A vida é feita de vitórias e derrotas; ganhos e perdas; feridas e cicatrizes que nos marcam a alma e o corpo; dias solarengos e dias chuvosos… É uma mistura de doce e salgado, de forma alternada, ou seja, não se trata de uma receita monótona em que ocorre sempre o mesmo procedimento, existe sempre algo diferente em cada momento que nos leva a saboreá-lo de forma diferente.

Umas vezes podemos chorar, de alegria ou tristeza; podemos sorrir de felicidade, ou somente para esconder aquilo que realmente sentimos e se passa connosco; podemos dormir de cansaço após um longo dia, ou para esquecer algo que nos perturba durante algum tempo… É simplesmente fantástica a forma como os nossos sentimentos se entregam às situações do quotidiano e se diversificam. Podemos dizer que são incertos, mas isso nós já sabemos, porque não conseguimos prever aquilo que vai acontecer daqui a 1 minuto, 1 hora ou um dia. Só podemos aproveitar o presente e esquecer o que já se passou ou aquilo que se advém. É uma pena que não consigamos prever o que se segue ou o dia das despedidas das férias mais ou menos prolongadas que a morte nos dá. Se tivéssemos essa habilidade, poderíamos passar mais tempo com aqueles que amamos e retribuem esse carinho por nós, em vez de tudo acontecer quando menos estamos à espera a sentirmos um grande vazio ao ver aquela estrutura de madeira com um corpo frio e pálido a descer até à terra ou entrar num forno para o transformar em cinzas. Depois disso só restam as memórias que de certa forma nos acabam por confortar através de um sorriso que surge involuntariamente na nossa face. É certo que a revolta também nos domina durante algum tempo, principalmente quando se trata de uma perda prematura, no entanto esse sentimento de indignação e revolta deve ser substituído pela esperança de que essa pessoa esteja a olhar por nós e nos proteja dos maiores embates que possamos vir a ter no futuro, mas acima de tudo, que se voltem a encontrar num mundo melhor.