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˖࣪ ❛ FOTOGRAFIA
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— DOUTOR CULLEN, seu paciente resistiu ao novo tratamento contra todas as probabilidades, mas devo dizer-lhe que só lhe deu mais alguns meses, depois disso não há mais nada que possamos fazer. — recita o médico plantonista da área de oncologia, ele entrega ao vampiro o relatório daquele dia e caminha pelo corredor.
Carlisle lê o relatório e, como afirmou seu colega, a mãe de Damian não respondeu favoravelmente ao tratamento que ele prescreveu para ela. Doutor Cullen entra na sala e olha para a mulher de lenço na cabeça olhando para a densa floresta com árvores cobertas de neve.
— Madame Evelyn, você deveria estar na cama. — Carlisle a repreende com sua bondade característica.
— Estou cansada dessa cama, queria um pouco de luz natural. — a mulher pálida se vira e sorri docemente para ele.
— Como você está se sentindo hoje? — Carlisle pergunta, sentando-se na cama para encará-la.
— Hoje está um bom dia, ontem nem tanto. — suspira a mulher, olhando para o médico e pela sua expressão sabe o que ele vai perguntar.
— Ele está bem. — Carlisle disse com um leve sorriso. — Ele é um ótimo garoto, ele ainda está se ajustando, ele é um garoto muito inquieto.
— Meu Damian. — os olhos da mulher lacrimejam, ela balança a cabeça e pega as mãos de Carlisle sem se importar com a temperatura gelada do médico. — Quando posso vê-lo? É a única coisa que me mantém de pé, é a única coisa que penso quando aparecem os efeitos da quimioterapia, é a minha única luz.
Carlisle franze os lábios e pega as mãos da mulher doente. Evelyn, ele precisa de mais tempo, precisa se controlar mais para não machucá-la, mais alguns meses, é tudo o que peço a ele.
A mulher começa a chorar e leva as mãos ao rosto, já não tinha tempo.
— Não quero ir embora sem vê-lo. — diz entre lágrimas. — Já perdi meu filho uma vez sem me despedir e isso quase me matou, quero fazer isso desta vez, uma última vez se for necessário. Você me deu essa esperança, não a tire.
Carlisle dá a ela um lenço para secar suas lágrimas; aquela situação era uma espécie de Deja Vu para ele, era como quando ele transformou Edward anos atrás. O amor de uma mãe que ultrapassou qualquer limite.
— Evelyn, ele virá vê-la, eu prometo. Mas mais preparação é necessária, eu nunca me perdoaria se você ou ele se machucasse. — Carlisle fala em tom de súplica. — Eu sei que é um grande sacrifício, mas espere um pouco mais.
— Eu esperaria toda a minha vida por Damian. — Evelyn diz com firmeza. — Depois de tantas tentativas fracassadas, eu o concebi por um milagre, posso esperar ainda mais se necessário. Só peço que o mantenha seguro.
— Eu vou. — Carlisle responde, com a mesma firmeza da mãe de seu novo filho.
— Feliz Natal Doutor.
— Feliz Natal, Evelyn.
★
— Foda-se, estou farto. Um vampiro pode morrer de morte de berço tardio? Diga-me que sim, por favor. — pergunta Damian frustrado, causando o riso estridente de Emmett e o riso angelical de Rosalie.
— Duvido, mano, mas eu realmente não entendo o seu problema com o alemão. — respondeu Emmett do outro lado da mesa.
Carlisle tinha dado a ordem de que Damian aprendesse pelo menos duas línguas, isso para entreter o jovem recém-criado. Emmett tinha-se oferecido para lhe ensinar alemão e Rosalie francês.
— Meu problema é que me ouço falar e só penso naqueles filmes do holocausto. Além disso, é véspera de Natal, não teríamos de estar a fazer biscoitos de gengibre ou algo assim?
Seus irmãos riram e foram interrompidos pela chegada de Alice e Jasper ao salão principal, trazendo consigo um enorme pinheiro natural que eles carregavam sem esforço.
— Alice o escolheu. — diz Jasper colocando a árvore no local disposto por Esme, explicando o tamanho.
— Tem de ser decorado agora, tenho muitas ideias! — gritou Alice como uma menina pequena.
— Não até que Edward chegue. Agora, quem quer me ouvir cantar 'Bohemian Rhapsody' em francês?
— Ninguém! — dizem todos os seus irmãos ao mesmo tempo.
Seus irmãos desaparecem rapidamente e se distribuem ao longo da casa, Damian ri e nega girando os olhos. Ela vai para o seu quarto e sobre a sua poltrona de pele vê os presentes que tinha comprado para toda a sua família, mas um em particular tinha-lhe custado demasiado trabalho para encontrar. Para ninguém era um segredo que Edward adorava tocar piano, mas na sequência da sua separação com Isabella Swan ele tinha parado.
Ela olha para o seu relógio e enruga a testa, tanto Edward como Carlisle já deveriam estar em casa, era uma boa noite e ele queria passar aquela noite com a sua nova família, Carlisle devia estar no hospital, mas poderia ir buscar Edward.
Ele salta de sua janela caindo no quintal coberto por uma espessa camada de neve e corre em direção à ponte de pedra, antes de chegar capta o cheiro do leitor de mentes.
— Eu quero estar sozinho. — a voz seca e grosseira de Edward o assustou, eu não esperava vê-lo dessa maneira.
Nas últimas semanas, ele tinha conseguido fazer seu irmão melancólico sorrir e se divertir, sempre com essa sombra, mas ele tinha conseguido; mas agora ele estava lá novamente, regozijando-se em sua miséria.
— Bem, então obtenha o seu próprio lugar de auto-compaixão e desprezo porque este é o meu. Tenho uma notícia, é uma boa noite estúpida. — responde Damian de forma grosseira, cruzando os braços.
— O que há de errado com você? — pergunta Edward, preocupando-se com seu irmão, esquecendo imediatamente sua dor.
Damian senta-se ao seu lado, ter que expressar verbalmente o que pensava não era fácil. Ele quase desejou pedir a Edward para ler sua mente novamente.
Tinham chegado ao acordo em que Edward se compromete a não ler a mente do seu novo irmão adotivo. Custou muito ao cobre, mas tinha cumprido a sua parte do acordo.
— Amanhã é Natal e não me lembro de nada antes de você me salvar. — Edward olha para baixo. — Não sei se alguém me procura ou me espera. Tentei lembrar, mas nada fica comigo. E se houver alguém à minha procura ou se eu já tiver sido considerado morto e não houver um túmulo para chorar?
— Eu te entendo, mais do que você pensa. Ainda assim, acho que o melhor é que você não se aa agarra à sua vida humana, ela não vai mais voltar. — o recém-criado olhou de lado para Edward e virou-se para ele.
— Você tem cem por cento de certeza de que não havia uma identificação ou algo que dissesse minha identidade no dia em que você me salvou? Eu só quero esgotar todas as possibilidades. — pergunta Damian e Edward morde a língua.
— Não. — ele mente. — Lamento.
Ele estava mentindo e não sabia exatamente o porquê, então ele fez a seguinte pergunta.
— Se você encontrasse algum parente ou alguém esperando por você, você iria embora? Você nos deixaria?
— Não sei. — responde com sinceridade. — Mas se essa pessoa precisasse de mim, acho que sim. Desculpe se a minha resposta não é a que você quer ouvir. — o gesto de Edward não mentiu, ele sentiu tristeza.
Damian reclina a cabeça no ombro de Edward, ambos compartilhando sentimentos profundamente intensos de dor, angústia e saudade. O mais velho permite-se baixar a guarda por alguns momentos e reclina a bochecha contra a cabeça do menor, sentindo o seu cabelo encaracolado sedoso na bochecha.
Passaram assim alguns minutos, cada um mergulhado em seus pensamentos até que o som do celular de um dos dois os separa.
— É o meu. — diz Damian separando-se meio metro de Edward, ainda tentando entender o arranque de afeto de seu criador recatado e pouco sentimental. — O que aconteceu Rose?
— Carlisle chegou, estamos esperando por eles para enfeitar a árvore. — Damian consegue ouvir as vozes de seus pais.
— Estamos lá em dois minutos. — Damian pendura o celular.
Uma vez adornada a árvore, toda a família se reúne na sala. A lareira acesa e os presentes debaixo do pinheiro, Damian sentiu de repente um golpe de nostalgia lembrando-se da conversa que teve com o seu irmão. Edward apertou-se e raspou a garganta.
— Alice, é hora de abrir os presentes.
Sua irmã não pensou duas vezes e entregou seus presentes a cada membro da família, dando a Damian uma camisa de designer cara.
Os outros fizeram o mesmo, até que foi a vez do mais jovem membro da família Cullen. Emmett deu um jogo de vídeo, Rosalie um belo espelho de mão semelhante a uma princesa de contos de fadas, Alice um guarda-joias luxuoso, Esme um belo brincos de diamante. O que ficou encantado com o seu presente foi Jasper, pois era um jogo de estratégia naval antigo e difícil de encontrar.
Damian deu ao seu pai um diário coberto de pele e quando chegou a hora de entregar o seu enorme presente a Edward, ele ficou nervoso.
— Você não vai me dar nada? — pergunta Edward levantando a sobrancelha diante do nervosismo de seu irmão, embora o leitor de mentes já soubesse de seu presente.
— Primeiro de tudo você deve prometer que vai usá-lo, se não tiver piada. E para ficar claro, o presente é de toda a família.
— Concordo. — Edward enrugou a cabeça, mas aceitou.
— Tudo bem, fique aqui! Feche os olhos! — emocionado, Damian ao lado de Jasper desaparece e volta com um belo piano de cauda preto e é colocado em um lugar na sala que estava livre.
Edward ao abrir os olhos não pode deixar de sorrir para o nobre gesto de Damian, ele não tinha vontade de tocar piano desde que fugiram de Forks. Parecia que ao deixar Isabella naquela floresta, com ela tinha ficado a sua inspiração, mas ao ver o detalhe do menor soube que era hora de voltar a fazê-lo.
Edward agradeceu-lhe de coração e aproximou-se dele com um pacote.
— Este é o meu, abra-o. — ordenou Edward e Damian abriu rapidamente abriu a caixa, nele encontrou uma fotografia em uma bela moldura de todos eles que o mesmo adolescente tinha tirado com o celular de Esme. Todos sorriam e se olhavam felizes.
— Aqui tem uma família, aqui tem sempre a sua casa. — a intensidade do olhar dourado de Edward quase corta a respiração de Damian. Jasper percebe a força dos sentimentos de seus irmãos e enruga sua testa um pouco, completamente confuso.
— Obrigado, não sei o que dizer. — diz sinceramente o vampiro, abraça a foto e depois mostra a Esme e a Carlisle.
O resto da noite eles passaram como uma família americana normal, exceto que eles não bebem ou comem nada. Nas portas havia visco e os casais não hesitaram em se beijar seguindo a tradição; enquanto Alice e Jasper compartilhavam um beijo inocente, Damian não pode deixar de olhar para Edward, dedicando-lhe um pequeno sorriso que foi correspondido pelo leitor de mentes com um novo sentimento nascendo dentro deles.
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