[🥀] - 여덟





"A única certeza que eu tenho é que todos os momentos são especiais se você estiver comigo"

O dia já tinha começado melhor naquela manhã ensolarada. Jimin não lembrava de como havia parado no quarto, mas supôs vagamente.

Desceu as escadas cheio de fome, quando chegou na cozinha, era óbvio que Jungkook já estava lá, cozinhando o café da manhã.

— Bom dia, Jeongguk.— Park sorriu ao entrar na cozinha.

— Oi, príncipe.— continuou com os olhos fixos na panela.

Foi pego de surpresa com o apelido carinhoso vindo do maior, lembrava que ontem à noite Jeon havia o chamado assim quando estava quase caindo no sono, só não sabia o porquê dele estar repetindo.

— Me chamou de príncipe? — se aproximou sentindo o cheiro bom.

— Eu sei que você gosta que eu te chame assim.

— E como descobriu?

— Um passarinho me contou.

— Ah. Eu falei dormindo de novo.— refletiu bem até chegar na resposta certa.— O que temos para o café?

— Bibimpap.

Park arqueou a sobrancelha ao ouvir o prato. Bibimpap era uma refeição completa, que as pessoas geralmente só comiam para ganhar energia em um dia longo que provavelmente teriam.

— E o que vamos fazer pra você me entupir de comida logo cedo? — falou enfim.

— Hoje você irá me levar na sua antiga escola.

— Vou?

— Vai. Preciso dos seus históricos escolares.

— Precisamos mesmo ir? — entortou os lábios ainda relutante.

— Sim. Eu preciso para sua inscrição da certificação anual de ensino e sua professora precisa para estipular em qual e em quantas matérias vocês vão trabalhar.

— Esqueci que estudar é chato.— reclamou.— Tudo bem, a gente vai, mas só aviso que se eu ver uma criança, eu irei chutar a cara dela.

— Park! — o maior repreendeu chocado.

— Chutar a cara é muita crueldade até para mim! — revirou os olhos.— No máximo um beliscão quando ninguém ver.

— Park — Jungkook começou a repreender com os olhos.— Você já foi uma criança.

— E eu me arrependo todos os segundos da minha vida por isso!


[...]


— Não sinto nenhuma falta daqui.— Jimin se lamentou ao ver sua escola do mesmo jeito que era a anos atrás.

Tinha algumas pequenas reformas, mudança de cor, obviamente não estava aos pedaços como a dez anos atrás.

— Coloque isso, dá um efeito legal na sua entrada triunfal.— Jungkook tira do bolso um óculos de sol.

— Só para você.— continuou a reclamar enquanto colocava o óculos.— Como eu estou?

Triunfal.— o tom que ele usou para dizer aquilo fez Park rir minimamente.

O único modo de chegar na diretoria era passando pelos corredores, para o azar de Jimin, o intervalo tinha acabado de começar, então todos olharam o casal de desconhecidos entrando.

— Ei, olha aquele baixinho, tem uma etiqueta de piranha na nuca! — um garoto aponta para Park.

— Etiqueta de piranha? — Jungkook questiona olhando torto para o garoto.

— É assim que pessoas reconhecem e chamam tatuagem de garoto de programa. Tem marca de vagabunda também, mas etiqueta de piranha é bem mais legal, sonoramente falando.— Jimin explica baixinho como se não fosse nada.

— Não acredito que você está dizendo isso, ele não pode falar isso! — Jeon cruzou os braços.

— Ignora, ele nem tem pau direito e muito menos dinheiro para pagar meu serviços. Só vamos logo pegar meu histórico.

Park começou a puxar Jungkook pelo braço, só ignorando os olhares e os risos que vieram depois do comentário do menino.

— E aí, condenado? Se eu pagar você me chupa? — o maior entortou os lábios incomodado, mas diferente de Jimin, que fingia que nada acontecia.

— Olha — Park respirou fundo parando perto do menino.— Seu pau vai ter que ser muito bom pra compensar esse seu mau comportamento.— retrucou vendo todo mundo rir do menino.

— Achei que era para ignorar.— Jeon ainda tinha um sorriso nervoso pela atenção que os dois tomaram no corredor.

— Piranha tudo bem, mas ninguém me chama de condenado.— deu de ombros e voltaram a caminhar em direção a secretaria.

Ao passarem para a sala com uma mulher alta de óculos, com um coque perfeitamente penteado no topo da cabeça. O olhar dela foi nitidamente malicioso para Jungkook, quando encarou ele dos pés à cabeça e sorriu.

— Ao que devo a honra? — perguntou.

"Só pode estar de brincadeira"  Jimin pensou, mas não deixou seu rosto entregar.

— Preciso do histórico escolar desse homem aqui.— o tom de Jungkook foi o mesmo de sempre, como se não tivesse entendido a indireta da mulher.

Nome? — ela mexeu no computador.

— Park Jimin.— o maior respondeu batucando os dedos na madeira da mesa.

— Não finalizou o ensino médio, certo? — perguntou lendo os dados no computador.— É um arquivo muito antigo.— sorri de lado olhando para Park.

— Não tanto quanto o seu, tenho certeza.— retrucou, ser chamado de velho por uma mulher que está louca pra chegar em casa e assistir Viola Minha Viola.

— Tem como conseguirmos ainda hoje? — Jungkook perguntou percebendo as farpas dos dois.

— Sim, eu só terei que ir no acervo. Esperem aqui.— ela se levanta e faz questão de mostrar seu corpo bem valorizado pela saia e o decote no paletó.

Assim que ela sumiu da vista dos dois, Jimin começou a rir, mesmo com o outro não entendendo o motivo ou vendo qualquer indício de humor.

— Não percebeu que ela deu em cima de você?

— Ela não deu em cima de mim.— Jeon virou a cara.

— Ela esfregou os peitos na sua cara.

— O decote já veio de casa, não foi exclusivo para mim.— continuou relutante e sem acreditar.

Senhor, ao que devo a honra de sua ilustre presença? — Jimin repetiu de maneira sexy perto do ouvido do maior.

Aquilo tinha mexido na parte mais obscura do cérebro de Jungkook, que soltou o ar bem lentamente pelo nariz, apenas para não mostrar a tensão que sentiu com a voz do garoto.

— Não gosto de mulheres e ela não deu em cima de mim.— sua voz saiu meio falha no começo, mas manteve sua postura.

— Posso esperar lá fora? Não quero segurar vela quando ela voltar.— continuou a provocar.

— Para com isso.— bateu no braço do menor, não foi com força, mas para chamar atenção dele.— Certo, espere lá fora. E nada de falar para as criancinhas que vai chupar elas! — alertou apontando o dedo indicador bem perto do nariz de Park.

— Quem acha que eu sou? Eu vou mandar elas me chuparem.

— Jimin — Jungkook repreendeu.

— Céus, eu estou brincando! — saiu da secretaria reclamando.

Tinha uma pequena fileira de cadeiras, onde tinha uma duas crianças, bem parecidas, mas um era garoto e outra uma garotinha, os dois longe do outro com braços cruzados e cara emburrada.

— E aí, o que aconteceu? — perguntou para a garotinha fazendo beicinho.— Ele te passou piolho?

— Você não é o garoto que tem a tal etiqueta de periguete?

— O nome certo é piranha.— corrigiu.— Você sabia que tatuagens são muito caras pra você chamar assim? — cruzou os braços arqueando as sobrancelhas.— Vai, me conta o que houve.

— Ele começou.— apontou para o menino, também emburrado.

— Que cê fez moleque? Mijou na cara dela? — deu uma cotovelada no menino.

— Não! Nós estávamos na aula de educação física e só disse que não queria fazer dupla com uma menina.— o menino se emburrou todo.

— E por que não? Ela parece que tem muita mais força que você.

— E tenho. Por isso estamos aqui. Por que eu pulei em cima dele e mostrei que sou tão boa quanto ele.— foi a vez da menina falar, dessa vez toda convencida.

— É isso aí garota, não deixe homens falar o que você pode ou não fazer! — fez um "toca aqui" com ela.— E você, — apontou para o menino.— Viu o que dá quando subestima uma mulher?

— É, todos os meus ossos doem.— admitiu.

Os dois pequenos se olharam sem graça, eles pareciam ser amigos, e depois de um tempo de conversa, Jimin descobriu que eles eram irmãos gêmeos, o que na cabeça do menor fazia muito sentido os rostos semelhantes.

— Ok, quero os dois dando a mão um para o outro.— Park puxou os dois para ficarem de pé. Mesmo com a cara desgostosa, eles obedeceram o "adulto" ali e deram as mãos ficando um de frente para o outro.— Pede desculpas para ela.

— Desculpa ter falado que não iria fazer dupla com você, é que os meninos iriam rir de mim.

— Vão rir mais ainda agora que você apanhou.— Jimin deixou escapar.— Quer dizer, olha para mim. Você acha mesmo que eu ligo pelo que as pessoas falam de mim? Ela acabou de me chamar de piranha e nem sabe meu nome.— apontou para a garota.

— As notícias correm, tá legal? — se defendeu.— Na verdade, você é bem legal...

— Claro que eu sou, pirralha inocente.— olhou ela de cima a baixo inconformado.

— Desculpa por ter te batido hoje.— a menina desculpou-se também.

— Isso agora deem um beijinho na bochecha um do outro.— mandou.

— Não! — falaram junto.

— Anda logo pirralhada! — Park começou a aproximar o rosto dos dois.

— Desculpa irmão.— ela beija depois de se render.

— Desculpa irmã.— ele abraça ela.

— Já posso trabalhar no casos de família.— Jimin bate palmas.— O responsável de vocês está chegando?

— Sim, o hyung...— o menino abaixou a cabeça.— Ele é legal, mas vai matar a gente!

— Vocês merecem morrer.— brincou, mas pelo visto crianças não entenderam seu sarcasmo e se assustaram.— Fiquem tranquilos, eu defendo vocês do hyung.

Não demorou meio segundo, que alguém começou a se aproximar depressa dos três seres humanos.

— Hyung! — o menino pula no colo de Jimin, a menina faz igual.

Park olhou o tal irmão mais velho, com o cabelo grudado na testa de suor, por que parecia ter vindo todo apressado correr para escola.

Ele era bonito, alto, e sexy.

— É, oi hyung.— Jimin usou um tom parecido com o da secretária a minutos atrás.— Esses pequenos são seus?

— Sim. Eles estão incomodando você? — colocou a mão na cintura parecendo respirar fundo.

— Ele nos ajudou a fazer as pazes! — a menina correu para os braços do irmão mais velho.

— Oh, jura? Obrigado. Esses dois... eles são muito encrenqueiros! — olhou para Jimin admirado e sorri de lado.

— Que isso, eles são uma gracinha. Que bom que deu tudo certo. Você parece cansado, correu muito?

— Estava no meio do meu estágio! — explicou enquanto sentava ao lado de Park e colocava a pequena em seu colo.— Preciso ainda falar com o diretor, mas obrigado por ter me ajudado com eles...

— Sem problemas.— Jimin sorri.— A propósito, Park Jimin.

— Lee Taemin.— esticou a mão sorrindo, sorriso muito lindo, na humilde opinião do menor.— O que veio fazer aqui?

— Pegar meu histórico escolar.

— E cadê? — olhou em volta.

— Meu amigo está cuidando disso.

— Amigo? — perguntou meio decepcionado.

— É, amigo, mano, brother, brow, parceiro.— tentou usar todos os adjetivos possíveis.

— Ah, sim.— soltou o ar aliviado. Uh, estava pintando um clima ali, e as crianças perceberam, menos Jimin, que ainda se manteve inocente perante a situação.

— Consegui, vamos?...— Jungkook aparece bem na hora H com alguns papéis na mão.— Ah, oi. Tudo bem? — olhou meio perdido para a criança no colo de seu conhecido.

— Ele é o seu amigo? — a menina no colo de Taemin aponta impressionada com o homão que apareceu na porta.

— O próprio.— Jimin se levantou deixando o garotinho no banco, ao lado dos outros dois irmãos.— Foi um prazer pessoal, até uma próxima vez.

Jeon tentou ler a situação, mas não conseguiu. A única coisa clara ali foi o clima entre os dois adultos, mas resolveu não interferir ou comentar.

— Tchau Jimin! — os dois pequeninos acenaram sorrindo.

Park e Jungkook começaram a caminhar e a medida que iam se distanciando, já sentiam um pesar da companhia um do outro. Era tão difícil eles ficarem sozinhos.

— Parece que eu não sou tão ruim com as crianças, afinal.— puxou assunto orgulhoso.— Fiz elas fazerem as pazes.

— Que ótimo, fiquei preocupado com o fato de você realmente chutar a cara delas.

— Eu pensei, mas antes decidi fazer uma boa ação primeiro, e antes que eu pudesse chutar o irmão bonitão apareceu, dai eu não pude.— explicou.— Como foi lá com a secretária?

— Você tinha razão. Ela estava dando em cima de mim.

— E o que você fez????? — sorriu ao ouvir a confissão do maior.

— Falei que era seu namorado.— deu de ombros sem dar importância, para ele realmente não foi nada, mas Park quase caiu pra trás chocado.

— Ah.— soltou o ar sem palavras.— O que vamos fazer agora?

— Não conheço muita coisa aqui, o que você sugere? — olhou em volta quando chegaram próximo ao carro.

— O ttteokbokki do final da rua é muito gostoso, quer dizer, se aquela velha não morreu...— Jimin aponta para uma pequena lanchonete na esquina, ela era do mesmo jeito que ele se lembrava.

— Espero que ela não tenha morrido.— Jungkook começou a caminhar em direção a pequena lojinha.

Park observou os passos estranhos de seu companheiro, geralmente ele sempre caminhava ao seu lado, mas hoje deu passos firmes até a esquina sem nem mesmo olhar para os lados e confirmar se o menor seguia ele.

— Parece que você está com fome mesmo! — sorri quando finalmente alcança o advogado.

— O que? — perguntou confuso.

— Hã? Nada. É que você está bem apressadinho, o ttteokbokki daqui é bom, mas não chega a ser maravilhoso! — brincou, Jimin estava tão bem humorado que não percebeu que o problema de Jeon não era fome.— Meu café da manhã foi bem reforçado então pode comprar só uma porção e eu divido com você.

— Certo.

Jungkook fez como Park sugeriu, pegou apenas uma porção, ele também não tinha muita fome, mas quis respeitar a ideia de experimentar algo com o menor.

Ela não morreu.— Jimin sussurrou bem baixinho apenas para Jeon ouvir, ele aponta com a cabeça para uma pequena senhora do fundo da loja.

— Que bom, né? — forçou um sorriso, que ainda sim saiu torto.

O menor mesmo com pouca fome, petiscou de seu lanche para relembrar dos velhos tempos em que ele ia lá depois da escola. O sabor era malditamente o mesmo, fez Park lembrar de cada dia de sua infância e adolescência.

— Experimenta.— mandou petiscando mais um.

— Eu não estou com tanta fome.— negou.

Umzinho só.— Jimin implorou tentando colocar na boca do maior um bolinho com muito molho picante.

O advogado sempre muito sério, encarou o rosto inocente e caridoso do menor ao levar comida na sua boca e depois a comida que estava quase sendo esfregada em seu nariz.

— Anda logo, Jeongguk, eu não sou de ficar colocando comida na boca dos outros! — Park reclamou da demora, o maior obedeceu mesmo ainda entortando os lábios engoliu do molho apimentado delicioso.

— É, realmente gostoso.— admitiu.— Então, qual o nome das criancinhas? — perguntou sem ter dado muita bandeira da real intenção.

— Que crianças?

— A da escola. Que você ajudou. Como aconteceu? — abriu a boca pedindo por mais comida, Jimin levou com rapidez mais um bolinho.

— Ah, sei. Não falaram os nomes, mas provavelmente é Lee alguma coisa.

— E por que tem certeza que é Lee?

— Por que o irmão mais velho é Lee Taemin, então é óbvio que os irmãos tem o mesmo sobrenome.— deu de ombros.

— Faz sentido.— abriu a boca, Park continuou alimentando até que acabasse tudo. Ele ficou, no final, com a boca vermelha de molho nas laterais, então de maneira gentil o menor limpou com guardanapo.— É mais gostoso do que parece ser.

— Eu sei. Viu aquelas coxas? — soltou um suspiro longo.

— Estava falando da refeição.

— Eu também! Olha aquelas coxas de frango ali! — apontou para o outro lado da rua com certo desespero e vergonha.

— Quer comer coxas de frango?

— Sabia que eu até perdi a vontade? — inventou qualquer coisa.

Jungkook não era bobo, entendeu muito bem o que Jimin quis dizer, mas se ele não se sentia confortável para falar por si só, então o maior não iria arrancar dele.

— Vamos então? — Jeon mudou de assunto olhando para todos os lados meio desnorteado.

— Claro.


[...]


Jimin assistia Jeon fazer o jantar, não sabia exatamente o que era, mas tinha macarrão no meio.

— Jeongguk — chamou ainda observando cada passo que o outro dava.

— Fala.

— Me ensina a cozinhar? — roubou um pequeno pedaço de queijo.

Jungkook parou tudo o que estava fazendo e encarou o pequeno surpreso.— Como assim?

— Existem muitas coisas que eu não sei fazer e posso aprender agora. Como eu vou voltar a estudar, nada melhor que aproveitar o empurrãozinho da vida e tentar as coisas.

— É claro que eu te ensino.— deixou um sorriso escapar com a explicação de Jimin.— Vem aqui.

Park deu a volta pela ilha e parou ao lado de Jeon, que largou a faca e pegou um avental preto e passou pela cintura do menor.

— O que estamos cozinhando? — perguntou enquanto sentia um par mãos fortes passarem por sua cintura e dar um laço perfeito.

— Macarrão ao molho pesto.— os dois começam a rir ao mesmo tempo.— Pique o manjericão, príncipe.— deu a ele a faca.

— É assim? — pegou o utensílio perigoso de maneira desajeitada.

— Precisa ser mais fino.— mesmo inseguro, Jeon passou os braços por trás do menor e juntaram as mãos.— Assim...

Jimin não tinha formulado uma frase descente para quebrar o gelo, então apenas soltou:— Hm.

— Você disse que tem varias coisas que gostaria de fazer, que coisas são essa? — a voz de Jungkook por conta da posição estava muito próxima ao ouvido do pobre menino.

— Cozinhar, dançar, estudar, viajar, ir a um karaokê com amigos, andar de skate...— deu de ombros.

— Você pode fazer aula de dança se quiser. E podemos te levar a um karaokê, marcamos uma viagem...

— Não acha que já faz demais por mim? Eu não gosto de abusar da minha sorte.— Park apertou os lábios sem graça, Jeon desfaz o contato entre os dois quando se afasta.

— Me conforta saber que você tem oportunidades e, mais ainda quando eu posso lhe dar algumas.

— Não me dá algumas. Me deu todas.— admitiu.

— Não fale isso. É a sua vida, sua obrigação é viver o mais plenamente possível.

— Obrigado e seu macarrão está no fogo, Machado de Assis.— apontou com a cabeça para o fogão sujo com a água em que estava sendo cozinhada a massa.

— Céus! Você me desconcentra! — desligou o fogo enquanto o menor ria do desespero de seu amigo.

— Não coloque a culpa em mim!

Jimin riu, muito. Passou a noite inteira mais concentrado em roubar petiscos do balcão de comida, do que cozinhar. Jeon também abusou da diversão e riu como nunca, basicamente nunca riu tanto em toda a sua vida.

— Minha barriga dói de tanto rir.— Park confessou.

— Dói de tanto que você comeu! Cadê o parmesão Jimin???? — o menor olhou em outra direção fugindo de ser incriminado por comer queijo.— Vinho tinto, ou branco?

— Qual vai me deixar bêbado mais rápido?

— Vamos beber o branco então.— concluiu ignorando o comentário do outro.

— Podemos comer na sala?

— Quer comer lá?

— É, vai passar um filme legal e eu quero comer assistindo.— Park implorou com os olhos.

— Claro. Me ajude a levar as coisas para a mesinha de centro.— entregou ao seu ajudante dois pratos todos gourmet.

— Você é todo caprichoso.— comentou impressionado com o prato além de parecer delicioso, muito apresentável.

Esperou que Jungkook pegasse as taças no armário não muito distante dos dois, não dava para negar que tirou uma casquinha, foi como Yoongi disse, ombros largos e bem trabalhos e uma bela bunda.

— Tá olhando para o meu traseiro? — percebeu.

— Sim,— admitiu e fez uma pequena pausa suspirando como se estivesse apaixonado pela visão — Essa calça deixa você bem bonitão.

Jeon olhou para a trás tentando olhar como a calça social o deixava, sempre achou nada muito fora do normal.

— Sua bunda é maior e bem mais bonita.— inclinou a cabeça para dar uma conferida nas pernas de Park.

— Para de olhar para minha bunda! — deu um passo para trás envergonhado.

— Você olhou primeiro para a minha! — ri da reação do outro.— Vem, vamos para a sala.— depois de pegar duas taças grande com uma mão e uma garrafa de vinho na outra.

Os dois foram até a mesinha baixa no centro da sala e organizaram de um jeito que pudesse comer um ao lado do outro.

— Toma — Jungkook pegou duas almofadas antes de sentarem em cima delas.— Qual filme você quer assistir?

— Você não vai rir?

— Por que eu riria? — encheu as taças.

— Eu não sei o nome do filme, mas o comercial é legal. É desenho, tem um homem malvado que é azul e tem a cabeça grande...

— Megamente.— concluiu com a explicação de Jimin.— Eu gosto desse filme, é uma das poucas animações que se tem uma lição de vida legal.

— Então você gosta de animações?

— Não é meu gênero favorito, mas eu assisto.— deu de ombros.— É o seu gênero favorito?

— É. Se você me ver chorando, finge que não viu. Sou sensível com animações e suas lições triste...— alertou, Jungkook achou aquilo adorável.

— Chorou vendo Toy Story 3? — questionou sorrindo lembrando do seu amigo Yoongi comentando que havia chorado no filme.

— Os brinquedos foram para a fornalha de mãos dadas! — se defendeu.— E o Andy se despedindo do Woody... Ah, eu não consigo me controlar.

— Ei, não tem problema gostar disso, essas pequenas coisas formam quem você é.— puxou a almofada do menor para mais perto de si.— Eu acho fofo.

— Que nada. É ridículo.— rolou os olhos.

— Não acho. Agora vamos assistir por que o começo é mais importante que o final.— Jeon começou a encarar a televisão já mostrando o inicio do filme.

Diferente do outro, Jungkook já havia assistido aquele filme, não mentiu quando disse que gostava, na verdade, sabia que ele iria adorar depois de se identificar com a história do alienígena.

Seu olhar não tinha outro rumo a não ser ao rosto concentrado do menor para a grande tela, Jimin realmente estava imerso em diversão com a animação não tão atual.

Ficava inconformado ao lembrar das coisas que Park comentava sobre sua vida, parecia tudo ser tão didicl para ele, e Jeon não conseguia entender por que uma pessoa tão boa inocente tinha que sofrer.

Não sabia de todos seus segredos, mas juntando os pedaços sabia que ele era só um homem bom, amável, adorável na companhia de todos.

O que lhe faltava seria o que? Oportunidades? Incentivo? Por que se fosse, Jungkook estaria ali agora em diante, por que não suportava a ideia de alguém tentar tirar a felicidade de seu querido príncipe.

— Você cozinha muito bem.— Jimin elogiou com a boca cheia.

— Você me ajudou, por isso saiu bom.— sorri, Park ficou tentando entender o sorriso enigmático do maior, mas como suas opções eram limitadas, resolveu ignorar e voltar ao filme.

— Vou lavar a louça.— avisou se levantando.

— Não — segurou o pulso do maior.— A gente lava depois que o filme acabar, eu te ajudo, prometo.

— Tudo bem então.— se sentou novamente ainda mais próximo de Jimin.

Agora os dois estavam assistindo o filme e curtindo a companhia um do outro, como a tempo ambos não faziam.

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