𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟗 • Laboratórios Van Criss
HARLOW estava na sua subdivisão favorita, a qual poderia passar dias sem dormir de tão entretida que ficava com tudo que acontecia naquele lugar. Os utensílios de pesquisas, os temas abordados, a tecnologia de ponta que investia milhões de dólares para ter posse... Era como estar no Paraíso.
Estar ali era como retomar seu sonho de ter sido médica um dia. Ela o abandonara por Bruce, mas ele parecia ignorar esse fato. Todos os sonhos de um dia salvar vidas jogados no lixo para proteger a identidade secreta do vigilante noturno de Gotham. Constantemente, Harlow se perguntava se tinha valido a pena.
Não. A resposta sempre vinha mais rápido do que admitiria. Não tinha valido a pena. Harlow poderia não demonstrar, mas ela sentia um ódio profundo e primitivo de Bruce Wayne, o pobrezinho herdeiro bilionário que perdeu os pais quando era uma criança.
Um garoto imaturo e egoísta, que jogada o próprio império nas costas dos outros para que ele se escondesse por trás de um traje e uma máscara de morcego. Não importava se ela o amasse eternamente, mas o ódio, a ira e a mágoa sempre seriam sentimentos que venceriam o amor.
— Van Criss — cumprimentou ela quando entrou em sua sala de pesquisa, estendendo a mão com um resplandecente sorriso. — Espero não o ter incomodado com a minha repentina visita.
— De maneira alguma, senhorita Griffin — respondeu ele, apertando a mão dela. — É uma honra recebê-la. Veio ver o desenvolvimento dos novos projetos?
— Bem que eu gostaria — comentou. — Mas vim por outro motivo. Estou procurando dois arquivos. Consultei os arquivos mortos das Empresas Wayne, mas eles estão incompletos. Me informaram de que eu conseguiria o acesso do que falta deles aqui.
— Certamente.
Doutor Van Criss pediu para que ela o acompanhasse até o centro de pesquisas de data avançada, onde se eles estivessem em posse de uma ficha, lá estaria todas as informações disponíveis. Passar por todas as salas de pesquisa era fascinante. Harlow tinha a tremenda vontade de entrar em uma de cada vez, descobrir o que estudavam, pesquisavam e experimentavam. Quem sabe um dia isso fosse possível.
Ele abriu uma porta branca perto da área privada dos Laboratórios, pedindo para que ela entrasse. Harlow cruzou a porta, vendo a sala cheia de monitores espalhados na ampla mesa de escritório. O doutor acendeu as luzes da sala, conectadas na energia central dos computadores cujas telas ascenderam no mesmo instante.
— Todos os arquivos sobre nossos experimentos estão no sistema — disse ele. — Se buscar o arquivo de uma pessoa em específico, ele trará informações de suas vidas pessoais retirados de bancos de dados de colunas e jornais, junto das avaliações psicológicas de cada um deles.
— Acho que vou demorar um pouco aqui, Doutor — disse Harlow, aflita. — Preciso checar as filhas de duas pacientes que participaram do uso experimental de uma droga.
— Fique à vontade, mande chamar se precisar de ajuda.
Com isso, ele se retirou da sala, fechando a porta para dar privacidade à Harlow. Ela se sentou na cadeira em frente a mesa repleta por monitores. Ela umedeceu os lábios, puxando o teclado para perto de si e digitando o primeiro nome — Louisa Maroni.
Páginas e páginas de informações carregaram sobre a mulher. Harlow estava de boca aberta, os olhos brilhantes de fascinação pelo sistema de busca dos Laboratórios. Ela sabia que ele era mais aprimorado do que os outros, mas não imaginava que seria assim.
Desde que ouvira o sobrenome, ela sabia que essa Louisa deveria ter algum parentesco com Salvatore Maroni. O banco de DNA carregou primeiro, identificando-a como sobrinha dele. A ficha médica de Louisa apareceu em seguida, mostrando os resultados falhos de todas as medicações que tomara e as formas de tratamento que os médicos aplicaram. Então, os primeiros resultados do Projeto XRT2 em seu organismo.
Ele parecia ter funcionado no começo, mas depois da terceira sessão, o quadro dela caiu, levando-a a níveis fatais do câncer no pulmão. Logo, ela veio a óbito. Sua ficha psiquiatra constava com anotações de alterações de humor e um quadro sério de depressão.
Harlow buscou novamente pelo nome dela em outra aba, carregando matérias de colunas e jornais de anos atrás, antes de morar em Gotham. Ela não conseguia acreditar no que leu em um dos títulos — Morre a noiva de Carmine Falcone, um casamento que prometia juntar as duas famílias. A briga entre eles já vinha acontecendo há anos, mas Harlow não sabia que tinha sido planejado um casamento forçado para provocar uma trégua.
Ela checou novamente a ficha, onde a anotação de uma das psiquiatras dizia que repetidas vezes Louisa murmurava que o noivado já estava destruído desde a existência dos bastardos e herdeiros. Harlow duvidava que Falcone fosse leal há apenas uma mulher, mas a próxima verdade veio numa matéria lincada à reportagem — Morte nos Laboratórios Van Criss força o nascimento milagroso de uma criança.
Aquele era um fato que Harlow nunca teve conhecimento antes. Ela clicou na nova matéria, novamente incrédula com o nome da falecida. Mary Lucchese. Ela teria morrido alguns dias depois de Louisa, mas nas mesmas condições que ela apresentou em seu quadro fatal.
Harlow buscou o arquivo dos laboratórios em nome de Mary, deixando todas as páginas carregar, buscando o laudo após sua morte e cesariana forçada para salvar a vida da criança. Ela leu palavra por palavra, linha por linha, relendo uma segunda vez para ter certeza de que não perdeu nada.
A ficha quase vazia do bebê, uma garotinha, estava anexada na última página. Harlow desceu por ela, pegando seu número de identificação e jogando-o no banco de DNA. Seu coração se apertou enquanto esperava agonizantes segundos para a barra de análise encher. Caramba! Harlow piscou os olhos repetidas vezes, imaginando estra vendo errado, mas não estava.
O bebê tinha um nome — Sofia — e DNA quase totalmente compatível com Mary Lucchese, sua mãe, e seu suposto pai, Carmine Falcone. Os murmúrios de Louise sobre um bastardo eram reais, ela sabia então que havia sido traída e um bebê foi gerado fruto da traição de Falcone.
Apenas para garantir, Harlow buscou em todas as reportagens daquela época pelo nome de Falcone e Sofia, mas não havia nada sobre a existência dela, nada mesmo. Um pequeno adendo em sua ficha constava que ela foi levava para Miami quando quando tinha apenas alguns meses. Se aquela informação vasasse, Falcone estaria arruinado, a família Maroni viria para cima com tudo por causa da traição dele contra a sobrinha de Salvatore.
Então era de Sofia que Oz disse que Harlow poderia obter poder de barganha em cima de Falcone. Somente ter a informação não era o bastante. Ela precisava ir até Miami e procurá-la, garantir que Falcone não tivesse mais acesso algum a sua bastarda herdeira.
Ela puxou o telefone do bolso, discando um número já decorado e aguardando até que a pessoa atendesse. No quinto toque, ela atendeu:
— Pai, preciso de um avião de Gotham para Miami ainda hoje — pediu ela. — E uma das equipes táticas também. Vai gostar de saber o que eu descobri.
Em poucos minutos, Harlow soube que o jato particular de seu pai a pegaria daqui três horas no aeroporto. Tempo suficiente para ir a Torre Wayne e fazer uma pequena mala. Ainda com o celular em mãos, mandando tudo o que descobriu para seu e-mail, ela digitou uma mensagem para Oz: Louisa Mary Romano, não é? Fala para o Falcone que se ele vier para cima, a retaliação vai ser em Sofia.
A resposta não demorou para chegar: Você foi rápida. Vamos ver até onde aguenta. Entretanto, antes de entrar naquela nova vida de perigo e guerras, Harlow precisava ir em mais um lugar buscar respostas para si mesma — no Arkham.
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30.08.22
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
O que acharam da história? Ainda tem mais um capítulo (10) para ser postado, mas aqui praticamente encerrados a origem da Rainha. Para não deixá-los na ansiedade, o que acham de eu publicar o próximo capítulo em seguida?
Eu sei que foi um spin-off relativamente curto, e acreditem quando eu digo que eu gostaria de ter escrito muito mais, mas eu queria fazer Long Live The Bat acontecer mesmo com as minhas aulas prestes a retornar e com as outras obras que eu tenho planejado em andamento. Se vocês quiserem muito, talvez daqui alguns meses eu possa voltar com capítulos bem mais detalhado da origem da Harlow... Entretanto, o passado dela antes de Gotham ainda vive nas sombras, o pai dela então... O que acham que eu vou aprontar?
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