[🥀] - 열둘
"A vida é muito importante para ser levada a sério"
No dia do aniversário de Jungkook, logo pela manhã ele acordou e arrumou um café bem reforçado, teria de fazer seu "ritual" que sempre fazia naquela data.
Nunca sentiu diferença entre o dia anterior, o hoje e amanhã. Era simplesmente o mesmo.
Jeon Jungkook era sempre Jeon Jungkook.
Park acordou logo em seguida com o barulho da máquina de suco, correu pelas escadas só para dar parabéns.
Chegou sorrateiramente pelas costas de Jungkook, que não tinha percebido a presença do menor até que sentisse os braços passando por sua cintura.
— Oi.— Jimin falou um pouco sem graça e deitou a cabeça nas costas do maior.
— Oi.— sorriu e tentou olhar para trás, tendo a visão dos cabelos negros de Park passarem levemente por cima da camisa.
— Feliz aniversário.
— Obrigado.— Jeon levou sua mão direita sobre as duas do menor que estavam unidas na sua barriga.— Você está agindo estranho.
— É que esse é o meu presente. Um abraço.
— Eu adorei. Nunca me deram um abraço tão lindo assim.
— Que mentira.
— É verdade.
— Eu não acredito.
— Por que é bobo.
— Sou.— admitiu e largou a cintura de Jeon, os dois agora estavam lado a lado.
O sorriso do aniversariante era largo, não se importava de ganhar um abraço, na verdade ele tinha amado o jeito que recebera.
— Vou te dar mais um e você se lembrará que te dei dois presentes.— Jimin se aproximou mais uma vez e agora sua cabeça deitava no peito do maior, que o apertou em seus braços contente com a frase.
— Terei que te dar dois presentes no seu aniversário então?
— Se quiser que eu te mate, pode até tentar.— reclamou baixinho contra o peito de Jeon, o menor decidiu ficar um pouco mais naquele abraço porque sentiu uma leve quedinha quando agarrou aquele peitoral definido.— Você vai ver sua mãe?
— Vou. Você quer vir?
— Acho que seria meio estranho atrapalhar esse momento.
— Eu iria falar de você o tempo todo.— deu de ombros, aquilo era um verdade absoluta, geralmente falava sobre casos, ou coisas bestas que aconteceram no seu ano, mas agora ele tinha algo para realmente contar.
— Ia? — afastou minimamente a cabeça e a inclinou para que pudesse ver Jungkook.
— Sobre o que mais eu falaria?
— "Mamãe, ainda sou rico, inteligente e bonito"?
— Me acha bonito?
— Te acho rico, o resto o dinheiro vai acrescentando.— brincou, Jeon ri por alguns segundos antes de se afastar do menor.— Sabe que eu tô brincando né? — Jimin começa a se preocupar achando que o outro achou.
— Claro que sei.— ele sorri de novo tentando confortar o outro.— Vamos tomar café, tá?
— Tá.
Park mentiu dizendo que o abraço seria o único presente que ele daria, na verdade, nas últimas semanas ele se esforçou muito para dar algo a Jeon, mas não sabia se dava, ou não.
Não estava zerado por completo, ele como qualquer um, tinha sua conta bancária que ele guardava os seus extras.
Fez de tudo para que Jungkook não descobrisse sobre aquilo, trabalhou duro, viu tutorial no YouTube e ligou para seu amigo antigo e de confiança para lhe ensinar.
Sentia que não era grande coisa, e talvez Jeon nem gostasse daquele tipo de presente, mas foi a única coisa que Park conseguiu pensar e fazer.
[...]
Jimin tinha subido para se arrumar, vestiu sua camisa completamente branca com mangas num cumprimento que ia até o cotovelo e possuindo dois botões, que ele deixou desabotoado apenas o primeiro, sua bermuda caqui batia mais ou menos na metade das suas coxas.
— Com esse short acho que nem vão me deixar entrar.— se olhou no espelho na tentativa de partir seu cabelo ao meio igual Jungkook sempre fazia e com muita dificuldade, acabou conseguindo.
Calçou seu all star branco e pegou a mochila preta de couro que ele geralmente só colocava o material utilizado nos estudos para por uma blusa e o presente.
— Já tá pronto? — Jungkook entra no quarto bem devagar com medo dele não estar.
— Sim. Acha que eu vou ser barrado por causa do short?
— Não — olhou ele de cima a baixo, na opinião dele Jimin estava lindo.
— Sei que é meio indelicado mas... Ela foi cremada é enterrada? — aquilo doeu no coração de Park perguntar, mas uma hora ou outra iria ver.
— Apesar de eu não querer, ela escreveu no testamento que queria ser cremada.
— Minha mãe uma vez me disse que tinha tanto álcool correndo pelo sangue dela que se tentassem cremar acabaria explodindo tudo.— Jimin fala bem humorado e um sorriso surge no rosto do maior, era impressionante a capacidade que o menor tinha em por humor até mesmo nas tragédias da vida.
— Sua mãe era meio doidinha.— ele balança a cabeça.
Jeon vestia uma calça preta jeans com um rasgo bem discreto nos joelhos, uma camisa em listras preto e branco na vertical com o primeiro botão solto, o sapato da mesma cor que quase toda sua roupa, bem lustrado.
— Ela era completamente doidona.— ele ri, mesmo com todas as coisas que Jimin passou, ainda conseguia recordar de ótimos momentos que ele tinha em família.— Tive que puxar de alguém.
— Por que está levando mochila?
— Blusa.
— Mas está sol.
— Mas pode ficar frio.
— Nós vamos ali e já voltamos.
— Nunca se sabe.
— Poderia ter posto no carro então.— solucionou rapidamente.
— Agora que eu tirei todo o material da mochila e você diz isso? — continuou a arranjar desculpas para levar a mochila.
Jungkook percebeu o estranho apresso pela mochila, mas deixou quieto já que não parecia ser nada de ruim.
[...]
Os dois chegaram ao Daejeon National Cemitery, esse era o nome escrito e destacado de prata, o lugar era praticamente no meio do nada, mas Jimin não quis comentar por que, se não estava enganado, sua mãe tinha sido enterrada por ali.
Jeon tinha parado no caminho e comprado um buquê das flores favoritas de sua mãe, o arranjo mais lindo que pudesse escolher com a ajuda de Park.
— Ela gostava de lírios? — o menor sentiu o cheiro delicioso e forte das flores brancas e rosa.
— Amava — corrigiu — Eu ainda preservo o jardim que eu e ela cultivamos juntos.— sorriu ao lembrar do belo jardim.
— Jura? Aonde?
— Na casa que era dela.— explicou paciente enquanto ainda manobrava o carro.
Park iria comentar sobre ele ter mais uma casa, mas sabia que seria muito inconveniente.
— Qual o significado dos lírios? — voltou a cheirar.
As flores favoritas de Park eram as rosas, especificamente vermelhas, não só pela aparência ou por ser famosa, mas ele pegou apreço pela flor assim que leu o Pequeno Príncipe.
— Você não deveria ter me perguntado isso...— Jeon sorri de lado.
Jimin não tinha entendido de primeira, mas quando Jungkook começou a falar e não parar mais, começou a compreender.
O maior era um viciado em lírios, estudou sobre elas graças a sua mãe, que lhe ensinou muitas coisas.
— Lírios são muito mencionados em livros sagrados, tipo a Bíblia. Simbolizava a pureza, castidade e inocência, por isso são conhecidos como buquê de noiva, mas esse são só os brancos.
E ele literalmente não parou mais: "Lírios são queridos a milênios. O desenho do lírio é encontrado até hoje nas paredes de palácios gregos antigos. Existe uma lenda da Grécia dizendo que à flor tem o poder de reconciliar os amantes. Um pedaço do bulbo é capaz de reaproximar os apaixonados que romperam relações"
— Ah, que legal isso.— arrumou sua posição no banco entretido com a aula repentina de floricultura.
Jungkook retomou: "Lírio é símbolo de amor eterno, quem batizou assim foram os chineses. Na China, o lírio significa fartura e é associado à flor do verão, em algumas partes do mundo, os Lírios são considerado o rei das flores."
— Eu ainda amo rosas.
— Pois é aí que entra a minha observação do dia! — Jeon sorri animado, Jimin ri internamente de toda alegria num assunto simples daquele.— Você sabia que os Lírios ao lado das rosas, são as flores que possuem o perfume mais delicioso? Isso se deve a feniletilamina, substância que estimula a produção de endorfina no organismo humano, proporcionando uma maravilhosa sensação de tranquilidade e bem-estar.
— Fene... O quê?
— Hormônio da paixão.
— Aí, que bacana isso. Eu acho bonito aqueles Lírios azuis.
— Significa existência de um sentimento bom.— respondeu rápido, como se tivesse a resposta na ponta da língua.
— Fanático por Lírios.— brincou.
— Eu avisei para não perguntar.— respondeu bem humorado saindo finalmente do carro.
Os dois caminharam para dentro do local onde as pessoas colocavam os falecidos cremados, era tudo em ordem alfabética e pararam logo no "J".
— Jeon Nari.— murmurou chegando ao um pequeno local onde tinha um caso muito bonito na cor branca, com o nome em dourado e o emblema de um lírio na mesma cor.
— Que irônico. O nome dela também significa lírio.— Jimin comentou ao ler.
Jeon's eram fanáticos por Lírios à várias gerações, por que até o nome eles homenageavam.
— Um vício da família materna.— explicou.
— Achei fofo.— sorriu — Quer que eu deixe vocês a sós?
— Só se você sentir-se desconfortável pode ir.— pegou o buquê da mão de Jimin com carinho e cuidado.
Park deu uma afastada do local, ele tinha quase certeza que sua mãe também estava enterrada ali e decidiu que iria dar uma visitinha pra ela também.
— Toma — retirou uma flor de seu próprio buquê e deu ao maior no intuito de presentear a mãe dele — Fala bem de mim.
— Como se desse para falar mal.— rolou os olhos antes de sair caminhando com a flor.
Jimin demorou séculos até encontrar o túmulo de sua querida e amada mãe, quando finalmente colocou à flor ali, sentiu vontade de falar todas as coisas que falaria se estivesse viva, boas ou ruins.
— Aí mãe, conheci um homem...— prolongou num suspiro — Não do tipo que irei me casar, não estamos num relacionamento, embora se você estivesse viva me diria que ele é um peixão que eu deva fisgar, não, o nome dele é Jungkook, ele é bonito, inteligente, rico e dono dessa flor. O sorriso dele é lindo... Me ensinou muitas coisas, ele vem abrindo muitas portas na minha vida...
Depois de bater um super papo com a sua mãe, ele volta para onde tinha se despedido de Jeon, Park entrou silenciosamente e ficou ouvindo numa distância segura tudo o que ele falava.
"O nome dele é Jimin, Park Jimin. Bonito né? Isso por que você não viu ele. Aliás, ele veio comigo, mas não queria ouvir o que eu iria dizer, acho que ele sabia que eu falaria sobre ele o tempo todo. Esse ano não tinha sido muito legal, eu ganhei alguns casos, mas eles eram fáceis demais, fiz uma reforma em casa, mas o Jimin continua sendo a melhor coisa dessa ano. É legal estar em casa e saber que eu não estou sozinho, não era só ele que precisava da minha ajuda, eu descobri que precisava da ajuda dele também, só para viver melhor. Eu venho vivendo melhor, ele é a única pessoa que ri das coisas que eu falo, mesmo sabendo que meu humor é péssimo! Park acha que eu sou inteligente, nunca me viu em matemática, acho que ele me admira, sei lá, gosto dele de uma maneira diferente, não é como eu vejo o Yoongi, ou qualquer estranho. É o Jimin, é diferente, me sinto diferente..."
O menor ouvia cada palavra com muita cautela, não acreditava ainda no que estava sendo dito por Jeon. Ficou sensível, talvez fosse chorar se não segurasse as pontas com muita dificuldade. Acabara de ouvir que alguém gostava dele, bom, já sabia disso, mas não pensou que ouviria de forma tão bela.
— Você está aí quanto tempo? — Jungkook se vira surpreso ouvindo o limpar da garganta.
— Uns três segundos. Falou de mim? — sorriu se aproximando dele, claro que não comentaria.
— Até demais.— admitiu — Como foi lá?
— Tenho certeza que ela cansou da minha voz.— passou o braço pela cintura do maior em uma forma de reconfortar ele, mas acabou que ambos se sentiram abrigados naquilo.
— Acho que isso seria impossível.
Jimin ia considerar aquilo como um flerte, por que até tinha um certo tom quando se via a situação, os dois abraçados, sorrindo, sentimentalmente instável e falando coisas como aquela.
É, eles poderiam estar flertando sim, mas não se importaram de continuar.
— Vamos embora? — o maior perguntou.
— Tá.
[...]
Chegarem em casa rapidamente, ainda estava cedo e Yoongi havia deixado uma mensagem na secretária eletrônica.
— TRINTÃOOOOOOOOOO MAIS UUUUUM! — foi a única coisa que ele disse.
Jimin começou a rir histericamente depois que ouvia a mensagem de novo e de novo.
— Trintão mais uuuuuum! — ele repete em meios aos risos.
— Babaca.— Jeon reclama da mensagem de voz mas não conseguiu ficar sério vendo o riso fofo e animado do menor.— Ele me mandou uma mensagem, quer bolo do que?
— O aniversário é seu, você escolhe.— deu de ombros.
Pegou o celular que estava em seu bolso e digitou para seu amigo.
Jeon Jungkook:
| Eu quero aqueles Martha Rocha.
Yoongi:
qual vai ser o terceiro recheio?|
Jeon Jungkook:
| Lembra do que me trouxe ano passado? Com creme de amendoim e conhaque?
Yoongi:
não tinha um mais fácil não?|
Jeon Jungkook:
| Quero que o Jimin experimente esse.
Yoongi:
qUeRo qUe o jImIn eXpErImEnTe|
eu que me fodo no romance de vocês, aí aí eu sou um ótimo amigo.|
Jeon Jungkook:
| eu te dei folga no meu aniversário, shhh
| aliás não tem romance nenhum você sonha demais
Yoongi:
rindo |
Jeon Jungkook:
| Vai buscar meu bolo e cala a boca.
Yoongi:
ela ficou brava ela |
Jeon Jungkook:
| Vai esperar eu fazer trinta e dois?
Yoongi:
vAi eSpErAr eU fAzEr tRiNtA e dOiS |
Guardou o telefone no bolso e se sentou no sofá onde estava Jimin, olhando para ele esperando um update do que acontecia.
— Ele vai trazer.
— Não tá meio cedo? Ainda são... Uma da tarde.— ele ficou consigo, achou que aconteceria à noite.
— Taehyung vai ficar no período noturno na clínica dele e o Hoseok pediu para que fizéssemos a tarde. Algum problema pra você?
— Nenhum — balançou a cabeça negativamente — Taehyung tem uma clínica?
— Ele é veterinário.
— Eu sempre sonhei em ser veterinário — admitiu.
— Taehyung pode te ajudar, ele também vai ficar super feliz em saber que não temos mais um formado em direito! — Jungkook passa a mão nos cabelos dele tentando incentivar.
— Pode me ajudar como? Não seria muito abuso?
— Ele poderia te dar umas dicas, ou um estágio na clínica veterinária dele.— deu de ombros.
— Jura? — os olhos do menor dispararam assim como seu coração.
— Você tem que ver com ele, mas se é isso que você realmente gosta de fazer...
— Minha mãe queria morrer quando eu pegava os cachorrinhos da rua machucados e cuidava deles.
— E o que você fez com eles?
— Levei para um abrigo quando não consegui mais pagar, tive que me mudar para um apartamento e o meu amigo tinha alergia, então teria abandonar meus pobres bichinhos, eu visitava eles no começo sempre que podia, mas eles foram adotados aos poucos e mesmo feliz fiquei um pouco triste.
— Amigo? — ficou confuso, pois lembrava de Jimin falando que não tinha amigos.
— É. Quando eu fiquei ferrado de tudo, fiz uma amizade no ramo da prostituição, no começo nem eu mesmo acreditei que ele fosse meu amigo, mas ele era, me ajudou em tudo, casa, comida, me ensinou muita coisa, coisas boas, me deixou longe das drogas. Ele foi a minha mãe.
— E o que houve com ele?
— Conheceu um cara rico que realmente gostava dele, tipo "Uma Linda Mulher", sabe? Eles acabaram se mudando, ainda falo com ele às vezes, quase nunca.
— Ah, e qual o nome dele?
— Seokjin. Pessoa mais linda que eu já vi.— sorriu de lado lembrando de tudo que já havia passado.— Depois de você.
— Interesseiro mentiroso.— apertou o nariz achatado de Park.
— Tenho que ficar bem na fita.— dá de ombros e em seguida sorri deixando óbvio que era brincadeira.
Alguns tediosos e longo minutos depois Yoongi chega com uma caixa média rosa claro, provavelmente com o bolo.
Ele usava sua roupa inspirada a velório de sempre, tudo preto incluindo as meias que Jimin poderia ver claramente.
— Oi Minie, oi bundão.— ele sorriu.
— É meu aniversário, dá pra dar um desconto? — o maior reclamou.— Vou pegar pratos e alguma coisa pra gente beber.
— Que tal bolinhas de queijo, uma língua de sogra e um refri de dois litros? — Min provocou enquanto o outro nem deu bola e só caminhou para a cozinha.— E aí, como vai?
— Bem e você? — esperou seu amigo se sentar para puxar assunto.
— To ótimo. Aniversário de adulto é chato né? Prefiro de criança!
— O único problema é que tem crianças lá.— os dois concordaram — No meu aniversário eu quero uma cama elástica.
— A gente pode pular na do Jungkook até quebrar mesmo.— solucionou rapidamente fazendo o outro rir.
— Você me ama cegamente, cara.— o maior com alguns pratos de vidro no formato quadrado e na cor preta.— Estavam falando o que de mim?
— Sobre quebrar sua cama.
— Nem fodendo.— Jeon reclamou.
— A gente vai beber o que? — Yoongi muda de assunto não dando bola para o amigo.— O que acha que somos? Animais selvagens? Temos sede, ok? — encheu o saco de seu amigo apenas para provocá-lo.
— Seu amor por mim é imensurável.— Jung concluiu.
— Você tem vinho francês? Dizem que é o par ideal para bolo.— o amigo muda de assunto rapidamente indo a cozinha pegar bebida.
— Deve ter. Sabe o nome?
— Sei.
Enquanto Jimin assistia o pequeno conflito entre que vinhos escolher, o que particularmente não fazia sentido pois para ele tudo era bom, ele também pensava no presente que nem tinha dado a Jeon, não havia conseguido arranjar uma brecha na conversa e entregar, então resolveu esperar mesmo.
— Chegueeeeeei! — alguém abre a porta, Jimin desconhecia o homem bonito de cabelos vermelhos acompanhado de um alto e também bonito de cabelos castanhos claros.
— Oi Tae.— Jungkook sorri.— Oi Hobi.
— Você está ficando muito velho, não quero te ajudar a alimentar os pombos na praça.— o de cabelos castanhos pendura seu casaco no gancho que tinha bem ali acompanhado de seu namorado.— Brincadeira, você sabe que a gente ama velhinhos.
— Odeio vocês.— o maior reclama do ataque dos amigos — Nem feliz aniversário vocês me dão.
— Feliz aniversário.— eles falaram juntos, o riso de Park foi bem baixinho, não queria ser visto, mas ocorreu quando Taehyung bateu os olhos nele.
— Esse é o Jimin? — Hoseok pergunta antes do namorado já jogando um sorriso largo para o menor envergonhado.— Muito prazer, meu nome é Hoseok, você está disposto a levar esse homem no parque e alimentar pombos?
— Amor, a piada já perdeu a graça, chega.— Tae repreende o namorado — Muito melhor dizer que Deus já tá sentindo saudades do dia em que criou o universo e ele estava lá pra ver.
— Essa foi ótima, meu bem! — os dois fizeram um toque de mão ainda rindo, Park tentou não rir por respeito ao maior, mas não conseguiu disfarçar, era péssimo em prender risadas.— Então, você é bem bonito, como o Jeon falou.
Ó pai, por que comestes meu cu sem lubrificante? Jungkook pensava em sua mente tentando repreender os amigos com os olhos.
— Olha essas bochechas macias dele, você é mesmo um principezinho! — Taehyung se senta no sofá ao lado do menor, louco para conhecer o amigo novo de Jeon.— Olha as mãozinhas, parecem surreais quando olha para minha! — os dois compararam as mãos e a do ruivo com certeza era enorme comparada a dele.— Posso ficar com ele? — abraçou Jimin encantado com a fofura dele.
— Não — rebateu beliscando o pescoço do amigo ruivo.— Para de sufocar ele, anda Taehyung, ele não é um cachorro, sai daí.
— Seu ciúmes me incomoda.— se afastou fazendo careta para o amigo.— Com licença que eu estou fazendo amizade? Por que você não vai falar de coisas chatas com o Hoseok?
— Menosprezam a nossa profissão amigão! — o acastanhado que estava no canto até agora rindo do namorado se aproxima de Jeon.
— Quer ir lá na cozinha ajudar Yoongi a procurar um vinho? — assim que ele concorda, os dois saem em direção a cozinha para ver o amigo.
Ficou apenas Kim e Park, no começo o menor ficou meio sem graça de conhecer gente nova, mas o ruivo foi simpático e engraçado com ele.
— Sinto muito por tudo que aconteceu com você.— ele comentou passando a mão nas costas do menor — Jeon me falou um pouco.
— Não sinta, eu atualmente estou mais feliz do nunca estive na minha vida.— Jimin admitiu fazendo Tae suspirar um "awn" arrastado.
— E já pintou um clima entre vocês? Tipo, oh meu deus, tensão sexual? — mudou de assunto interessado, as bochechas do outro ficaram vermelhas de vergonha.— Qual é, nem uma vezinha?
— Não rolou com ele nem pagando, nem de graça.— admitiu, na verdade omitiu todas as vezes que olhava para o corpo dele, ou das vezes que eles se abraçaram de uma forma que Jimin ficava envergonhado.
— Jura? Ainda vai pintar então, eu sinto isso e eu nunca erro! — animou-se.
— O que quer dizer com 'vai pintar'? Acha que eu e ele...— as bochechas ficaram mais vermelhas ainda.— Acho que não, eu nunca iria fazer o tipo dele, e... Sei lá.
— Tipo dele puf! — reclamou — Jeon não tem tipo, quer dizer, eu nunca vi. Bom, eu não negaria um homão daqueles, vai negar que ele é um homão?
— Ah, ele é bem bonito mesmo.— admitiu.
— O primeiro passo é a aceitação, isso mesmo Park, aceite.— consolou, o menor não sabia se ficava embaraçado ou se ria, optou por não fazer nenhum.— Quer dizer, se você não gosta dele é claro que não, mas eu acho que gosta.
— Eu não gosto dele, não desse jeito aí.
— E de que jeito você gosta dele?
Park tentou responder várias e várias vezes aquela pergunta, mas não sabia de qual forma gostava dele, só sabia que gostava, de estar junto, conversar, tudo que tinha ele, já fazia sentir-se bem.
Lembrou que Jeon provavelmente se sentia da mesma forma, a conversa que ele ouviu mais cedo entre ele e sua mãe o fez entender que nenhum dos dois sabiam como se gostavam.
Jimin não se importa de ficar confuso, muitas vezes ele não soube se gostava ou não de algo, às vezes era obrigado a aceitar o que era lhe dado, só que agora não era assim, ele gostava de Jungkook, mas não sabia como e depois da conversa com o amigo dele, ficou mais confuso e instigado ainda.
[...]
A diversão adulta era chata, mas não tão chata quanto pensou o menor. Estavam brincando de palavras cruzadas sentados ao redor da mesa de centro e Jimin começou a ficar possesso com o moreno roubar todas as suas palavras e ele nem entendia o jogo.
— Por que fez isso? — leu a palavra que o maior ao seu lado tinha acabado de formar.
— Você escreveu "colar" e eu coloquei "inho" e formou "colarinho" então eu ganhei cem pontos.— explicou anotando a pontuação, os outros assistiam aquilo segurando o riso.
— Por que você ganhou cem e eu só cinco? Sua palavra não existiria sem a minha! — reclamou emburrado.
— Essa é a graça do jogo, príncipe.— Jeon tentou explicar sem deixar o menor mais nervoso ainda.
— Se essa é a graça, por que eu não estou rindo? — cruzou os braços, aquela tinha sido a gota d'água para o grupo de amigos que já não seguravam mais a risada.— O Yoongi colocou esqui, e eu poderia ter colocado esquina, mas eu optei por esquilo e, ainda sim, eu fiquei com menos pontos.
— Vai por nível de dificuldade.— Jungkook mantinha se calmo e paciente.
— Sabe o quão difícil foi decidir entre esquina e esquilo? — se defendeu, não entendia como as pessoas se divertiam com o jogo.
— Quer que eu te dê mais alguns pontos por isso? — ironizou.
— De quantos pontos estamos falando?
— As duas palavras valem dez pontos, você pode ganhar vinte pontos.— negociou.
— Vai a merda.— rolou os olhos, vinte pontos não eram nada para ele, embora todos ali começaram a rir da pequena discussão que os dois formaram, até Jeon se rendeu à rir da cara emburrada do menor.
Todos perceberam como eles agiam graciosamente um perto do outro e embora não quisessem admitir, os olhos de ambos brilhavam quando estavam juntos e o sorriso que estava estampado no rosto de Jungkook era o mais sincero que todos os amigos dele já haviam visto.
— Foi bem divertido e tudo, mas tenho que ir, meu horário na clínica tá quase começando.— Taehyung vê seu relógio.— Sou péssimo em dar presentes, por isso só lhe trouxe o prazer da minha companhia.
— Meias são melhor que sua companhia, Tae.— Min murmurou enquanto ainda olhava o quadro do jogo.
— Como sabe que eu comprei meias?
— Me comprou meias, Kim Taehyung? — o aniversariante cobrou.
— São do homem de ferro, e você vai amar! — tirou do bolso uma caixinha vermelha com detalhes amarelos só para mostrar o apresso que tinha pelo personagem.
Jeon retirou a embalagem sem estragar por que tinha adorado o cuidado com que foi empacotado, a meia era como o amigo disse, do homem de ferro e ele havia adorado.
— Meio infantil, não acha? — Jimin comentou e no exato momento que disse isso todos o olharam como "você não deveria dizer isso".
— Olha, Tony Stark é rico, inteligente, charmoso e um herói! — Jungkook se defendeu.
— Ele é basicamente igual a você, mas você existe. — o menor tampou a boca envergonhado percebendo o que tinha falado enquanto ouvia o "hmmmmm" dos amigos.
— Certo, vamos ver o meu agora! — Yoongi estica o braço para pegar sua mochila — Você vai amar.
Ele tira uma caixa retangular embalada de vermelho e entrega para seu melhor amigo, que não esperava presente dele.
— Gastou dinheiro comigo? Uau! — olhou a caixa retangular — O que é?
— Abre aí, porra.
Ele tirou com muito cuidado a embalagem vermelha de papel e deu de cara com uma das coisas que para adultos parecia idiotice, mas para ele era uma edição limitada do homem de ferro que existiam apenas algumas no mundo.
— Um boneco? — Jimin questionou olhando a caixa lacrada.
— Uma Mark quarenta e quatro em ótimo estado, conhecida como Veronica ou Hulkbuster.— o maior admira a caixa.— Mantida em um satélite e é capaz de repor suas próprias peças, projetada pelo Bruce Banner e o Tony para deter o Hulk.
O que Jimin ouviu foi: "Um boneco de herói".
— Hm — ele soltou totalmente desinteressado — Tira da caixa pra gente brincar!
— Ficou maluco? — afastou a caixa das mãozinhas sorrateiras de Park — Perde o valor se tirar da caixa para brincar.
— Minha mãe dizia a mesma coisa sobre a virgindade, mas foi muito mais divertido tirar da caixa e brincar com ela.— o menor balança a cabeça negativamente, todos estavam rindo do comentário dele e ele nem sabia o porquê.
— Eu falei que ele era a melhor pessoa do universo.— Yoongi acompanha o riso dos colegas.— Então, acertei o presente?
— Eu te odeio, mas te amo também.— deixou a caixa no colo de Jimin e abraçou desajeitadamente o melhor amigo, que mesmo sendo louco, era o melhor mesmo.
— Chupem essa seus bosta, aqui é o melhor.— o esverdeado bateu no próprio peito com orgulho de si.
— Eu não posso mesmo brincar com isso? — olhou o brinquedo, obviamente não era de plástico, as mãos dele formigaram para abrir aquela caixa, mas era capaz de até Jeon, que sempre foi gentil, lhe dar um soco na cara de tanto apresso que tinha.— Ok, o silêncio de vocês já me respondeu tudo, pega da minha mão antes que eu tire a vida da Marcos setenta e oito, Hulala ou Vera sei lá o que.
— Mark 44, Hulkbuster e Veronica.— corrigiu pegando da mão do menor ao seu lado.
— Do brinquedo.— Jimin rebate corrigindo rapidamente.— Foi criada por quem? Aquele tal de Tony Esterco?
Todos naquela sala começaram a rir escandalosamente da "piada" de Park, mas na verdade ele não estava nem focando no humor.
— Vou relevar seu comentário com meu herói.— Jungkook avisa colocando o boneco distante de todos.
— O Hoseok queria te dar um vale.— o ruivo ri — Ele é péssimo em dar presentes!
— Mas eu demorei horas escolhendo qual presente dar, tá bom? — o acastanhado se justificou.
— Ele comprou os dois.— Tae ri fazendo até Yoongi cair na gargalhada.— É um livro e um perfume, pronto, dá logo pra ele, amor! — apressou o próprio namorado que já tinha praguejado o ruivo ao seu lado por entregar a surpresa.
O perfume era francês, e Jeon espirrou no próprio pescoço e a fragrância era tão potente que ele sentiu no mesmo instante.
— É bom.— Jimin aproximou o rosto do ombro do moreno apenas para sentir o cheiro.
— Bom né? — os dois começaram a ler a caixa com cuidado.— E o livro? Charles Bukowski? Fala sobre o que?
— Ter desejo e necessidade de viver plenamente, mas não ter a habilidade.
— Alguém sentiu a indireta? — Yoongi brincou pegando o livro.— Isso é exatamente o que a gente tava falando para o Gguk naquele dia, gostei.
— Que amigos ótimos que eu tenho...— cochichou só para Park ouvir.
Ele gostava de todos ali naquela sala, parecia que todos os amigos de Jeon eram legais com si.
A roupa do JK:
A roupa do Jimin:
Aí, eu amo tanto essa história.
Só lembrando que todas as informações que eu coloco na fanfic, são dos meus conhecimentos que eu amo colocar na história.
Tipo meu vício em lírios, ou no pequeno príncipe...
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