"Você percebe o quanto soa maluco nesse exato momento?"

Passou-se alguns dias, e Jimin ainda não tinha esquecido do que aconteceu no shopping, também não contou para Jungkook, porque não fazia a mínima ideia de como seria a reação dele sobre a situação.

Calar-se foi a melhor coisa, ele refletia sobre as palavras de Dakho. Não foi bom ver ele, mas desde que tivesse todo o dinheiro em seu bolso e nenhum hematoma, ele estava bem.

O que ele disse não era de todo uma mentira, talvez agora não se aplicava, mas aconteceu várias e várias vezes, o que dava a ele o poder da dúvida.

Não sobre Jeon, mas teve dúvidas sobre si mesmo.

— Certo, eu não ia comentar, mas eu não aguento mais, sério, o que aconteceu com você? — Jungkook chamou a atenção vendo o rosto de Park.

— Hã? — despertou de seus pensamentos.— Nada.

— Tem alguma coisa sim.

— Não. Não tem.

— Jimin, eu te conheço, e sei que tem alguma coisa.

Se me conhece, me diz você o que eu faço, porque nem eu me conheço. Aquele tinha sido um reflexo rápido, e ele chacoalhou a cabeça afastando o pensamento.

— Que é? Tá com fome? Tá triste? Tá com vergonha de algo? Quer alguma coisa, mas tem medo de pedir? — listou tudo que lhe foi possível pensar sobre a situação.

— Eu não sei.— admitiu abaixando a cabeça.

— Tem alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?

— Não. É algo que não se tem o que fazer.

— Então por que você está com essa carinha triste e indecisa? — passou a mão pelo rosto de Jimin, independente do motivo, saber que seu príncipe estava triste já era motivo de tristeza para ele também.

Park fez bico sentindo o polegar de Jungkook fazer carinho em seu maxilar.

— Porque eu estou pensando, e às vezes fico imerso em confusão nos próprios pensamentos.

— Minha terapeuta dizia que sempre era bom escrever em algum papel... Você comentou uma vez que tinha um diário, certo? Então escreva, alivia a tensão e depois de um tempo, você esquece, e quando lê percebe que sua dúvida era boba.— seu braço rodeava agora o ombro de Jimin, querendo abraçá-lo, numa maneira de acolher.

— É, acho que vou escrever.— parecia ser uma boa ideia para si.

[...]

Dois dias se passaram, e Jimin após escrever simplesmente voltou ao normal, ignorou todo e qualquer tipo de pensamento que viesse a afetar sua vida.

Ele estava bem e era assim que continuaria.

Jungkook ia para o escritório, e após sua professora ir embora, Park aprendeu a se contentar com a companhia de Minsuk até que ele chegasse, agora via a criança e seu gatinho brincando no tapete da sala e ficava caçoando do menino pequeno que não sabia se defender.

— Cheguei.— ele entrou, retirando seu casaco e o pendurando.

Jimin sempre esperava por aquele horário, onde seu namorado fazia o mesmo processo até que sentasse no sofá com ele.

— Oi, tio Gguk.— o menino fala.

— E aí, garotão! — os dois fizeram um toca aqui, que sempre trocavam naquele horário do dia.— Oi, príncipe.— beijou o topo da cabeça do namorado sorrindo.

— Oh, eu vou lavar legumes com a minha mãe! — se levantou, teve a ousadia de pegar Wasabi no colo e saiu percebendo que era o momento a sós do casal, sua mãe já tinha explicado isso a ele e então começou a prestar atenção sobre os dois juntos.

Quando saiu, deixando eles sozinhos, Jimin sorri e admite: — Sabe que eu até gosto desse garoto? Ele é espertinho.

— Ele é muito esperto! — acrescentou o muito, Jeon tinha um forte laço natural com o garotinho.

— Só diz isso porque ele se parece com você.

— Foi você que disse, não eu.— deu de ombros querendo não deixar óbvio que era exatamente aquilo.— Você não fica triste não? Wasabi tá sendo roubado de você.

— Não, não está. Confio no meu neném, ele me fez companhia a manhã toda, e acordei com ele me fazendo carinho. Acho que quando chega a tardezinha ele vai com o Minsuk pra nós deixar a sós.

— É um gato muito esperto.

— Concordo, puxou a mim.

Os dois riram e se aninharam mais um no outro, como se estivessem morrendo de saudades e não tivessem se visto a umas cinco horas atrás.

— Sabe no que eu estava pensando? — Jimin puxa um assunto.

— Tenho medo de perguntar.

— Idiota.— bateu em seu peito.— Sobre a aposta que a gente fez. Eu estou relendo os termos e eu acho que ganhei essa bagaça.

— Nós não tínhamos concordado que eu ganhei?

— Não. O trato era você me fazer mudar de ideia sobre trazer ela para cá, eu não mudei. Ou seja, ganhei.

— Certo, e o que você quer? — se rendeu não ligando, seu plano era uma idiota tentativa de conquistar Jimin e agora parecia sem nexo já que namoravam e melhor que isso impossível.

— Eu sou limitado. Penso em uma coisa de cada vez.

— Quando decidir me avisa.

Ele só precisou de um segundo para decidir o que queria, na verdade só precisou se recordar: — Me mantenho querendo um encontro com você.

— Um encontro? Mas a gente namora e passamos o dia inteiro indo para lá e para cá juntos.

— Está desmanchando meus sonhos, Jungkook.— avisou colocando a mão na cintura.

Hoje também foi um dia especial para Jimin, mas só agora ele entendia, ele fez a prova de conclusão de série hoje, e aquilo não parecia tão grandioso graças aos seus pensamentos.

Mas não significava que não estava orgulhoso de si por chegar até ali.

— Dá pra gente sair hoje, vai passar um filme de animação que acho que você quer ver.— pensou o moreno.

— Não é assim cara! — reclamou.— Você tem que me chamar pra sair.

— Meio humilhante você mandar eu te chamar pra sair, não acha? E nem precisa de tudo isso...— Jimin começou a bater em seu braço com toda a força que tinha.— Aí! Isso dói! — se afastou, mesmo dolorido, ainda ria.

— Me chama pra sair logo caralho! — bateu mais uma vez.

— Desculpa se você fica criando essas bolhas românticas sobre mim! — se defendeu bem humorado.— Park Jimin, você quer sair comigo? Quem sabe podemos ir no cinema? Ver um filme que talvez você queira muito.

— Vou ter que recusar, não saio com homens que não gostam das bolhas românticas que eu tento criar.— cruzou os braços olhando para a televisão.

— Você é só um garotinho chato! — mostrou a língua sem perder o bom humor enquanto Jimin recuava para o outro lado do sofá.

— Eu vivo de assistir filmes de animação e comédia romântica, eu sou um garotinho chato apaixonado e iludido e gostaria muito de ser no mínimo tratado como tal.

— Você não é um garotinho chato apaixonado e iludido quando estamos transando.

— Ah! — soltou o ar.— Tinha que colocar seu pau no meio disso? — aquele argumento fez Jeon cair para o lado rindo.

Jungkook semicerrou os olhos sorrindo e recuperando o fôlego, seu humor ao lado de Park parecia nunca ficar ruim, e foi por isso que ele insistiu numa aproximação.

— Jiminie-oppa! — usou sua voz fofa, despertando a atenção de Jimin, que nunca ouviu aquilo. Ele fez forçou ainda com bom humor uma voz fofa e vergonha de anime: — Senpai, gomen nasai chamar sua atenção assim, mas watashi wa preciso de dizer que daisuki demais, aceite meus sentimentos saindo comigo! Onegai! — a expresso de Park não mostrava se ele gostou ou não daquilo. [n/a: Senpai, sinto muito chamar sua atenção assim, mas eu preciso te dizer que te amo demais, aceite meus sentimentos saindo comigo! Por favor!]

— Caralho, isso foi o cúmulo. Depois sou eu que faço comentários ridículos.— balançou a cabeça.

— Mal agradecido.— apertou o nariz de Jimin não levando a sério.

— Cara, você não pode falar coisas fofas com essa voz gay enquanto está de terno!

— Ué, por que não?

— Por que isso acaba com a imagem 'me fode pra caralho' que você tem! Agora vou sempre lembrar de você me chamando de oppa e não de você dizendo: "Preservativos previnem doenças! Sabe o quem mais previne? Eu! Pois eu ando com preservativos!" — fez a voz grossa querendo caçoar do tom do namorado.

— A sua bolha acaba de ser estourada.— Jungkook balança a cabeça.

— Agora você quer falar de bolhas?

— Não quero falar com você. Estou chateado.— se afastou cruzando os braços também, obviamente nada daquilo é sério.

— Shhh, eu é que estou.

— Não não. Eu estou chateado com você. Jimin, você está se fazendo de vítima e todo mundo aqui sabe.— deu de ombros fazendo um bico, sua falsa expressão triste era tão ruim que Park iria rir.

— A vítima aqui sou eu! — continuou.— Não tem ninguém mais injustiçado nessa sala, e nada além da minha opinião que importa.

Os dois fizeram silêncio e começaram a se encarar.

— Como chegamos a isso? — Jungkook para de fingir começando a perceber a situação em que pararam, logo em seguida Jimin também se rende e vai até ele para se aninhar novamente.

— A gente enrola tanto com coisas simples que eu nem acredito que estamos mesmo namorando.— admitiu.

Ele estava deitado em cima de Jeon, olhando para seu rosto sorridente e sentindo os braços longos do namorado envolverem sua cintura.

— Eu não enrolo não, você é que enrola.— Jungkook fala ofendido.

— Ah tá, senta lá, Claudia! — agora quem ficou ofendido foi ele.

Mais um pouco de silêncio entre os dois, foi o que bastou para eles rirem da cara um do outro.

— A gente sempre faz isso.— Jeon comenta.

— Não.— negou rapidamente.— Você faz. Eu só sigo o fluxo.

— Nós dois fazemos.

— Eu não admito isso.

— Jimin.— repreendeu encarando o namorado com um sorriso no rosto.

— Foda-se. Fazemos. E daí? Isso dá certo pra gente.— formou um bico nos lábios meio envergonhado.

— Não fique triste, Jimin-ssi.— usou sua voz fofa de novo.

— Já mandei parar de usar essa voz quando está de terno.

— O que eu devo usar? Seus pijamas?

— É. Um pijama bem fofinho de preferência. Um rosa bebê! — concluiu tentando imaginar qual de seus pijamas ficaria bem em Jeon.

— Mas eu gostei tanto de chamar você assim, Jimin-ssi!

— Para! — escondeu o rosto sem graça, batendo no braço do outro.

— Parar com o que? Te chamar de Jimin-ssi?

— Ew ew, você às vezes me dá diabete de tão doce, Jeongguk-ah! — agora os dois participavam daquela brincadeira.

— Awn, fala de novo! — pediu.

— Eu não.

— Fala, meu príncipe, meu amor, meu Deus grego, razão do meu viver, favo de mel, docinho de coco, meu bolinho de arroz, ji do meu kook! — pediu novamente.

— Percebeu que qualquer coisa que acabou de dizer é melhor que Jeongguk-ah?

— Para mim, não. Agora repete só mais uma vez.— mordeu o lábio.

— Me faz ficar com vergonha, sabia? — suas bochechas tinham realmente uma coloração avermelhada de vergonha, e nem sabia como Jungkook ainda causava aquele efeito bobo nele.

Eles não falaram nada, Park deitou sua cabeça no peito de Jeon querendo esconder seu rosto corado.

— Jimin-ssi, você quer sair comigo, né? — a mão dele estava fazendo um carinho quase imperceptível no brinco do menor.

— Claro que quero, Jeongguk-ah.

O moreno sorri no mesmo instante, e mesmo sabendo que ele iria dizer sim, e sabendo também que aquele homem já era seu, naquele momento, com ele aceitando um encontro, não evitou sentir-se como o homem mais feliz do mundo.

— E você não vai sair de cima de mim para que eu troque de roupa?

— Cala boca e deixa eu curtir meu momento.— murmurou, automaticamente ele sorri, Jimin nunca escondeu quando estava emocionado com algo, seja bom ou ruim.

— Acho que esse momento é todo meu.

— Mais meu, do que seu.

— Não concordo, ele é meu. Só meu.

— Caralho, eu falei que é meu. Agora da pra você calar a boca e deixar eu aproveitar o meu momento, meu amor?

Jungkook não falou mais nada. Assim que ouviu ser denominado por 'amor', percebeu que não precisava dizer, aquele momento tinha se tornado todo dele.

Aí eu não ia atualizar hoje, mas aí eu pensei "hm, quase meia noite, vou esperar depois de meia noite pra dizer que to mimando muito meus leitores"

Mimo mesmo, amo vocês, me fazem feliz quando comentam me iludindo dizendo que sou boakk crise.

Mas é isso, capítulo fraquíssimo porém importante pra mim, igual a fic sz

Espero que vocês estejam realmente gostando de ler...

Até a próxima 💓