No Good In Goodbye
Aeroporto... Um local de muitas faces, bagagens, correrias, destinos, mas, acima de tudo, de emoções. Há uma frase que diz "é mais dificil partir do que chegar", o que de facto é verdade.
Durante grande parte da nossa vida vivemos num sítio que nos acolhe e nos torna especiais. Não importa se passámos momentos mais ou menos bons, o que fica na retina são as velhas memórias de infância, como os grandes almoços e as surpresas no nosso dia de anos.
Ao pegar na pesada mala de viagem, surgem vários motivos que nos levam a hesitar antes de dar um passo desta dimensão. Para além do peso da mala, carregamos ainda o peso nos nossos olhos, com a visão desfocada e o peso no coração, por todos aqueles que ficam para trás naquela que pensámos que seria a terra prometida.
A despedida não se resume somente devido à procura de novas oportunidades, mas também devido ao amor por um país. Quantos não foram aqueles que saíram em busca de glória e prestígio e acabaram por arriscar as suas vidas em vão? Representar uma nação é algo louvável, mas e aquilo que que nele deixaram? Esses que vivem todos os dias numa constante espera pela sua chegada, podem ter visto a pessoa pela última vez quando a deixaram no aeroporto. Ao receber a dura notícia da perda, as suas mentes irão fazer um flashback até ao dia em que o seu familiar lhes comunicara a sua decisão e recordam-se de todos os argumentos utilizados para a convencer a ficar perto daqueles que o amam. Esta é a mais dura das despedidas: em que nos vestimos de preto em memória daqueles que irão iniciar uma nova jornada num mundo livre de sofrimento e dor, onde a paz reina. Durante esse complexo e longo momento interrogamo-nos acerca do que poderia ter sido feito para evitar tal tragédia. No entanto, nunca teremos a resposta a essa pergunta. No caso do patriotismo, foi uma opção e temos de respeitar todas as decisões tomadas por alguém. Em caso de doença, só podemos transmitir força, segurança, apoio e resistência para que os afetados também se sintam assim e consigam recuperar. Não há nada que possamos fazer para evitar esta externalidade.
A despedida é algo que causa angústia àqueles que ficam e sofrimento àqueles que partem. Todavia, representa uma nova fase que deve ser encarada como uma lufada de ar fresco, ainda que, mais tarde, nos traga a mais amarga das notícias. As pessoas que frequentam um aeroporto sabem bem como é.
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