Pais e filhos

Dorme agora
É só o vento lá fora
Quero colo, vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três
Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há

Me diz por que que o céu é azul
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos que tomam conta de mim

Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há

Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não lhe entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?🎶

Nanda acordou assustada e tentou se localizar. Olhou em volta e levou alguns segundos até se dar conta que estava em seu quarto. Sentia saudades de casa. Sentia saudade da irmã e da sobrinha que mal teve tempo de conhecer. Se deu algum tempo para conseguir fazer o download da alma de volta ao corpo. Quando finalmente olhou as horas, saltou da cama. Estava atrasada novamente.

- Pelo amor de Deus! Fernanda Fonseca, você não tem jeito. - Correu obra o banheiro ainda se repreendendo. Se despiu e entrou embaixo do chuveiro que ainda nem tinha atingido a temperatura adequada. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo enquanto as gotas de água ainda geladas percorriam seu corpo.

- Não sei como ainda consigo manter esse emprego. - Reclamou consigo mesma enquanto escolhia e vestia um terninho básico. Olhou-se no espelho enquanto calçava os saltos. - É... da para o gasto. Afinal, não é como se você fosse encontrar seu príncipe encantado naquele lugar.

Olhou mais uma vez no relógio, pegou sua bolsa e saiu correndo. Seu estômago doía e seria mais um dia que não iria tomar um café da manhã adequado.

Por sorte quando Fernanda chegou o escritório ainda estava praticamente vazio. Ajeitou todos o pedidos que estavam estavam cima de sua mesa, bem como os materiais solicitados. Como lhe sobrou algum tempo resolver desenhar a joia que já tinha em mente para a nova coleção. Estava concentrada em seu trabalho quando seu telefone tocou. Ela atendeu, mas ninguém falou nada do outro lado da linha. Preocupada, ela pensou que talvez fosse apenas um erro de ligação e voltou a se concentrar em sua tarefa. Mas, alguns minutos depois, o telefone tocou novamente. Ela atendeu, mas de novo não ouviu nada. Isso a deixou ainda mais preocupada, especialmente porque o número não aparecia na tela do telefone.

Os telefonemas anônimos continuaram durante até o momento que o escritório começou a se encher de colegas de trabalho. Até tentou voltar a desenhar, mas aquilo lhe tirou completamente o foco. Quando todos já haviam chegado Fernanda confirmou os pedidos dos cafés e saiu apressada para busca-los.

Minhyuk assim que bateu os olhos nela estranhou o semblante confuso. A mulher ficou parada por alguns mesmo ela a chamando.

- Terra chamando a senhorita Fernanda Fonseca. Hello! - Disse estralando os dedos a sua frente.

- Você vai ou não pedir? - Um senhor que estava atrás dela perguntou abruptamente. - Todos temos horário sabia?

- Perdão. O mesmo de sempre Min. - Nanda deu espaço para que os demais continuassem a atender a fila que com o passar dos minutos diminuiu consideravelmente.

Fernanda se aproximou de Minhyuk enquanto ele arrumava os cafés para seus colegas. Ela parecia preocupada e hesitante em falar sobre o assunto.

- Minhyuk, posso falar com você sobre algo que está me incomodando? - Perguntou Fernanda.

- Já estava na hora. Achei que ia ter que arrancar de você. O que aconteceu? ‐ Respondeu Minhyuk, notando a preocupação dela.

- Eu tenho recebido telefonemas anônimos desde que cheguei a empresa. Quando atendo, não há ninguém do outro lado da linha. Isso me assustou muito.

Minhyuk escutou atentamente, e tentou acalmá-la. - Não se preocupe, Fernanda. Deve ter sido algum engano ou, talvez, um desses telemarketing chatos. Você pode bloquear essas chamadas no seu telefone.

Fernanda se sentiu um pouco melhor com as palavras de Minhyuk, mas ainda estava preocupada. - Eu não acho que seja um engano, não dá para bloquear essas chamadas quando o número não aparece. Acho que alguém alguém que conheço. - Ela disse em tom de preocupação.

- Eu te conheço. Anda... tá suspeitando de quem?

- De ninguém na verdade. É... Bom, faz tempo que a Lucy não dá as caras.

- Acha que é a sua irmã?

- Não faço ideia, só estou com um pressentimento ruim.

- Ainda acho que não é nada sério, mas, se precisar de algo me avise.

Fernanda agradeceu a ele e sorriu com gratidão. Agora ela se sentia muito melhor, sabendo que tinha um amigo como Minhyuk que estava sempre por perto. Isso fez Fernanda se sentir um pouco melhor, sabendo que ela não estava sozinha e que havia alguém disposto a ajudá-la. Ela agradeceu a Minhyuk por sua gentileza e voltou para o seu trabalho sentindo-se mais tranquila.

Já havia se passado certa de três dia do ocorrido e Fernanda já nem se lembrava dos telefonemas. Chegou tarde em casa e ao abrir a porta foi tirando seu salto, bolsa e os deixando no armário da entrada. Calçou Calçou chinelos e largou as chaves em cima do balcão da entrada. Tudo que ela queria era um banho longo e demorado. O dia tinha sido horrível. Lebrou-se que não havia nem comido direito quando sentou seu estômago doer.

Estava revirando a geladeira quando seu telefone tocou. Relaxou um pouco ao reconhecer o número.

- Alô, mãe? Como está?

- Oi, Fernanda. Estava pensando em você. Como está indo o trabalho?

- Está tudo bem. Estou aprendendo muito e trabalhando duro. - Mentiu. Não queria preocupar a mãe.

- É bom saber. Mas me diz uma coisa... Por que você está servindo café se deveria estar desenhando joias?

- Mãe, eu não estou apenas servindo café. Estou fazendo várias outras coisas também. É importante aprender todas as tarefas do nosso setor para ter uma visão completa do trabalho na empresa.

- Eu entendo, mas sei que você é talentosa em desenhar joias. Deveria estar focando nisso.

- Eu sei, mãe. Mas por enquanto, estou aprendendo outras habilidades que também serão úteis no meu trabalho. Além disso, essa não é a minha posição permanente. É apenas temporário.

- Tudo bem. Mas e a sua irmã? Como ela está? Estão se falando?

- Mãe, nós não precisamos falar sobre Lucy agora. Estamos falando sobre o meu trabalho. E eu já te disse que está indo bem.

- Tudo bem, tudo bem. Só queria saber como está a sua relação com ela. Mas se não quer falar, tudo bem.

- Obrigada pela compreensão, mãe. Preciso de um banho. O dia foi longo. Conversamos mais tarde, sim?

- Claro, filha. Cuide-se e boa sorte no trabalho.

- Obrigada, mãe. Tchau!

Sentiu-se mal assim que desligou o telefone. Não tinha a intenção de ser grossa com a mãe, mas estava sim magoada com a falta de consideração de Lucy. Deixou a fome de lado e se afundou em sua banheira tentando esquecer o dia ruim que teve.

《《》》》♡♡♡《《》》》

Taehyung estava passando por mal bucados e passou o dia todo de cara fechada. Todos os membros tentaram de alguma forma anima-lo sem sucesso. Assim que terminaram de praticar, se jogou no chão no canto mais escuro que encontrou.

- Tá bom. Agora já chega tá incomodando até a mim. - Disse Yoongi se aproximando. - Fala logo o que deixou você com esse ranço todo.

- Vocês brigaram por causa de bolinhos de novo? - Perguntou Hobi olhando diretamente para Jimin que fez uma careta.

- Claro que não. - Jin respondeu com convicção.

- E como você sabe? - Jungkook perguntou.

- Fácil. O pequines aí não está emburrado.

- Pequines? Hyung tua sorte que eu estou de bom humor hoje.

- Vocês podiam deixar o menino falar né? - Namjoon comenta e os demais se calam olhando atentamente para Taehyung.

- Sabe a mulher que começou a trabalhar em casa? Não deu muito certo.

- Ué ela lavou suas roupas errado? - Jin.

- No primeiro dia encontrei ela mexendo no meio closet. Pensei que era normal. No segundo percebi que duas cuecas minhas tinham sumido, mas achei que um de vocês tinha pego. Mas essa manhã foi o cúmulo. Acordei com ela deitada na minha cama me abraçando.

- O QUE?? - Todos gritaram juntos.

- Precisa denunciar essa abusada. Você não verificou as indicações dela? - Namjoon já estava de pé e nervoso.

- Foi a empresa quem a mandou. Achei que estava tudo bem. - Taehyung disse se levantando.

- Ei espera! Vai aonde? - Pergunta Jimin.

- Preciso de milk-shake nem gelado e bem doce. - Respondeu já saindo.

- A coisa deve estar feia. Ele nem curte coisas doces demais. - Comenta Yoongi.

- Acho melhor não deixar ele sozinho. - Comenta Namjoon preocupado.

- Deixa que vamos atrás dele.

Jimin, Hobi, Jin e Jungkook correram um pouco até alcançarem Taehyung.

- Tem uma cafeteira a um quarteirão daqui que é ótima. - Comentou Hobi.

- Nós guie então senhor cafezinho.

Assim que entraram Hobi correu para cumprimentar o atendente.

- Ah já estava achando que você não viria hoje.

- Nem em seus sonhos. Minhyuk esses são meus amigos. - Hobi os apresentou. Cada um fez seu pedido e se acomodaram em uma mesa reservada.

《《》》♡♡♡《《》》》

O dia começou cedo demais na opinião de Nanda. A diferença foi que hoje ela conseguiu tonar um belo café em casa e sem correria. Andou calmamente até o ponto de ônibus. Coisa rara de acontecer. O apartamento em que morava não ficava muito longe do escritório, mas hoje não estava afim de andar. Não teve uma noite muito agradável. Seu projeto por mais que não fosse oficial, estava lhe exigindo muito de seu tempo.

Tudo estava em seu devido lugar. Sunni continuava enchendo sua paciência. Ora reclamando de falta de material, ora desdenhando de qualquer coisa que Nanda falasse.

Olhou no relógio e já eram quase 21 horas. Respirou fundo e olhou novamente para o papel a sua frente. Ainda não estava perfeito, mas sentia que precisava de só alguns ajustes e talvez aquela joia seria o que faltava para lhe darem uma oportunidade.

Sentiu a vibração crescente em seu bolso. E meio desconfiada chegou o número. Não era nenhum conhecido, ainda assim atendeu reciosa.

- Alô? - Esperou poucos segundos para então ouvir uma voz grossa e imponente do outro lado da linha.

- Senhorita Fonseca?

- S-sim!

- A senhorita está cadastrada como contato responsável de Lee Lucy.

- Ela é minha irmã.

- Precisa comparecer agora a trigésima primeira delegacia de Seul.

- Espera eu... Alô?! - Tudo que ela ouviu foi um grande nada. - O que aquela doida fez agora?

Fernanda correu literalmente até o local indicado. Mil coisas passavam em sua cabeça durante o percurso.

Entrou na delegacia apressada e parou no meio do corredor meio perdida. Com sua visão periférica percebeu uma menina, ainda muito pequena, sentada num banco.

- Quem em sã consciência trás um criança pra cá? - Comentou contigo mesma.

- Senhorita? Posso ajudar?

- Ah! Sim. Sou Fernanda Fonseca. Me ligaram agora a pouco...

- Claro. O delegado dono esta a sua espera. Me acompanhe por favor. - Em silêncio, Fernanda seguiu atrás do policial até um escritório um pouco mais afastado. - A senhorita Fonseca está aqui. - Tudo que o homem fez foi um manejo de cabeça para que ela entrasse e se sentasse.

- A algo de errado com minha irmã?

- Basicamente tudo. Sua irmã foi presa. - Aquilo caiu como uma bomba. Lucy não era a melhor das irmãs, mas Fernanda não conseguia imaginar o motivo.

- P-pode me explicar o motivo?

- Ela estava sendo procurada a alguns anos por roubo.

- Quem a acusou?

- O ex marido. - Ex-marido? Na cabeça de Fernanda não fazia sentido algum. Sempre pensou que sua irmã estava casada e feliz.

- Posso falar com ela? - O homem abriu a gaveta e tirou de dentro dela alguns papéis.

- Assine esses documentos e terá 5 minutos com ela. Precisam se resolver se vão contratar um advogado ou se usaram um defensor público.

No automático, Fernanda apenas assinou tudo sem ler e logo estava frente a frente com sua irmã. Quando ficaram sozinhos ela começou começou falar.

- Que raios deu na sua cabeça pra roubar seu marido...

- Ex.

- Tanto faz. Seu ex e fugir? Cadê sua filha.

- Eu tentei te ligar a semana toda, mas, fiquei com medo de ser rastreada. ‐ Então era ela. Pensou Fernanda. - Você não entende. Ele era péssimo. Me batia e quando a SuHee começou a ficar maior temi que ele faria o mesmo com ela. - Três batidas na porta anunciaram que o tempo delas tinha acabado.

- Precisa vir comigo senhorita. - Um policial pegou Fernanda pelo braço a direcionando para a saída. Enquanto outro puxava Lucy para o lado oposto.

- Não deixe que ele encontre a minha filha. NANDAAA ME PROMETA QUE VAI PROTEGE-LA. - Gritou Lucy em português ao que Fernanda apenas concordou com a cabeça pois não sabia sabia certo o que estava acontecendo.

Fernanda parou no meio do corredor da delegacia respirando com uma certa dificuldade. Levou alguns segundos para notar o homem parado ao seu lado de mãos dadas com a criança que vira quando chegou.

- Qual o problema? - Perguntou já irritada.

- Esse problema aqui é seu. SuHee vá com sua tia. - O homem esticou o bravo da garotinha que apenas levantou o olhar triste para Fernanda.

- Espera! Como assim? Eu não posso...

- Você assinou os papéis. É responsável legal pela criança. Aqui. - Passou uma mochila para Fernanda que estava atônita. - Verifiquei e são roupas para ela. Boa sorte!

Sorte era tudo que Fernanda não tinha agora.




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