[🥀] - 서른다섯




"Tenho a impressão que as coisas vão ficar malucas de agora em diante..."

Passou algumas semanas, elas foram bem tranquilas, porém tranquilas até demais, Jimin estava tão imerso em suas projeções catastróficas que esquecia aonde estava, ficava tão preso em seus pensamentos que não prestava atenção nas coisas ao seu redor.

Mas Jungkook prestava.

Não era nada muito alarmante, mas às vezes pegava seu namorado olhando para o nada, com uma expressão ilegível.

Ele também não andava falando muito, porém seu comportamento quando estavam juntos em momentos românticos tipo nos seus encontros, mantinham-se normal.

Agora ele tinha acabado de chegar do trabalho, e não encontrou Jimin, nem no quarto, nem no banheiro, nem na sala, muito menos na cozinha.

— Senhora Kang, você viu Park? — encontrou sua empregada e o filho dela tomando chá enquanto pintavam um livro de colorir.

— Sim, ele falou algo em tomar um ar.— deu de ombros.

— Tio, ele está lá fora! — Minsuk balançou os pés animado.

— Oh, sim, obrigado.— falou seguindo caminho para área externa da casa.

No mesmo instante, avistou Jimin sentado sobre o banco de madeira, ele parecia estar escrevendo alguma coisa num caderno.

Se aproximou dele, sem pressa, ficou surpreso quando Park fechou o caderno assim que viu sua imagem.

— Oi, estava te procurando.— falou, ignorando o ocorrido estranho.

— Aqui é mais arejado, o tempo está gostoso. Decidi aproveitar para escrever e ler um pouco.— mostrou seu caderno e depois o livro do pequeno príncipe.

O moreno franziu o cenho: — Leu o Pequeno Príncipe de novo? — teve que questionar, era a terceira vez que o namorado lia o mesmo livro.

— É.

Não questionou, sentou-se ao lado dele, no banco de madeira, louco de vontade de perguntar o que estava havendo, mas decidiu que se Jimin não fosse falar, ele também não.

— O que está escrevendo? — encostou sua cabeça no ombro do menor.

— Segredo.

O mais velho deu uma espiada no caderno, com a capa preta nenhuma estampa, tinha um elástico mantendo o caderno fechado.

Lembrou-se das vezes que Jimin comentará sobre ter um diário, e sobre seu conselho de escrever toda vez que tivesse um problema.

Aquela foi a terceira vez na semana que Jungkook pegou o namorado escrevendo naquele caderno.

Então havia um problema, ou vários. E Jimin não queria conversar sobre nenhum deles.

— Amor — chamou, um tanto preocupado — O que houve?

Park suspirou: — O ar daqui é fresco. Me trás um certo alívio.

Não foi exatamente aquilo. Park se sentiu sufocado por um instante. Não existia nenhum outro lugar que se quisesse estar, mas também não queria estar ali.

O clima de final de ano estava se aproximando, tinha tanto vento, mas ele sentia falta de ar, não sabia explicar o que estava acontecendo consigo, apenas estava.

Como iria conversar sobre algo que ele nem sabia?

Fazia a única coisa que poderia, escrevia. Jeon mesmo havia recomendado que escrever sobre seus pensamentos o ajudaria a entender, porém não ajudou, passou uma semana com ele escrevendo e não sabia o que estava errado.

Mas tinha algo. E era com ele. Só com ele.

Jungkook não falou nada, agarrou sua mão e os dois ficaram olhando para o céu que começou a escurecer.

— Tem muitas nuvens no céu hoje.— falou, querendo cortar o silêncio.

— É... Acho que vai chover.

— Será? — questionou, não estava tão frio para chover.

— Não sei, acho.— deu de ombros.

Ficaram em silêncio de novo, admirando o céu nublado, o cinza não era de um todo feio, tinha um certo aspecto interessante, os vários tons de cinza se sobrepondo nas nuvens tinha uma certa beleza.

— Como foi o trabalho hoje? — perguntou passando os dedos pela mão de Jungkook, fazendo um leve carinho.

— Bom.

— Você almoçou?

— Uhrum, fui naquele restaurante tailandês que você gosta com o Yoongi.

— E o que pediu?

— Carne com curry vermelho.

— Eu gosto.

— Quer pedir comida hoje?

— Posso pedir sobremesa? — perguntou de antemão.

— Claro.

— Então sim.


[...]

Os dois estavam no sofá, e era impressionante como Jimin esquecia de tudo quando estava com o moreno, a tensão desconhecida se dissipava e o clima melhorava.

Estavam vendo Friends na televisão, e ainda estava à tardinha, os dois haviam tomado banho e ficaram em silêncio vendo o seriado.

— Tio? — Minsuk aparece — Meus dois amigos vão vir aqui ensaiar comigo a peça da escola, mas nós não iremos atrapalhar, ficarem ensaiando no meu quarto.

— Peça da escola? — questionou.

— É... Ela é direcionada aos pais, mas... Eu não tenho pai, então pedi pros meus amigos me ajudarem.

Jimin encarou Jungkook de canto de olho. Viu a mudança na expressão ao ouvir a frase "eu não tenho pai".

— Sua mãe te criou, sua mãe é seu pai e sua mãe.— Jimin falou, lembrando-se de todas as vezes que sua mãe representou o papel paterno.

— Eu sei, eu sei, eu amo ela, mas é estranho ver todos os garotinhos levarem as fotografias para fazer um mural e eu não poder.— murmurou, o coração de ambos apertaram.

— Você fez a peça do dia do trabalho e nunca trabalhou.— Jimin dá de ombros, mas percebeu que falou a coisa errada quando seu namorado o repreendeu com o olhar.

— Tem razão, vou para meu quarto e esperarei meus amigos.— falou caminhando em direção a parte de trás da escada.

— Jimin! — Jeon repreendeu.

— O quê? Eu tentei ajudar...

— Não pode falar uma coisa dessas para uma criança, você viu a cara que ele fez? Tadinho...— comentou triste pelo garoto.

— Eu também estou com pena, sei como é não ter um pai, mas não sabia mais o que dizer.— deu de ombros.

O moreno suspirou, ele estava certo, talvez tenha apenas escolhido as palavras erradas para se expressar.

— Iremos na peça dele. Quero ver ele se apresentando.— concluiu, olhou para televisão como se o assunto tivesse acabado.

Jimin pensou. Repensou. E pensou de novo. Sabia o que significava, ele gostava de Minsuk, é claro que gostava, era uma criança extraordinária e muito boa para idade dele. Sabia exatamente o que Jungkook quis dizer com "ir apresentação", ele queria fazer o papel de pai para Minsuk.

Não era to importante assim, então ignorou.

Vindo de Jeon, era normal o gesto bondoso vindo dele, mas talvez não fosse só por Minsuk, e sim pra si mesmo. Aquele papo de ser pai, e ter a oportunidade perfeita de exercer aquilo com o filho da empregada, que tinha até a mesma aura de o moreno.

A campainha tocou.

— Deve ser a comida! — Jungkook se levantou indo em direção a porta.— Pois não?

Não era a comida. Era Taemin, segurando seus dois irmãos pequenos.

Jimin correu em direção a porta um pouco desnorteado, mas não tão desnorteado quando o mais velho.

— Minsuk chamou eu e meus irmãos para ensaiar para a peça.— falou.

— Eu conheço você de algum lugar, né? — Jeon olhou para Taemin, seu rosto era familiar, mas não sabia aonde tinha visto.

— Sim, nos conhecemos na escola, você tinha ido pegar o histórico do Park.— respondeu ao mais velho, e depois olhou para o menor — Você disse que ele era só seu amigo.

Jungkook olhou para o namorado confuso: — Falou que era só seu amigo?

Jimin encarou o vizinho:— Falei que morava com meu namorado.

— Mas não falou que ele era seu namorado. Na verdade você só falou estava namorando quando foi na minha casa.— tentou recordar a situação, mas estava confuso demais.

— Foi na casa dele? — Jeon perguntou, novamente confuso.

— Ele é filho da mulher da torta, sabe? A vizinha da frente.— explicou, sentiu seu coração bater rápido, sabia que o namorado cedo ou tarde iria saber quem era seu vizinho, e toda a situação, mas não achou que seria daquela maneira maldita.

— Entendi, querem entrar? — perguntou dando espaço para os três passarem.

— Desculpem incomodar.— Lee falou sem graça, sentiu que aquela foi a situação mais constrangedora e confusa que passou em toda a sua vida, e a única coisa que ele fez foi bater na porta de alguém.— Onde está Minsuk?

— Tem uma porta debaixo da escada, ele está esperando vocês.— Jeon coçou a sobrancelha, e soltou o ar sem saber exatamente o que dizer.

— Claro, obrigado.— Taemin sorri minimamente e caminha até o lugar indicado, puxando com delicadeza seus irmãos.

Assim que o trio Lee entrou no pequeno espaço dos Kang, Jeon encarou Jimin, um pouco confuso.

— Você está bravo? — menor perguntou preocupado.

— Não — respondeu — Na verdade eu não entendi o que houve.

— Nem eu.— deu de ombros e sentou-se no sofá, o moreno seguiu e fez o mesmo, ficando ao seu lado.

— Acho que você sabe mais que eu, pode me contar o que sabe?

— Não tem muito o que falar sobre isso, foi só um mal entendido.— Jimin falou, encarou o namorado e ele parecia não ter ficado totalmente satisfeito com aquele tipo de resposta.— Você lembra quando fomos buscar meu histórico escolar, né?

— Sim, a gente viu ele.

— É, então, naquela época eu te apresentei como amigo...— Jungkook balançou a cabeça positivamente entendendo, porém não disse nada.— Lembra quando eu fui devolver a forma para a vizinha esses dias?

— Sim.

— Por coincidência, ela é mãe dele, e ele me perguntou como eu parei na casa dela, e eu respondi "meu namorado mora do outro lado", e foi isso, eu não disse que era você porque não precisava...

— Por que não me disse antes?

— Por que não precisava...? — mordeu o lábio.

Jungkook não estava bravo, só confuso, a situação foi tão estranha que ele precisava investigar.

— Podemos não falar disso mais? É uma das situação mais estranhas em que eu já estive, e eu não fiz nada de errado, mas me sinto errado...— pediu, quase implorando para que o namorado esquecesse aquilo.

— Vem cá, amor.— abriu os braços no sofá para que Jimin se aconchegasse ali.

Era estanho ouvir que estava tudo bem e não sentir que estava.

— Estou com fome.— murmurou contra o peito do namorado, querendo ignorar o pensamento, confiava no moreno e quando dizia que estava tudo bem, então estava.

— A comida já está chegando.— falou, beijando seus cabelos.— Está chovendo.— comentou meio avulso a tudo, olhando para a janela.

— Eu falei que ia chover.

— Você falou que achava.

Dá no mesmo.— deu de ombros, afastou seu rosto do peitoral do namorado e encarou seu rosto.— Você está bonito hoje.— admirou o rosto do namorado, agora com um sorriso.

— Você também está.

Se aproximaram para um beijo, doce e quente.

— Você está cheiroso também.— comentou sentindo o cheiro forte de perfume vindo do moreno.

Jungkook sorriu novamente, e puxou ele para deitar e tomou os lábios do outro como seu mais um vez.

Eles esqueceram tudo, só os lábios tocando-se era o bastante.


[...]

Passou-se dias, e Jimin sabia que era uma data especial.

Era aniversário de namoro de três meses de namoro com Jungkook, e apesar de não ter conseguido planejar nada, acordou cedo, pois não teve pique para dormir.

Já Jeon, estava dormindo, tinha tirado o dia de folga, por pura coincidência naquele dia e acabou dormindo tarde por passar a noite toda conversando com Jimin.

O clima voltou a ficar bom, não perfeito, pois às vezes Park tinhas suas pequenas recaídas, pensava sobre si mesmo e começava a refletir negativamente sobre tudo ao seu redor.

Levantou e foi até a cozinha, senhora Kang parecia estar anotando algumas coisas.

— Bom dia.

— Oi, Sr. Park, acordou cedo.

— Para de me chamar de "Sr. Park", me chame de Jimin.— falou pela vigésima vez.— Estou entediado.

— Eu vou à feira, você quer ir? — propôs, sabia que aquele não era o convite mais maravilhoso do mundo mas era a única coisa disponível.

— Pode ser.— ela se surpreendeu quando Jimin aceitou.— Vou tomar café... Será que voltamos antes de Jungkook acordar?

— Acho que não, ele acorda cedo, me surpreende não ter acordado ainda.

— Hm, de qualquer forma, quero ir!


[...]


Jimin achou o dia de feira até divertido, não sabia escolher nenhuma verdura, mas Jinjoo o ajudou.

Uma mulher passou com um buquê de flores, e Jimin ficou intrigado, achou que na feira só ia arranjar frutas e verduras.

— Aqui vende flores?

— Meu amor, vende de tudo! — ela ri desacreditando.

Park olhou na direção em que a moça com o buquê de flores roxas saiu e mordeu o lábio tendo uma ideia.

— Jinjoo, eu já volto.— avisou caminhando.

— É melhor eu ir com você, não quero perder o namorado no meu chefe por causa de ameixas baratas! — correu em direção a Jimin.



[...]



Jimin chegou em casa animado, tinha comprado algo para seu namorado, que por coincidência estava na sala, vendo televisão.

— Oi chefe.— a empregada chama a atenção, faz uma reverência e vai para cozinha segurando suas sacolas de dia de compras produtivo.

Park se aproximou colocando as mãos para trás, segurando seu presente: — Fui no dia de feria com ela.

— Park Jimin acordou cedo para ir na feira? — semicerrou os olhos esticando os braços para o menor se aconchegar ali, mas ele não fez, ficou em pé segurando o presente.

— Tenho uma coisa pra você.

Jungkook deu um sorriso pervertido e cruzou os braços: — Também tenho uma coisinha pra você.

O menor joga a cabeça para o lado e começa a rir, e então explica que estava falando de uma coisa mesmo, fazendo o moreno se levantar, ficando de frente para si.

— Um presente?

— É.— confirmou apertando os lábios, estava um tanto receoso se era uma boa ideia.— Lembro-me do dia que começamos a namorar, você disse que sua meta para os trinta anos era casar, ter filhos, um cachorro e...

— Vai me dar aqueles adesivos de carro? — perguntou, interrompendo.— Ok, pode falar.

— E você também falou que queria uma planta para cuidar...— murmurou mostrando suas mãos com um pequeno presente.

Era um mini-cacto, era delicado e simples, em um vaso preto e com algumas pedrinhas brancas em volta da plantinha... Algo que só Jimin poderia lembrar de dar.

Jeon sorriu:— Me comprou uma planta.— Pegou o presente em sua mão, sorrindo meio bobo, inclinou-se para beijar os lábios do namorado como forma de agradecimento.

— Sim.

— Eu amei — mais um beijo — Vou levar para o escritório amanhã.— se distanciou colocando o presente sobre a mesa de centro pelo menos por hora, logo em seguida volta na direção do namorado.

— Por quê? — questionou.

— É um pedacinho seu que vou ter lá, então toda vez que vê-lo, pensarei em você e não sentirei tantas saudades.

Park sorri e eles se beijam mais uma vez. Aquele não foi só um presente simples, apesar de não perceber, indiretamente foi uma maneira de dizer "Sem casamento, sem filhos, mas pelo menos eu te dei uma planta".

— Tenho uma coisa para te contar.— interrompeu o beijo.

— Hm? — falou enquanto o mais velho lhe arrastava para o sofá sem separar o contato dos corpos.

— Final de ano sempre acontece um festa entre o pessoal da minha faculdade, e alguns advogados... E esse ano você vai como meu acompanhante.— falou, Jimin não sorriu, nem fez cara feia, só manteve sua expressão congelada.

— Uma festa?

— É... Sei que pode não ser muito legal, mas é um pessoal tão legal, e eu também nunca vou te obrigar a fazer nada, mas... É importante pra mim.— disse, e então Jimin abriu um sorriso mínimo nos lábios.

— Vou adorar, fica tranquilo.— ele não tinha muita certeza disso, mas seria ridículo recusar por causa de suas inseguranças, Jungkook nunca lhe forçou a nada, e sempre foi coisas para si, então ele pensou que poderia fazer também.












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recebi muitos comentários me dizendo "não façam jikook sofrer", "jikook tava tão lindinho", "tira o Taemin blábláblá"

amores, todos nós, como seguidoras fiéis de fanfic sabemos que tem sempre o drama

é simplesmente inevitável, então vamos ser fortes!

beijos, até a próxima 💜

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