O que é o amor? Esta pergunta é semelhante a uma equação matemática, com varias incógnitas, quase impossível de resolver. É caracterizado pela complexidade da física, pela alegria das crianças, pela tristeza visível nas árvores ao serem despidas pelo vento no outono, pelas promessas não cumpridas dos políticos… no fundo pela permanente incerteza.

Este sentimento é uma chama que nos consome e que nos faz acreditar que podemos fazer tudo ao mexer no fogo, sem que este nos queime. Infelizmente não é sempre assim. Se o amor não for correspondido, então teremos de seguir em frente e encontrar alguém que nos complemente assim como o lápis ou a borracha o fazem, ou a tinta e o pincel.

O amor também pode ser um sentimento cruel que nos quebra o coração assim como se parte um copo de vidro: muito facilmente. Como este nos torna aéreos, perdemos a noção da realidade e ficamos cegos, ignorando o óbvio e, quando menos esperamos, a nossa cara-metade acaba por nos surpreender e por nos magoar.

Este é o amor do qual toda a gente fala e aquele que toda a gente pensa que é o mais importante. Por outro lado, o amor dos pais, da família, das pessoas a quem chamamos irmãos do coração e dos amigos, também é importante e talvez aquele que melhor nos faz e que nunca acaba na maioria dos casos. “Porquê na maioria dos casos?”, vocês perguntam. Simples. Nem todos os pais acompanham o crescimento dos seus filhos, nem todos os amigos são verdadeiros, nem todos os irmãos se dão bem e, por vezes, nem todas as pessoas a quem chamávamos “irmãos” merecem esse título. Por essas pessoas é que nos devemos manter sempre bem e provar que aquilo que não nos mata é nos torna mais vivos e despertos.

Quando perceberem o que perderam, vão querer voltar atrás, todavia nem tudo pode ser refeito como um bolo ou este texto, e não é possível apagar o passado com uma borracha e voltar a construir uma história. Nessa altura, as pessoas atingidas já vão contar com o apoio de outras que sim, que lhes deram o devido valor, que acreditam nelas, lutam e que as ajudam no seu quotidiano. Essas são as pessoas mais importantes da nossa vida. Sabem porquê? Porque nos aceitam por aquilo que somos e porque, acima de tudo, aquilo que sentem por nós é amor verdadeiro.