[🥀] - 마흔

vcs viram o jimin no término, mas vamos ver o jk...



"A parte mais difícil de seguir em frente é não olhar para trás"


Eram três e meia da manhã, Yoongi estava se agarrando com um cara desconhecido que conheceu na festa, os dois tiveram uma química imediata, agora estavam aproveitando para se pegar até que não fosse possível.

— Por que não vamos para minha casa? — o cara começa uma trilha de beijos pelo pescoço branco do recentemente moreno.

O celular do pobre menino começa a tocar, e ele tenta ignorar e continuar a acompanhar os beijos que o homem lhe dava.

— Desliga isso, meu bem...— o homem fala, e Min pegou para desligar, mas então viu que eram chamadas de Jungkook.

— Ok, para — se afastou e começou a retornar a ligação no mesmo instante, esquecendo totalmente do cara.

— O que? Jura? Vai retornar para uma pessoa que te liga as três e meia? — o homem cruza os braços.

— Meu melhor amigo é meu tudo, se não gostou vai embora.— reclamou, e no mesmo instante o melhor amigo atende.

— Oi, yoon.— falou.

— Aí, Jeon, o que é? Só existem poucas situações que você me liga nesse horário...— perguntou preocupado.

Eu preciso de você, de verdade.

Yoongi não perguntou porque, não perguntou do que ele precisava, simplesmente confirmou no mesmo instante.

— Seguinte, tô indo embora.— avisou ao cara que estava se pegando a segundos atrás.— Mas você beija muito bem, tem meu número, se quiser me liga, vou adorar te dar em qualquer outra noite que não seja essa.



[...]



Assim que chegou na casa do amigo, deparou-se com ele sentado no sofá, com várias garrafas de bebidas sobre sua mesa de centro, ele estava agarrado a uma almofada.

Leu mais ou menos no ar o que tinha acontecido ali, ele não era burro, ele não estaria bêbado sozinho na sala com cara de triste por outros motivos.

— Ele foi embora.— aquilo partiu o coração do melhor amigo, ele correu até o sofá e abraçou o mais velho.

— Eu sinto muito mesmo — murmurou deitando a cabeça do amigo em seu peito, sentiu que as lágrimas dele molhavam seu paletó caro, mas aquilo não importavam, existiam poucas situações que ele via Jeon triste daquele jeito.— Você precisa de um banho.

— Não, eu acabei de perder o amor da minha vida, eu tenho o direito de beber e chorar.— sua voz saiu abafada e chorosa, Yoongi concedeu o desejo dele, apenas deixou ele chorar, e então, acabou chorando junto com ele.

Passou muito tempo naquele silêncio perturbante, até que Jeon juntou forças para explicar tudo que tinha acontecido.

— Você é muito forte, e essa foi uma situação que você não poderia deixá-lo ficar, ele precisa desse tempo. Mas não significa que acabou para sempre, vocês estão ligados e quando pessoas como vocês estão destinadas a ficarem juntas, vocês encontram um caminho.— falou, deitando a cabeça dele em seu colo e fazendo um leve carinho.— Precisa deixar o tempo passar, é só um coração partido amigo.

— Se é apenas um coração partido, porque o corpo todo dói?




[...]



Ele decidiu que seria uma péssima ideia ir para o escritório acabado daquele jeito, então pediu para que Yoongi trouxesse para sua casa o Da Vinci.

Já tinham se passado dez dias desde que ele estava sozinho, e era tão estranho sentir-se daquela maneira, seus dias se preenchiam com pequenos flashbacks de lembranças com Jimin.

Hoje era Natal, e ele não queria levantar, mas então recebeu uma mensagem dos amigos que eles iriam ali, para dar uma força naquela época tão difícil.

Ele desceu para tomar café e encontrou a empregada lavando a louça enquanto escutava uma música em tom baixo numa linguagem que ele não entendia.

No mesmo instante, ela desligou o som, já percebeu sem ninguém ter contado o que aconteceu, e entendia muito bem a tristeza dele, conhecia o casal maravilhoso que ambos eram.

— Que música é essa que você ouvia? Senti uma forte ligação com ela.

— Se chama "sofrência", patrão. É brasileira.— secou as mãos e começou a colocar o café sobre a ilha onde o moreno tinha se sentado. Ele não comia mais na mesa.

— Sofrência? Por isso me identifiquei.— falou suspirando enquanto ela colocava café em sua xícara.

— Senhor Jeon, eu sinto muito pelo que houve, sei que ambos se gostavam muito, mas não o senhor deveria entender que a situação que ele estava vivendo era muito difícil.— ela passava geleia na torrada dele, pois sabia que ele não comeria o dia inteiro se não fizesse isso.

— Senhora Kang, me dê um abraço, por favor.— pede um pouco envergonha.

— Eu? — ela diz sem graça.

— É, preciso de um abraço de uma mãe.— abriu os braços, a mulher ficou realmente sentida e abraça o moreno.

Ele não estava cheiroso como de costume, mal cuidado, talvez tenha relaxado um pouco nesses últimos dias.

— O senhor precisa ficar bem, é um homem inteligente, um homem forte, tem que ficar bem...

— Não quero ficar bem, o homem que eu amo acabou de partir da minha vida e eu não quero ficar bem.

— Eu não perdi apenas um amor, perdi vários, mas o senhor precisa pelo menos entender que não é uma total desgraça, seu coração no fundo sabe que um dia ficarão juntos novamente.

— É...— murmurou e se afastou do abraço.— Feliz Natal, senhora Kang.

— Feliz Natal, meu filho.— passou a mão por seus cabelos e então voltou a fazer seus deveres.




[...]



Os amigos respeitavam a tristeza do amigo, mas não evitavam tentar animar ele, trocar presentes, rirem, Jeon vez ou outra ria também, mas o que ele queria mesmo era Jimin ali, para poderem se abraçar.

— É natal, é natal, pega no meu pau! — Yoongi grita super animado.

— Então, nenhum de vocês querer um filhotinho? — Taehyung perguntou pela décima vez.

— O que? Yeontan teve filhotes? — Jungkook perguntou pegando uma garrafa inteira de vinho para si.

— Sim, três, com a cadelinha da vizinha. Já faz alguns dias. Não podemos ficar com todos.— deu de ombros.

— Eu fico com um.— falou, precisava de uma companhia viva.

— Você? Sério? — Min franziu o cenho tirando a garrafa da mão dele, não queria deixá-lo bêbado.

— É, preciso de uma companhia, a raça do Yeontan é pequena e ele é fofo.

— Nossa...— os três se entreolharam — Tudo bem, são duas fêmeas e um macho, vou te dar uma fêmea e ficar com um parzinho, ok? — o ruivo negociou.

— Ok.— deu de ombros.



[...]


Era de noite, Jungkook estava olhando o teto, tinha ganhado alguns presentes de seus amigos e amanhã iria buscar seu filhote, mas também estava pensando nisso: O que será que Jimin está fazendo?

No mesmo instante seu celular toca, é uma mensagem.


petit prince:

| não ia mandar mensagem, mas... oi.

| happy hollygays



jungkook:

feliz natal pra você tbm |



petit prince :

| eu esqueci de te dizer: eu te comprei um presente de Natal

| tá escondido pela casa


Automaticamente sorriu ao ler aquela mensagem.


jungkook:

jura? |

aonde? |



petit prince :

| a graça seria vc procurar mas tá no meu quarto, dentro do guarda roupa

| feliz natal



jungkook:

pra vc também |

como está o Wasabi? |




petit prince :

|

[todo mundo sabe que ele é filhotinho mas ignorem]

| ele tá no espírito



jungkook:

Itiiiii |

acho melhor eu ir, bom... feliz natal, de novo  |




petit prince:

| happy hollygays!


Aquela pequena conversa animou o Jungkook, ele levantou e caminhou até o quarto que ele considerava o refúgio dele, com o cheirinho de Jimin e aonde eles passaram suas primeiras noites juntos, onde tiveram suas melhores conversas, descobriram seus melhores segredos.

Caminhou até o guarda-roupa e abriu a porta, ele começou a rir quando viu a pelúcia branca e enorme em forma de ovelha com um laço com as cores do arco-íris.

Jimin havia lhe comprado uma nova Firefly.


jungkook:

como conseguiu??? |



petit prince:

| ela bateu na minha porta um dia desses

| talvez numa caixa escrito ebay mas blz



jungkook:

obrigado, eu amei |

foi o melhor presente que alguém poderia me dar hoje |



petit prince:

| que isso, foi só uma pelúcia



jungkook:

eu não estava falando da pelúcia |



Ele desligou a tela do celular pois encontrou algo mais interessante para olhar, tinha um caderno ali, e ele sabia que caderno que era.

Era o diário de Jimin.

Talvez ele tenha esquecido por acidente, Jeon não deveria, mas pegou o caderninho e sentou-se na cama de casal do quarto de Park segurando sua ovelha, que tinha o perfume do menor, provavelmente ele deve espirrado quando comprou na intensão de lhe dar o presente.

Abriu o começo do livro, e admirou como Park era profundo com as palavras, transmitia tantas sensações falando sobre seu passado, sobre seus problemas...

Ele começou a ler a partir do dia em que conversaram sobre seus pais, a primeira vez que ele lhe contou sobre sua mãe.



Ele é muito mais.

Ele é bem sério, mas transpira gentileza, acho isso tão incrível, sinto que ele é uma caixinha de surpresas que nunca vai parar de me surpreender.

Hoje eu passei um enorme papelão quando lhe chamei de "pai", acabei descobrindo que era um péssimo apelido, eu não quis dizer que ele é um pai, ele não é, eu louvaria a deus se meu pai fosse como ele. Jeon é um amigo meu, acho que meu melhor amigo, ele me escuta, me ajuda, me compreende, me põe pra cima, me faz rir, é isso que os amigos fazem, né?

Enfim, ele me contou sobre o passado dele, eu chorei, porque fiquei sentindo, eu queria ter dito muitas coisas para ele, mas o que saiu da minha boca foi "eu te admiro"

O que eu realmente queria dizer é:

Você deu seu melhor para passar por cima do passado. E talvez sua postura seja o peso da herança que carrega do seu sobrenome. Você é muito mais do que filho do seu pai, você é muito mais do que eu jamais me tornarei. Antes de você nascer, já existia luz no ventre da sua mãe, e elas ficaram nos seus belos olhos. Existiam milhões de escolhas erradas, e você inventou escolhas, as suas, você salvou o sobrenome da sua família. Você olhou para o destino, e driblou ele, você pressionou o retrocesso, você memorizou seus problemas, e andou pelas linhas improváveis da vida, correu riscos, você viveu bravamente. Você venceu uma luta que qualquer um estava destinado a perder. Jeongguk, você é mais do que filho do seu pai, e você é mais do que eu jamais serei.


Jungkook sorriu, e chorou, abraçou sua ovelha com força e continuou dedilhando as páginas até chegar no dia em que eles começaram a namorar.


Ele é meu céu.

O céu costumava ser muito escuro para mim, acho que pela poluição excessiva do local onde eu morava, mas eu nunca parei de pensar nas estrelas, afinal, elas continuariam em cima de mim, elas simplesmente tomavam a minha imaginação.

E agora, eu mudei meus quadrantes, depois de um tempo tentando, eu convenci a mim mesmo que nunca encontraria minha estrela, mas aí eu vi ele em sua forma real.

Desde o início sempre o vi como uma constelação, eu agora mapeio todas as pintas e marcas do seu corpo e monto meu próprio mapa, elas são minha estrelas, elas me fazem sentir-me em casa.

Ele é mais lindo que o infinito. Ele é um universo no qual eu me encontro indefeso, um astrônomo que faz dos meus dias os melhores dias da minha vida.

Eu irei usar um telescópio, e irei trazer o corpo celeste dele cada vez mais perto do meu, até que não haja espaço entre nós.

Jungkook apareceu numa hora horrível da minha vida, na hora em que eu me encontrava em milhões de pedaços, perdido e fora de órbita, mas ele começou a me dar foco, astronomia em reverso, ele me faz me sentir uma estrela que acaba de ser descoberta.



Ele me ama tão bem.

Hoje ele disse que me amava, e me pegou um tanto desprevenido. Eu acho que ainda estou apaixonado por ele, não posso dizer que amo, pois meu coração foi estraçalhado tantas vezes pelas mãos erradas que o coloquei que prefiro ter certeza antes de me entregar totalmente.

Eu quero aprender como amá-lo, eu quero ficar imerso nele, mergulhar sobre aquela pele. Jungkook é como um rei, ele me tão bem, ele sabe me amar melhor do que qualquer coisa, ele é mais alto do que todos os caras que eu já sai, também é o mais bonito, e ele simplesmente sabe me amar melhor do que tudo.

Eles faz os dias curtos, as noites longas, eu quero que ele me conte todos os modos possíveis de amar alguém, pois eu estou tentando todos os que eu conheço, e nenhum parece o suficiente.

Eu quero me perder nele toda vez que conheço cada pedaço daquele homem, quero que ele conte todas as maneiras que ele gosta de ser amado, pois eu estou disposto a amá-lo.



Jungkook marcou a página para poder ler aquilo todos os dias quando fosse lembrar de Park.

Chegou numa parte mais atual, a data marcava algumas semanas atrás, e não era apenas uma página, eram várias, e em todas elas haviam um misto de sentimentos.


Eu acho que vou ficar bem.

O tempo — desde que me encontrei com Dakho no shopping e ele me disse aqueles coisas — começou a andar devagar.

Depois daquilo, meu coração começou a chorar bem baixinho pedindo pra ir para casa, mas o problema é que eu não sei exatamente onde é minha casa.

Cada segundo fica mais logo, e cada minuto eu conto para ser somado, eu não sei exatamente o que eu estou esperando, mas eu sei que estou contando o tempo para algo.

Eu não consigo parar de pensar no tempo, a maneira que ele parou de andar a partir do momento que eu comecei a me preocupar com isso.

Acho que preciso relaxar um pouco, acho que vamos ficar bem, eu espero que tudo fique bem.




Jungkook questionou esse tal encontro com Dakho, percebeu que Jimin parecia bem pensativo depois do dia, e ele até chegou a achar que Park odiou transar num provador.



Vivo num céu de ignorância.

Acho que se eu pudesse reorganizar minhas palavras, eu diria a ele o que quero falar. Eu arriscaria tudo conversando com ele.

Eu só queria saber se eu estou seguro. Se eu tivesse o poder de saber quando é o fim desse tormento, eu me tornaria um prodígio de fé.

Queria poder ter um mapa do tesouro, mas a única riqueza que eu quero encontrar são respostas para essa angústia.

Tudo que eu tenho é emprestado, quebrado ou distorcido. Tudo que eu vi de bonito nessa vida foi implícito. Cada passo que eu dei foi acompanhado de alguém.

Essa é uma forma de tratamento dos meus sintomas de culpa, ou um toque divino querendo me mostrar algo?

Sinto que a verdade está se tornando um design complexo.

Me machuca tanto pensar assim de mim mesmo.

Deus tem consciência que somos apenas pequenos barcos, navegando no seu enorme mar, zarpamos para nossas vidas na esperança de encontrar qualquer brisa de alívio.

Se a ignorância é a felicidade, acho que tenho vivido no céu. Fechando meus olhos para certas realidades.

Mas me sinto tão mal quando beijo aqueles lábios doce e sou tomado por uma incerteza, eles me levam a navegar no mar, com meu botinho furado e remendado, eu zarpo para o lado de fora da casa buscando uma brisa, um alívio, uma resposta.




Um príncipe fajuto.

Minha mãe sempre me disse que eu poderia ter o mundo nas minhas mãos, e é claro que ela só me iludiu, porque além de ser fisicamente impossível, minha mão é ridiculamente pequena. Mas não é isso que me deixa mais abobado.

Eu venho tentando conquistar o mundo com escudo de papel e uma espada de madeira. As montanhas não se movem para mim, porque elas simplesmente não me temem, os oceanos não tremem na minha presença.

Ele me chama de príncipe. Atualmente venho carregando a semelhança de um príncipe que eu fui, de um príncipe que eu poderia ser, de príncipe falso que eu sou.

Talvez papel seja sempre papel. Talvez crianças sejam sempre crianças. Eu me esqueci de como é me sentir criança, ver todo dia ensolarado, mesmo em uma tempestade. Deus, eu só quero me lembrar de como me sentir assim. Os anos passaram, e esses anos mudaram meu coração.

Eu era o personagem principal, mas me sinto um coadjuvante.

Eu sai todas as tardes para a área externa dela, gosto do vento, de observar as árvores balançarem sobre o vento refrescante e curvarem as folhas num tratado de paz, até que comece a chover, eu entre, ele chegue do trabalho, eu beije seus lábios e então me sinta um príncipe de verdade.



O melhor de mim.

Às vezes percebo que estou pensando muito nas coisas ruins, queria poder conversar com Jungkook, ele sempre me diz coisas boas, mas eu não me sinto bem para falar disso agora, ele é tão maravilhoso e estamos indo tão bem que eu não quero parar isso.

Quero que as palavras que ele escute sejam boas, que ilumine o rosto angelical dele, quero sussurrar ouvido dele que meu mundo graças a ele é mais brilhante que o sol.

Uma luz imensa me rodeia, e meus olhos estão demorando para se ajustar, eu estou tentando me adaptar a isso.

Eu quero dar a ele tudo que eu tenho. Eu queria lhe ensinar a ele tudo que eu sei.

Um dia, irei olhar nos olhos dele e prometerei dar a ele meu melhor, irei dar meus melhores abraços. Ele era duro como chumbo, mas eu amoleci aos poucos cada borda, até chegar em seu coração.

Eu quero manter o mundo dele melhor, eu quero defender toda e cada respiração daquele homem, a cada batida do meu coração, eu quero dar meu melhor.

Por que eu amo ele, mais do que ele está sabendo, tenho honra de prometer a mim mesmo que um dia irei provar isso para ele.

Irei reorganizar as estrelas e puxá-las para perto daquele homem, e ele vai ver que o sorriso dele é mais brilhante.

Ele mantém uma luz dentro de mim. Quando eu estou perdido dentro da minha escuridão, ele é minha lanterna, meu farol, ele é o melhor de mim, e é por isso que eu quero ser o melhor dele.


Minha casa.

Acho que posso chamar o lugar que eu estou de minha casa. Aqui é o lugar onde eu parei para construir minhas raizes, mesmo que a tempestade me puxe e me empurre, eu manterei meus pés fixos nesse chão.

Eu quero chamar essa casa de meu lar. Acho que essas paredes ainda irão contar muitas histórias minhas, quero ter histórias para contar, e acho que posso conseguir aqui.

Os meses que passei aqui foram gentis, abriu meu coração como portas, acomodou meu corpo, deu de beber, comer, e de viver.

Eu era quebrado. E tudo me parecia tão novo.

Mas agora, a minha cor desbota, lentamente a pintura racha, eu não quero desistir, então estou procurando alguma força para repintar essa mancha que está se formando.

Não queria deixar essa casa, eu passo meus dias repintando as manchas e estou rebocando esses pequenos buracos.

Porque é isso que eu faço, eu conserto pequenos erros até desabar encima de mim.



Suficiente.

Hoje conversamos bastante, ele me disse que não precisava me importar com as coisas, pois eu era o suficiente, ele é tão fofo.

Houve um dia em que eu acordei e o mundo fazia sentindo para mim, possuía a beleza dos meus sonhos, as luzes ficavam brilhantes e não havia a escuridão da minha alma para me apavorar tanto. Eu nunca acreditei em coisas boas demais, sempre investiguei, gosto de adicionar pontos de interrogações nas coisas.

Então ele surge e diz "você é o suficiente". Essas pequenas palavras, de alguma forma, mudam pessoas. De alguma maneira ela faz nossas sombras caírem como poeira.

Enquanto eu crescia, minha sombra também cresceu comigo, até ficar maior que eu, por isso acho que sofro tanto atualmente, mas então ele me toma em seus braços e diz que sou o suficiente, e diz que sombras não são nada além de fantasmas velhos a quais somos apegados.

Eu sou apegado a minha sombra, pois ela não é meu passado, ela não está atrás de mim, ela está sobre mim, do meu lado, em cima, a minha frente... Eu sou sombra de mim mesmo.



Amontoando.

Eu ando em rivalidade comigo mesmo. As pessoas dizem que nosso passado sempre trás uma lição, mas eu não consigo ver nenhuma. Então quer dizer que eu não superei meu passado?

Sinto como se tivesse que lutar contra tudo de uma vez dentro da minha cabeça, o verdadeiro conceito de uma dádiva, eu estou caindo de tão alto, que o concreto se parte, e se despedaça.

Percebi que minhas perguntas são as mesmas que as de ontem, anteontem, e de anos atrás, mas eu não conseguia ver pois fiz elas em épocas distintas.

Acho que minha vida andava graciosa, mas eu posso dizer a mim mesmo que o "todo" é muito mais bonito que a soma das partes.

Se for me pesquisar com cuidado, eu ainda estou totalmente quebrado, porém as somas das partes me trazem a onde eu estou, eu estou com Jungkook.

As pessoas ao meu redor falam sobre vários tipos de beleza, falam que existe uma em cada partícula da nossa essência, como lenha queimando luminosamente no auge do inverno.Eu me apaguei a esta vida bela.

Então eu deixo amontoado os mapas de caminhos que eu deveria traçar. Não sei se pensar negativamente é uma fé minha, ou uma previsão, se é minha vontade, ou minha tradição. Quando eu vou parar? Até entrar em colapso?

Venho estudando os arcos da minha história, pesquiso a mim mesmo com muito cuidado antes de desabar, mas eu sempre desabo facilmente, acho que desde o início isso estava fragmentado.



Luz e poeira do universo.

Por que as pessoas me olham como se eu fosse um monstro? Por que as pessoas me vêm como algo tão diferente delas? Nascemos do mesmo lugar, viemos com mesmo propósito a esse mundo, então por que eu?

Fios mínimos de luz se formaram, e o universo foi revestido de luz, puxando como uma costura o mundo que um dia foi estéril, se torna cheio de vida.

Tenho sorte de poder me apaixonar toda vez que abro os olhos e vejo ele dormindo, acho que o espaço, o tempo, de alguma maneira transformou muitas coisas amargas, em doces como beijo daquele homem.

Mas hoje eu não refleti sobre o quanto ele beija bem, e sim a maneira como as pessoas insistem em me olhar.

Mesmo sendo criado do pó prontos para liquidar, as pessoas insistem em nos diferenciar, o que me torna tão diferente? "Nós somos pó da poeira", "somos a mesma pessoa aos olhos de Deus"

O que me torna tão diferente de você?

Eu sei que meus olhos nasceram familiarizados com o escuro, e minha mente sempre tenta tirar o brilho do meu coração, e eu sei que depois de tudo que eu vi, não tenho um mínimo vislumbre do que isso significa.

O universo fechou meus olhos para certas coisas.

Eu vivi muito, tive que reivindicar terras, desisti de nadar em certos mares, eu esculpi meu nome em um lugar mais afastado da linha pontilhada de todos, eu nunca nadei em Lagos profundos, mantenho na superfície com medo de algo me puxar parar baixo, sinto como se minhas mãos estivessem amarradas e como se a gravidade puxasse meu peito para baixo.

Somos todos poeiras, e forças superiores não vem nossos corpos, mas nossas almas e eu já queria pedir desculpa por minha alma ter sido atualmente engolida pela minha sombra.

Nós humanos temos chances. Nascemos infinito. E desses infinito podemos multiplicar por infinito. E fazer infinito vezes infinito.

Mas ainda sim, somos o mesmo pó da poeira.




Minha vidinha.

Toda vez que Jungkook fala sobre sua mãe, ele luta contra as lágrimas. Uma parte dele sabe que em nenhuma variável poderia acontecer algo diferente.

Porém eu, enviado para ser seu guardião, sou instruído pelo bem nesse fogo do inferno em que vivo atualmente a pregar amor a ele.

Eu não esperava que alguém me entendesse, eu só queria viver minha vidinha, com o máximo que meu coração partido aguenta.

Com o passar do tempo, as perguntas vão se formando, eu estou ficando mais forte? Ou meu cérebro projetou isso?

Eu só queria viver a minha vidinha.




Meus medos estão ficando mais poderosos que minha imaginação.

Eu tenho medo de altura.

Hoje eu acordei e estava caindo para trás, caindo de um lugar bem alto, e isso me deixou do avesso pela tarde toda.

Agora eu tenho medo de dormir, e mantenho minhas noites em vigília, sinto medo de olhar para trás e me imaginar caindo de novo.

Eu só quero viver como um cidadão modelo.

Depois da quinta vez que sonhei que estava caindo, eu senti que tive o suficiente, eu sufoquei desse exercício que meu cérebro me faz passar toda noite, eu me inclinei na banheira aquela manhã, e deixei doer, eu quebrei o padrão, eu parti o chão, achei que tivesse me reconstruído, mas só me quebrei mais, agora eu não sei se acordo, ou durmo mais alerta.

Descobri que estou preso ao peso que me mantinha seguro, eu só quero saber aonde minha armadura termina, aonde inicia a minha pele, eu estou cansado de fugir disso, eu quero deixar doer, mas a dor nunca acaba.

Eu só quero a última peça do quebra cabeça, eu quero que acabe.

Passei a vida toda me preocupando, vivendo numa pilha de nervos, eu sempre tive medo de altura, de cair para trás, agora a dureza do meu coração está me puxando dos lugares mais alto com mais velocidade para baixo.




Alguém pode me dar uma pista?

Hoje fui na sacada de Jungkook no meio da madrugada, eu notei a fileira de casas, todos dormindo profundamente, apenas tendo as luzes nos postes me denunciando.

Me sinto desesperado, girando repetidamente tentando me encontrar. Me expresso em círculos, atento por sinais, de olho por uma pista.

Como faço para me sentir diferente? Como me sinto vivo de novo? A ficção científica está distorcendo a verdade.

Ninguém pode fazer parar, o alarme que me acorda toda madrugada, ele renova meu coração partido, Deus sabe que eu estou em dissonância esperando por algo.

Eu vou aonde querem que eu vá, eu faço o que quiserem que eu faça.

Tenho medo de ir muito longe sozinho, sei que quanto mais eu tentar, mais manterei meus olhos fechados, e no meio caminho eu me apaixonei e isso me deixa no meio termo do custo da minha alma.

Sei que se eu me afastar das coisas que estou me agarrando irei acabar fora de controle, de alguma forma, toda essa confusão, é só um teste para descobrirem o valor da minha vida.

Eis o que ela vale: Nada. Então parem de me testar, eu não quero mais brincar.



Meu salva vidas.

Meu ouvido tem se ampliado muito.

Ouço o som do coração de Jeon. Ouço a forma como ele bate quando eu deito minha cabeça ali. Ouço o som de carros colidindo. A forma como as sirenes ecoam pelas ruas nas madrugadas, cercando meus ouvidos, o mundo desmorona ao nosso redor, se reconstroem, e faz tudo de novo.

Escuto música, escuto gritos, escuto o barulho do vidro sendo estilhaçado, e no final, a música ainda dá para ser ouvida.

É um truque tão cruel, como nós nos encontramos quebrados, quando perco tudo num acidente de trem do meu coração, mas então, o som da respiração dele atinge meus ouvidos e meu mundo reaparece.

E isso me despedaça de novo.



Minha história.

Eu escrevi meu nome, minha data de aniversário, mas larguei tudo para trás.

Era tão cheio de vida, tão esperançoso que mal conseguia prender meus sonhos dentro de mim, eu era amador nas guerras, não conhecia o sofrimento.

Deixei minha família orgulhosa, e com medo ao mesmo tempo, eles me prometeram que tudo iria ficar bem, mas não passou uma mentira na linha de frente.

Minhas costas agora estão contra a parede, estou cercado e com medo, a minha vida está na mão de pessoas que seguram armas apontadas para mim.

Eu questiono meu sofrimento, mas essas perguntas voltam para mim como um satélite quebrado. Meu corpo nascido para se curar está se tornando perfeito parar morrer.

Dizem que é assim que encontramos caminhos para casa, a guerra nos dá cicatrizes, contusões, e nós deixamos elas se curar, mas ao encontrar o caminho, mais uma guerra se inicia dentro de mim e ninguém pode sentir.

Minhas noites estão durando mais tempo que o normal, passo a pedir conselhos a mim mesmo.

"Deixe essa dor ser sentida até você chegar do outro lado. Há bondade no coração de todo homem machucado quem chega até o ponto de perder tudo o que tem"

Sempre me senti jovem demais para tentar ter uma vida melhor, por isso tenho 27 anos e ainda não tenho uma vida melhor.

Eu juro que estou me perguntando, e tentando achar uma resposta para esse meu desespero, pego minha pá e cavo o mais fundo dentro de mim, eu me sujo enquanto faço isso.

Ao chegar a conclusões me sinto vendido, como se batessem o martelo do leilão num som tão alto quanto qualquer coisa que eu tenha ouvido, eu fui comprado por pequenas ambições alheias.

As minhas falhas estão tremendo a proteção de vidro do meu coração, mas eu juro que tento tirar isso da minha cabeça.

Estou treinando a mim mesmo para dizer que o que eu estou fazendo é coragem, nesse tempo eu finjo a mim mesmo que tenho um plano, eu finjo que mudo a definições de ser quem eu sou.

Vou me exonerar, fingir estar cego. Pois covardes como eu esperem a sirenes tocarem para descobrir que as coisas não estão bem, mas até elas não tocarem, eu estou seguro, certo?


Fogos de artifício.

Hoje eu pensei sobre o ano novo, que está muito próximo, e refleti sobre como somos parecidos como fogos de artifício, nós vivemos e morremos, alguém nos criou para explodir, nosso legado se esconde nas brasas que nossa pequena histórias peguem fogo e ardam em chamas até chamar a atenção das pessoas.

Como fogos de artifício, nós tentamos brilhar mais que estrelas, nós tentamos separar o escuro do nosso brilho rápido, mas nós nos tornamos cinzas depois de segundos, mas nós fizemos algo produtivo, nós afastamos a escuridão o máximo que conseguimos.

Eu estou afastando a escuridão o máximo que eu consego, mas acho que já me tornei cinzas.



Quem eu sou.

Um segredo que eu tenho guardado a cadeado e chave aqui. Eu coletei muitas estrelas do meu céu para chegar a essa conclusão: Eu não sei quem eu sou, mas sei quem eu não sou.

Eu sou apenas um grão curioso que sempre orbitará no plano de outras pessoas, como se o imã delas me chamassem.

Queria tanto que minha bagunça valesse a pena. Queria que alguém fizesse esse caos valer a pena, quero agora que todos os pedaços de mim se quebrem bem alto.

Eu acredito em crenças que acho que alguém sempre irá querer quebrar, acredito que se tiver algo, alguém vai querer tomar, algo a perder? Alguém sempre irá levar de mim.

As pessoas dizem que a idade é só um número, que eu posso fazer o que eu quiser. Isso torna um menino um homem. Mas eu estou abrandando, nunca serei firme, eu nunca farei o que eu quiser.



Doce.

Hoje vi ele dormir, passei a mão pelo rosto dele com cuidado, e pensei o que exatamente ele é pra mim.

Estava frio, e nós estávamos nus, eu sentia estar afundando como sempre naquele horário, mas o amor dele ainda consegue me deixar leve.

Mesmo com tanta amargura, eu sinto um gosto doce nos lábios.

Fico com medo de admitir que talvez nossa hora tenha chegado, talvez eu esteja crescido demais para me apegar a isso, apenas não imagino dizer "adeus minha doce ameixa", eu estou mal me segurando em mim mesmo...

Fico com inveja dele conseguir dormir tão bem, e enquanto ele pergunta se eu estou dormindo, eu digo que sim, mas estou com minha cabeça a mil e super acordado.

Acho que quero falar com ele, mas estou poupando palavras, eu aperto o botão de retrocesso, eu volto a todas as noites que voltamos, não consigo desistir disso ainda.

Ele é o que mantém um doce nos meus lábios.




Saco de ossos.

Descobri que eu vivo muito abaixo dessa pilha de osso e pele que as pessoas vêm, eu me pergunto porque estou enfrentando isso tudo sozinho, a verdade é que minhas estrelas estão caindo e tem lobos arranhando minha porta e eles estão me chamando.

Minha casa nunca pareceu tão longe quanto agora.

Todo esse caminho está me deixando pirado, ao meu redor tudo está em movimento, e eu continuo parado, estou buscando nessa pilha de ossos o melhor de mim, mas ultimamente eu só venho tentando esconder a mim mesmo, toda vez que eu acho que sou melhor, olho para cima, eu não acho o caminho para casa, pois as estrelas não estão mais ali.

Alguém pode me levar para o básico da vida? Não precisa ser perfeita, eu quero uma vida bem simples, mas ela só precisa ser minha. Alguém pode me falar palavras que ma façam ficar confortáveis? Eu quero toques relaxantes, um toque tão bom que sirva como canção de ninar, e me faça dormir.



A verdade.

Jungkook está no topo do mundo, e eles não me parabenizam por estar ao lado dele. E enquanto beijam o pé dele, me apunhalam pelas costas.



A guerra.

Existem certas emoções que são pesos comuns de se carregarem, mas todos estão me amassando. A dor está determinada e é exigente em ferir.

Eu perdi parte da minha existência lutando na guerra contra mim mesmo, as luzes iluminam minhas tristeza dizendo que é hora de ir, mas eu não posso dizer adeus a única coisa que me faz bem.

Não quero deixar isso ir, não quero perder o controle.


O silêncio.

Eu passei semanas no silêncio do meu cérebro, me induzindo a pensar coisas que eu não queria, e eu passei a odiar o silêncio.

Me sinto tão sufocado, de tudo, de mim mesmo, da imagem ridícula e triste que o espelho reflete.

O silêncio me deixou surdo, agora não consigo ouvir ele me chamando, eu consigo ignorar sues chamados, eu não queria.

Entrei muito fundo nessa bagunça, agora estou me analisando com muito mais cuidado do que antes. Eu, sinceramente preferia estar cuspindo sangue do que estar nesse maldito silêncio.

Eu não queria ir embora, mas eu não me deixei escolha, fico falando sozinho pelos cantos, e meu cérebro abafa a voz dele.



Uma noite.

Hoje eu acordei com muito medo, e eu tive um sonho horrível, eu pensei "que seja só essa noite", "que seja só essa noite".

Eu bebo para sentir o sabor do fiasco, e a culpa se remete nos meus olhos, eu estou andando bêbado de tristeza por mim mesmo, porque sou deplorável.



Perdido.

Quando conheci Jungkook achei interessante como nós formávamos um casal.

Eu era o fumo, ele era o fogo. Era um trapo, ele a seda. Mas eu sou um viciado em me machucar, almejei tanto me agarrar a alguém que tirasse meu fôlego que meu cérebro começou a fazer isso por mim, agora meus pulmões tratam de me abandonar em horas tristes, eu via fantasmas do meu passado.

Ele tirava o frio de mim, me abraçava com sua quentura, o sorriso era um farol para a minha escuridão, somos um olho cego na tempestade.

A verdade é que ele é bom demais para mim.

Hoje estava meio deprimido e comecei a escutar aquela música do Troye que o Jeon gosta, Lost Boy.

A verdade é que eu estou perdido em mim mesmo, e não estava pronto para ser encontrado. Cabe a mim mesmo fazer isso, e eu tentarei da melhor forma possível, e assim, voltarei como uma pena, e repousarei sobre o travesseiro dele, de maneira suave, e irei olhar os olhos dele abrindo e sorrindo para mim, assim como todos os dias de nossas vidas.




Aquela foi a última anotação, e Jeon sempre chorava em uma frase ou outra, se sentia tão idiota, era o pior namorado do mundo por não ver o amor de sua vida se afogando em si mesmo enquanto pensava que estava tudo bem.

Noites sem dormir, o som do silêncio, crises existenciais, como ele não viu?

Talvez tenha sido egoísta em dizer que não podia soltar Jimin, no fundo, ele precisava daquilo, ele precisava se encontrar consigo mesmo e dizer "oh, então era aí que você estava o tempo todo?", e ele decidiu que esperaria o menor repousar como uma pena suave em seu travesseiro.











Ah, parça, tava de boa mas acabei chorando nesse finalzinho do Jk.

Enfim, vocês viram como Jimin estava mal? Eu passo por essas crises o tempo todo...

Enfim, até o próximo.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top