Fighting with the Devil ... ops ... Denise
Depois que Harry desapareceu pelos corretores, em meio a bagunça, esperei que o corredor esvaziasse um pouco e decidi entrar. Consegui entrar na sala onde seria a aula de Literatura, antes de o Senhor Robins chegar.
O rapaz de olhos claros, estava sentado na segunda fileira de carteiras, e quando passei por ele, este deu-me um sorriso e um aceno de cabeça. Apresei o passo, e sentei-me ao fundo.
Com uma caligrafia rebuscada, Sr. Robins, escreveu no quadro que nesse final de semestre e ultimo ano, trabalharíamos com o livro, 1984 do George Orwell. Peguei o livro, dentro da bolsa e um papel caiu no chão. Peguei e o desdobrei.
"O tempo é muito lento para os que esperam.
Muito rápido para os que têm medo.
Muito longo para os que lamentam.
Muito curto para os que festejam.
Mas, para os que amam, o tempo é eterno."
Henry Van Dyke
Por favor, Cara ...
Você sabe, quem é meu pai, eu posso lhe ajudar.
O caso dos teus pais, nem ao menos foi investigado.
Ele foi arquivado, sem encontrarem um suspeito, nem nada.
Você, foi acusada injustamente.
Por favor!
Harry Styles
Assim que terminei de ler o bilhete, levantei os olhos, diretamente a ele e este encarava-me. Ele levantou as sobrancelhas, como se esperasse uma resposta. Eu não podia desconsiderar o que ele disse. O pai dele é o chefe de policia da cidade e se alguém tem acesso aos arquivos, esse alguém é Harry. Mas, eu também não podia me abrir com ele. Por que, se fossemos fazer isso juntos, criaríamos um vínculo e eu não quero ficar presa a ninguém, desse lugar.
Eu ainda o olhava e decidi que pensaria na sua proposta. Dobrei o papel e o guardei, dentro do caderno de desenho. Styles, abriu um grande sorriso, por perceber que eu não havia dito não, nem jogado seu papel fora. Duas grandes covinhas, apareceram em cada lado de suas bochechas e me deixei sorrir, junto a ele. Mas, meu sorriso, durou apenas uma fração de segundos. Depois, voltei a minha expressão séria e voltei a prestar atenção na aula.
"Senhor Styles, poderia por gentileza, virar para frente e parar de sorrir. Não acho que o livro de George Orwell, seja uma piada."
Harry virou para frente, relutantemente. Abri um pequeno sorriso e ele virou a cabeça de leve em minha direção, e piscou o olho.
"Senhor Styles, já para a sala de Thomas." - o professor disse escrevendo uma advertência no papel e entregando ao rapaz, que saiu sorrindo de dentro da sala.
Quando a aula acabou, haveria só mais uma antes de ir embora. E esta, para mim, era a pior: Educação Física. Abri meu armário jogando meus livros la dentro e caminhei ate o vestiário. Me troquei rapidamente. Coloquei uma calça de treino preta, e uma blusa também preta justa, com o símbolo do colégio. Calcei meus tênis e prendi o cabelo em um rabo de cavalo, bem no alto. Enchi minha garrafinha, com água e fui ate a quadra, sentei na arquibancada e esperei a professora chegar.
Deveríamos jogar queimada. Um absurdo, já que essa brincadeira era para crianças, não para pessoas que, estão a caminho da universidade. Os times foram escolhidos, e como sempre eu sobrei. Achei ótimo, claro. Nao teria que jogar, e talvez em dez minutos de aula, poderia ir embora sem chamar atenção. Mas, obvio que a Senhora Moniz não deixou que eu ficasse de lado.
Ela decidiu por fim, que eu ficaria no time oposto ao de Denise. Talvez seja o destino, me dando a oportunidade de acertar a bola na cara daquela piranha maldita, e lhe mostrar apenas como ela me faz sentir mal, desde que voltei. Mas, não sou assim. Não consigo me ver machucando ninguém. Não importa, se essa pessoa, é o ser mais desprezível da face da Terra. Eu estava de costas, quando vi alguém caindo no chão e ao mesmo tempo uma risada ecoando pelo ginásio.
A garota que estava no chão, se não me engano, chama Megan. As vezes, ela senta comigo na aula de artes e ate tenta puxar assunto, mas sempre me mantenho calada. Por que, se eu der atenção a alguém, vão querer se intrometer na minha vida e eu não posso deixar ninguém se aproximar demais.
Corri ate ela e me ajoelhei ao seu lado, pois, ninguém pareceu se importar com a garota estatelada no chão.
"Está bem?" - perguntei ajudando-a a sentar
"Hm" - ela resmungou passando a mão na parte de trás da cabeça e fazendo uma careta - "Vou ficar, obrigada."
"Devia se sentar. Vou procurar aju..." - não pude terminar de falar, já que Denise me cortou
"Ah! Por favor, agora quer se redimir? Nada vai fazer as pessoas te perdoarem pelo que você fez."
Me levantei do chão e caminhei ate a garota que estava me insultando.
"Qual o seu problema?" - gritei. Pelo canto do olho, vi uma pequena multidão se formando ao redor de nós.
Ela riu. Calma, ela riu?
"Meu problema?" - ela disse arqueando a sobrancelha e com um sorriso arrogante nos lábios - "Talvez, meu problema seja ter que estudar ao lado de uma assassina."
Olhei para ela chocada. Ela manteve o sorriso, enquanto caminhava em minha direção. Quando estávamos cara a cara, ela praticamente cuspiu as palavras na minha cara.
"Você não passa de uma A-S-S-A-S-S-I-N-A."
Eu não vi o que aconteceu depois, apenas pessoas se afastando e colocando a mão na boca ou no peito, em choque. Alguém tocou em meus braços e eu me afastei rapidamente. Senhorita Moniz, me deu um olhar preocupado.
Denise levantou do chão, e limpou o nariz que estava sangrando. Olhei para as minhas mãos e as juntas dos meus dedos com sangue. Olhei para a garota em que eu havia batido, e peguei-a sorrindo. Seus dentes estavam vermelhos também. Merda!
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