⋆ LITTLE CUPID, ÚNICO!
❛E todas as horas que o tempo
tem pra me conceder São tuas até morrer
... E a tua história, eu não sei.
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem. É teu e de mais ninguém
... Te adoro em tudo, tudo, tudo ❜ [...] um amor puro, Djavan.
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Monte Carlo - Mônaco | 12 de Dezembro de 2025.
Oscar Piastri nunca imaginou que sua vida pudesse mudar tão drasticamente em tão pouco tempo. Um deslize no ensino médio havia resultado em algo que nenhum dos dois esperava: sua namorada, Savanah, estava grávida. Foi um choque para ambos. Eram praticamente crianças cuidando de uma criança. Oscar estava ingressando em sua carreira na Fórmula 3, e Savanah estava prestes a começar a faculdade dos sonhos. Era assustador.
Mas, apesar do medo, não desistiram, claro, foi difícil, porém estavam recebendo o apoio total de seus pais e de todos em sua volta. Não era a vida que haviam planejado, mas ainda eram felizes, e era isso que importa.
Era perfeita. Até não ser mais.
De repente, não eram mais os três. Restaram apenas Oscar e Honey.
Savanah faleceu em um trágico acidente de carro quando Honey tinha apenas nove meses. Aquilo foi como se o mundo de Oscar tivesse desabado, ele se viu sozinho, criando uma filha que mal havia aprendido a andar. Mas ele havia prometido a Savanah no momento em que descobriu da gravidez, que cuidaria de sua filha até seu último suspiro. E ele não a desapontaria.
Honey era o centro do mundo de Oscar. Ela era como um raio de luz que deixava seu dias mais leves e alegres. Ele havia feito um bom trabalho com a criança durante os últimos 5 anos, mesmo que sozinho. Obviamente houveram muitos momentos difíceis e noites sem dormir, mas ele sabia que cada esforço valia a pena. Oscar não conseguia imaginar sua vida sem Honey, sua princesinha dançarina.
Dançar era a paixão de Honey. Ela amava ballet, mais especificamente, algo que certamente herdou de Savanah. Não havia um segundo em que a pequena Piastri não estivesse rodando pela casa com seu tutu rosa. Seus dias eram dedicados a suas aulas de ballets, às quais ela insistia que fossem diárias, pois dizia que queria dançar para sempre, a cada momento do dia.
E como Oscar poderia negar algo para aquela carinha fofa? Ele sabia que estava mimando muito a filha, mas não importava, ela merecia.
⎯ Papai, você precisa ver o novo passo que eu aprendi ontem! ⎯ Honey exclamou animada no caminho para o estúdio de dança, puxando a mão de Oscar que segurava a sua própria. O mais velho sempre tentava ir a maioria das aulas de sua filha, porém sua agenda corrida e seu trabalho as vezes o impediam, porém eram as férias de inverno na fórmula 1, então Honey o obrigou a ir assisti-la todos os dias.
⎯ Tenho certeza de que é lindo, meu amor.⎯ Oscar respondeu, com sorriso largo em seu rosto enquanto observava a pequena saltitar ao lado dele, com o tutu balançando a cada movimento.
⎯ É, sim! A Senhorita Summer disse que o meu era o melhor da sala!
Senhorita Summer Covey. A professora de ballet de Honey, a qual ela falava sem parar. Tudo era "Senhorita Summer pra cá", "Senhorita Summer pra lá". Inclusive, Honey havia desenhado um desenho para entregá-la naquele dia, com ela, a Senhorita Summer e...o papai, segurando um buquê de flores.
⎯ Não tenho dúvidas de que o seu era o mais perfeito de tod ⎯ Oscar nem ao menos conseguiu terminar a frase. Honey o puxou com tanta força para frente que ele quase perdeu o equilíbrio.
⎯ Olha, papai! A Senhorita Summer! ⎯ Honey deu seu maior sorriso enquanto apontava para a mulher que estava parada em frente a porta do estúdio, seus cabelos castanhos presos em um coque perfeito, e sua postura era definitivamente invejável.
⎯ Olá, Honey! Ansiosa para a aula de hoje? ⎯ Senhorita Summer se curvou até que seu rosto ficasse da mesma altura da loira, seus lábios esboçando aquele seu sorriso genuíno que conseguia contagiar uma sala inteira.
⎯ Estou, Senhorita Summer! Meu papai veio me ver dançar hoje! ⎯ Honey apontou para Oscar atrás de si com entusiasmo.
⎯ Que ótimo, Honey! ⎯ Summer respondeu, erguendo-se para cumprimentar o pai da aluna. ⎯ Olá, Senhor Piastri, é um prazer conhecê-lo.
⎯ O prazer é todo meu. Honey não para de falar sobre você. ⎯ Oscar apertou a mão dela, com um sorriso tímido, logo após enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans.
⎯ Espero que só coisas boas! ⎯ Summer riu suavemente, levando seus braços para trás se seu corpo.
⎯ Com certeza. ⎯ Oscar assentiu, inclinando a cabeça automaticamente.
⎯ Olha, Senhorita Summer! Eu fiz um desenho pra você! ⎯ Honey disse animada, puxando algo de sua mochila rosa com as pequenas mãos e estendendo o papel em frente a professora. ⎯ Sou eu, você... e o papai!
⎯ Que coisa mais linda, Honey! ⎯ Summer comentou, inclinando-se para baixo novamente e pegando o papel com cuidado. ⎯ Irei pendurar no mural para que todos possam ver.
⎯ Eu sabia que ela ia gostar, papai! ⎯ Honey olhou para Oscar com um sorriso enorme, dando alguns pulinhos de felicidade.
⎯ Você é uma fofa, Honey. Muito obrigada. ⎯ Summer sorriu, tocando a pontinha do nariz de Honey com o dedo, arrancando uma risadinha da menina. ⎯ Mas o que acha de começarmos a aula agora? ⎯ a professora questionou, recebendo apenas uma confirmação de Honey com a cabeça.
⎯ Tchau, papai! ⎯ Honey disse, acenando para Oscar enquanto pegava a mão de Summer e começava a segui-la até onde já estavam as outras alunas.
⎯ Divirta-se, querida. ⎯ Oscar respondeu, acenando de volta, observando a filha se afastar até não conseguir mais ouvir o conteúdo da conversa das duas.
⎯ Senhorita Summer, sabia que meu papai te acha muito bonita? ⎯ Era mentira. Oscar nunca havia comentado nada sobre a mulher, tendo apenas visto ela de relance algumas vezes. Mas uma mentirinha não faria mal, certo? ⎯ E ele é solteiro também!
⎯ Sério, Honey? ⎯ Summer sussurrou de volta, rindo consigo mesma da inocência de Honey. Recebendo apenas uma confirmação convicta com a cabeça. ⎯ Acho que ele tem bom gosto então.
Assim que Summer se virou, Honey abriu um sorriso orgulhoso.
A garotinha havia notado em como seu pai estava se sentindo sozinho e triste alguns dias, e ela odiava ve-lo assim. Então decidiu que mudaria aquilo de alguma forma, logo lembrando da ligação que ouviu da Senhorita Summer com sua mãe, onde a mulher tentava fazer a filha arranjar um namorado, e pensou, por que não juntar sua professora e seu pai? Assim os dois ficariam felizes. E Honey definitivamente amava Summer, não havia nenhuma outra candidata que pudesse ser melhor que a Covey, logo, ela poderia passar todos os seus dias com suas pessoas favoritas.
E fazer com que eles se apaixonem seria fácil... não é?
(...)
⎯ Por que você está tão animada hoje, estrelinha? ⎯ Oscar questionou a filha, enquanto fritava ovos em formato de corações para ela, estranhando o comportamento agitado da tal pela manhã, algo raro, já que normalmente Honey ficava emburrada e de mal humor até que eles chegassem no estúdio de dança.
⎯ Nada, papai. Só ansiosa para a aula. ⎯ Honey deu de ombros, alisando seu tutu rosa com as mãos, mesmo depois de Summer te-la dito para não fazer, pois sujava a peça, e para sempre optar encostar com as costas das mãos.
Entretanto, Honey não podia ligar menos para a aula naquele dia em específico, pois seria o dia em colocaria a segunda parte de seu plano em ação, a primeira tendo sido dizer para Summer que seu pai a achava bonita. Bom, não era muito um plano, a pequena Piastri apenas fazia as ideias que brotavam em sua cabecinha loura e torcia para que funcionasse.
No dia anterior, assim que Oscar já havia lido a história da Branca de Neve e depositado um selar de 'boa noite' em sua testa, Honey passou a noite toda praticamente em claro, decidindo o que faria. Após descartar milhares de ideias toscas, a menina achou que a melhor coisa que poderia se fazer seria convidar senhorita Summer para ir até uma sorveteria com ela e o pai.
Realmente sorvete era uma ótima ideia, quem seria idiota o suficiente para recusar um sorvete? Porém havia um pequeno probleminha... Oscar não havia sido informado sobre aquilo, mas caso Honey chamasse Summer em algum momento em que ele estivesse junto, não haveria como escapar ou dizer não para a pequena.
Então de qualquer forma, seu plano funcionaria perfeitamente.
Era simples, esperar a aula acabar; ir até Summer; convida-lá para a sorveteria e torcer para que Oscar não protestasse.
⎯ Senhorita Summer! Senhorita Summer! ⎯ Honey a chamou assim que todas as crianças já estavam indo embora com suas mães ao final da aula, cutucando levemente sua cintura, a única parte que a pequena alcançava.
⎯ O que houve, Honey? ⎯ Summer perguntou, abaixando-se para ficar na altura da menina.
⎯ Você tem planos hoje? ⎯ Honey perguntou, balançando o corpo levemente de um lado para o outro e jogando a cabeça para o lado.
⎯ Hmm, acho que não. Por quê? ⎯ a Covey franziu a testa, relembrando sua agenda na cabeça.
— Eu e meu papai queríamos te convidar para tomar sorvete com a gente! - Honey disse, abrindo seu sorriso enorme, e piscando seus olhinhos brilhantes que deixavam Summer sem opção de recusar o convite.
Summer riu fraco, lançando um olhar rápido para Oscar, que havia se aproximado das duas ao ouvir a fala de sua filha, vendo o mesmo apenas dar de ombros e esboçar um sorriso, um que com certeza conseguia conquistar qualquer uma.
⎯ Sorvete? Você tem certeza de que eu posso ir? ⎯ Summer perguntou, apertando levemente as bochechas rosadas de Honey.
⎯ Claro que pode! Nós decidimos juntos, não é papai?! ⎯ Honey exclamou, olhando para Oscar, que riu.
⎯ Bom, 'decidimos juntos' talvez seja um exagero, mas sim, seria ótimo se você viesse. ⎯ Ele disse, enfiando uma das mãos nos bolsos enquanto a outra puxava o lóbulo de sua orelha, como sempre fazia quando estava nervoso.
⎯ Bem, eu adoraria. Para onde vamos?
⎯ É uma sorveteria bem pertinho daqui! É a minha favorita! ⎯ Honey explicou com entusiasmo, já segurando a mão de Summer e começando a puxá-la em direção à saída.
A segunda parte do plano estava concluída com sucesso.
💐
⎯ Senhorita Summer, qual o seu sabor favorito?⎯ Honey perguntou, segurando sua colherzinha com antes de pegar uma quantidade exagerada de seu sorvete.
⎯ De chocolate com menta! ⎯ Summer sorriu, lambendo os lábios brilhantes de sorvete.
⎯ Sério? É o sorvete favorito do meu papai também! ⎯ Honey arregalou os olhos e soltou um gritinho animado.
⎯ Pelo menos não sou a única agora. ⎯
Summer riu, enquanto erguia uma sobrancelha em direção a Oscar, que estava vermelho feito um pimentão.
⎯ Todos julgam, mas é o-
⎯ Melhor sabor que existe ⎯ Os dois completaram juntos, fazendo todos da mesa soltarem uma risada.
⎯ Bom, eu acho nojento. Podem ficar com ele todo para vocês. ⎯ Honey fez uma feição enojada, lambendo a sua colher que ainda possuía um pouco de sorvete em cima.
⎯ Qual o seu favorito então, Honey? ⎯ Summer se inclinou um pouco para frente, apoiando os cotovelos na mesa e o rosto nas mãos.
⎯ Abacaxi com mamão! ⎯ A pequena respondeu rapidamente, fechando os olhos ao lembrar do sabor.
⎯ Abacaxi com mamão... isso existe? ⎯ Summer franziu o rosto, segurando o riso.
⎯ Claro! ⎯ Honey cruzou os braços, como se estivesse ofendida. ⎯ Uma pena que não tem em nenhuma sorveteria daqui.
⎯ Provavelmente porque ninguém gosta disso, querida. ⎯ Oscar riu, tocando levemente a bochecha rosada da filha com o dedo indicador.
⎯ Não sabem o que estão perdendo. ⎯ retrucou Honey, dando de ombros.
Summer riu novamente e se virou para Oscar, mas parou ao notar algo, rapidamente pegando um guardanapo, limpando o canto onde havia caído sorvete no homem. ⎯ Tinha sorvete no seu queixo...
⎯ Oh, obrigado... ⎯ Oscar agradeceu, o rubor subindo mais ainda por suas bochechas.
⎯ Senhorita Summer, você é solteira? ⎯ Honey questionou, com seus olhinhos brilhando.
⎯ Honey! ⎯ Oscar arregalou os olhos, quase engasgando com o sorvete.
⎯ Está tudo bem. ⎯ Summer riu nervosa, levando a mão até o peito ⎯ Eu sou sim, querida.
⎯ O meu papai também é, lembra? Vocês deveriam ficar juntos!
⎯ Honey! ⎯ A voz de Oscar subiu mais desta vez, enquanto ele esfregava a mão na nuca. ⎯ Isso não é coisa que se fale, as coisas não funcionam desse jeito. ⎯ Ele se virou rapidamente para Summer, com um sorriso envergonhado. ⎯ M-me desculpe, Summer.
⎯ Não precisa se desculpar. ⎯ Respondeu ela, retribuindo o sorriso e balançando a cabeça. ⎯ É coisa de criança.
⎯ Era só uma ideia... ⎯ Honey murmurou, remexendo o sorvete com a colher, enquanto Oscar cobria o rosto com as mãos, suspirando profundamente.
Parecia que talvez juntar os dois não seria uma tarefa tão fácil quanto ela pensava.
Monte Carlo - Mônaco | 20 de Dezembro de 2025.
⎯ Desembucha, pequena. O que você quer que eu faça? ⎯ Oscar havia saído para resolver algumas coisas naquela tarde, então pediu para que Lando ficasse de babá para Honey enquanto ele estava fora, o que foi perfeito para a menina, pois a mesma precisava de ajuda para a terceira parte de seu plano funcionar. Então lá estavam eles, sentados no chão da sala de estar, com um episódio aleatório de 'My Little Pony' passando de fundo na televisão.
⎯ Que você me ajude a cozinhar um jantar para o papai e a senhorita Summer! ⎯ Honey explicou, animada com a ideia, já tendo ligado para a professora, chamando-a para jantar em sua casa, a única coisa que ela não sabia era que Honey não ficaria com eles, apenas um pequeno detalhe bobo.
⎯ Honey... seu pai sabe disso? ⎯ Lando cerrou os olhos, já sabendo que Oscar não estava ciente pela feição culpada da garotinha, balançando a cabeça negativamente.
⎯ Não... mas ele vai gostar, tio Lan! ⎯ Honey respondeu, seus lábios formando um bico dramático. ⎯ Eu sei que ele quer sair com a senhorita Summer, mas não tem coragem para convida-lá! Só estou ajudando.
⎯ Tá... e por que você acha que eu sei cozinhar, piastrinha? ⎯ Lando questionou, rindo da pequena a sua frente, que estava usando um dos moletons de sua coleção infantil.
⎯ E é por isso que os tutoriais da internet existem, duhh! ⎯ A loira apontou como se fosse óbvio, revirando os olhos. Logo vendo o mais velho se levantar e pega-lá em seus braços, indo em direção a cozinha.
⎯ Claro, claro. Me desculpe. ⎯ Ao chegar na cozinha, o Norris a colocou sentada na bancada de mármore, ficando entre a mesma. ⎯ Mas se seu pai ficar bravo, eu vou falar que foi tudo ideia sua!
⎯ Como se fosse possível ele ficar bravo com essa carinha linda aqui. ⎯ Honey apontou para suas covinhas dos dois lados do rosto, abrindo um sorriso largo. E realmente, Oscar nunca conseguia ficar bravo com ela.
💐
Após muita bagunça e diversas receitas misturadas umas com as outras, finalmente os dois haviam conseguido, macarrão carbonara. E por sorte, assim que eles ouviram barulhos de chaves destrancando a porta de entrada, tudo já estava finalizado.
Ao pisar na sala, Oscar sentiu um cheiro delicioso vindo da cozinha e ficando confuso, já que sempre quando Lando vinha cuidar de Honey, eles sempre pediam comida no aplicativo, por preguiça.
⎯ Honey? Lando? Vocês estão fazendo comida? ⎯ Ele chamou, franzindo o cenho enquanto caminhava até a cozinha.
Ao chegar, Oscar parou no meio do caminho, sua expressão de confusão aumentando. Sobre a mesa de jantar, havia dois pratos bonitos, velas acesas no centro e um pequeno vaso com rosas vermelhas ao lado.
⎯ O que... é isso? ⎯ Ele perguntou devagar, olhando para Lando, que estava encostado na bancada com os braços cruzados, enquanto Honey sentava ao lado dele, roendo suas unhas curtas pintadas de rosa choque, entre um sorriso largo.
⎯ Papai! É um jantar especial! ⎯ Honey exclamou, descendo da bancada com a ajuda de Lando e correndo até ele. ⎯ Eu e o tio Lan que fizemos tudo!
⎯ Um jantar especial? Por quê? ⎯ Oscar arqueou uma sobrancelha, encarando a filha.
⎯ Porque... porque... ⎯ Honey mordeu o lábio, nervosa, antes de continuar. ⎯ É uma surpresa!
Oscar abriu a boca para reclamar, mas foi interrompido pelo som da campainha tocando. Ele olhou para a porta e depois para Honey e Lando, que agora tinha um sorriso culpado no rosto.
⎯ Me diga que você não fez o que eu acho que você fez... ⎯ Oscar murmurou, suspirando.
⎯ Ela fez. ⎯ Lando respondeu, tentando esconder a risada. ⎯ Mas honestamente, não foi uma ideia tão ruim.
⎯ Senhorita Summer! Você veio! ⎯ Enquantos os dois conversavam, Honey foi rápida em abrir a porta, revelando a figura baixa de Summer, que segurava um vinho em uma das mãos.
⎯ Claro que sim, querida. Você parecia tão animada ao telefone. ⎯ Summer sorriu, entrando na casa. Assim que seus olhos caíram na mesa arrumada, ela parou, surpresa. ⎯ Nossa... o que é tudo isso?
⎯ Parece que a minha filha e o meu... amigo... decidiram fazer um jantar para nós. ⎯ Ele explicou, olhando para Summer com os olhos cerrados.
⎯ Honey... você me disse que seria um jantar com todos nós. ⎯ Summer relembrou o que a mais nova havia falado em sua ligação mais cedo, colocando a mão livre na cintura.
⎯ Eu sei... Mas o meu papai é lerdo demais pra conseguir uma namorada. ⎯ a Piastri esboçou um sorriso, olhando para os próprios pés. ⎯ Eu só estou dando um empurrãozinho!
⎯ Honey! ⎯ Oscar disse, completamente embaraçado, suas bochechas ficando completamente vermelhas
⎯ Relaxa, Piastri. Aproveite o jantar. ⎯ Lando passou ao lado do amigo, dando um tapinha no seu ombro antes de pegar Honey em seus braços e levá-la em direção da sala.
Oscar suspirou novamente, olhando para Summer, que lutava para segurar o riso. A mesma deu de ombros, tentando aliviar o constrangimento dele, no fundo achando fofo.
⎯ Bem, eu acho que não podemos desperdiçar todo o esforço deles, não é? ⎯ Ela disse suavemente, se aproximando da mesa.
Oscar riu nervosamente, puxando uma cadeira para ela. ⎯ Acho que não...
💐
Ambos os pratos já estavam vazios a mais de três horas, porém parecia que o tempo havia congelado. Oscar estava inclinado sobre a mesa, com os braços apoiados, enquanto admirava a risada de Summer sobre algo que ele havia acabado de dizer. O Piastri não conseguia parar de pensar em como ela estava bonita, em como seus cabelos castanhos ondulados caiam perfeitamente em seus ombros e o jeito em que suas bochechas ficavam rosadas quando ele a elogiava.
Era fácil estar com ela, não era necessário medir as palavras ou algo do tipo, Oscar conseguia ser ele mesmo. Ambos sentiam como se fossem conhecidos de longa data que não se viam a anos e estavam se atualizando dos últimos acontecimentos.
⎯ O que fez você se apaixonar pela dança? ⎯ Ele a olhou com curiosidade, inclinando levemente a cabeça.
⎯ Tudo. É o jeito como ela nos permite se expressar sem precisar falar nada. A dança é meu refúgio, onde eu me sinto livre e feliz. ⎯ Summer abriu um sorriso genuíno, mexendo no guardanapo ao seu lado, era nítido a paixão em seu rosto, dançar era a sua vida, ela respirava a dança.
Oscar assentiu, incentivando-a a continuar enquanto descansava o queixo na mão, sorrindo bobo ao ouvir ela falar sobre o que amava.
⎯ Eu sou eu mesma quando danço, sem pressão nenhuma, sem ninguém me dizendo o que fazer... apenas eu e a música. ⎯ Ela deu de ombros, um sorriso tímido surgindo em seu rosto. ⎯ Desculpa, às vezes eu falo demais.
⎯ Não precisa se desculpar. Eu gosto de ouvir seus pensamentos. ⎯ Oscar respondeu, sua pupila dilatando mais a cada segundo que passava com Summer. ⎯ E fico feliz que alguém tão apaixonada pela dança esteja ensinando a minha filha. Ela sempre me diz que quer ser como você quando crescer.
⎯ Você faz um ótimo trabalho com ela, Oscar. Honey é uma garotinha muito incrível e talentosa. ⎯ O rosto de Summer se iluminou a ouvir o comentário, estava orgulhosa de si mesma, era maravilhoso poder passar sua paixão para outras crianças, que assim como quando ela era pequena, sonhavam em se tornar grandes bailarinas.
⎯ Eu faço o que posso. Cuidar dela sozinho nem sempre é fácil. Ela sente falta de uma mãe. ⎯ Ele deu um pequeno sorriso, suspirando tristemente ao lembrar de Savanah. ⎯ Eu tentei aprender algumas coisas, como trançar o cabelo dela, pintar suas unhas... mas não é a mesma coisa.
Summer observou-o por um momento, sentindo uma pontada em seu coração, por algum motivo ficava triste em ver Oscar daquele jeito. Sem pensar duas vezes, ela estendeu a mão e tocou a dele por cima da mesa, acariciando-a sutilmente.
⎯ Oscar, você é um pai incrível. Honey tem sorte. ⎯ Ela sorriu, sincera. ⎯ Ela pode não ter uma mãe, mas ela tem você, e é tudo que ela precisa.
Oscar olhou para as mãos deles, sentindo uma onda de choque ultrapassado seu corpo, surpreso com o toque, mas não se afastou.
⎯ Isso significa muito, Summer. Obrigado. ⎯ Sua voz saiu quase como um sussurro, apertando levemente a mão de Summer, o calor subindo por suas bochechas rapidamente.
Ele com certeza havia caído feio por ela.
(...)
⎯ Está entregue. Nos vemos amanhã? ⎯ Oscar questionou, seus lábios esboçando um sorrisinho enquanto colocava suas mãos no bolso do casaco, devido ao frio. Mesmo Summer dizendo que não queria incomoda-lo, Oscar fez questão de levá-la até em casa, não permitindo que ela voltasse sozinha e a pé.
⎯ Com certeza... ⎯ Summer sussurrou, vendo o mais alto se aproximando, seu rosto avermelhando de vergonha.
⎯ Você fica fofa quando cora. ⎯ Oscar disse de repente, afastando um fio rebelde de cabelo dos olhos de Summer, seu sorriso crescendo a medida que sentia a respiração da mulher mais perto, quase se misturando com a sua própria.
⎯ Eu não estou corada. ⎯ Summer riu suavemente, quebrando o contato visual, abaixando a cabeça, tímida.
⎯ Tudo bem, mas continua fofa. ⎯ ele respondeu entre risadas, suas mãos indo de encontro com a curva na cintura de Summer, sentindo o corpo dela arrepiar com o toque, ficando tão perto que conseguia contar todas as sardas na bochecha e nariz da morena.
⎯ Oscar... ⎯ A voz da Covey travou em segundos, não conseguindo pensar em nada, sua cabeça ficando completamente em branco, seus pensamentos se tornando apenas sobre Oscar e em como ele estava tão perto... e lindo? Mas ele era o pai de sua aluna, não deveria estar pensando nele desta forma...
Oscar sorriu, inclinando a cabeça lentamente, seus olhos escuros presos nos dela, como se pedissem permissão. E antes que Summer pudesse tentar continuar a frase, ele fechou a pequena distância entre eles, seus lábios roçando suavemente, finalmente sentindo o macio de sua boca, que encaixava perfeitamente na sua, como se fossem feitas uma para a outra, igual peças de um mesmo quebra cabeça que se completavam.
Summer sentiu o mundo parar por um segundo. O beijo era doce e suave, nunca havia se sentindo assim ao beijar alguém, porém Oscar era diferente de um jeito que nem ela conseguia explicar, era perfeito, e nada mais. Naquele momento existiam apenas os dois, no seu próprio mundinho.
Mesmo não querendo, ambos se afastaram por falta de ar, colando suas testas uma na outra, com os olhos ainda fechados, apenas aproveitando o tempo juntos, a briza gélida batendo contra seus corpos.
⎯ Boa noite, Summer. ⎯ Oscar disse com a voz rouca, lembrando que Honey o esperava com Lando em casa e estava ficando tarde, se afastando relutantemente.
⎯ Boa noite, Oscar.
Monte Carlo - Mônaco | 01 de Junho de 2025.
⎯ Não, papai! ⎯ Honey resmungou, um bico manhoso se formando em seus lábios enquanto as lágrimas escorriam por suas bochechas rosadas. ⎯ Esse não é o cabelo da moranguinho!
⎯ Mas querida, está igual ao da foto! ⎯ Oscar retrucou, largando a escova rosa bebê ao seu lado no sofá macio.
⎯ Não! O dela não é assim! ⎯ Já haviam se passado quase meia hora desde que Honey pediu para que Oscar fizesse o cabelo da moranguinho nela, o que não estava indo muito bem. ⎯ Eu quero que a mamãe me ajude!
Mamãe. Summer, que estava preparando a janta, congelou em seu lugar. A palavra parecia sair tão facilmente de sua boca, como se fosse algo natural. A Covey tentava segurar as lágrimas que ameaçavam escapar, tentando processar o que acabará de ouvir. Honey nunca havia chamado a mesma de mãe, apenas começava a dizer por impulso, porém corrigia rapidamente para "Senhorita Summer". Era incrível como apenas uma pequena palavra poderia significar tanto para ela.
⎯ O que foi, papai? A mamãe vai saber fazer! ⎯ Oscar estava em choque, nunca havia pradado para pensar que Honey chamasse sua namorada de mãe um dia, e aquilo deixava seu coração quentinho, mostrando que havia escolhido a pessoa certa para viver ao seu lado.
⎯ T-tudo bem, querida. Vou chamar a mamãe. ⎯ O Piastri se levantou rapidamente, com os olhos arregalados e os passos apressados até a cozinha.
⎯ Ela acabou de ⎯ Summer se colocou na frente do namorado antes que ele chegasse até o cômodo, segurando seus cotovelos com as mãos, abrindo um sorriso choroso para o mesmo.
⎯ Eu sei. ⎯ Oscar foi rápido em responder, sua feição chocada logo se transformando em felicidade, e talvez algumas lágrimas também.
⎯ Você esta bem com ela me chamando assim?⎯ Summer perguntou, mordendo o lábio inferior, aflita. ⎯ Já que... eu não sou a mãe de verdade dela.
⎯ Por que eu não estaria? Você é a mãe que ela escolheu, e ela te ama muito, assim como eu. ⎯ O sorriso de Oscar foi aumentando cada vez mais, suas mãos descendo delicadamente até a cintura de Summer, inclinando a cabeça sutilmente em sua direção. ⎯ E foi tão natural, ela sente que você é a mãe dela. E eu estou mais que feliz com isso.
⎯ Eu amo muito vocês, também. ⎯ Summer não aguentava mais conter o choro, deixando tudo sair para fora. Porém não era um choro de tristeza, e sim um de felicidade, sentia que não poderia estar mais grata do que estava naquele momento. Rindo consigo mesma de que como uma simples palavrinha já deixava seus olhos marejados. ⎯ Vocês são o melhor presente que a vida já me deu. Ela é a filha que eu sempre quis ter.
⎯ MAMÃE! EU ESTOU ESPERANDO! ⎯ Os dois puderam ouvir o berro de Honey vindo da sala, impaciente, fazendo ambos rirem do grito da menina. Por último, Oscar depositou um beijo molhado na têmpora de Summer, a soltando para que ela pudesse ir até a pequena, limpando suas lágrimas com as costas das mãos.
⎯ Já estou aqui, meu amor. ⎯ Disse Summer, abrindo seu caloroso sorriso e se sentando no sofá atrás de Honey, que ainda possuía um bico em sua boca e os braços cruzados. ⎯ De quem é o cabelo que você quer?
⎯ Da moranguinho. ⎯ Honey respondeu, descruzando os braços e levantando a cabeça para poder olhar para a mais velha.
Summer logo entendeu, não precisando fazer muito, apenas penteando a franja de Honey para o lado esquerdo, que antes estava no direito, instantaneamente percebendo a mudança de humor da garota, a vendo finalmente dar um sorriso.
⎯ Então era só fazer isso?! ⎯ Oscar exclamou, encostado no batente da porta, rindo nasal.
⎯ Você que não sabia fazer, papai. ⎯ Honey deu de ombros, envolvendo seus pequenos braços no pescoço de Summer em um abraço, mostrando a língua para Oscar. ⎯ A mamãe que sabe!
⎯ São muitos anos de experiência fazendo penteados em mim mesma para o balé. ⎯ Summer riu, depositando um selar na bochecha da mais nova.
Oscar cruzou os braços, um sorriso bobo estampado no rosto enquanto observava as duas em silêncio. Honey, agora sentada no colo de Summer, parecia tão segura e feliz, mais alegre do que já era. E tudo por que ela finalmente tinha uma mãe, seu pedido em todas suas orações e desejos nas velas de aniversário havia finalmente tornado realidade.
⎯ Por que está nos encarando assim? ⎯ Summer perguntou, percebeu o olhar de Oscar sobre elas, com um sorriso tímido no rosto, suas bochechas corando levemente.
⎯ Só estou observando as duas lindas garotas da minha vida. ⎯ Ele disse com os olhos brilhando, se aproximando para sentar no sofá com as duas.
⎯ Como eu consegui ser tão sortuda? ⎯ Summer sorriu boba, depositando um selar demorado nos lábios macios de Oscar, se separando apenas porque Honey saiu de seu colo e sentou entre os dois.
⎯ Que bom que meu plano funcionou rápido, não aguentava mais aquele trabalho de cupido. ⎯ Honey se intrometeu, revirando os olhos enquanto se ajustava no meio do sofá.
⎯ Ainda não acredito que você fez tudo aquilo só para juntar nós dois. ⎯ Summer respondeu, rindo junto de Oscar, passando os dedos levemente pelos cabelos loiros da pequena.
⎯ Eu só dei uma ajudinha! ⎯ Honey deu de ombros com um sorrisinho, deitando a cabeça em Oscar.
⎯ E foi a melhor coisa que você já fez por mim, estrelinha.
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goldsainzz © 2025
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