023
˖࣪ ❛ PONTO DE QUEBRA
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DAMIAN TEVE QUE largar o pequenino para entregá-lo a Rosalie que olhava fascinada para o menino. Assim que o bebê saiu de seus braços, o coração do menino se sentiu abruptamente vazio, ele não gostou nem um pouco da sensação.
Uma vez que todos os Cullen, incluindo Bonnie e a exceção de Rosalie, estavam reunidos no escritório de Carlisle, Edward e Damian começaram a conversar sobre como e quando encontraram o menino.
— Então não havia ninguém perto do lugar onde aquela mulher deu à luz? — perguntou o médico, olhando para seus filhos. Eles negaram e Edward foi quem tomou a palavra.
— Não, a mulher já estava morta há alguns minutos quando a encontramos. O menino estava engatinhando para se aquecer quando Damian o levantou do chão.
Um suspiro de dor de Esme deixa claro sua empatia por esta criatura estranha, mas adorável que seus filhos trouxeram, e Damian envolve sua mãe em seus braços para confortá-la.
— Espere... — Jasper fala pela primeira vez com uma Bonnie estranhamente quieta em seus braços. — Se a criança nasceu há três dias, por que ela parece uma criança de pelo menos 6 meses?
Damian solta Esme e repetidamente balança a cabeça em preocupação. — Não parou de crescer desde que o encontrei, Edward e eu mantivemos um diário e a cada dia ele cresce mais abruptamente.
Todos percebem a confusão que aparece na voz do jovem e adorável vampiro, então Bonnie resolve quebrar o silêncio: — Do que o monstrinho se alimenta?
— Tentamos dar comida e ele aceitou com muita dificuldade. — Edward sorri de lado ao ouvir o apelido que a loira deu ao bebê. — Quando lhe demos sangue de veado ele digeriu melhor então pode-se dizer que sua dieta é mista.
— Eu nunca ouvi ou vi tal coisa. — Carlisle exclama em espanto. — Há humanidade nele, mas ele também é como nós, eu posso dizer, ele é...
— Um híbrido. — Jasper termina depois de refletir sobre todas as informações.
— Terei que investigar... É uma situação inusitada mas não impossível se a mulher fosse humana, nossos corpos não mudam mas os humanos sim.
— Mas que vampiro poderia resistir assim no ato sexual? — Emmett pergunta, atônito.
— Um de vida longa. — Carlisle responde pensativo. — Um experiente em viver com humanos.
— Ok, para recapitular e não desviar o foco. — intercede Bonnie ansiosa para ir ver o bebê. — O monstrinho nasceu praticamente de mordidas de sua mãe humana, ele cheira meio vampiro meio humano, seu crescimento é super rápido e ele tem uma dieta mista. Algo mais?
— Sua pele emite um brilho acetinado quase imperceptível ao olho humano. — Damian responde ao comentário de sua melhor amiga. — Edward pode ler sua mente e diz que seus pensamentos estão em um nível superior para um bebê de sua idade.
Todos se viraram para olhar o leitor de mentes e ele deu de ombros. — Ele se lembra de estar no ventre de sua mãe e se culpa por acreditar que foi ele quem a matou. Damian durante toda a viagem tentou dizer a ele que não era culpa dele, mas o bebê não conseguia tirar o rosto sem vida de sua mãe de sua mente enquanto ele se aconchegava nela para se aquecer.
— Não brinque comigo. — Bonnie exclama indignada e balançando o rosto, prestes a chorar. — Nós concordamos que devemos proteger aquele bebezinho deste mundo horrível? Vocês não podem deixá-lo sozinho por conta própria, eu já o amo como um sobrinho.
Todos concordaram com as palavras de Bonnie e Jasper sorriu ao ouvir as palavras de sua parceira, não havia dúvida de que ela era maravilhosa.
— Não consigo ver o futuro de vocês dois e algo me diz que tem a ver com a criança, acho que estou com dor de cabeça então devo perguntar. — Alice fala pela primeira vez. — Você vai cuidar dele, como seus pais?
O encontro é interrompido pelo choro do menino e tanto Damian quanto Edward não demoram mais que três segundos para alcançar Rosalie que tentava de todas as formas confortar o menino sem sucesso no quarto dos Cullen.
— Tudo bem, Rose. Por que você está chorando? — Damian perguntou e automaticamente ao ouvir sua voz, o garotinho de cabelos castanhos e olhos cor de chocolate parou de chorar, e estendeu as mãozinhas na direção do vampiro. — Vem cá, pequenino, quer que eu cante pra você dormir? — ele diz sorrindo enquanto carrega e coloca a cabecinha no peito.
— Ele quer que você cante para ele a música que você cantarolou durante o vôo. — responde Edward, aproximando-se dos dois com um sorriso por ouvir os pensamentos fascinantes e ao mesmo tempo confusos do menino.
Os demais membros da família olharam para a cena e ficaram claros que nada nem ninguém separaria os meninos daquela pessoinha peculiar em seus braços. Um sorriso apareceu nos lábios de todos os Cullen, sendo Edward quem respondeu à pergunta que Alice havia feito.
— Nós cuidaremos dele. — Esme sorri enquanto Damian fica surpreso ao ver que quem tomou a iniciativa foi Edward. — É claro que nós não o encontramos, ele nos encontrou.
Damian abre um sorriso enorme e brilhante ao ouvir seu marido. Depois dessa revelação comovente, Edward segura o bebê para que todos vejam novamente. Ele era de uma beleza cativante, em suas bochechas havia duas covinhas e um blush rosa pálido, seu cabelo era um tanto encaracolado, mas não tanto quanto o de Damian, seus traços ainda eram infantis, mas podia-se vislumbrar que seriam bastante marcados e acentuados.
— E você já tem um nome ou posso continuar chamando de monstro? — Bonnie caminha até Edward sorrindo para o garoto que retribui o gesto. — Que seja um nome normal e não um absurdo de combinações estranhas com os nomes de seus pais, por favor.
— Concordo totalmente. — intervém Rose, aguardando os movimentos da criança que amou loucamente desde o primeiro segundo.
— Estávamos pensando em algo como... Alexandre? — Damian responde a sua melhor amiga. — Podemos chamá-lo carinhosamente de Alex.
— Eu adorei! Sou uma tia linda e jovem que vai mimá-lo. — Bonnie acaricia a bochecha gordinha do bebê e pega sua mãozinha fazendo o menino rir. — Oi, Alexander, sou sua tia Bonnie. Jasper, venha dizer oi para o seu sobrinho!
Aos poucos, os Cullen foram conhecendo Alexander, que mantinha os olhos atentos a todos os rostos que apareciam à sua frente, sendo seus preferidos os de Bonnie e Rosalie.
Após as apresentações, um pequeno 'o' apareceu em sua boquinha de bocejo, sinal de que o dia havia terminado. Damian pediu permissão a Rose para colocar Alexander na cama e ao lado de Edward deitou o menino que o olhou com olhos de expectativa.
Damian começou a cantar 'La Vie en Rose', aquela música francesa que ele lembrava vagamente de sua mãe cantando para ele quando dormia, e os olhos do menino se fecharam. Edward ouviu fascinado a voz de seu marido e deitou-se ao lado deles.
Alexander Cullen ouviria aquela música mais cem vezes em sua vida, interpretada na voz melodiosa de seu pai adotivo, mas aquela primeira noite na casa dos Cullen, como membro oficial da família, sempre seria sua favorita.
★
Nos dias seguintes a família Cullen seria dividida em várias tarefas que focavam em Alexander: Carlisle e Edward passavam horas investigando criaturas híbridas no escritório, Esme e Rosalie faziam o possível para atender o pequeno enquanto os outros arrumavam o quarto dentro da casa de Damian e Edward que pertenceria ao bebê.
O crescimento acelerado da criança híbrida era algo que mortificava toda a família, principalmente Damian que havia desenvolvido um vínculo verdadeiramente forte com Alexander, para o qual cada momento era infinitamente precioso. Até agora ele não tinha nenhuma indicação de ter um dom excepcional, mas Carlisle disse que era uma questão de tempo até que ele descobrisse.
Aquele dia estava bastante frio, o clima em Forks estava muito frio e úmido, então Damian envolveu Alex, que parecia ter pelo menos um ano de idade, em um suéter de lã, um casaco e luvas para ir para a casa dos Cullen. Usando um pente fino - presente de tia Rose - Edward penteou o cabelo sedoso e brilhante do bebê enquanto Damian tomava um banho rápido.
— Feito. — Edward diz sorrindo enquanto abaixa o menino no chão. Alexander olha para o leitor de mentes com aqueles olhos enormes e brilhantes que fariam qualquer um cair, o mais velho se inclina e olha diretamente para ele. — Alex, você tem que comer comida humana por um tempo, não podemos mais te dar esse líquido vermelho que te dá gosto, você tem que se acostumar a comer o que o Damian faz pra você, ok?
Alexander franze o rosto bonito e balança a cabeça.
— Eu sei que não fica gostoso, mas é para o seu bem, para que você cresça saudável e forte, ok? — Damian sai do banheiro e vai para o quarto e ao ver a cena, seu coração se enche de amor; tanto Edward quanto Alex saem do quarto para vesti-lo porque ele teve que tomar banho após a pequena briga de comida entre ele e Alex ao tentar dar a ele um mingau de vegetais verdes.
— Você acha que estamos com pressa? — pergunta o menino ao marido telepático, caminhando com Alexander a poucos passos deles, caminhando devagar e olhando a estrada com curiosidade.
— Você se arrepende de tê-lo? — Edward pergunta e Damian aperta sua mão, pegando sua mão para entrelaçar com a dele. Edward acariciou levemente a aliança de casamento e suspirou. — Casado...
Damian entende o comentário e sorri. — Dizem que o primeiro ano é o mais difícil, sabe, cola e tal.
— Nunca pensei em ser uma espécie de pai para alguém. Essa opção estava fechada para mim há muito tempo, o mais próximo que estava quando eu transformei você... — Edward para e olha de soslaio para Alex, que está empoleirado em um galho para brincar com um galho seco.
— Isso soou horrível, realmente. — Damian brinca, pegando Edward pelo rosto para beijá-lo nos lábios.
— Papai? — a vozinha de Alexander soa e os dois se voltam para olhá-lo, Damian sorri ao ouvir qual seria a primeira palavra do híbrido. Mas seu sorriso desaparece quando ele observa o enorme lobo negro se aproximar do menino pelo lado direito.
Edward levou Alexander em velocidade sobre-humana e Damian se colocou entre eles e Sam. O lobo parece confuso e tenta se aproximar deles, mas é o vampiro curador que o impede levantando a mão.
— O que ele está pensando, Edward? — Damian pergunta em um sussurro audível apenas para seu marido. O leitor de mentes capta toda a confusão e curiosidade do Alfa do bando, então ele decide jogar pelo seguro, pedindo-lhe para estar em sua forma humana para falar. Sam Uley vai atrás de algumas árvores para se vestir e aproveitando esse tempo Edward dá Alexander para Damian.
— Quem é o menino? — pergunta o lobo sem rodeios, mostrando desconfiança. Edward sabe que mentir para ele não era uma opção, já que o bom relacionamento entre os Cullen e os lobos era algo que nenhum dos lados poderia perder. O leitor de mentes decide contar toda a verdade ao Alfa, incluindo sua teoria híbrida, que se torna mais cético conforme a narrativa avança.
— Então você não sabe ao certo o que é? Se ele é meio humano e meio vampiro, ele pode...
— É totalmente inofensivo e nunca faria mal a ninguém. — Damian responde e Alex aninha o rosto em seu pescoço.
— Mas vocês não sabem disso, estão me dizendo que encontraram essa criança que saiu literalmente do ventre de sua mãe! — Sam parece abalado e Edward sabe que essa conversa estava se aproximando de um terreno perigoso. — Como vocês podem ser tão idiotas a ponto de trazê-lo para a cidade? É uma monstruosidade, uma abominação.
Isso foi o suficiente para Damian tentar passar por cima dele, Edward o parou por causa de Alexander. — Cale a boca e peça desculpas ao meu filho AGORA se você não quer que eu arranque sua cabeça, seu cachorro idiota de merda.
Alex não gostou dessas palavras, a voz de seu pai soava irritada e algo lhe diz que é culpa dele que ele começa a chorar; ele é consolado por Damian se desculpando instantaneamente por gritar assim.
— Sam, não queremos problemas. — Edward intervém entre eles mesmo querendo arrancar a língua do lobo. — Só queremos viver em paz com Alex em nossas vidas.
— Não vou deixá-los colocar a cidade em perigo por causa de sua irresponsabilidade. — o lobo não diz mais nada, mas o olhar que ele dá a Damian diz tudo antes de sair. Edward, Damian e Alex chegam à casa dos Cullen para informar sua família sobre o que aconteceu.
— Aqueles cachorros sempre bisbilhotando, devemos considerar a mudança. — Rosalie segura o bebê. Alexander gostou de estar nos braços da loira, ele poderia até dizer que ela era sua tia favorita. Emmett caminha até eles e faz caretas para fazê-lo rir.
— Não podemos fazer inimigos com os lobos agora, é importante consertar isso o mais rápido possível. — Carlisle abraça Esme.
— Vamos deixar isso se acalmar, por enquanto é melhor que Alexander durma aqui esta noite. — Edward responde a seu pai.
— Vou ligar para Jasper. — Damian rapidamente liga para seu irmão favorito para que ele saiba o que aconteceu com Sam. O vampiro empático estava na casa de Bonnie, mas promete estar lá imediatamente. Alice massageou as têmporas, desesperada para ver alguma coisa, mas a intervenção do menino como os lobos bloqueou seu dom, deixando-a completamente cega.
O resto do dia transcorre em relativa normalidade: Esme e Rosalie preparam o horrível mingau de legumes que desta vez Alexander come sem questionar. Alice, Jasper e Emmett jogam cartas enquanto Edward e Damian estão sentados no sofá, o primeiro abraçando o último.
— Alex me chamou de papai. — o mais novo diz com orgulho, Edward ri e balança o rosto roçando o nariz com o cabelo encaracolado de Damian.
— Como você pode ter tanta certeza? Eu sou o pai dele também, ele poderia estar se referindo a mim.
— Bom ponto. — Damian revira os olhos, mas mantém a alegria ao ouvir a primeira palavra de seu filho adotivo. — Mas ele me ama mais.
— Eu duvido, você o fez comer aquela horrível massa verde de vegetais hoje. — Edward responde fazendo Damian rir. Sua risada é interrompida pelo uivo de um lobo e em dois segundos seu marido junto com seus irmãos e pais estão no quintal.
— Cuido dele com a minha vida se for preciso. — diz Rose com Alex nos braços saindo da cozinha, que estava dormindo.
— Eles não vão machucar minha família. — Damian responde convencido e quando ele sai, ele encontra sua família cercada pelo bando de Uley, incluindo os Clearwaters. Damian levanta as mãos em sinal de paz, ele não queria começar algo que não terminaria bem para os dois lados.
— Eles querem que nós os entreguemos. — diz Edward, atuando como intérprete. Damian faz contato visual com Leah, implorando com os olhos para que ela não o faça, pela amizade que eles tiveram que deixar. O lobisomem entende e quer ir embora, mas Sam rosna para ela, incapaz de escapar.
— Por favor, ajudei muitos de vocês. — insiste o vampiro curador, tentando lembrar aos lobos que eles não eram os bandidos. — Alexander não é ruim, ele não vai machucar ninguém. Ele é apenas um bebê, e ele é meu filho. Apenas deixe-o em paz.
Os lobos não desistem e rosnam para os vampiros, todos exceto os Clearwaters. Damian tem uma pitada de decepção, ele os ajudou tanto e eles não pararam para ouvir. Eles haviam esquecido tudo o que viveram juntos apenas alguns meses atrás.
— São muitos. — Jasper fica de olho em cada movimento.
— Muitos. — diz Alice angustiada.
— Eles não vão machucar meu filho. — Edward respondeu categoricamente.
Os Cullen e os lobos estavam prestes a esquecer os bons termos que haviam alcançado apenas alguns meses atrás para se enfrentarem em uma luta que definitivamente prejudicaria os dois lados.
E no meio desse ponto de ruptura entre o tratado entre os vampiros civilizados e os Quileutes, o inesperado aconteceu: o imprinting de um dos lobos no novo membro da família Cullen.
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