[🥀] - 열아홉




"Você só se torna uma pessoa melhor que as outras quando doa um pouco de si para ajudar o próximo"


Jungkook já tinha aberto os olhos a alguns minutos, mas manteve-se parado sem mexer um centímetro na cama, era seu dia de ficar em casa e ele aproveitaria cada segundo, mesmo sem fazer nada além de olhar para o menor dormir.

Ficou lá, parado, em completo silêncio até que Jimin acordasse, o que na opinião dele demorou um pouco, mas não se importou.

— Eu estou com fome.— foi a primeira coisa que disse antes de sequer abrir os olhos.

— Bom dia.— o moreno ri, depois alguns segundos tentando concentrar a mente em acordar, Jimin finalmente abriu os olhos, e tendo Jungkook sorrindo como a primeira visão do dia.— Hoje eu vou fazer panquecas.

— Panquecas? O que estamos comemorando? Natal?

— Hoje eu e você iremos fazer compras para o feriado!

— Hip hip hurra? — se lamentou não estando nenhum pouco animado.

— Qual é? Combinamos isso faz tempo!

— Ah, tudo bem. Vamos então...


[...]


— Acho legal isso de sua avó quase nunca estar em casa.— Jimin confessou enquanto colocava o cinto de segurança.

— Perdeu a aposta.

— Vai dizer que ela fica em casa o tempo todo? Ela parece eu antes de te conhecer, ficava que nem fantasma no prédio pra não ser visto.

— Como disse: você perdeu.

— Nem ligo, eu ia te pedir uma coisa que já está garantida.— confessou, depois de ontem à noite, percebeu que a aposta para si não fazia sentido.— Ia mandar você sair comigo, mas bom, já estamos saindo, nesse exato momento, então eu ganhei de qualquer forma.

— Ia me mandar num encontro com você? — por um instante, Jeon pensou em dizer "caraca, eu também, como a gente é burro", mas deixou quieto.

— Foi uns dias depois do seu aniversário, e depois daquilo eu não consegui pensar num outro jeito, desculpe se sou antiquado.

— Existe outro jeito, que tal: Ei, quer sair comigo?

— E por que você não me chamou então?

— Eu te chamei pra fazer compras.

— E se eu não tivesse mandado você me beijar nada disso teria acontecido, teríamos parado na parte boa da coisa toda e fingir que nada aconteceu.

— Essa eu tenho que jogar a toalha.— admitiu girando a chave para ligar o carro.— Mas você não vai admitir que colaborou para que eu fingisse que nada aconteceu?

— Eu pedi o beijo e acabei de arrancar o resto do meu orgulho dizendo que ia te obrigar a ir num encontro, você não pode me culpar por tudo.— espalmou as mãos em sinal de rendição, Jungkook começou a rir enquanto dava ré no carro.— Temos que comprar as coisinhas do Wasabi. Agora que ele é nosso oficialmente poderemos mimar!

— Oficialmente?

— Admito que tinha uma ponta de esperança dele não ter dono e que ficasse pra mim, mas eu disfarcei muito bem!

— Disfarçou nada, você olhava pra ele como se conseguisse ler a mente dele...

— E consigo mesmo. Ele disse "Ir embora dessa casa? Nem fodendo!", foi exatamente o que ele disse, ah espera, esse foi eu.

— Fico lisonjeado.— Jeon ri enquanto se manteve concentrado no caminho até o supermercado, às vezes se rendia em olhar o menor ao seu lado cantarolando músicas bem baixinho.

Chegaram ao mercado e Park fez a coisa mais infantil que poderia fazer, até chamou uma certa atenção de todos quando entrou dentro de um carrinho e mandou Jungkook empurrar.

— Você sabe que estão todos olhando, né? — perguntou baixinho antes de começar a empurrar Park pelos corredores do mercado.

— Já olham pra mim de qualquer jeito, pelo menos vou me divertir e dar motivo pra olharem! — respondeu bem humorado levantando as mãos bem alto.

Como sempre, o moreno admirava a habilidade que Jimin tinha de extrair felicidade das coisas que pessoas considerariam ruins.

O ar condicionado da área de congelados fez o menor desistir da aventura de ser carregado então saiu do carrinho e começou a andar ao lado de Jungkook.

— Ah, Jimin, eu estava pensando sabe, como eu venho precisando ficar muito no trabalho, e logo mais você vai começar a estudar veterinária e até mesmo trabalhar, quem sabe eu não contrate alguma empregada? — puxou assunto claramente receoso, calculou variáveis reações para a reação do menor e incrivelmente nenhuma foi positiva.

— E por que? Não sou bom suficiente lavando uma louça?

— Você lava louças como ninguém, príncipe, como ninguém. Só estou poupando você de ficar comendo almoço requentado todos os dias, além do mais, se formos calcular o tempo que iremos nos ver quando você começar a estudar e vindo todas as tarefas, vai ser um grande favor a nós.

— E você pensou nisso quando?

— Um tempinho.

— E já tem ideia de quem contratar?

— Eu queria saber primeiro se você concorda.

Jimin suspirou, aquilo era até lisonjeio considerando que nenhuma decisão ali precisava da autorização dele.— Por que minha opinião é tão importante? — juntou coragem para questionar.

— Por que...— fez uma pausa pensando em responder o quanto a opinião dele era importante já que o considerava seu namorado, mesmo achando que o outro só pensava como algo sem rótulos.— Moramos juntos.

— A casa é sua. Se você quer cozinhar, ótimo, se quer pagar alguém pra isso, ótimo também. Então oficialmente a fada da limpeza morreu?

— Eu vou ser sua eterna fada limpeza.— Park empurrava o carrinho agora, e pegava algumas coisas que achava que deveriam comprar. Foi surpreendido com Jeon chegando por trás e começando a empurrar junto com o menor.

— O que está fazendo? — perguntou envergonhado e encurralado pelos dois braços longos de Jungkook.

— Andando agarrado com você. Não é óbvio?

— E por que?

— Por que eu gosto. Você não gosta?

Park não respondeu querendo evitar a voz falha, ou algum indício de que estava nitidamente abalado com o contato caloroso.

— Esse silêncio significa sim ou não?

— Significa: Estou sentimentalmente vulnerável, não me abrace desse jeito se não quiser me causar um AVC.— admitiu, o moreno inclinou a cabeça para trás gargalhando meio abobado.— Só que não solta não, tá bom assim...

— Eu não ia soltar mesmo.

— Mas acho que precisa, por que eu vou ver se encontro coisas para o Wasabi. Será que tem aquelas máquinas de gravar nome na coleira?

— Se não tiver, a gente compra em outro lugar, mas vamos lá conferir.

Eles cruzaram metade do mercado tentando achar as coisas dos animais de estimação e quando finalmente acharam, Jimin procurou a que ele considerava ficar mais bonita e realçava nos pelos cinzas e exuberantes de seu gato.

Depois de muito tempo quebrando a cabeça, Jeon já tinha desistido de ajudar ele e foi pegar outras coisas, como uma caminha de verdade, apesar de Wasabi sempre deitar com eles no meio da noite.

— Pronto, essa vai ficar linda nele! — Jimin mostra uma coleira vermelha que parecia ser de camurça, bom, quando o moreno olhou, percebeu que valeu a pena esperar, pois achou uma graça.

— Achei linda.

— Ela estava lá em cima! — apontou para a última prateleira.

— E como você pegou se é maior que você?

— Você abusa muito da sorte.— comentou azedo, mas ignorou pois queria dizer como pegou.— Sabe aquele garotinho ali? Eu peguei ele no colo e ele pegou pra mim.— apontou para um menino andando pelo corredor sozinho.

— Me arrependo de não ter visto isso, de verdade.— começou a rir olhando o garotinho com estatura suficiente para bater em seu quadril.

— Eu prometi pra ele que se me ajudasse, eu daria alguma coisa pra ele.— Jimin retomou o assunto.— Me dá um dólar, por favor? Acho que é o suficiente para um garotinho.

Jeon semicerrou os olhos sorrindo e dando a volta com o carrinho e os dois foram juntos até o menino.

— Você é o garoto que tá de olho no meu namorado? — o moreno pergunta brincando enquanto os dois abaixaram na frente do menino para ficar na altura dele.

— Não senhor, ele apenas me pediu ajuda. Só se ele estiver interessado em mim, mas aí já não é minha culpa.— o menino de cabelos pretos e, pelo visto muito esperto falou dando de ombros.

— Eu falei que te daria uma coisa que quer, o que você quer? — Jimin perguntou sorridente já simpatizando com o menino espertinho.— Esse carinha aqui é rico, você pode até pedir um carro pra ele! — bateu no peito maior, que nem ligou muito para o que foi dito.

— Eu não sei dirigir, nem minha mãe. Seria um desperdício.— Jungkook ri, tinha ido com a cara daquele garoto.— Você é rico mesmo? No que você trabalha?

— Eu sou advogado.— respondeu percebendo a curiosidade do menino, que assim que ouviu a palavra advogado, fechou a cara.— Pelo visto você não gosta.

— Você é um dos caras que trabalha para o meu pai? — o menino pergunta deixando os dois meio confusos.

— Tenho certeza que não. Por quê? — a expressão dele já era mais séria do que antes, Jimin não entendia muita coisa, mas seguiu escutando.

— Eu quero fazer o meu pedido agora, mas quero fazer pra você.— apontou para Jeon, o menor nem se importou, de qualquer forma quem daria o tal favor seria ele mesmo.

— Pode fazer.— aproximou a orelha da boca do menino, que estava pronto para sussurrar um segredo em seu ouvido.

A voz do menino foi arrastada e Jungkook quase caiu para trás quando o garoto finalmente revelou o que queria, Jimin estava ao lado dos dois roendo as unhas curioso para saber o que tanto aquele garotinho queria.

— É isso que você quer? — perguntou se afastando, o menino não respondeu nem que sim, nem que não. Só o olhar respondia.— Onde está sua mãe? — se levantou do chão rapidamente e o menor o imitou.

— No outro corredor.

— E pode me levar até ela?

— Você promete que vai me ajudar? — o menino perguntou esticando o dedo para algum tipo de promessa.

— Eu prometo tentar.— Park assistiu os dois selaram algum tipo de acordo, ficou meio confuso, por que a única coisa que o menino fez foi pegar uma coleira no topo de uma prateleira, e estava começando a achar que ele deu a Jungkook uma missão impossível.— Me leva até ela agora?

— Uhrum. Só me seguir! — o menino caminhava dando pulinhos animados pensando ter resolvido o maior problema da história.

Enquanto os dois seguiam em silêncio, Jimin ficava cada vez mais curioso e preocupado com a expressão quase vazia de Jeon.

— Ele te pediu um carro? Ou algo complicado? Por que se for, a gente pode dar só um tabefe e pronto.

— Sabe o que sussurrou no meu ouvido? — Jungkook pega na mão do menor e entrelaça na sua de maneira carinhosa e logo aperta.

— Um carro? Dinheiro? Um emprego? Uma viagem para o Havaí? — chutou as primeiras coisas que veio a sua cabeça enquanto seguiam o garotinho de mãos dadas, deixaram o carrinho de compras no canto do corredor sem dar muita importância, afinal quem iria pegar?

— Não.— balançou a cabeça, suspirou pesadamente parecendo ter uma lembrança melancólica.

Jimin percebeu todos os gestos inquietos então resolveu finalmente perguntar: — O que ele falou pra te deixar assim?

— Ele mandou prometer com minha palavra de advogado que não iria deixar ninguém tirar ele da mãe. Pelo visto, os pais estão se divorciando.

— Eu... Ah, isso, nossa. Como você tá?

— Determinado a fazer eles ficarem juntos. Foi por isso que eu me tornei advogado afinal.

Park ficou em silêncio, compreendia totalmente o gesto de Jeon. Era uma versão dele pequena, pedindo ajuda, e ele estava ali para ajudar. Pelo visto foi uma puta coincidência o garotinho estar ali naquele momento em que precisava de ajuda com a coleira.

Ficou imaginando o que rondava a cabeça de Jungkook, se ele lembrava da sensação que sentia quando era jovem e via ser tirado da mãe sem nem ao menos poder fazer nada.

— Mãe, mãezinha! Olha quem eu encontrei! — o menino corre abraçando a cintura da mulher todo animado e aponta para o casal de mãos dadas se aproximando.

— Kang Minsuk, o que você andou fazendo agora? — começou a ficar preocupada de ter estressado os dois homens.— Posso ajudar? Ele fez algo? Quebrou alguma coisa?

— Pelo contrário.— Jungkook soltou a mão do menor para cumprimentar a mulher.— Jeon Jungkook, sou advogado e seu filho acabou me dizendo uma coisa que chamou atenção.

A mulher franziu o cenho olhando para o filho, que saiu conversando com estranhos, aquela tinha sido a única regra que ela listou antes de sair de casa.

Encarou o homem de cima a baixo, nitidamente bem cuidado e imaginou quanto seria pagar por aquilo, não dava.

— Seria uma honra contratar os seus serviços, mas como está claro, eu não tenho dinheiro.

— Sei que parece estranho, mas daria permissão para Jimin levar seu filho pra dar uma volta pelos corredores enquanto a gente conversa sobre isso?

— Vai mãe, ele é bonzinho! — o menino começou a implorar, já dando a mão para Jimin.

A mulher pensou, bastante. Mas então chegou a uma conclusão meio boba: "Se eu perco meu filho, ele perde o namorado"

— Eu prometo cuidar dele, senhora.— Park sorri para os dois assim que a mulher acaba cedendo, demorou para ela acreditar, mas já que seu filho e os outros três garantiram.— Volto já.

— Vê se não apronta com esse homem em! — deixou avisado uma última vez antes do seu filho sair andando.

— Pode me dar mais detalhes sobre a sua situação? — Jungkook inicia o assunto chamando atenção da mulher, um homem tão jovem e tão sério.


[...]


Depois de uns dez minutos pegando tudo na lista de Jungkook e mais algumas coisas pois Jimin fez
questão de mimar o garotinho meio tristonho. Os dois voltaram para o ponto onde o moreno ainda conversava com a mulher, ela estava com algumas lágrimas nos olhos, o que fez o pequeno Minsuk correr até ela meio assustado.

— Oi, o que houve? Você tá bem? — Park chegou lentamente perto do moreno e pegou em sua mão curioso.

— Estou sim.— sussurrou e sorriu entrelaçando sua mão .— Senhora Kang, poderemos conversar mais tranquilamente quando me ligar, certo? Se tiver alguma dúvida tem meu telefone.

— Claro, com certeza, obrigada, pela centésima vez.— eles dão um aperto de mão sorrindo.


[...]

Os dois não trocaram muitas palavras sobre o que conversaram o mercado, guardaram as compras e foram para o quarto do menor, já que na sala estava a avó do moreno, vendo tevê. Mesmo não querendo comentar, Park apostaria dois dólares que ela via uma reprise da Palmirinha.

— Então, vai me contar o que aconteceu? — Jimin diz, cortou aquele silêncio chato, pois estavam tão confortáveis deitados e abraçados, mas sua inquietude não deixava ele pensar em nada além de matar a curiosidade.

— Aquele garotinho sou eu.— o menor moveu sua cabeça do peito de Jungkook para encará-lo.— Os pais deles estão se divorciando, e assim como o meu, ele quer tirar a criança dela.

— E por que fazer isso? O menino parecia feliz.

— E ele é. Mas ser feliz parece não contar para o juiz se formos considerar as condições em que os dois estão vivendo. Ela foi demitida a pouco tempo e não tem dinheiro para pagar um advogado, recorreu ao serviço público, mas é claro que vai demorar, então ela continua dando a alma para pagar o atual, mora praticamente de favor.

— Me diz, como vamos ajudar ela? Quer dizer, tem como ajudar né?

— Eu dei meu número pra ela.— suspirou, ele ainda estava esperando a ligação dela.— Eu pedi que ela me mandasse o currículo dela pois tinha interesse nos serviços dela como empregada doméstica. Depois de ter um emprego o resto fica fácil todo o resto.

— Ela vai ser nossa empregada? Jura? Jura?

— Achei que não quisesse uma empregada.

— Não brinca comigo homem, me diz que vai dar o emprego pra ela!

— Você sabe que não é assim que se contrata alguém né? Eu até fiz uma pequena entrevista com ela e bom, tem experiências ótimas.

— Contrata ela, por favor, por favor, por favorzinho.— Jimin começou a implorar, na verdade Jungkook iria contratar de qualquer forma, não teria coragem de não ajudar aquela mulher que nitidamente lembrava sua mãe.— O que você quer que eu faça pra você contratar ela?

— Está me subornando? — o moreno ri.

— Não tem nada que você queira que eu faça? — seu dedo indicador subiu por todo tórax de Jeon até parar no maxilar dele.

— Na verdade tem muitas coisas que eu quero que você faça por mim.

— E que coisas são essas? — sorriu de lado tentando transparecer sensual.

— Lavar, passar e dobrar minha roupa.— recebeu uma tapa do menor que sentiu decepcionado por sua arma da sedução não funcionar.— Eu vou contratar ela, príncipe. Pode ter certeza disso.

— Você falou que ela mora praticamente de favor?

— Sim. Do outro lado da cidade.

— Teria que pegar dois ônibus para chegar aqui todos os dias...— pensou alto, Jimin já era bem habituado ao outro lado da cidade.

— Por isso que ela vai morar aqui.

Park recuou, quase riu, aquilo estava se tornando literalmente um hotel.— Achei que isso era um lance só nosso...

— Acho que nunca te mostrei o quarto dos empregados. Então, sabe aquela porta debaixo da escada? Tem meio que um quitinete projetado para isso.

— Casa de rico é projetada, uau.— comentou impressionado.— Espera, se você tinha um quitinete por que não me colocou lá? Eu dormia na sua cama...

— Ainda não entendi por que você fica se comparando com as outras pessoas. Óbvio que desde o começo você foi especial pra mim.

— Ah.— soltou um pouco abobado, o coração dele deu uns pulinhos fora do compasso antes de perceber que tinham mudado de assunto.— Mas então, e ela?

— Ela pareceu concordar com todos os meus termos no mercado, falei que provavelmente teria que mudar para o menino de escola, uma mais perto, e que como eu seria o chefe dela, não poderia participar do caso.

— Não? E quem vai? Ele vai cobrar muito caro dela não vai?

— Eu estava pensando no Yoongi dessa vez, ele é um ótimo advogado, e provavelmente está cansado de só atender telefones... O que acha?

— Acho que ele vai até querer te beijar de tanta felicidade.— comentou impressionado.

— Eu não vou deixar, minha boca está muito satisfeita no momento.— encarou o menor sorridente, ficava impressionado com a capacidade de deixá-lo vermelho com algo comum de se dizer.

— Será que o quitinete tá fedendo e a gente vai ter que dormir no sofá pra eles dormirem aqui? — Jimin pergunta lembrando do dia em que foi morar naquela casa.

— Podemos ver isso depois.— Jungkook dá de ombros não querendo pensar em nada daquilo, a conversa que ele teve com a senhora no mercado obviamente mexeu consigo, lembrava de tudo, exatamente tudo do que passou na infância.

O menor olhou o rosto nostálgico e pensativo do moreno, queria poder dizer algo pra melhorar o astral, então começou:— Eu te admiro muito, ou melhor, você é a pessoa que eu mais admiro no mundo, não por tudo o que fez por mim, claro que isso ajuda a mostrar que você é um ser humano maravilhoso, mas é por tudo. Antes mesmo de me conhecer. Você me conta as coisas que passou na infância, e eu sei que deve ter muito mais, mas o que tornaria qualquer pessoa revoltada com a vida, te fez concorrente ao prêmio Nobel da paz.

— Prêmio Nobel da paz? — sorriu da ironia.

— É, eu acho que você ganharia. Vou colocar um vídeo seu na internet, quem sabe viraliza e chega na ONU?

— Para de brincar, príncipe.— beijou a ponta do nariz de Jimin num gesto de carinho.— Obrigado.

— Eu só falei a verdade. E poderia falar mais, mas às vezes perco o rumo do que estou falando.

Um minuto de silêncio entre os dois se instalou, Park só sentia os dedos longos de Jungkook fazendo carinho em seu cabelo, aquela forma de cuidado que ele tinha fazia o menor relembrar de quando usou o termo "namorado", tinha gostado, na verdade achou que o termo cabia muito bem com os dois, afinal, se eles não estavam namorando, ninguém estava. Pois ninguém era mais casalzinho do que eles.

E se fosse só a força do momento? Ou uma expressão para se referir a ele?

— Eu sou seu namorado mesmo? — perguntou enfim.

— As pessoas que nos vêm acham que somos casados. Pra mim você é mais do que tudo, meu homem, meu príncipe, meu namorado, minha companhia diária. A pessoa com quem eu quero acordar e dormir.

—  Isso são nossos votos de casamento? — perguntou irônico querendo disfarçar o misto de felicidade e vergonha que sentia em si naquele momento.

— São os meus votos. É bom deixar pronto.

— Percebeu que nós estamos falando sobre casamento?

— Não estamos falando sobre casamento. Estamos falando sobre votos de casamento. Existe diferença.

— Estamos indo depressa demais, acho devemos ser mais calmos. Quer casar comigo? — seu tom divertido fez Jeon rir, seu nível de loucura era tão grande que se não estivesse nítido que era uma brincadeira, diria sim.— Então você também é meu?

— Eu sou o que você quer que eu seja.

— E se eu quiser que você seja minha fada da limpeza? Você vai ser? — questionou.

— Eu já sou isso.— afirmou sorrindo.

— E se eu quiser que você seja meu homem, minha rosa, meu namorado, minha companhia diária, o homem com quem eu durmo e acordo?

Eu já sou isso? — dessa vez ele não afirmou, mas perguntou.

Ao invés de responder, Jimin mudou a posição de seu rosto para encarar moreno: — E tem dúvidas?

— Se eu tinha elas acabaram de acabar.— puxou o menor para um beijo, num gesto rápido e um tanto desesperado, ele o deita na cama e fica sobre o corpo de Jimin.

Já haviam trocado uma boa quantidade de beijos, mas aquele foi diferente, foi uma versão mais quente e envolvente, deixou os dois praticamente sem fôlego.

Enfiou os pequenos dedos pelos fios acastanhados e macios do maior e o puxou para perto até que não fosse mais possível aproximação entre os dois. O contato das línguas quentes fez Jimin abrir a boca e soltar um gemido, inconscientemente o moreno tirou proveito disso e desliza sua língua sobre toda a área possível, os sons eróticos que ele soltava despertava em Park vibrações de pânico, estranhamente desejava mais daquela imensa masculinidade que surgiu durante o beijo.

Eles afastaram ofegantes e com a respiração entrecortada, os olhos fixos um no do outro, a mão de Jimin que estava presa sobre os cabelos macios do moreno, agora deslizaram para o maxilar. Estava em silêncio admirando o rosto forte e viril dele.

— Você está bonito assim.— Jeon falou com seu fôlego finalmente recuperado.

— Assim como?

— Exatamente do jeito que é.

— Besta.— sendo pego de surpresa acabou soltando uma risada.— Estava lembrando de você falar sobre as minhas curvas.

— Ah, sim, suas curvas, belas curvas aliás. Seus braços, suas coxas, sua panturrilha, da sua bunda. Nossa, eu gosto muito da sua bunda. Te incomoda dizer isso?

— Não.

— Faria um fã-clube para sua bunda, mas só eu iria poder entrar.

— Agora você está deixando meio estranho...

— Largaria minha carreira como advogado só para escrever livros sobre como meus olhos se apaixonaram por sua bunda.

— Você sabe mesmo como assustar alguém.— Jimin comenta, Jungkook se joga ao lado dele sorrindo.— Onde estávamos?

— Eu falava que amo suas curvas.

— Eu também gosto das suas curvas. Amo essa do seu ombro que começa a ser desenhada a partir da clavícula. Acho máscula, e linda. São totalmente chupáveis.

— São? — usou sua mão para passar pelo caminho do maxilar até o ombro, tentando desenhar em sua mente mais ou menos a imagem.

Totalmente.— suspirou cansado e sorridente.— Gosto dos seus braços.

— São meio finos.

— São fortes e musculosos. Eu sinto quando você me abraça. Te incomoda te dizer isso?

— Não mesmo.— sorri esticando o braço e olhando, toda vez que Jimin lhe fazia um elogio, fazia questão de dar uma conferida.— Gosto das suas mãos e dos seus dedos.

— Gosto da sua mão também, seus dedos longos. E também da parte interna dos seus pulsos e como suas veias safadas ficam se insinuando pra mim. Um absurdo.

— Veias safadas? — questionou esticando o pulso curioso e confuso.

— Sim. Muito safadas. Olha como essas vadias ficam se salientando pra mim!

— Elas são normais, você que tem tara.— o moreno ri sem nem ter mais o que falar, estava distraído demais tentando olhar para si mesmo e descobrir por que Park gostava tanto de uma coisa tão simples e comum.

— Aliás, amo a cor da sua pele, principalmente nessa parte do antebraço.— passou sua unha recém cortada pelo local elogiado.— Muito mesmo.

Jungkook olhava ele com admiração, amava ele, já até falou para que ouvisse, o menor inspirava confiança e cuidado, sempre paciente e muito carinhoso, principalmente, um ótimo ouvinte.

— Meu príncipe, quero te falar uma coisa.— se sentou na cama, Jimin imitou ele meio confuso, agora estavam um ao lado do outro.— Falar não, mostrar.

— O que é?

— Quando eu ia na terapia, minha psicóloga falou que uma maneira boa de tirar toda a tensão que eu carregava era escrever minha história. E no final, isso foi muito bom, por que quando eu me sinto pronto para mostrar pra alguém, eu dou as folhas. Você quer ler?

— Quero. Por favor.

— Vou buscar.

Cinco minutos depois ele volta com algumas folhas de caderno soltas e com uns rabiscos. Park estava curioso, queria muito ler, muito mesmo.

Jimin ficou entre as pernas dele e deitou suas costas sobre todo o tórax arrojado de Jeon, sua cabeça pousou sobre o ombro lado dele e já estava lendo algumas palavras iniciais.

— Antes de ler, quero falar que atualmente eu estou muito bem, e que qualquer sentimento de culpa, será desnecessário.

— Por que eu sentiria culpa?

— Não sei. O Hoseok, Taehyung e Yoongi sentiram. Quando você ler, você vai entender.

— Tá bom, então vou ler.

— Príncipe — chamou meio receoso.

— Oi?

— Te amo.
















Aliás, eu falo pra vocês "não criem teorias" e vocês vão lá e criam, vida de army não é fácil pra ninguém em kk

Aliás, eu fiquei muito soft e triste com esse cap! Jikook casalzinho lindo, mas Minsuk versão JK fetus )):

Até Sz

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