12. ◍ Noite de Halloween pt1

Foi aqui que pediram um flashback da festa de halloween? Então, aqui está! O capítulo foi divido em duas partes, boa leitura! ❤️

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Outubro.

- Está pronta? - Jihyo perguntou enquanto eu arrumava o chapéu de pirata em mim, mas desisti quando vi que não estava ficando legal de jeito nenhum, então joguei ele na cama e puxei meus cabelos para frente deixando ele solto mesmo.

A fantasia de pirata que eu usava por um milagre havia ficado bonita no meu corpo, o espartilho apertado dava a ilusão de que eu tinha alguma coisa dentro dela, sendo que na verdade eu era provavelmente a mais despeitada da minha sala. Ele era aberto em uma das minhas pernas, o que deixava a liga na minha coxa visível, sem falar nas botas com salto que me deram uns bons centímetros a mais.

O único problema daquela fantasia, era o fato da Jihyo ter apertado aquele espartilho demais, eu mal conseguia respirar direito, sem falar que me movia que nem um robô.

Ela também estava de pirata, eu havia dado a ideia de irmos com fantasias iguais já que inicialmente era para sermos as meninas super poderosas, mas a Dahyun decidiu que iria combinar a fantasia com meu irmão, traidora! Havia várias ideias de fantasia para dupla, mas eu queria muito usar uma de pirata naquele ano, então convenci a Jihyo de usar uma comigo, a dela era diferente da minha, estava mais para uma pirata cigana.

- Esse espartilho está me machucando. - reclamei abraçando meu corpo ainda me encarando no espelho. Essa era a primeira festa do meu irmão que eu iria participar, estava nervosa demais, ainda mais em saber que o Jungkook estaria aqui.

Eu praticamente tive que implorar para meu irmão deixar eu participar, já que ele queria que eu tivesse passado a noite na casa de uma prima nossa, mas eu torrei tanto a paciência dele, que ele deixou e mesmo se não tivesse deixado, a casa também é minha, eu iria aparecer na festa de qualquer jeito.

Eu estava ansiosa para ver o Jungkook, talvez dessa vez eu consiga ao menos cumprimentar ele.

- Só precisa aguentar algumas horinhas com ele, imagina as nossas ancestrais que usavam o dia inteiro isso. - Jihyo falou parando ao meu lado enquanto colocava a bandana.

- Coitada delas. - concordei e dei um gritinho de susto quando a porta abriu com tudo e a Dahyun entrou no meu quarto usando algum vestido que me lembrava mitologia grega.

- Vamos gente.

- Afrodite? - perguntei confusa encarando sua fantasia.

- Eu acho que é Atena. - Jihyo falou também examinando nossa amiga que nos olhou com uma careta ofendida no rosto.

- Sou Psiquê! - exclamou e eu e a Jihyo trocamos um olhar confuso.

- Quem?

- Seu irmão é o Eros e eu Psiquê, seu par romântico. - Dahyun revirou os olhos cruzando os braços. Ah tá! Bom, eu lembro de Eros, ele é um deus que tem algo a relacionado a amor ou algo assim, mas Psiquê agora é novidade para mim.

- Acho que a gente pulou essa aula de história. - comentei com a Jihyo enquanto passava perfume para podermos descer logo para a festa. Eu sentia meu estômago embrulhar só de ouvir as vozes altas no corredor, eu realmente não estava acostumada com aquela agitação toda.

- Com certeza.

- Vamos logo que a maioria do pessoal já chegou. - Dahyun avisou abrindo a porta para nós e a gente saiu, antes de descer certifiquei que tranquei bem a minha porta, tudo que eu menos quero no momento é que usem meu quarto de motel essa noite.

- Credo, quanta gente. - Jihyo exclamou descendo as escadas praticamente com o seu corpo colado no meu enquanto eu guardava a chave do meu quarto no meu decote.

- Espero que nenhum deles se atreva a entrar no meu quarto.

- Não trancou a porta? - Dahyun se virou para mim confusa e eu dei de ombros.

- Tranquei, mas vai saber né.

Parei no final da escada olhando em volta, realmente havia muita gente ali, quero só ver o meu irmão sofrendo para limpar isso tudo amanhã, porque eu com certeza não irei ajudar, ele que teve a ideia de fazer essa festa. Havia bastante pessoas que eu não conhecia ali, o que não era uma surpresa já que eu não conhecia muita gente.

A música alta com certeza iria me dar dor de cabeça depois.

- Vou falar com seu irmão, já volto. - Dahyun avisou e eu e Jihyo nos olhamos novamente.

- Ela não vai voltar. - falamos juntas e logo rimos em seguida. Por mais que sejamos um trio, eu e a Jihyo passamos mais tempos juntas, já que a Dahyun está quase sempre com o meu irmão e meu irmão é um idiota, então quando ela está com ele, eu nunca estou por perto.

Ele sempre quer se meter na minha vida e isso me irrita, ele é apenas 1 ano e alguns meses mais velho, mas age como se ele tivesse 37 e eu 21, querendo me dar concelho sábios sendo que eu sou a mais inteligente de nós dois, e olha que eu sou burra.

- Cadê o Jungkook? - perguntei para a Jihyo ainda olhando em volta tentando encontrar ele naquele mar de rostos.

Eu não sabia qual fantasia ele estaria usando, então não tinha uma ideia clara de quem eu estava procurando.

- Pelo que eu entendi, deu algum problema com a fantasia dele e eu não sei se ele vai vir. - Jihyo comentou e eu a olhei rápido. O que? O Jungkook não vem? Ah não! Não foi isso que eu pedi não!

- Como assim um problema?

- Ele e os garotos do time estavam se arrumando na casa de um deles, parece que a fantasia dele resgou ou algo assim, seu irmão falou para ele comprar uma ou pegar uma emprestada e vir, mas acho que não vai rolar não.

- Por que não?

- Meu irmão disse que ele ficou bem desanimado, ele estava ansioso para vir com a dele que até perdeu a vontade de aparecer. - Jihyo deu de ombros e eu choraminguei cruzando os braços. Qual é?! Essa é a primeira festa que eu venho e o único motivo de eu estar aqui era poder ver ele e ele não vem?

Fantasia é o de menos! Ele ficaria lindo até usando um saco de batatas! Não acredito que vou perder a chance de tentar falar com ele, logo hoje que eu estava decidida a tentar me aproximar pelo menos um pouco dele.

- Sério? Eu não acredito! Quase morri pra entrar nesse espartilho só porque ouvi ele dizer que gosta de piratas do caribe. - falei e me apoiei no corrimão frustrada. Eu ouvia as pessoas reclamando por eu estar ocupando espaço e que era para eu sair dali para eles subirem as escadas melhor, já que eles estavam trombando com o meu corpo.

Foda-se, a casa é minha, eu enfrento minhas frustrações em qualquer parte dela se eu quiser.

- Eu achei que era para a gente vir combinando! - Jihyo exclamou me olhando indignada. Tá bom, eu não havia falado para ela o motivo de eu querer tanto ter vindo de pirata.

Mas no mês passado, enquanto o Jungkook estava sentado na classe do Taehyung e eles falavam sobre filmes, eu meio que escutei o garoto falando o quanto gostava do filme e achava maneiro as roupas de piratas e eu guardei aquilo na memória.

- Também, ele gostar é só um bônus. - desconversei rindo sem graça.

- Idiota. - Jihyo me puxou para sairmos da escada e me puxou para um canto da casa - Vou pegar bebida para gente, já volto.

Concordei com um aceno e vi ela ir até a cozinha. Soltei um suspiro frustrado me escorando na parede enquanto olhava em volta, por que eu não consigo ser como eles? Por que eu não consigo curtir uma festa como uma adolescente normal? Dançar e cantar as músicas até perder a voz? Sei lá, eu apenas sinto que não me encaixo aqui.

Resmunguei um palavrão quando comecei a sentir muita falta de ar, tanto pela aglomeração de pessoas ali, quanto por aquele espartilho idiota que estava prendendo até minha alma. Jihyo que me desculpe mas eu preciso urgentemente sair daqui e tomar um ar antes que eu desmaiei.

Caminhei rápido até o quintal de casa e deixei mais um palavrão escapar quando notei que ali também está lotado de pessoas. Caralho, desde quando meu irmão conhece tanta gente assim?

Caminhei em passos rápido até a árvore Sally que temos no nosso pátio que por anos serviu como meu apoio quando eu queria apenas relaxar nela, mas antes que eu pudesse chegar nela, senti alguém esbarrar com força em mim me molhando com alguma bebida.

- Energúmeno! - xinguei o idiota que derrubou bebida no meu vestido. Desci o olhar para a fantasia e vi uma boa mancha de vermelho nela, perfeito! Agora parece que fui esfaqueada!

- O que é um energúmeno? - o garoto perguntou e eu ergui o olhar encontrando dois patetas ali. Eu sabia que eles eram mais novos que eu, eram da turma do Yeonjun, um antigo amigo meu que há algumas semanas havia sido o meu primeiro beijo.

Se eu não me engano, esse são Beomgyu e Hueninkai. Beomgyu foi o pateta master que esbarrou em mim.

- Não sei, acho que é quem gosta de energético. - Kai respondeu pensativo e eu fiz uma careta. É, acho que o efeito do álcool já pegou neles ou eles são naturalmente estranhos.

- Porra irmão, a gente é muito energúmeno então! - Beomgyu exclamou erguendo a mão e logo os dois começaram a fazer um aperto de mão com direto até a pulinho batendo os peitos.

- Verdade!

- Mereço. - reclamei e sai de lá deixando os dois idiotas sozinhos. Além de mal conseguir respirar com aquilo, agora estou com uma mancha vermelha na barriga.

Me escondi atrás da árvore onde ninguém pudesse me ver e me retorci toda tentando puxar o nó daquele espartilho, céus, eu só quero o meu quarto! A minha cama! O meu soninho!

- Quer ajuda? - alguém perguntou me fazendo soltar um grito de susto e eu olhei para trás encontrando um cara alto fantasiado de ghostface.

Eu não lembro muito bem dos filmes, se vi dois deles é muito, mas eu assisti o de comédia várias vezes, deve contar, não é? O que eu sei do personagem, é que ele é um serial killer e que a máscara é bem popular, um dos marcos histórico de terror.

- Você não vai me esfaquear né? - perguntei rindo enquanto o encarava de cima a baixo, ele estava usando a fantasia completa, havia até uma faca em sua mão, o que de certa forma me deixou apreensiva.

Ele seguiu meu olhar e quando notou que eu encarava a faca, riu e ergueu ela, ele pressionou ela no braço com força me assustando, mas eu logo relaxei quando vi que era uma faca falsa e que ela logo voltou ao normal.

- Não vai me chamar de energúmeno, não é? - ele perguntou voltando sua atenção para mim.

Até mesmo a voz dele estava retorcida e mecânica, acho que é aquele aparelho que usam nos filmes, ele realmente pensou em tudo com essa fantasia, ele usava luvas pretas de couro que também não me deixavam ver sua mão, ele praticamente estava coberto dos pés a cabeça.

- Costuma a ouvir sempre a conversa dos outros? - perguntei ao notar que ele havia me ouvido xingar os dois idiotas que passaram por mim e mancharam minha fantasia.

- Tenho o dom de ser silencioso, você nem notou que eu estava aqui quando chegou xingando sua fantasia. - ele riu cruzando os braços e eu senti meu rosto esquentar.

- Ah, você viu? - perguntei sem graça, ele estava aqui antes de mim e ainda me viu surtando com o meu espartilho, provavelmente também viu eu me retorcendo para tentar arrancar ele do meu corpo. Que vergonha!

- Qual o problema com ela? - ele perguntou inclinando a cabeça para o lado, era estranho falar com ele sem saber quem ele era, mas não sei porque, a ideia de não saber quem está por trás dessa máscara era até que interessante - Ela é linda demais inclusive, quer dizer, você é linda demais e ela realçou isso.

- Obrigada, eu acho. - falei rindo quanto notei que ele ficou envergonhado com o que disse quando bateu de leve a mão no rosto - O espartilho é muito apertado.

- Isso? - ele sinalizou o busto e a barriga no seu corpo e eu concordei.

- É, minha amiga apertou tanto ele que mal consigo me mexer ou respirar direito.

- Se soltar um pouco melhora?

- Talvez, eu não sei, não entendo muito disso. - falei rindo sem graça, a minha vontade era de tirar ele e jogar para longe, mas essa merda tinha sido cara.

- Eu muito menos. - ele riu e deu alguns passos se aproximando de mim e ergueu o dedo sinalizando para eu me virar de costas - Mas posso tentar?

Olhei em volta notando que havia mais gente além de nós no quintal, então não teria chances dele me enforcar e eu morrer aqui com essa platéia toda. Acho que posso confiar nele.

- Claro, só não me deixar pagar peitinho por favor. - pedi me virando de costas para ele enquanto puxava meu cabelo para o lado, deixando minhas costas livres para ele.

- Não sou nem louco. - ele falou próximo de mim e eu me arrepiei quando senti seu dedo deslizar da minha nuca até o início do espartilho - Não é qualquer idiota aqui que vai saber apreciar sua arte.

- O que? - perguntei em um fio de voz, mas se ele ouviu, decidiu não me responder.

Ele desfez o nó do espartilho e afrouxou um pouco ele me fazendo respirar aliviada. Era bom não ter mais aquilo me apertando, mas confesso que estava me sentindo nervosa com ele tão perto de mim, senti ele refazendo o nó, mas agora não me apertando tanto.

- Está melhor? - ele perguntou bem próximo de mim, tão próximo que se eu me inclinar um pouco para trás, bateria minhas costas contra o seu peito.

- Muito. - me virei para ele tendo que erguer o rosto para encarar a máscara, céus, não tenho nem uma ideia sequer de quem possa ser ele - Obrigada.

- Ao seu dispor. - ele se curvou para mim me fazendo rir - Eu fui abandonado pelos meus amigos, o que acha de curtir a festa comigo?

- Sinceramente, eu já estava indo para o meu quarto. - falei a verdade cruzando os braços. Agora que ele afrouxou o espartilho, eu com certeza consigo tirar ele sozinha para ir dormir, o que eu também acho que vai ser uma missão impossível com essa música alta, mas eu sinto que não me encaixo aqui.

Não sei o que eu tinha na cabeça quando achei que iria me adaptar com essa vida de agito, não dá, eu não consigo, não sei se é porque eu só fiquei parada entre a multidão, mas confesso que essa festa até agora não me fez querer estar nela por mais tempo, eu só quero o meu quarto.

- Isso é um convite? - ghostface perguntou e eu ri alto da ousadia dele.

- Isso é uma despedida. - dei alguns passos para trás dando um tchauzinho com a mão.

- Poxa, achei que iria ganhar minha noite. - ele cruzou os braços e bateu o pé no chão demonstrando infantilmente sua insatisfação.

- A gente se conhece? - perguntei o encarando de cima a baixo tentando ao menos achar uma brecha ali, mas nada! Absolutamente nada! Eu não fazia ideia de quem ele era e essa curiosidade estava me enlouquecendo.

Será que eu consigo arrancar a máscara dele antes de ir dormir? Eu não vou conseguir pregar os olhos querendo saber quem ele é.

- Eu sei que eu te conheço. - o garoto riu e eu o encarei ainda mais confusa. Ele me conhece? Mas eu sou a maior perdedora daquela escola! Ninguém sabe direito meu nome, como ele me conhece?

- E quem eu sou?

- Lucy. - ele falou baixo se aproximando de mim e eu arregalei os olhos recuando alguns passos para trás. Caralho, ele me chamou de Lucy! Não de Lucinda! De Lucy! - A garota bonita que é péssima em soletrar.

Péssima em soletrar? Será que ele me conhece desde a sexta série? Eu lembro que nessa época teve uma competição de soletração na escola e eu perdi na primeira palavra, obviamente fui zoada por um bom tempo por isso, mas na época eu fiquei tão nervosa com aquela quantidade absurda de olhares em mim que travei e soletrei errado.

- Você estava na competição de soletração da sexta série? - perguntei surpresa. Então ele deve estudar na minha escola! Meu irmão havia convidado alguns garotos do bairro também, então de qualquer forma, eu devo conhecer ele.

- Estava? - ele batucou o queixo da máscara fingindo pensar, mas logo estendeu a mão para mim - O que me diz, piratinha? Quer curtir a festa com um desconhecido?

Bom, eu poderia simplesmente negar e chutar a canela dele e sair correndo, mas então pensei "Por que não?" Essa era a minha primeira festa, eu deveria criar memórias e bom, acho que curtir a noite com um desconhecido conta como uma aventura.

- Não precisa ser um desconhecido para mim. Qual o seu nome? - perguntei pegando a sua mão e deixando ele me puxar para perto.

Ele apenas riu e entrelaçou nossas mãos.

- Te conto no final.

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NÃO ME MATEM SHSJJSJS o beijo vai sair na segunda parte, meu amores!!! ❤️❤️❤️❤️
Temos teorias??? Se sim, me contem por favor! Sou curiosa sjsjsjjs

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