Ps: Medidas perigosas.

Carta 2:14: " Medidas perigosas."

A sinceridade é um dom raríssimo de se encontrar. Ninguém é sincero o tempo inteiro, sempre há um grão de mentira na boca das pessoas. Seja ela pra se auto beneficiar, pôr a culpa de seus atos nos ombros de outra pessoa ou simplesmente pelo prazer de ser admirado por nenhum feito. A mentira é condenável e o seu criador a fez por um motivo. É mais fácil arrancar a própria língua do que contar a verdade em muitos aspectos.

É mais fácil enganar do que ser bonzinho.

Entretanto, a mentira é a única fuga e nesse mundo, é a única forma de sair vivo.

Jimin já sentia o suor gelado escorrendo em sua testa. Estava tenso, tentando se concentrar em não cair em dor. Estavam em território inimigo, iriam passar a fronteira de forma ilegal, não podia arriscar perder o controle da situação.

Seu interior queimava por dentro e o seu lobo estava rasgando-o, roendo seu interior, querendo liberdade. Suas unhas estavam cravadas nas suas coxas, deixando a pele avermelhada e machucada. O cheiro do seu próprio sangue o atiçava. Implorava por algo.

- Jimin, não vou arriscar passar a fronteira com esse carro, seria muito suspeito.- Jihoon falou estacionando o carro perto de uma casa velha que parecia perto de desmoronar.

Tinham parado relativamente perto da cidade outrora, somente para deixar Soyeon e Yuqi para que realizassem sua parte do plano. E agora estavam longe demais da capital para voltar atrás. Já estava perto do anoitecer e isso preocupava Jihoon, pois não sabia quanto tempo Jimin continuaria são.

- E como passaremos a fronteira?- Jimin perguntou, tirando seu cinto de segurança.

- Pedi para Jae nos acompanhar nessa.  Aparentemente, ele tem álibi para usar no trabalho e tem carros velhos que não são ligados a nenhum de nós. Ele já deve chegar com o carro, enquanto isso, vamos cobrir este com uma lona pra quando voltarmos, levarmos ele de volta.- Jihoon disse saindo do carro.

- Não vão sentir falta deste veículo?- Jimin também acompanhou Jihoon.

- Soyeon dará um jeito nisso, ela vai observar qualquer desconfiança.- Jihoon disse.

Um carro cinza mal pintado parou próximo aos ômegas, suas janelas eram fumês e o seu modelo era antigo. Jae abaixou a janela manualmente e mostrou sua cabeça.

- Olá, ômegas. Prontos para arriscar suas vidas?- Jae estava animado e isso despertou a curiosidade do lúpus.

- Te acalma.- Jihoon jogou a lona preta no carro e ajeitou-a rapidamente.- Entra no carro, Jimin.- Jihoon disse terminando de colocar a lona no carro e logo em seguida ocupou o banco da frente do lado de Jae.

- Bom, aparentemente, indo nesta direção.- Jae apontou para uma estrada deserta.- É o caminho mais longo para atravessar a fronteira, mas por ser mais longo, quase ninguém saber da existência desse caminho e por não ter povoação por perto, na madrugada, essa parte da fronteira fica sem vigilância.

- Ou seja, melhor caminho. - Jihoon disse e Jae concordou.

- Exato.

Na Coréia do Sul, as coisas se encontravam calmas. Tão calmas que era definitivamente estranho, porém os moradores estavam agradecidos, estavam reconstruindo suas vidas tranquilamente.

Jungkook, ao contrário, se encontrava ansioso. Os últimos ocorridos embolavam-se em sua cabeça, o deixando tonto. Se sentia fora de órbita. As últimas informações que caíram em cima de si deixava-o zonzo.

Como tiraria seu ômega daquele palácio? Como evitaria uma guerra? Como quebrar esse pacto horrendo? Como se livrar do fardo imposto a si? Eram tantas dúvidas que rondavam sua mente.

Seu irmão, Taehyung também não se encontrava no seu melhor estado e este nem sabia ao menos o porquê de estar assim. Os dois jovens estavam sentados no jardim do palácio aproveitando da única coisa que podia tranquilizar, a brisa e os ruídos dos pássaros em seu ninhos confortáveis.

A natureza sempre é o melhor lugar tranquilo.

- Izabel está ansiosa para me ver.- Taehyung disse quebrando o silêncio.

- Deveria acabar com isso.- Jungkook falou curto.

- Sabe que não posso fazer isso com ela.- Suspirou.

- É melhor ser sincero e zelar pelo amor fraternal que você tem por ela do que acabar com qualquer "carinho" só porque a tomou como esposa por obrigação.- Jungkook disse.- Sabe que uma hora seu lobo vai pedir por alguém e tenho certeza que não vai ser por ela.

E o Kim calou-se, não tinha como negar, não estava com razão. Jungkook estava correto, porém ele não achava correto acabar com a chance do seu filhote crescer numa família unida e estável.

Ele não queria ser egoísta, seu filhote merecia o esforço. Ele poderia amar Izabel. Conquanto, para isso, ele teria de abdicar dos amores do coração que brandavam em seu ser.

Os Jung.

O carro dirigia com cuidado pelo matagal deserto, tentando detectar sinais de guardas. Faltavam sete quilômetros para atravessar a fronteira e somente restavam a Jihoon e a Jae, a ansiedade e o medo.

O lúpus estava queimando em febre, seu controle era quase inexistente. Jimin se auto arranhava para suportar o peso de seu lobo, implorava-o para que não dificultasse para os dois. O Park sabia que quanto mais próximos de Jungkook estavam, mais complicada sua situação ficaria. Seu suor escorria pelo seu rosto, não tinha nem mesmo poder de controlar a voz.

Estava fraco.

- Jimin, continue. Você está indo bem, você está sendo muito corajoso.- Jihoon tentava passar alguma credibilidade.

Então um uivo saiu involuntariamente pela garganta do ômega lúpus. Um uivo de súplica, pedia socorro ao seu gama. Estava ao ponto de se asfixiar. Seu corpo doía, ardía. O inferno queimava em seu corpo, Jimin podia jurar sentir a balbúdia, podia sentir o sofrimento.

Precisava de Jungkook.

Não era possível controlar mais, suas energias esgotaram, era uma luta perdida. Um homem que luta contra seu lobo, conhece a pior das guerras.

Em um baque do corpo do Park contra o assento do veículo em movimento, o lobo se libertou, uivando e arranhando de forma feroz.

Jimin entrou em processo de transformação, seu lobo forçava-o a tomar a forma de um lupino e o feito fazia o Park gritar e se retorcer. Era a cena mais pavorosa que os dois amigos do ômega podiam presenciar em suas vidas.

- Jimin, por favor!- Jihoon gritou. Jae rapidamente parou o carro, era arriscado prosseguir a viagem com um lobo furioso no banco de trás.

- Jihoon, vem me ajudar.- Foi o que disse.

- O que faremos? Jimin está incontrolável e nem passamos da fronteira ainda. Estamos expostos aqui.- Jihoon tinha razão, se alguma patrulha decidisse passar, seria impossível não serem vistos e principalmente, ouvidos.

Jae abriu o porta-malas com dificuldade e retirou cordas e fitas.

- Confie em mim. Puxa essa alavanca aqui quando eu pedir, vai fazer o banco do Jimin se mover para trás.- Jihoon só assentiu.

Jae deu a volta no carro e abriu as portas do veículo, acenou para que Jihoon acionasse a alavanca e assim pudesse amarrar Jimin e deixar-lo preso um pouco distante dos bancos de motorista e passageiro. Se esticou para alcançar um dos porta objetos do carro e pegou uma seringa.

" Jimin vai tentar se transformar inconscientemente, é bom levar algum sedativo ou alguma coisa pra inibir a transformação.- Soyeon falava para si..."

Jae agradecia mentalmente por não ser teimoso e investir naquela dosagem. Sem demora, aplicou no lúpus para que este não conseguisse concluir sua transformação.

Retomaram a viagem minutos depois, tendo agora como fundo musical, um lobo enfurecido preso no próprio corpo.

O alfa que dirigia fez questão de aumentar a velocidade para passar a fronteira enquanto tudo ainda estava calmo.

Ao chegarem próximo as cercas enferrujadas, observaram o movimento rapidamente e Jae retornou com o veículo alguns centímetros para trás e voltou com velocidade contra a cerca, levando-a ao chão, amassada. O baque fez com que Jihoon batesse a cabeça na janela e machucasse sua testa.

O lobo se transtornou com aquele cheiro de sangue límpido, as cordas não aguentariam por muito tempo.

Porém, agora era tarde demais, já estavam em terreno sul coreano.

Os irmãos decidiram entrar no castelo depois de passarem um bom tempo no jardim. Taehyung estava mais pensativo que nunca, pensava se sua escolha era a correta, se não estava exagerando, se estava tomando o rumo errado e vendo a situação de uma maneira mais complicada e insana do que ela deveria ser.

Ele tinha mais que uma boa renda, fora a herança milionária que tinha, tinha tempo, sanidade mental, amava crianças, desejava um dia ter seu filhote. Tinha todos os princípios para saber que mesmo não sendo planejado, o filhote teria um boa vida. Izabel era uma ômega fantástica, seria uma ótima mãe.

Eles podiam ser amigos e cuidarem do filho juntos?

Ou ele estava fadado a ter que vê-la como esposa?

Matrimônio para si, era sagrado, anteriormente. Não se podia utilizar uma união feita pelos deuses como bode expiatório.

Como uma fuga, um escape de consequências.

No entanto, ele não podia deixar Izabel tomar o fardo sozinha, com o título de ômega idiota que foi feita de besta por um alfa.

Era seu dever como alfa honra-la, mas até a onde isso deveria ir?

Taehyung bagunçou seus cabelos, estava enlouquecendo, esse assunto trazia para si, tremendas enxaquecas, era impossível de solucionar. Quando finalmente os irmãos pisaram nos ladrilhos do castelo, Taehyung levantou sua cabeça e engoliu em seco.

- Taeh, eu vim ficar com você.- Era Izabel com seu sorriso lindo e seu olhar inocente, imaculado.

Ao seu lado estavam os Jung, completamente sérios, olhando para o Kim, como olhavam para desconhecidos. Então Taehyung sentiu a dor da sua escolha, porém ele não podia chorar agora.

- Iza...

*******
Oie🤡
Depois de tempos sumida, eu voltei.
Desculpa pela demora a postar esse capítulo.
Eu estou numa correria absurda pra manter minha vida minimamente organizada, mas vou tentar ir atualizando aos pouquinhos.

O que vocês acham da escolha do Taehyung?
Vai ter encontro Jikook no próximo capítulo?

Tentem não me matar se eu demorar.
Espero que gostem do capítulo.
Qualquer erro de digitação, podem me avisar.

Não se esqueçam de dar um moralzinha pra mim, vai, sou uma boa pessoa.😔⭐

Já me voy.

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