkook.— deu de ombros.
A mulher recuou estranhando, encarou aquilo como uma prisão domiciliar confortável: — Por que você não quer, certo?
— Eu meio que nem sei o que fazer sem ele.— confessou, não se importou de falar com a mulher, palavras não atingem ele mesmo.
— Não existe nada que você queira fazer? Tipo, eu gosto de fazer compras, comer, viajar. Não gosta de nada?
— Não que eu saiba.
— Entendi. Leva tempo mesmo.— ela diz, o tom dela não entregava maldade alguma, e sequer Park pensou por um segundo que ela tinha uma má intenção.— Ah, agora eu estou indo num chá com as minhas amigas, você não gostaria de se juntar a nós, né? — convidou toda gentil.
Jimin forçou muito para não semicerrar os olhos e perguntar aonde estava a pegadinha, mas então encarou a senhora parecendo bem plena, não podia ser brincadeira dela:— Não sou o mais fã de chá, mas obrigado por convidar.— rejeitou, aquele não seria seu plano de diversão, sendo brincadeira ou não.
— Tudo bem, então eu vou ir trocar de roupa. Bom filme pra você.— se levanta e depois some pelas escadas sem dizer nada.
Park ficou recapitulando aquela conversa, que estranhamente não foi desagradável, na verdade, fez ele ficar curioso sobre uma coisa: Afinal, o que ele fazia quando estava sozinho? Quando não tinha o Jungkook, como ele se divertia?
Olhou o relógio na parede, eram duas e meia da tarde, estava cedo e Jeon iria demorar para chegar, agora que ele se deu conta que vai ficar sozinho por horas, pensou em sair e, quem sabe se divertir um pouco sozinho.
— Acho que o Jeongguk nem vai reparar se eu sair um pouquinho...
Decidiu ir se trocar, estava bem frio lá fora então pegou sua blusa de moletom mais grossa, ela era toda cinza e com apenas bolso na frente, pegou sua calça jeans escura e um casaco verde escuro para colocar por cima.
— Uh, agora eu estou quentinho...— esfregou as mãos antes de colocar no bolso.
Olhou para as suas meias e pensou no que iria calçar, escolheu um coturno cor caramelo, se olhou no espelho e perguntou se o que estava fazendo era certo, bom, não tinha o que estar errado naquilo, mas ainda sentia um incômodo, talvez aquilo mostrasse o quão apegado ele estava a Jeon ao ponto de não saber se era certo poder sair de casa.
— Eu vou e volto bem rapidinho, mas se não der tempo, mando uma mensagem avisando, né?
Respirou fundo, talvez deixar um bilhete avisando que foi dar uma volta seja o suficiente.
[...]
Jungkook estava de bom humor, no caminho para casa até ligou o rádio e permitiu deixa-se levar pela música de letra melosa.
Chegou em casa e tirou seu casaco, geralmente Jimin sempre ficava no sofá como se esperasse sua chegada, mas dessa vez não. Tudo bem, ele foi procurar no quarto, também não estava. Os banheiros estavam todos vagos, Park definitivamente não estava em casa.
Foi na cozinha beber alguma coisa, o que antes era para ser só uma água, foi uma grande e taça de vinho.
Só ao fechar a porta da geladeira, percebeu um bilhete escrito a mão, com a letra caprichada de Jimin.
"Estava um pouco entediado, e fui dar uma volta. Espero voltar antes de você chegar, mas se não, apenas faça o que fazia quando não estava comigo."
O que ele fazia quando Park não morava com ele? Ah, ele não fazia absolutamente nada a não ser trabalhar mais, ler um livro, que geralmente eram bem chatos, ou dormir cedo.
— Que merda de vida.— se lamentou, quando foi lavar a louça que geralmente sempre ficava do almoço, estava tudo absolutamente limpo.— Quem lavou?
Sua avó com certeza não era, então a única opção foi pensar que Jimin usou suas mãozinhas naquele frio para lavar.
— E o que eu faço agora então? — sentou novamente no banquinho alto de sua cozinha, a sua taça estava vazia e a garrafa aberta.— É, vou beber um pouquinho.
[...]
Jimin não se lembrava da última vez que tinha saído pela cidade, muito menos da cara que as pessoas faziam quando ele passava na rua. Ele nem sabia que seu trabalho de garoto de programa era tão conhecido para as pessoas reconhecerem, mas não se importou, estava feliz do mesmo jeito.
A cidade estava realmente bem bonita naquela época fria do ano, perambulou pelos parques iluminados observando tudo, sabia que seria mais divertido se estivesse com Jungkook, sozinho ele não teria como fazer comentários bestas e alguém rir, só o moreno que ria dele.
Quando olhou o relógio, já eram oito e meia, não sabia que tinha passado tanto tempo assim, se ele pegasse um trem e parasse num certo ponto, chegaria mais ou menos umas nove em casa.
Seu celular apitou avisando que tinha recebido uma mensagem, e era Jeon.
Jungkook:
| Oi
Foi apenas isso que ele escreveu. Park deu um sorriso para aquela mensagem, não sabia exatamente o que ela significava, mas gostou de recebê-la.
Jimin:
Oi |
Alguns segundos e o menor via o "digitando..." mas não recebia nada, Jeon estava pensando no que digitar, ele nem sequer sabia porque mandou o "oi".
Jungkook:
| Está se divertindo?
Jimin:
Estava sim. Agora estou indo pra casa.|
Jungkook:
| Hmmmm
Jimin digitou várias coisas, uma delas foi questionar o que era aquele "hm", mas não enviou, pensou então no que escreveria a seguir.
Jimin:
Você se divertiu? |
O moreno do outro lado da linha escreveu: "Não", "Nunca", "Quem acha que eu sou?", "Sem você, puff", "Diversão? Isso é de comer?".
Jungkook:
| Sim.
| Bebi e li o livro que o Hoseok me deu.
| Ah, eu fiz a barba também.
Jimin:
Ah, que bom. Isso é diversão pra você.|
Esta quase hora do meu trem e eu to ficando sem bateria...|
Jungkook:
| Ok, até mais então <3
Jimin:
Até <3|
Já no ponto final, Park pronto para ir pra casa, a primeira coisa que notou foi o olhar de um gatinho pequeno e rechonchudo de pelos bem acinzentados e um belo conjunto mesclado nas cores de seus olhos, um azul, e o outro verde o encarando fixamente.
Naquele momento, a pouco tempo de descer do trem, vendo aquele ser cinza e de olhos engraçados o encarando como se fosse a única pessoa que via, como se esperasse Jimin, ou melhor, como se o menor estivesse atrasado para o encontro dos dois.
Depois de olhar para os lados procurando um possível dono para o felino, alguém que estivesse com ele, pois era um gato muito bem cuidado, mas a estação estava deserta, como se fizesse parte de uma cidade fantasma.
O menor se aproximou, e com muito cuidado estendeu a mão na altura da cabeça do gatinho. Desde muito pequeno, Jimin havia aprendido — da pior maneira possível — que gatos gostam de fazer o primeiro movimento.
Depois de muitos arranhões, ele aprendera que felinos não são como cachorros, que já nascem carentes e estão sempre mendigando qualquer forma de afeto. Não. Os gatos estudam as pessoas antes, para ver se elas são merecedoras de atenção.
Mas o fato é que, aquele gato, por alguma razão, considerou Jimin digno. Após dar uma leve farejada nos dedos, começou a esfregar na pequena mão estendida para si e, assim que a mão passou por todo seu pelo, o felino o começou a ronronar escandalosamente.
Park suspirou lembrando de todos os animaizinhos que já teve, e ficou triste sabendo que nunca teve estrutura suficiente para cuidar. Deu uma acariciada no gatinho rechonchudo uma última vez e foi para às escadas que o levaram a saída.
O menor não havia dado dois passos direito quando percebeu que o acinzentado o seguia.
— Ei, você não pode vir comigo, amiguinho.— se virou para o gato novamente.— Volte para sua casa bolota, seus donos devem estar preocupados! — mas o tal bolota, continuou o olhando totalmente com indiferença as palavras. Aquilo só serviu para que o felino se aproximasse mais ainda dele.
Jimin negou com a cabeça sem saber o que fazer, e então parou de dar atenção a bolinha de pelos, uma hora ele se cansaria de seguir.
Já estava a mais ou menos dois quilômetros da estação de trem quando o menor olhou para trás e percebeu que o gato ainda o seguia. Balançou a cabeça e tentou ignorar, sabia que felinos tinham um ótimo senso de localização, e ficava um pouco preocupado apenas com o fato do que aconteceria no caminho para a estação.
— Porra, bolinho...— murmurou se sentando na calçada preocupado com o gato. Porém no minuto que fez isso, o gatinho que estava em seu lado, pulou no seu colo e simplesmente se aninhou, como se Park realmente fosse seu dono e ele estivesse acostumado a fazer aquilo todos os dias.— Ah, qual é? — se levantou depressa. O gato, entretanto, cravou as garras na calça jeans, o que fez o menor sentar novamente antes que ele enfiasse as unhas mais fundo.— Ei, você não pode ficar comigo, eu nem tenho casa!
Alheio com as palavras, o acinzentado apenas se aconchegou ainda mais nas coxas de Jimin como se fossem o lugar mais confortável do mundo e voltou a ronronar.
Park respirou fundo pensando que tinha fudido tudo assim que ele se rendeu aos encantos dos olhos com heterocromia. Olhou para rua meio desesperado, ele estava praticamente na casa de Jungkook.
— Oh, seu gatinho desgraçado...— pegou o celular e mandou uma mensagem para o dono da residência.
Jimin:
Oi. Você tá de bom humor? |
Na mesma hora, Jungkook leu aquilo e não entendeu o fundamento exato daquela pergunta.
Jungkook:
| Bom, eu bebi. Então estou bem alegrinho.
| Por quê?
Jimin:
Olha,,,,,, |
Assim, tenho uma surpresinha pra você.|
Jungkook:
| Geralmente, eu gosto de surpresas, mas eu estou com medo agora.
| O que você aprontou?
Jimin:
Eu? Nada.|
Juro que eu dou um jeito, mas vai ser só hoje tá bom? |
Jungkook:
| É, eu realmente tenho medo das suas surpresas.
Jimin:
Eu fiz de tudo, mas não consegui despistar ele.|
Jungkook:
| Falando assim prece que tá sendo perseguido.
| Fico preocupado ou vou te buscar?
Jimin:
Eu já estou na sua rua. Chego jájá!|
Jungkook:
| Ainda tô com medo.
| Mas vou confiar.
Guardou o celular e percebeu que o gato dormia tranquilamente em sua perna, suspirou, ele não ia ficar com o peludo, e pela manhã voltaria na estação e procuraria seu dono, mas por hora, com aquele felino agarrado a si, pensou que uma noite não faria mal.
— Você ganhou uma noite hospedado na mansão do Jeon, mas não se acostuma, vai ser só uma vezinha.
[...]
Assim que chegou na porta, ficou preocupado com a rejeição de Jungkook, então enrolou o gatinho no casaco e escondeu as mãos atrás de si como se fosse, literalmente, um presente.
— Oi.— ele sorri amarelo para o moreno, que desde que recebera a mensagem ficou sentado no sofá apreensivo.
— Cadê a surpresa? — cruzou os braços curioso tentando olhar atrás das costas do menor.
— Aí, tá bom... Eu juro que fiz de tudo para ele me largar, mas ele continuou e, olha...— ajeitou seu casaco no colo deixando aparente o corpinho do gato.q
— Aí que fofo, um gatinho...— automaticamente se esqueceu do tédio que sentiu o dia todo e se concentrou em puxar Jimin para mais perto e o sentar no sofá admirando o gatinho ronronar.— Você é péssimo com surpresas.— comentou passando o dedo nariz do gatinho para que ele se acostumasse ao cheiro.
— Eu sei, desculpa, ele me encontrou na estação e veio me seguindo, aí quando eu sentei um pouco ele me agarrou.
— Você é bom com animais, deveria mesmo ser veterinário.— comentou admirado, Park sorriu minimamente, mesmo sabendo que não iria ficar com o filhotinho.
— Amanhã eu vou voltar lá e procurar o dono, só vai ser essa noite pois fiquei preocupado se ele voltaria em segurança...
— Tudo bem, ele é fofo. Já deu nome? — passou o braço pelos ombros de Jimin e agora ficaram bem juntos naquele sofá enquanto admiravam a bolinha de pelos.
— Por favor, não dê nome, se dermos um nome vou ser obrigado a ficar com ele, e essa bolotinha aqui deve ter um dono muito rico, olha como ele é bonito e bem cuidado.
— Sem nome então? — perguntou decepcionado, mas entendia que o menor apenas não queria se apegar muito.— Nós temos uma vizinha que ama gatos aqui do lado, vou pedir algumas coisas emprestado, como ração e aquelas caixinhas de areia especiais para gato.
Jimin sorriu vendo a dedicação que Jeon deu ao gatinho, mesmo por uma noite, ficou com medo dele reagir estranho, já que era abuso levar um animal para sua casa.
Se ele quisesse, já teria arranjado um.
— Vou buscar as coisinhas para ele, tá? — dessa vez foi nos cabelos negros de Park que ele passou a mão carinhosamente.
— Tá bom.— sorriu, logo em seguida Jungkook saiu para buscar tudo que achava que o filhote precisaria para passar a "noite".
[...]
Depois de jantar, o animalzinho ficou na cama com os dois enquanto apreciava o carinho gostoso dos homens, que ficaram um de frente para o outro e uma pequena bolinha de pelo os separando.
— Nós não deveríamos mimar tanto ele.— Jimin inicia um assunto, certamente ficava decepcionado em saber que ele iria embora amanhã de manhã.
— Ele que pulou aqui, vamos ter que lidar com as consequências.— fez um movimento com os ombros mostrando que não ligava muito por dar carinho para o gato.— Então, como foi o seu passeio?
— Foi até que bem legal. A cidade fica bem bonita nessa época do ano.— estava bem relaxado quando respondeu, o clima entre os dois ficou bem confortável depois do jantar.
— Que bom que se divertiu.— inclinou a cabeça para beijar os lábios do mais novo.
— Vou colocar ele na caminha.— o menor avisou pegando o filhote com cuidado e botou na caminha confortável que eles montaram para ele.
Assim que o gatinho sonolento se ajeitou, Park volta para a cama sorrindo largamente e deita praticamente em cima do moreno, com a coxa engajada em seu quadril, sua cabeça no ombro dele.
— Gosto de ficar assim com você.— Jimin admitiu baixinho, quase num sussurro.
O braço de Jungkook passou pela cintura do menor e começou a passar sua mão pelas costas dele.— Eu também. Vamos conversar sobre o que hoje?
— Por que não gosta da sua avó? O motivo real.
O moreno afastou a cabeça encarando ele. É, havia um motivo real, mas ele não achou que Jimin iria perceber isso tão cedo.
— Vinícola.— ele sussurrou baixinho.
— Como?
— Meus avós tem uma vinícola. Uma fazenda de uvas, especialistas em fazer vinhos.
Park recuou um pouco para ver a expressão de Jeon, estava surpreso por ele ter mentido sobre uma coisa tão boba.
— Por que não me disse antes?
— Não tenho boas lembranças de lá. Na verdade, nenhuma lembrança. Da última vez que estive lá, foi horrorosa.
— Ah, é? E quando foi a última vez?
— Aos dezoito anos.
— Faz muito tempo.— comentou mesmo sendo óbvio.
— É, faz sim. Quer que eu conte a história?
— Quero.
— Tem certeza? Eu precisei de dois anos de terapia.— alertou, Jimin não sabia exatamente o que responder a isso, provavelmente estragaria todo o momento, e ele também percebeu o desconforto de Jungkook.
— Você tem certeza de que quer me contar agora? — falou enfim, depois de um longo suspiro do moreno, Park entendeu que não, ele não queria, então respeitou, não havia pressa na relação deles, sempre foi tudo aos poucos.— Sua avó fez você ir para psiquiatra?
— Não, ela não.— negou rapidamente causando até um certo alívio em Jimin.— Não sei se quero falar agora.
— Tudo bem, falamos quando você estiver preparado.
— Obrigado.
— Não precisa me agradecer, vou estar aqui quando você quiser falar.— beijou a bochecha dele, imaginou várias coisas que poderiam ter acontecido com ele, e mesmo que não quisesse, só vinha o pior em sua mente.
— Amanhã o Yoongi vai vir aqui.— avisou, automaticamente Park sorriu com a troca de assunto.— Ele falou que já está com saudades de você.
— Ah, que bom! — falou animado, gostava da companhia do melhor amigo punk.— Você vai trabalhar em casa amanhã? — a mão de Jimin estava na curva perfeita do maxilar de Jungkook, sua voz foi bem baixinha por questão do horário, e também não queria passar uma impressão muito desesperada por companhia.
— Talvez vá para o escritório, preciso ver alguns casos com os clientes.
— Hm, tudo bem.— imaginou que ficaria sozinho mais um dia, talvez fosse andar por aí de novo, já que agora teria que encontrar o dono do gatinho dorminhoco.
— Você lavou a louça hoje? — mudou de assunto totalmente lembrando do ocorrido.
— Sim, também sequei, guardei, limpei toda a cozinha! — falou todo orgulhoso de si, na verdade uma parte dele odiou fazer aquilo, achava muito chato, por isso não fazia quando morava sozinho, mas mesmo assim, manteve o maior sorriso, não queria mostrar ser um mal agradecido, e também ficou tão entediado que limpar foi a solução.
Jungkook havia pensado: Hm, eu já estava pensando em contratar alguém mesmo. Pouparia muito tempo e eu poderia passar com o Jimin, além do mais, quando eu saísse, não correria o risco dele ficar requentando comida, alguém faria... Se eu dissesse isso, ele vai falar que eu sou bobo? Falo para ele uma hora dessas...
— Está com sono? — Jeon perguntou percebendo o silêncio e o rostinho sereno de Park.
— Um pouco.— fechou os olhos por um curto período de tempo, não queria dormir ainda, estava almejando encontrar com o moreno e ter aquelas conversas intensas que eles sempre tinham antes de dormir.
— Então vamos dormir.— concluiu se esticando para desligar a luz do abajur, mas o menor o parou.— O que é? Você disse que está com sono.
— Mas a gente não conversou o suficiente ainda.
— Podemos conversar depois.— beijou a testa de Jimin e se inclinou numa nova tentativa de desligar a luz, mas foi parado de novo.
— Meu beijo de boa noite não pode ser dado depois.— a expressão de Jungkook amoleceu com a fala manhosa de Park, aproximou os lábios e deu ao seu príncipe o beijo que ele tanto pediu.
Durou muito mais que o previsto, e até causou em Jimin uma sensação que o fez despertar na hora. Mas o moreno se afastou com alguns selares molhados e desligou a luz.
— Boa noite, príncipe.— beijou o que ele deduziu ser os cabelos de Park.— Boa noite, bolinha de pelo sem nome fofinha que temos medo de nos apegar.— falou em alto e bom som, e logo em seguida ouviu um riso bem baixo vindo do menor.
— Boa noite, Jungkook.— beijou o que acreditava ser o maxilar do moreno.— Boa noite, bolinha de pelo sem nome fofinha que temos medo de nos apegar.
— Agora vamos dormir?
— Uhrum.
Por força do hábito, suspirou lentamente tendo a impressão que até sua respiração poderia acordar Park, e ele não queria isso.
Desejou a si mesmo boa noite, e fechou os olhos.
Só queria dizer que se você está tendo pensamentos negativos sobre o rumo da história, não tenham, sério.
O passado do jungkook, ah... o passado do jungkook...
Eu não sei se fico puta, ou se fico triste, mas eu sinto muita coisa.
Bom, jikook namora, mas nem sabe disso, por isso trago a vocês min yoongi, o abridor de olhos.
Acho que de todas as coisas que aconteceram no passado do Jeon, a avó dele é o de menos, ela colabora, não nego, vagabunda do caralho, mas ainda sim, não chega a ser um vilão horroroso e repugnante que me faz odiar só de imaginar.
To aqui me abrindo, nem sei porque, mas tô.
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