𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟕 • Louisa Mary Romano

SERIA MENTIRA se Harlow dissesse que dormira que nem um anjo desde a ameaça por ligação às três da manhã que sofrera alguns dias atrás. As palavras que ouvira do outro lado da linha ainda a perseguiam pelas horas do dia e da noite.

Seu cérebro trabalhava para conseguir algum tipo de resposta, mas nada vinha à mente. Ela havia negado certos contratos e parcerias nas últimas semanas, e várias dessas propostas foram de empresas e indivíduos certamente influentes e poderosos. Algum deles deveria ter ficado com o ego ferido e agora buscava assustá-la com acidentes planejados e telefonemas perturbadores.

Estava funcionando. Não a parte de assustá-la, mas sim despertar o seu lado investigativo que demandava respostas. Tentar descobrir quem tinha ligado e armado contra ela estava tornando uma corrente sem fim em sua mente. Harlow sabia de tantos nomes, de tantos motivos pelos quais queriam se vingar, mas nenhum deles realmente chegava à altura de ser algo fatal.

Ela tinha que pensar bem em como descobriria aquilo, encontrar pistas e montar uma teia onde ligaria suas descobertas. Ela poderia começar pelo DPGC, mas não faria sentido, afinal Harlow não se envolvia com a polícia em hipótese alguma.

Quem mais estaria na sua lista? Vicki Vale? Não, a repórter ela idiota demais para tramar algo daquele porte. Salvatore Maroni já tinha a procurado para expandir seu domínio, mas as únicas ações que Harlow poderia lhe oferecer para comprar não estavam nos objetivos dele. Sendo assim, Sal a agradeceu e nunca mais a procurou. Além disso, ele estava preso desde que desmontaram seu esquema de gota.

O Pinguim, ou melhor, Oz tinha tentado matá-la na noite em que foi ao Iceberg Lounge, mas ele não chegou a atirar. Não quando ela o tirou do caminho de ser atropelado por um carro desgovernado. Só de se recordar, Harlow tinha vontade de voltar no tempo e ter suplicado por algo diferente do que uma morte pelo tiro de uma arma. O que isso levaria? Alguns segundos? Matar alguém com uma arma era frio e simples demais. Agora, matar alguém com as próprias mãos era um ato de amor.

Sem suspeitos, Harlow decidiu tomar outro rumo. Bruce já não estava na caverna há horas, provavelmente agora estava lutando com alguns criminosos patifes em um beco escuro da cidade. Era o momento perfeito para ela descer e ver o que conseguia achar.

Harlow desceu pelo elevador até o subsolo da Torre Wayne, onde a caverna do vigilante ficava. Aquele lugar sempre era uma bagunça e tinha um cheiro estranho, mas não seria ela a arrumar e limpar o lugar. Ela caminhou até a bancada com vários monitores conectados a sistemas operacionais complexos e tecnológicos.

Ela puxou o teclado e o mouse, acessando a página do Departamento de Polícia, digitando freneticamente enquanto decodificava e lhe concedia o acesso ao sistema interno de inteligência deles. Ela buscou entre as pastas de laudo até achar a do seu acidente alguns dias atrás. Ela havia dito a polícia que acreditava ser um acidente besta com um pássaro que voava baixo apenas para não ter que ficar dando depoimentos.

Quando abriu o arquivo, algumas fotos pularam na aba principal. Eram fotos da perícia, tiradas do seu carro destruído. A primeira delas era do porte que ficou alojado no meio do capô. A segunda de dentro do carro. As fotos seguintes eram manchadas de sangue e uma ave muito grande, toda arrebentada e sangrando contra o vidro destruído. Era claro que não era um pombo. Harlow fechou as fotos, abrindo o laudo da perícia e buscando as palavras chaves.

"Colisão frontal contra um poste de luz devido a perda de controle do BMW Série 3. Averiguada a perda de direção na colisão frontal de um falcão penereiro-americano contra o para-brisa do veículo. Razão desconhecida. Falco peregrinus morto antes da colisão, tendo sido arremessado contra o veículo em movimento de uma distância distinta em relação ao dano causado. Notas: falcão penereiro-americano tem o costume de voar em grandes altitudes."

O acidente tinha sido planejado com muita precisão, Harlow percebeu. A pessoa que atirou o falcão contra seu carro tinha que estar próxima, acima dela, e conhecer seus movimentos para saber que ela passaria por aquela rua naquele horário. Assim, essa pessoa ou já a conhecia há tempos ou estava a estudando de longe por dias, semanas ou meses.

Ela sentiu seu celular vibrar dentro do bolso do casaco. Harlow o puxou, vendo que era um número desconhecido. Atendente de telemarketing ou outra ameaça? Ela não pensou, apenas puxou o botão verde na tela e levou o aparelho ao ouvido.

Harlow Griffin? — perguntou a voz no outro lado da linha. — Não sei se lembra de mim, sou...

— Oswald Cobblepot — exclamou ela, cortando-o. — Reconheci a voz. Por que está me ligando? Achei que deixei claro que não venderei ações para o seu chefe.

Não é sobre isso que eu queria falar — negou. Harlow percebeu o tom de desespero em sua voz. — Na verdade, queria perguntar: por que salvou minha vida naquela noite?

— Como é? Ah, preferia que eu tivesse deixado o carro te atropelar? — respondeu, confusa.

Mulher, eu estava prestes a metralhar o seu cérebro — exclamou Oz, incrédulo, o tom de voz habitual voltando ao normal. — Por que caralho me salvou? Agora eu fico te devendo?

Harlow revirou os olhos.

— Oz, escuta, eu já te perguntei isso e agora vou afirmar, você não é o cachorrinho do Carmine Falcone — disse ela, suspirando. — Qual é a dele? Ele te intimida? Tem algum poder de barganha sob você?

A linha ficou muda por um instante, mas ele não desligou. Harlow esperou pacientemente por ele responder, analisando suas compridas unhas e pensando em trocar o esmalte vermelho intenso por preto.

Ele tem muito poder em Gotham.

— Não tenho medo de mafioso.

Que bom — exclamou. — Porque eu vou te dar algo para usar contra ele: Louisa Mary Romano.

— O quê? — perguntou, sem entender.

Quer desafiar o poder do Falcone, Griffin? Estou te dando as pistas para destroná-lo, e todas elas estão de baixo do seu nariz.

Oz desligou a ligação, deixando Harlow confusa e instigada. O que ela faria com aquele tipo de informação? Afina, era um nome, um código, uma senha... E de baixo do nariz dela? Harlow estava prestes a assumir o papel de detetive do ano.


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16.08.22

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

O que acharam do capítulo? Vocês estão vendo como o Oz teve um grande papel no desenvolvimento da Rainha de Gotham. Estamos quase chegando ao fim, mas o próximo livro está logo ali!

Meu advisor conseguiu diminuir a carga de créditos exigidos pelo F-1, então eu acredito que este semestre eu conseguirei continuar a escrever e estudar. Só me perdoem caso tenhamos alguns atrasados, mas eu preciso colocar meus estudos em primeiro lugar.

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