Ps: Fruto de algo que não é amor.

⚠Leiam! Aviso!⚠
Vai haver menção de incesto neste capítulo. Lembrando, que não! Não concordo com as práticas e muito menos apoio! Tudo contido nesta fanfic, é COMPLETAMENTE ilusório. Lembrando pt.2 que deuses não possuem as mesmas regras que nós!

⚠Se alguém se sentir⚠ desconfortavel, vai haver o emoji "🌚" indicando quando inicia a cena e outro desse mesmo indicando quando acaba.
Não haverá nenhum problema pra quem pular, não é importante para os acontecimentos futuros.


Carta 2:7: "Ps: Fruto de algo que não é amor."

Os raios solares pareciam penetrar de forma ardente a terra, causando um dia de extremo cansaço e calor para a população norte coreana. O dia carregava uma brisa não muito refrescante, e o céu encontrava-se limpo de nuvens. A relva escura e quase sem vitalidade estava sendo deveras maltratada pelo calor anormal.

A Coréia do Norte parecia inabalável. As muralhas que circulavam o reino davam para ser vistas a quilômetros de distância, elas eram tão imponentes que causavam arrepios involuntários em quem a observasse. Os cidadãos que não compactuavam com o modo ruim que viviam nem sequer tinham esperança de se livrarem do reino asqueroso e o soberano prepotente.

Jimin tentava não tremer de nervosismo, parecia nunca deixar de sentir tensão ao entrar na sala do trono. Soyeon utilizava de seu tempo para trocar farpas com rei, tendo Yuqi repreendendo seu comportamento em tom tão baixo quanto o sussurro dos ventos quentes contras as janelas bem cuidadas do castelo. Jimin percebera que aquilo era como um hábito para a alfa.

Sungwoon permanecia com seu sorriso presunçoso, lançando olhares nada lisonjeiros para o príncipe de Seoul, que sentia-se acuado e deslocado naquela situação.

Os escrivãos, servos e nobres continuavam com suas falsas adorações ao rei, concordando com tudo que era dito pelo tal. Só estavam desesperados para livrarem o proprio pescoço, literalmente.
— Chega, Soyeon!— O rei exclamou claramente sem paciência para tratar com sua filha alfa.— O casamento de meu filho regente com nosso querido ômega lúpus irá acontecer na próxima semana. Isso já está decidido, quero apressar a promessa do rei Jisang.- Ao ter ouvido tal informação do rei, Jimin desesperou-se em seu interior.— Infelizmente, decorrente aos ataques que ainda ocorrem no nosso reino aliado, não haverá o festival do matrimônio, pois pode nos tornar alvo de algum ataque. Iremos organizar uma pequena festa para celebrar essa aliança tão divina, somente entre alguns nobres.— O rei informou tendo tudo que era dito pela sua boca escrito por seus escrivãos maltrapilhos. Jimin tremeu ao sentir Sungwoon se aproximar mais de si e engoliu em seco quando este parou em sua frente e tocou em seu queixo, levantando-o e mantendo seu olhar intenso conectado ao do ômega lúpus.

— Pela primeira vez em minha vida, fico feliz em ouvir algo de sua boca, meu pai.— Sungwoon riu apertando levemente o queixo do ômega. Quando foi livre do aperto, Jimin soltou a respiração que havia prendido, porém não conseguiu se acalmar por completo ao ver que o príncipe da Coréia do Norte rodeava seu corpo, se colocando atrás de si. Um arrepio estrondoso e ruim percorreu a coluna do Park.

— Se afaste dele, seu...— Soyeon foi interrompida.

— Cale-se, princesa. Não irei lhe ordenar mais uma vez.— Young ditou firme, vendo a filha mais velha fechar os punhos. O rei sentia a raiva queimar a pele de sua filha.
— E como presente pela união de meu querido Jimin com meu filho, irei presentea-los com uma lua de mel, tudo será muito bem organizado para que tenham seus primeiros dias de casados.— Young Soo trazia tantas segundas intenções para aquele mísero presente que fazia Jimin se sentir repugnante por ter que participar e compactuar com uma união tão asquerosa e sem fundamentos. Seu estômago embrulhou quando sentiu sua cintura ser abraçada, e suas costas apoiadas em um peitoral de alguém, a qual Jimin não precisou ponderar muito para ter ciência de quem era. O riso irônico invadiu os ouvidos do Park, fazendo-o se acuar e sentir calafrios percorrerem por todo o seu corpo .

— Nós, com certeza, vamos aproveitar seu presente, meu pai. Certo, meu ômega? O príncipe Ha indagou, prontificado a ouvir a resposta forçada do ômega em questão.

— Certo...— Jimin murmurou incerto, torcendo para que o príncipe se afastasse de si. O que foi prontamente atendido. Sungwoon rumou em direção a porta de entrada e saída da sala do trono.

"Obrigado, deuses."— Murmurou aliviado em pensamentos.

"—Agradecendo a si mesmo em uma hora dessas, Park?"— O lobo questionou, arteiro como sempre.

Jimin não entendeu, entretanto, não se preocupou em entender agora. Seu lobinho interior vivia falando abobrinhas.

— Park Jimin, encontre-me no poço lateral esquerdo do castelo ao anoitecer. Quero levar-lo a um lugar, não demore muito.— Sequer virou-se para encarar o Park enquanto o ordenava que se encontrassem. Somente disse e saiu da sala.

Jimin suspirou audível e Soyeon bufou irritada.

— Eu tenho nojo dessa merda aqui!— Exclamou enfurecida, apertando a mão de Yuqi. O rei vendo o descontrole da alfa, sorriu satisfeito. Repugnante, Soyeon pensou.— Vamos, Jimin. Yuqi.— Pegou nas mãos de Jimin, o trazendo para perto de si. Apertou levemente as mãos dos ômegas em questão para passar o mínimo de calma. Logo, andou até a porta de saída da sala regida por pessoas asquerosas e muros, tijolos e barros forjados pela imundície. Foi seguida pelos dois ômegas, que se encontravam cabisbaixo incomodados pela aura do lugar.

Ao chegar proximo da porta, seu pai direcionou a fala para si, que desencadeou um calafrio nada bom correndo pela sua espinha: — Acredite, Soyeon. Não é você que irá pagar por ter essa língua amaldiçoada. Será Yuqi, então trate de ser uma boa lobinha, ou eu mesmo trato de arrancar fio por fio dos pelos da sua irmã.

Soyeon quis gritar, xingar e espancar o rei com todo o ódio que tinha guardado no seu coração. Entretanto, seu lobo recuou. Era melhor ter Yuqi sã e salva do que ter razão, respeito e voz.

[...]

— Quem é o hospedeiro do Deus Sol, Éter? Quem? Quem são os hospedeiros da Emma e Adam? Pode ao menos me tirar essas dúvidas?— Focus agoniou-se com sua irmã lhe rodeando informações. O ar denso do martírio não ajudava.

Éter, que assentava no trono feito de pedras escuras tocadas pelo próprio mar de sangue, sorriu doce. Levantou-se juntando as mãos cheias de aneis de ferros forjadas pelos seus demônios em sua frente. Focus se ajeitou na poltrona vermelha, não queria nem sonhar com o quê aquilo era feito. Conquanto, era tão macio e confortável que até sua armadura não pesava mais.

— Tem coisas que nem eu mesma sei, irmão. Sobre o Deus Sol, eu não tenho idéia.— Ditou, tendo agora Focus em sua frente.— Conquanto, os espíritos de nossos pais não encarnaram em corpo algum. Eles renasceram em corpos semelhantes ao que tinham no passado. Neste mundo, Emma é Park Jimin e Adam, Jeon Jungkook.

                                                         (🌚)

Lançou a focus um sorriso sincero, entregando seus raros sentimentos bons ao ser divino em sua frente. Focus também sorriu, encantado com o sorriso de sua irmã.

— Então, meus pais são Jeon Jungkook e Park Jimin... depois irei observa-los. Me sentirei mais próximo.— Foi o que Focus disse, deixando-se ser hipnotizado pela beleza da irmã.

Éter não hesitou, somente sentou no colo de Focus, tomando os lábios de seu irmão em um beijo intenso. Deuses não sentiam aversão a parentes. Eles não encaravam os sangues semelhantes como um problema, esse tipo de aversão fora criado pelos próprios humanos e híbridos, que gostavam de oprimir suas próprias relações. Não existia impasses para deuses.

Focus fez com que fogo os circulasse, odiava a falta de discrição dos demônios.

— Odeio que nos vejam, posso ser um deus, porém ainda quero ser venerado somente em momentos em que eu não estiver tão íntimo a você.— Focus suspirou quanto éter rebolou lento em seu colo.

— Meus demônios precisam ser alimentados, sabia? A visão os saciaria.— Éter riu encostando sua testa franzida na de seu irmão, os dois mantiam os olhos fechados. Focus segurava a cintura da irmã mantendo-a em seu colo.

— Deixem que morram de fome então, não vejo importância neles. Não sei que bela visão você tem dessas criaturas.— Focus resmungou, entretanto nunca deixando de se sentir extasiado com o atrito das nádegas ainda cobertas da irmã com o seu falo teso.

— Eles refletem papai.— Foi o que respondeu. Deu um selar nos lábios do Deus do Fogo e levantou-se com um único propósito.

Ficar nua diante da única pessoa que confiava. Seu mais adorado irmão.

(🌚)

— Nós não podemos deixar Jimin ir encontrar meu irmão. Não podemos confiar nos dois sozinhos.— Soyeon ditou para Jihoon, que estava sentado na poltrona do quarto do ômega lúpus tomando uma taça de vinho. Yuqi estava sentada na cama, observando as ações e objeções da irmã em pleno silêncio, sem ao menos mover um músculo do corpo.

Soyeon estava de pé, argumentando irritada. Jimin somente permanecia sentado no chão com as pernas cruzadas em formato de borboleta, enquanto parecia concentrado lendo algum livro nerd, intitulado por Soyeon. Entretanto, ele estava atento a conversa.

De alguma forma, ele sentia seus sentidos se aflorando, conseguindo administrar muito bem a conversa dos nobres presentes em seu quarto e a leitura de seu livro. Ao mesmo tempo, também prestava atenção a natureza, a alguns cantos de pássaros, ao balançar das árvores. Pra ele, era estranho a sensação de poder distinguir vários sons ao mesmo tempo, porém também era fascinante.

— De qualquer forma, Soyeon, não podemos impedir que Jimin tenha alguma proximidade com Sungwoon. Você sabe que ele veio justamente para casar com ele, não temos muito o que fazer. Sei que seu lobo se sente pressionado a proteger Jimin, mas não podemos estragar nossos disfarces agora. Jimin terá que ir, e só poderemos nos envolver quando o príncipe alfa fizer alguma menção em ser espertinho.— Jihoon falou fazendo Soyeon sentar na cama frustrada.

— Jihoon tem razão.— Jimin falou se levantando do chão, chamando a atenção dos amigos.— Desejando ou não, terei que casar com ele. Sendo assim, ela vai poder ter influência sobre mim, já que aqui o ômega se torna a sombra do alfa.— Jimin caminhou até o armário de roupas que era embutido na parede de forma discreta. O quarto tinha uma decoração de madeira escura, era belo.
Abriu a porta discreta do armário de roupas, sendo observado por seus amigos.

De dentro do movel, tirou um casaco bege, que combinava perfeitamente com a calça jeans e camisa comum branca que já vestia.

— Jimin, só de ver você vestindo um casaco em pleno calor neste castelo, me sinto agoniado.— Jihoon falou soltando a taça quase vazia de vinho em cima de uma mesa e se abanou com as próprias mãos.

— Eu sinto um pouco de frio, não quero fazer mal pro filhote.— Jimin deu de ombros caminhando até a porta de seu quarto.

— Você é um pouco confuso, Jimin.— Jihoon riu.— Por isso, é a alma gêmea do Jeon.

Jimin sorriu, feliz com a constatação: — Eu o amo mais que os céus, mais que o sol.— Falou.

Jimin sorriu, quando Jihoon deu gritinhos animados e soquinhos no ar murmurando "Eu sabia que o menino Jeon tinha potência, eu sabia!".
Mesmo assim Jimin não deixou escapar o espanto de Yuqi, que arregalou os olhos brevemente. Jimin franziu o cenho intrigado.

— Vocês vão se sair bem sem mim? Preciso resolver algo.— Yuqi falou sorrindo, Jimin sentia o nervosismo em sua voz.

— Quer que eu te acompanhe?— Soyeon perguntou, Yuqi negou rapidamente.

— Não, não precisa. Eu tenho que fazer sozinha, mas muito obrigada por se importar comigo. Me sinto muito especial.— Jihoon arqueou as sombrancelhas, sorrindo desconfiado, observando a interação das duas irmãs.

— Você é especial. Se cuide e eu te amo.— Soyeon falou para Yuqi, que sorriu acenando, saindo do quarto em seguida.

— Acho que é minha hora de ir também.— Jimin constatou.— Nos encontramos assim que... eu me livrar.— Despediu-se por fim, rumando pelos corredores até alguma saída lateral que ficasse próxima ao poço.

[...]

— Me sinto um irmão horrível fazendo isso.— Taehyung suspirou olhando ao redor com cautela. Decidira tirar Jungkook de dentro do castelo durante a noite para acalmar melhor seus nervos, a aura do castelo estava transtornando o irmão gama. Conquanto, a ideia agora na prática não parecia muito certa, porém não se arrependia.

O que daria de errado tirando um gama irritado do castelo? Nadinha de nada, era o que Taehyung pensava.

— Na verdade, eu estava precisando... Não sei quanto tempo aguentaria dentro do castelo sem atacar ninguém. Todos parecem tão culpados pelo Jimin não estar aqui, eu sei que não são, mas meu lobo meio que não entende isso.— Jungkook colocou as mãos nos bolsos, andando tranquilo sentindo a brisa fria da noite. Pela primeira vezes desde que Jimin foi, ele sentiu paz.

— Tudo bem, eu entendo que dentro de você deve estar uma balbúrdia só.— O Kim falou.— Agora, vamos para algum bar não muito lotado, tomar alguns drinks, tentar tirar um pouco os problemas da cabeça, sim? Se vai te acalmar, imagine Jimin 'puto da vida no castelo te esperando voltar da farra com o seu irmão.— Jungkook riu desacreditado.

— Acho que Jimin não ficaria 'puto, no máximo ele ficaria preocupado.— Jungkook falou fazendo Taehyung balançar a cabeça negativamente.— Porém, vou imaginar mesmo assim.— Disse por fim.

— Meu irmão, você não sabe nada de ômegas.— Taehyung ditou sorrindo sapeca.— O ômega pode ser o ser lupino mais doce da galáxia, mas ninguém entende o quão demoníaco ele pode ficar quanto está com raiva.— Taehyung fez careta.

E assim caminharam conversando, até avistarem um bar que estava menos lotado do que as baladas da cidade. As ruas estavam pouco movimentadas, as pessoas ainda tinham medo de sair de casa, por mais que a situação já estivesse um pouco mais tranquila.

O ambiente era rústico, levando com a decoração, madeiras detalhadas e uma boa iluminação.
Acordes de violão tocavam baixo, era um local tranquilo sem muitas pessoas.

Sem pessoas, sem confusão, Taehyung sorriu com o pensamento puxando o pulso de Jungkook para que se assentassem nas cadeiras altas do balcão de madeira escura.

O barista se aproximou e depois curvou-se percebendo que eram os príncipes.

Taehyung sorriu e disse:
— Como sou fã dos clássicos, me traz um Bitter Campare, e você, bonitão, vai querer o quê?— Perguntou a Jungkook.

— Quero um Ice Negrone.— Jungkook ditou.

— Coloca umas gotas a mais de uísque no drink dele, do mais forte que tiver. Quero derrubar esse grandão.— O barista depois de ouvir os pedidos, foi atender-los com rapidez.

— Você ficou maluco?— Jungkook questionou.

— Não é como se você ficasse bêbado rápido, nem se eu te colocasse pra beber três garrafas da bebida com mais teor alcoólico do mundo, você ficaria bêbado, no máximo, uns três minutinhos zonzo. Vantagens de ser um gama.— Taehyung resmungou, praguejando internamente.

— Desvantagem também, e quando eu quero ficar bêbado?— Jungkook falou.

— Vai ficar querendo, bonitão.— O barista chegou com os drinks prontos e logo se retirou. Taehyung animou-se na hora.— Mas eu posso ficar bêbado até desmaiar. Mesmo que a dor de cabeça seja um tormento amanhã, eu quero muito encher até o cu de bebida pra me esquecer da merda que eu fiz.— Taehyung soltou dando o primeiro gole em seguida. Fez uma careta aliviada ao sentir o sabor doce se tornar amargo.

— Que merda você fez?— Jungkook questionou também tomando um gole do drink. Se contorceu levemente ao sentir o sabor muito forte e a ardência na garganta, não era porque não podia ficar bêbado, que o álcool não descia rasgando sua garganta. Soltou um muchocho satisfeito.

— A gente não veio aqui se lamentar da vida, Jeon.— Deu outro gole fazendo careta e fixando o olhar em qualquer outro ponto que não fosse o irmão.

— Você escutou minhas lamentações até agora, minha vez de ouvir. Pode não parecer mas... percebi que você voltou estranho da França, nem parece empolgado pra voltar pra lá.— Jungkook disse calmamente, observando o irmão abaixar a cabeça e encarar o copo com seu drink, balaçando-o como se o líquido alcoólico fosse mais interesse que o assunto.

Taehung estava desconfortavel, foi o que Jungkook percebeu e estava pronto para mudar de assunto, até ouvir um suspiro audível do Kim.

— Bom, eu estou feliz lá, viver com a mamãe e a vovó é uma das melhores coisas da minha vida. Acordar e olhar pela janela o sol radiante e as flores bem cuidadas da mamãe. E também amo a parte de que a casa é movimentada, nunca tem silêncio. Tem Jacqui, a Allison, o Raul e Oliver, que moram e trabalham conosco, fora os vizinhos e amigos que sempre visitam. É um ambiente bem alegre, mas...— Taehyung interrompeu-se e tomou um gole longo do Campari como incentivo. A bebida do Kim já estava por acabar e logo o mesmo levantou uma mão, simulando um pedido de mais uma dose, o que foi prontamente atendido.

— No seu tempo, maninho.— Jungkook disse.

— Err... Obrigado.— Taehyung respirou fundo.— Além de muitas pessoas maravilhosas que me trataram super bem, eu conheci Isabel, filha de uma amiga da mamãe. Eu me atrai na primeira vez que a vi e me encantei quando a conheci, logo achei que estava amando ela, sendo que mal nos conhecíamos e fazia pouco tempo que eu tinha ido pra lá. Minha mãe falou que era normal eu me sentir assim por ela, já que vivi uma vida inteira sem muito amor, e agora que eu sou muito querido, eu posso ter tendências a me exaltar e me emocionar no quesito amor. Mamãe falou para manter calma e conhecê-la direito. Mas eu não escutei a mamãe.— Taehyung tomou um gole com uma feição frustrada.

— Magoou Isabel, não é?— Jungkook questionou esperando uma confirmação. Tomou em um gole só o resto do seu drink, sentindo ardência e tontura ligeira.

— Não, ainda não, eu acho. E espero que continue assim, ela é boa demais. Eu me envolvi com ela e tirei a virgindade dela. Isso já é uma porra tremenda, por que a França ainda segue o padrão que os ômegas só podem transar no casamento. O que é injusto, os ômegas deveriam poder escolher se querem esperar até lá ou não. Passou um tempinho longo e logo percebi que o que eu achava que sentia era só engano. Eu estava pronto pra confessar e pedir-la pra ser feliz com outro alguem, mas ela veio primeiro.— Taehyung abaixou a cabeça.

Jungkook se ajeitou no banco, sabendo que agora seria revelado e ele estava nervoso por não fazer idéia do que seria tão grave.
— Vai com calma, eu estou aqui e não é pra julgar você.— Jungkook decidiu falar, vendo Taehyung assentir e voltar a olhar pro balcão, aonde estava sua visão o tempo inteiro desde que a conversa iniciou-se.

— A camisinha estorou na noite que transamos, mas nenhum de nós dois se importou. E ela me falou que estava grávida.— Jungkook arregalou os olhos.— Eu falei que ia assumir, porque era minha obrigação. Eu não seria imbecil ao ponto de renegar a mulher que eu engravidei na primeira vez dela. Conversamos com o pai dela, ele quase me matou, mas ficou feliz com a notícia do neto. Poucas horas depois percebi que a vovó, mamãe, Isabel e outros ômegas estavam falando do casamento, foi quando percebi que me fodi.— Taehyung engoliu toda a bebida forte do copo.

— Como assim?— Jungkook perguntou.

— Quando eu voltar pra França, depois que Jimin voltar, eu vou me casar com alguém que não amo e vou ter um fruto de algo que não é amor.- Taehyung suspirou.— Eu sou um imbecil mesmo.— Declarou encarando o copo vazio sentindo-se levemente zonzo, ora pela bebida forte que tomou descontroladamente, ora pela frustração.

— Você sabe que pode criar e participar da vida do seu filho sem ter casado com a mãe dele, certo? Não acho que o filhote seja um motivo pra você colar em Isabel e desistir do amor.— Jungkook falou pedindo uma outra dose da bebida ao barman.— Por favor.— Sorriu grato ao barman, que assentiu.

— Sei, mas Isabel não merece isso. E ela vai ficar mal falada, além de que um casamento honraria a família dela, principalmente com um "nobre".— Fez aspas com os dedos.

— Ter alguma honra vale mais que a felicidade da filha? Ou esses pais são loucos egocêntricos materialistas ou não amam ela de verdade. Você sabe que quando casarem, uma hora ela vai perceber que você não tem a mesma intensidade de sentimentos que ela ou ela vai perceber que também não sente amor por você, ela vai ser infeliz de qualquer forma, Taehyung, e casar forçado com ela achando que tem obrigação de ama-la só vai piorar tudo. Ninguém manda no coração. Eu preferiria que minha ou meu filhote se casasse com alguém sem posses, do que com alguém rico que só o comprasse com dinheiro e joias. Essa vida as vezes é boa, mas é vazia também, sem significado.— Taehyung assentiu concordando com a fala do irmão, que parecia profundamente concentrado e disposto a dar conselhos sensatos ao alfa lúpus.

— Você tem razão, mas eu ainda tenho que fazer isso. Eu posso gostar dela talvez.— Taehyung falou, Jungkook inspirou arrancando paciência do fundo do seu ser pra lidar com Taehyung.— Eu só não posso deixar-la desamparada e nem deixar levar má fama nas costas. Odeio essa falta de liberdade de expressão e escolha dos ômegas, é como se eles fossem seres diferentes de nós alfas. O que diabos temos, que eles não possuem e isso os fazem tão inferiores?— Taehyung questionou.

— Mentes imbecis e sem inteligencia defendem isso, e muitos ômegas ainda apoiam. Eles mesmo apoiam a sua ruína, os anti-omeguismo (anti-feminismo). Ômegas tem tanto poder quanto nós e merecem o mesmo tom de voz e respeito que nós. Merecem poder decidir o seu melhor— Jungkook ditou.

— Ômegas que apoiam a própria diminuição e desrespeito na sociedade, é como uma árvore a favor do desmatamento.— Taehyung opinou.— Eu entendo o ômega não concordar em algumas vértices do movimento, mas ser totalmente contra a existência de tal?— Jungkook assentiu concordando.

— Voltando ao ponto principal, você não pode dizer pro coração a quem ele vai destinar o amor intenso e verdadeiro. Você não tem obrigação com ela, você tem obrigação com o seu filhote. Você não tem que colocar uma aliança na mão dela para ela não ser desamparada, e sim, você ajudá-la de todas as formas possíveis e cuidar do seu filho._— Jungkook falou.— Supondo que você viva bem e confortável como marido dela, o que você vai fazer quando se apaixonar por alguém, quando o seu lobo escolher alguém ou sentir atração no cio por outro lobo?— Indagou.

— Quem disse que meu lobo já não escolheu? Mesmo não sendo uma gama que tem a alma dividida, até parece que eles são minhas almas gemeas. Eu os amo desde de muito tempo atrás, só que parei de tentar fugir e negar tarde demais.— Taehyung suspirou pela milésima vez.

— E quem eles são?— Questionou ao outro com curiosidade.

— Do que adianta você saber? Infelizmente já está tarde para apresentar-los a você como meus parceiros.— Sua voz ficou carregada de tristeza e Jungkook viu quando Taehyung cerrou os olhos com força e fechou as mãos, para então falar:

— Vou me mudar definitivamente para a Inglaterra quando eu voltar e me casar. Com quanto mais tempo eu me afastar deles, menos vai doer.— Jungkook negou na hora e tomou um gole da bebida, se virando para frente, encarando as garrafas de bebidas expostas com desânimo.

— Não adianta, o sentimento te persegue.— Jungkook falou.— Você está errado, irmão, a dor não vai diminuir.— Falou por fim, desistindo de argumentar.

A noite seria longa para os dois irmãos, que estavam vivenciando seus dilemas em suas conciências, e o único companheiro que talvez os abraçasse e acolhesse, seria o álcool.

[...]

A noite nas ruas da Coréia do Norte estavam menos quente que o dia dentro do castelo. Jimin se encolhia, tentando se cobrir melhor com o pouco pano que tinha, se sentia muito frio e seu lobo implorava para que seu alfa estivesse aqui para esquentar-lhe.

— Príncipe Park.— Sungwoon cumprimentou assim que o ômega parou ao seu lado.

— Senhor.— Jimin abaixou a cabeça. Sungwoon riu levemente contente com a submissão alheia.

— Eu lhe chamei aqui para algo rápido, só para você ter idéia de quem eu sou e o que posso fazer quando algo trai minha confiança.— Falou lançando a Jimin um sorriso perverso, que fez o ômega lúpus sentir um arrepio pela coluna. Estendeu a mão para Jimin e ordenou em tom leve e perigoso: — Me dê a honra.

Mesmo desconfiado e temeroso, agarrou a mão do alfa e deixou-se ser levado para um pequeno pedregulho retangular coberto por musgo. Jimin olhou para aquilo confuso, mas esperou pacientemente o príncipe regente da CDN tomar as palavras.

— Sabe, esse é túmulo de minha mãe. Na minha opinião, ela nem merecia isso, eu a deixaria queimar até virar cinzas, mas meu pai ainda era fraco e amava.— Jimin arregalou os olhos com as palavas duras e agudas como espadas que saiam da boca do outro.— Ela morreu na fogueira, foi queimada até seus órgãos pararem de funcionar em praça pública por trair seu rei e seu marido. E eu odeio traição, Jimin. Você entende isso, sim?— Jimin assentiu com medo.— Quero ouvir sua voz quando eu o pergunto algo, se fosse pra assentir, eu não o teria perguntado. Use sua língua, meu ômega, se não eu mesmo a tiro por falta de uso.

— S-sim, eu entendo.— Jimin amaldiçou-se por dentro por ter gaguejado.

— Que bom, mas eu não sinto que me fale a verdade, Jimin. Eu sinto um pouco de cheiro másculo em você. E a única alfa que você tem contato é minha irmã. Você teria que ser marcado, por que esse cheiro não é da minha irmãzinha.— Sungwoon levou uma das mãos até o cabelo loiro macio do ômega e os puxou com certa força, se dando a visão do pescoço de Jimin. O Park fechou os olhos e fez uma careta, devido ao ardor dos seus cabelos presos fortemente na mão do alfa, que o tocava sem permissão.

Com a outra mão, Sungwoon dedilhou o pescoço alheio averiguando aquele local com atenção. Sorriu ao ver uma leve vermelhidão em forma redonda. E sentiu Jimin estremecer ao tocar lá. Se afastou com o mesmo sorriso e colocou as mãos dentro dos bolsos da calça, assistindo Jimin se recompor.

— Você não é marcado, certo? Então eu diria que você está gerando um filhote alfa. Mas numa gestação comum, somente no quarto mês o filhote passa a transparecer cheiro. Então, porquê, Jiminie? Você está me fazendo de idiota?— Jimin negou desesperado.

— Que fique claro, se eu descobrir algo sobre você, eu não exitarei como meu pai. Assistirei você queimar até só sobrar cinzas, querido ômega.

Foi o que disse por fim, fazendo Jimin engolir em seco e o olhar perplexo. O alfa regente sorriu satisfeito vendo o medo possuir os olhos do Park e seu corpo pequeno e curvilíneo tremer. Sungwoon inspirou e expirou audível, como se estivesse aliviado ao soltar um grande fardo pesado, o alfa olhou para o céu e logo depois retornou seu olhar ao ômega lúpus, que nem por um instante se moveu do lugar. Estava estático, o medo de ser descoberto sucumbia-o.

— Já acabamos por aqui, Park. Espero que guarde bem a memória deste túmulo, pois se me trair ou achar que pode me enganar, nem isso você terá.— Sungwoon falou, virando-se de costas fazendo menção em voltar ao castelo.— Deveria entrar e se agasalhar bem, meu ômega, você parece estar sentindo frio mesmo que esteja calor. Não quero que fique resfriado no dia do casamento, se cuide.— Dito isso, o príncipe saiu à passos confiantes em direção ao grande palácio real.

Jimin soltou o ar que havia prendido em seu peito, respirando desengonçado. Estava tremendo, porém o frio não era mais cem por cento causador dessa reação. Procurou fechar os olhos para acalmar-se, mesmo tendo tomado supressores, não deveria agitar-se e prejudicar seu filhote.

Quando abriu os olhos, ficou zonzo com seus sentindos ficando apurados e sensíveis por breves instantes. Sentia o cheiro das pessoas a quilômetros e desejava ardentemente o que não poderia ter. Seu organismo revirava causando uma dor aguda momentânea que fez Jimin curvar-se e abraçar o próprio abdômen, esforçando-se para não gritar.

Seus olhos por um instante brilharam em um vermelho intenso, então Jimin percebeu que seu lobo semelhante ao cio despertara por completo, e algo o dizia que isso não deveria acontecer.

Correu para dentro do castelo, a procura de Jihoon, Soyeon e Yuqi, querendo somente se trancar dentro do quarto a qual se hospedava e fazê-lo hibernar novamente.

[...]

Sungwoon bateu três vezes na superfície da porta do quarto real do rei, suspirou esperando a permissão de sua entrada, que não tardou em vim.

— A grande alteza me deu a honra de ser chamado ao seu quarto...— Sungwoon ironizou assim que entrou no quarto e viu o seu pai sentado na cama, e logo, formou uma expressão curiosa e interrogativa.— Me pergunto o porquê.— Continuou.

— Quero que nossos planos sejam apressados.— O rei ditou levantando da cama. Sungwoon deixou a ironia de lado e o olhou surpreso e desconfiado.

— Como?— Indagou como se não tivesse entendido.

— Se quiser liberdade para casar com o ômega qualquer que se apaixonou, cumpra suas responsabilidades.— Sungwoon travou o maxilar e fechou o punho.— Não quero aquele ômega lúpus circulando pelo meu reino. Ele pode ser necessário para realinhar nossa linhagem real, mas não é necessário para nosso reino.— O rei falou.

— E o que deseja que eu faça?— Questionou.

— Quero que tome o Park, uma noite antes do casamento oficial.

— Você me disse que eu só sou obrigado a fazer sexo com ele em um determinado cio.— Sungwoon falou insatisfeito.

— Quanto mais cedo o engravidar, mais cedo nos livraremos dele.— O soberano disse.

— Então deseja que eu o engravide agora?! Eu não sei se quero isso. Você mata muitos filhotes lúpus, drena o sangue até não sobrar uma gota, porque ao invés de matar-los, não os torna seus filhos?— Sungwoon indagou.
              
— Eles não são puros como Jimin e não possuem meu sangue correndo nas veias como você. Você não tem que querer isso, só deve fazer.—  O rei falou abrindo a porta do seu quarto, expulsando seu filho de lá sem palavras formais.— Tome Jimin, ponha sua semente nele e o mate quando o filhote for concebido. Essa é sua missão.— Foi o que disse, fechou a porta sem nenhuma delicadeza quando o filho alfa saiu de dentro de seu aposento. Sungwoon suspirou audível plantado no corredor.

Um dia antes de seu casamento, seu contrato para ter o ômega que amava perto de si, já se iniciaria.

As pessoas querendo ou não, ele tomaria Jimin para si e o emprenharia. E logo, o mataria no final dos noves meses.

                                                   *******

Ui, voltei!!!

Bom, está oficialmente terminada a introdução.
Agora, nós vamos entrar com tudo na confusão e descobrir muitas coisas escondidas!

Já adianto mais uma vez, alguns personagens que amamos vão morrer e eu não me responsabilizo por nenhuma terapia, por que eu vou ter que pagar a minha. I'm sorry KKKK

De qualquer forma, espero que tenham gostado do capítulo, o próximo juro que não vou demorar um mês pra atualizar.

O que vocês acham que o Sungwoon vai aprontar no futuro?

Vocês acham que o Taehyung está certo?

Contem pra mim.

Deixem o coraçãozinho e o comentário, por favor. Isso me incentiva e eu adoro ler vocês surtando.

Até o próximo...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top