Capítulo 19
Os Shai-Hulud funcionaram como uma cavalaria, destruindo boa parte do exército da família imperial enquanto carregavam fremens em cima. E mesmo que houvesse ataques aéreos, a tempestade não os deixavam avançar muito em seus planos, fazendo com que caísse um por um.
Lado a lado, Paul e Sophie caminhavam conduzindo a outra parte do exército, até que a garota falou sem precisar olhar para o Atreides.
— Eu já disse que te amo hoje?
— Não, hoje não. Mas eu vou considerar isso como um "eu te amo", ok? E você está linda de armadura.
— Bobo, você também está apresentável — os dois deram leves risadas, mas logo o momento acabou por estarem mais próximos e começarem a correr — Te vejo mais tarde!
Sophie começou a duelar como se a sua vida dependesse disso, e dependia, mas não apenas a dela. Seus golpes eram mortais, às vezes com mais de quatro ao mesmo tempo, não poupando-os ou fazendo-os sofrer, ela atacava com raiva, para matar.
Em alguns momentos, ela tinha visto Paul lutar ou seu irmão, chegando até a lutarem lado a lado por instantes antes de terem alvos diferentes.
Uma explosão fez com que houvesse a oportunidade do grupo entrar, e ela correu para estar ao lado de Paul que lhe procurava aflito com os olhos até encontrá-la indo em sua direção. Em meio a areia, os dois guiavam os fremens para a parte de dentro sabendo que iriam encontrar alguma defesa e que não conseguiriam sozinhos.
E foi então que Sophie viu todos.
Feyd-Rautha estava ali, assim como os guardas e até alguns Bene Gesserit, o barão no chão enquanto o Imperador tinha um grupo de guardas protegendo-o junto com Irulan. A jovem deixou que o marido fizesse as honras no que envolvia o líder da casa Harkonnen, enquanto observava duramente a Reverenda Madre junto com o Imperador, não se importando se iria ou não ser reconhecida por baixo do véu que lhe protegia dos ventos e do disfarce.
Paul matou o barão rapidamente, uma adaga no pescoço enquanto dizia que o homem morreria como um animal antes de retirar a lâmina. Sophie se aproximou do Imperador enquanto Paul se juntava a ela, não se importando com as armas apontadas para eles até que o velho homem disse:
— Muad'Dib — ele observou Paul e se voltou para Sophie — Sihaya.
— Levem os prisioneiros para a Residência — Sophie ordenou — E matem os Sardaukar.
— Joguem o corpo do Barão no deserto — completou Paul se afastando com a mulher de mãos dadas enquanto os fremens gritavam o seu nome.
Quando já estavam longes o suficiente, Sophie soltou a mão de Paul a contragosto enquanto o olhava.
— Preciso me arrumar, chegou a hora. Se irei fazer isso, farei de um modo que ele não se esqueça.
Paul apenas assentiu.
— Sophie... eu sei que você sabe disso, mas quero dizer que eu vou te amar enquanto eu respirar.
— Eu sei.
Ela acariciou a bochecha do marido, antes de selar os lábios rapidamente e seguir para outro caminho.
✩.・:。≻───── ⋆✩⋆ ─────.•:。✩
Após a vitória dos fremens, uma grande parte dos guerreiros estavam reunidos dentro da Residência. Jéssica, com uma gravidez avançada, se sentou em uma cadeira que foi colocada para ela e ficou ao lado de outras mulheres fremens religiosas. Paul, com Stilgar e Gurney, observava o horizonte onde as naves de guerra se aproximavam de Arrakis.
— As Grandes Casas — disse antes de olhar para Gurney — Está na hora. Traga os prisioneiros e chame minha esposa.
— Milorde.
Não passou muito tempo até que o Imperador junto com Irulan e a Reverenda Madre entrassem no salão, assim como os demais da corte. A Reverenda olhou para Jéssica, ambas em posições sociais altas e opostas, como sempre estiveram ao longo de toda a vida.
— Tem uma grande armada em órbita — o Imperador disse tentando barganhar ou ganhar algum tempo antes de outro banho de sangue ocorrer — Vocês vão sofrer uma invasão total, Fremen.
Paul, que estava de costas, começou a dizer antes de se virar: — Como pode ter certeza de que as Grandes Casas estão aqui por mim? Ou melhor, por nós?
No momento que todos viram o filho de Leto e que ele era o Muad'Dib, ninguém conseguiu esconder a feição de surpresa, nem mesmo a Reverenda Madre. Jéssica olhava orgulhosa para o filho, sabendo que mesmo sendo contra a irmandade, conseguiu exatamente o que buscaram por séculos.
— E talvez esteja curioso para ouvir o nosso lado da história, não acha? — ele continuou, caminhando na direção do homem — Eu sou Paul Atreides, filho de Leto Atreides, Duque de Arrakis.
E o Atreides continuou: — Gurney?
— Milorde.
— Envie uma mensagem de alerta para as Grandes Casas que, se elas atacarem, nossas ogivas nucleares explodiram todos os campos de especiarias.
O homem assentiu e se afastou para realizar a ação, fazendo com que a corte ficasse tensa diante da possibilidade de perder a especiaria que movimentava todo o Império.
— Você está louco — disse o Imperador.
— Ele está blefando — respondeu Feyd-Rautha.
— Considerando o que fez, Paul Atreides — iniciou a Reverenda Madre, tentando intervir de algum modo com sua autoridade.
— SILÊNCIO!
O impacto da Voz de Paul fez com que a mulher fosse para trás, sendo amparada pelas outras irmãs enquanto ficava abismada com o poder que o garoto tinha, murmurando que ele era uma abominação. Mulheres deveriam ser poderosas daquela forma, não homens, não agora.
Não Paul Atreides.
— Abominação? — uma voz feminina entrou no salão. Todos se viraram para observar Sophie, vestida como uma duquesa entrar no ambiente acompanhada de Heitor. A surpresa foi visível no rosto de todos verem os irmãos ali, unidos e vivos após a Casa Asterion sofrer um massacre tão brutal quanto os Atreides — Como ousa chamá-lo desta forma sendo que a culpa é inteiramente sua? Você nos criou para este jogo e não gosta que o controlamos ao nosso modo.
— Sophie Asterion, como Reverenda Madre, eu a proíbo de falar deste modo — disse a Reverenda Madre.
— CALADA! Não fale! — a Voz de Sophie soou tão forte que a mulher parecia ter os lábios congelados e nenhuma corda vocal — É melhor demonstrar respeito porque eu sou exatamente o que você me criou. Se tem alguém que deveria receber a culpa aqui, olhe-se no espelho primeiro.
— Como servos do Império, vocês deveriam estar aos meus pés — disse o Imperador olhando para o casal, que agora estavam lado a lado observando os culpados de todas as tragédias e desafios que enfrentaram.
A jovem duquesa sabia o motivo que o homem lhe olhava com tanta raiva, e ao mesmo tempo, como se estivesse sendo assombrado por um fantasma do passado. Era exatamente este sentimento que ela desejava passar quando pediu para que as mulheres fremens criassem o mesmo vestido que sua mãe usava no dia que foi morta.
— Seus pés? Considere sortudo por ainda manter a sua cabeça... — Sophie o observou de cima a baixo e completou: — Vovô.
✩.・:。≻───── ⋆✩⋆ ─────.•:。✩
Notas da autora: Oi pessoal, como estão?
O que foi esse capítulo gente???? E temos uma parte das revelações começando: Sophie é neta do Imperador! Alguém esperava por essa? E tivemos a cena do SILENCE também! Acharam mesmo que nossa menina ia ficar calada diante deste comando? É ruim hein.
E olha só o que ela usou que deixou o Imperador assombrado (só o vestido tá)
Me digam o que acharam do capítulo, quero saber palpites, teorias, absolutamente tudo!
E GENTE... CHEGOU A 1OK DE VISUALIZAÇÕES! VOCÊS SÃO DEMAIS! MUITO OBRIGADOOOOOOOOOOOOOOOO!
Até o próximo!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top