Capítulo 7 - Troca de Farpas

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Dona Rita...
Mary...
Enzo...
Dr.Oliveira...


Já eram três da manhã quando o celular de Mary começa a tocar sobre o criado mudo ao seu lado. O casal parecia dormir um sono profundo e não atendem de imediato o aparelho. Mary apenas remexe na cama e continua a dormir. Enzo acorda ainda com muito sono na intenção de desligar o aparelho para continuar a dormir, se ergue sobre o corpo de Marie e estica o braço para alcançar o aparelho. Olha a foto na tela e o contato escrito mãe e se vê na obrigação de atender ao ver que se tratava de Dona Rita, sua sogra. 

__ Dona Rita, algum problema?! – Enzo Pergunta já se preocupando pelo horário da ligação. Ao ouvir o nome da mãe, Mary, começa a abrir os olhos.

Enzo escuta atento o que a sogra diz e Mery se ergue apoiando as costas na cabeceira da cama. Percebe mesmo sem entender o que diz, a voz aflita da mãe e logo o semblante de preocupação do marido. 

__ O que aconteceu, eu ouvi o nome do meu pai, aconteceu alguma coisa com o papai?! - Mary, impaciente e preocupada quer logo saber o que estava havendo. Enzo pede calma com uma das mãos para terminar de ouvir a sogra. 

__ Fique tranquila, vai dar tudo certo, nós já estamos indo.  

__ Enzo, quer me falar o que está havendo?! Mary continuava impaciente. 

O Marido desliga o aparelho e fita a esposa compartilhando logo com ela o motivo da ligação. 

__ Seu pai foi até a casa do Dr.Maier, já fazem algumas horas e está muito preocupada com a demora dele. 

__ Papai?! Será que aconteceu algo com ele?! - Mery logo se alarma. 

__ Espero que não.  - Diz fitando a esposa se mostrando muito preocupado. 

__ Espera, eu vou ligar pra ele! - Marie diz pegando o aparelho das mãos do marido. 

__ Sua mãe já fez isso. Ligou também para o Dr.Maier, está fora de área. - Enzo avisa. 

__ Minha nossa! O que faremos?! - Marie diz angustiada, baixando o telefone. 

__ Venha, vista-se, vamos até lá! - Diz se levantando da cama. 

[...]

Após meia hora, o casal chega na casa de dona Rita. Assim que a porta se abre, Mary já abraça a mãe.

__ Mãe! 

__ Filha! Que bom que vocês vieram, eu estou bastante aflita! – Dona Vilma diz,  recebendo o abraço caloroso da filha. Vilma tinha a estatura baixa, olhos castanhos como os de Mary e cabelos curtos. 

__ Nem uma notícia dele? - Enzo pergunta. 

__ Nem uma. Ele nunca havia feito isso antes. Estou realmente preocupada. 

__ Precisamos manter a calma mãe, há essa hora, não há como fazer muita coisa. - Mary mesmo muito preocupada, tenta passar confiança.

__ Passamos no apartamento do doutor Maier no caminho, eles não estão lá.

__ Estão juntos com certeza, estou a todo tempo orando por eles. - Diz Dona Rita, como uma cristã fervorosa que era. 

__ Precisamos encontrar o papai, querido, se algo acontecer com ele, eu não sei se suportarei! – Mary diz ao marido, já não conseguindo disfarçar o desespero. 

__ Não diga bobagens, nós vamos encontrá-lo! O marido diz segurando as mãos da esposa. 

__ Liguei para a empresa, o telefone chamou até cair. - Dona Vilma conta, ainda muito aflita.

__ Também liguei para a Eternia, o prédio está vazio. - Enzo comenta. 

__ Já se passaram mil e uma coisa em minha cabeça sobre o que pode ter acontecido com eles… foram assaltados e mortos, ou talvez sequestrados. Eles são cientistas renomados ganham bem, não descarto essa possibilidade! - Vilma diz muito intrigada. 

__ Vamos pensar positivo mãe, talvez decidiram ir a  algum lugar, e o carro quebrou numa região sem sinal telefônico! - Marie diz se aproximando da mulher e lhe abraçando. 

__ Tomara filha, tomara… - Diz querendo acreditar nas palavras da doutora. 

 __ Vou ligar pra todos os meus contatos. Alguém deve nos dar alguma pista. – Diz Enzo retirando o aparelho do bolso e se sentando no sofá da sala. 

__ Enquanto você faz isso, Marie e eu vamos interceder por ele. - Vilma diz percebendo que por hora, suas orações seriam a única forma de ajudar o marido. 

__ Não é mais  necessário mulher, eu já estou aqui. –  Dr. Oliveira diz surpreendendo a todos, surgindo de repente vindo da cozinha. __ Entrei pela porta dos fundos, tenho uma cópia da chave. - Completa, sorrindo. 

__ Papai!? – Mary se vira ao escutar sua voz. 

__ Graças a Deus! - Dona Rita diz fechando os olhos e erguendo a cabeça para o alto, aliviada.  

__ Achei que tinha morrido! - Marie diz, o abraçando. 

__ Não me abrace, vai se sujar. Eu estou imundo! - Oliveira diz, sem graça, afastando logo a filha de si. 

__ O senhor está bem papai?  Está ferido! – Diz Mary segurando as mãos do pai e fitando os ferimentos em seu rosto. 

__ Eu estou bem sim, filha, não se preocupe. - Sorri para ela. 

__ O que aconteceu, homem? Por onde andou? Nos deixou todos aflitos por sua causa! Olha pra você, está péssimo! – A esposa se assusta pela aparência do marido, mas se sente feliz por ele estar bem. 

__  Lutou com um urso, meu sogro?  – Enzo ironiza. 

__ Quase isso. – Respondeu com um meio sorriso. 

__ O senhor está bastante abatido, alguém lhe fez algum mal? Vamos acionar a polícia. - Marie diz já imaginando algumas teorias. 

__ Eu contarei tudo a vocês, mas primeiro eu preciso de um banho. Rita, pode providenciar algo para eu comer? Estou faminto! Caminhei hoje, como nunca caminhei em toda minha vida. Por sorte, um  caminhoneiro de bom coração nos deu uma carona.

                  [...]

Doutor oliveira já havia saído do banho. Ele comia uma sopa enquanto contava aos que estavam à mesa o que havia lhe acontecido.

__ Minha nossa! Ele queria realmente matar o Dr. Maier! - Marie comenta, estando sentada na cadeira à frente do pai. 

__ Se eu não intervisse…  me virei para o banco de trás pois havia me lembrado que deixei a chave de rodas  ali, depois da última troca de pneus. Então... – Oliveira leva uma colherada à boca e continua…

__ ... Eu a peguei e sai para fora, não pensei duas vezes e o golpeei nas costas, com todas as minhas forças. Ele gemeu como um cão  e soltou o pescoço de Maier. Caiu de joelhos no chão, levando as mãos nas costas, pra tentar aplacar a dor que sentia. Me xingou e  jurou me matar.  

Olhei para dentro do carro e vi  Maier ainda se recuperando, massageava a garganta e tossia muito. O sujeito me olhou com ódio e se pôs de pé se apoiando no capô do carro. Eu  já esperava um contra-ataque dele quando Maier destrancou a porta do veículo e se deitou para trás, sobre os dois bancos e empurrou com os dois pés a porta que se abriu e atingiu o sujeito o fazendo cair e rolar pelo precipício logo a baixo. 

__ Minha nossa papai, que aventura! – Mary comenta admirada. 

__ Sim filha, realmente uma perigosa e estúpida aventura. - Diz pensando que não deveria ter dado ouvido, às paranóias do velho Maier. __ O carro não pegou. Está com a frente bem amassada. Andamos uma longa distância a pé, pela estrada de terra. Ao chegarmos na BR, enfim, ganhamos uma carona. 

__ Não se preocupe, meu sogro, assim que amanhecer, mandarei um guincho para rebocá-lo. - Enzo faz uma média. 

__ Eu agradeço, vai ajudar bastante. Não quero nem ver o tamanho do prejuízo que tomei. - Diz franzindo o cenho, demonstrando sua decepção. 

__ Quero que saiba que foram minhas orações que salvaram vocês dois do pior. - Dona Rita, na cadeira da ponta, ao seu lado,  faz questão em dizer. 

__ Eu acredito Querida, e agradeço pelas orações. – Oliveira diz,  lhe direcionando um sorriso. 

__ Dois velhos amigos ficam muito tempo sem se falar e quando se encontram, acabam vivendo uma grande aventura! - Enzo ironiza estando na cadeira, ao lado de Marie. 

__ Acho que estou um pouco velho para aventuras, não quero outra como essa, tão cedo. - ironiza, sorrindo. 

__ Até agora o senhor não  disse a quem vocês perseguiam. –  Enzo pergunta, mas já tinha suas suspeitas. 

__ Isso não importa. É coisa da cabeça do velho Maier. Parece que está delirando. - Não quis entrar em detalhes, por se tratar do pai de Enzo. 

__ Fico feliz que esteja bem papai. – Mary lhe sorrir e segura sua mão sobre a mesa. 

__ Obrigado pelo carinho, filha. - Lhe retribui o sorriso. 

__ Meu sogro, minha sogra, que bom que tudo acabou bem, peço licença mas vou aproveitar os poucos minutos de sono que ainda me restam e tentar dormir um pouco. Você também vem,  querida? - Enzo diz ao se levantar da mesa e fita a esposa esperando a resposta.

__ Sim. Estou com um pouco de sono. - Diz se levantando também. 

__ Foi boa a ideia de passarmos o resto da noite aqui, minha sogra. - Diz sorrindo. 

__ Achei o mais viável, vocês perderiam tempo na estrada.  A cama de vocês já está arrumada! - Dona Rita sorrir para o casal. 

__ É melhor todos nós irmos dormir, nem que seja por apenas uma horinha, o dia não demora a amanhecer, e o trabalho nos espera. –  Oliveira falou deixando escapar um bocejo. 

__ O senhor não pode ir trabalhar nessas condições papai, vou ligar para o Roque e dizer que o senhor não se sente bem, e que não irá pro trabalho hoje! - Mery se compadece do pai. 

__ Não precisa filha, eu aguento trabalhar numa boa. Eu estou bem! - Oliveira minimiza, mesmo sentindo as dores da longa caminhada por todo o corpo. 

__ Pare de dar uma de durão homem, olha pra você... Está péssimo! – Dona Rita repreende o marido reforçando a preocupação da filha. 

__ Tudo bem então, faça isso pelo seu pai, filha. Roque é um bom homem, ele entenderá. - Oliveira concorda pela insistência delas e Marie, ao ouvir o pai elogiar Roque, troca olhares com o Marido que parece um tanto incomodado. 

__ Ele não fará mais que sua obrigação. Ele não é um bom homem só porque vai dar um atestado a um funcionário que se sente mal. Todos no lugar dele fariam o mesmo. – Enzo diz tentando menosprezar a possível  boa ação de Roque. 

__ Nem todos fariam meu Genro. – Oliveira discorda fitando o marido da filha. 

__ Acha que eu não faria meu sogro?! - Enzo encara o comentário do sogro como uma indireta. 

__ Faria sim. Claro que faria. Sou seu sogro. – Oliveira responde ironizando e parece se divertir com a reação de Enzo. Enzo respira fundo e não diz ao sogro o primeiro pensamento que lhe vem à cabeça. 

__ Não estou entendendo essa sua ironia comigo, meu sogro. 

__ Papai... – Mary repreende o pai ao perceber o rumo que a conversa assumia. 

__ Eu estou brincando, meu Genro - Ri sem graça e completa: __ Você me conhece há tantos anos, já devia ter se acostumado com esse meu lado sarcástico. 

__  Papai sabe que você faria o mesmo por ele, querido, não só por que ele é o meu pai, mas, por que você tem um bom coração. Papai nunca teria e nunca terá um genro melhor que você. – Mary diz lhe sorrindo ternamente, e lhe dá um abraço carinhoso. 

__ Não vê que seu pai está caçoando de mim?! Isso eu não admito! - Cerra os punhos do lado do corpo, e afasta a esposa de si. 

__ Enzo... Foi apenas uma brincadeira, não sabia que reagiria assim. Mil perdões! - Oliveira tenta se redimir, pois sabia que havia passado dos limites. 

__ Não devia ter brincado dessa forma, papai, Enzo e eu tivemos uma discussão séria mais cedo. Esse não é o momento. - Ela repreende o pai se mostrando insatisfeita. 

__ Você ganharia mais se ficasse calado, querido! - Dona Rita o fita com reprovação e que desconcertado fica sem reação. __ Enzo deixou sua cama quente e confortável para nos dar o seu apoio e se preocupou com você. Olha como você o retribui…

__ Querida, eu-eu já lhe pedi desculpas, o que mais quer que eu faça?! - Diz cruzando os braços esperando ser compreendido.

__ Tenho quase certeza que quem vocês perseguiam, era papai. Sei quais pensamentos vocês dois teem sobre ele, e que pensa que sou também o que imaginam dele.   Eu realmente não sei o que o meu pai anda fazendo enfurnado no seu laboratório e nem me interessa saber, e se for coisas ruins eu não darei o meu aval a nem uma delas, o senhor pode ter certeza disso! 

__ Querido, acalme-se! Papai não estava perseguindo o doutor Kalil, era outra pessoa, não é mesmo papai? - Marie diz tentando manipular sua resposta com o olhar. 

__ Não era outra pessoa filha, era sim o doutor Kalil. - Oliveira não esconde a verdade e é fuzilado pelos olhares de espanto de todos à sua volta. 

__ Eu sabia! – Enzo diz soltando um risinho sarcástico.

__ Eu não estaria aqui agora se a sorte não tivesse ao meu lado… - Oliveira começa, e é interrompido pela esposa. 

__ Não foi sorte, foi Deus, Querido. - Sorrir gentilmente para ele. 

__ Que seja... Seu pai pagou um maluco para entrar na frente do veículo e nos parar. Dr.Maier e eu estaríamos mortos agora... Se ele pagou alguém para nos impedir é por que  esconde algo por aquelas bandas que não quer que ninguém descubra e boa coisa que não pode ser. – Diz Oliveira, exaltado.

__ Você está blefando! Acha que papai pagaria alguém pra matar o pai de minha esposa?! – Enzo Pergunta já alterado. 

__ Tenho certeza que sim, eu o conheço muito bem e sei que é capaz! - Oliveira se levanta abrupto de seu lugar e encara o genro de pé. 

__ Se você o conhecesse bem, saberia que não seria capaz de tal coisa! Aliás vocês já foram muito próximos, fizeram até mestrado juntos. 

__ Sim, já fomos. Não somos mais. Cortamos todo contato a muito tempo. Torceu o nariz  para mim, assim que recusei ir trabalhar com ele. E não penso em aceitar nem tão cedo! - Oliveira também se exalta. 

__ Querem parar já com isso?! Parecem duas crianças brigando! - Dona Rita tenta intervir. 

__ Se acha que vou implorar para que trabalhe na minha empresa está muito enganado!  Se for necessário, Marie irá sim trabalhar comigo, com ou sem o senhor. Ela é minha esposa e será submissa ao marido quando necessário. – Diz Enzo se exaltando ainda mais. Oliveira dá de ombros e maneia a cabeça em negativo. 

__ Eu duvido muito! - O sogro o provoca. 

__ Querido, nós já conversamos sobre isso, e você já sabe minha decisão. – Diz Mary o lembrando que não pretende sair da empresa atual. 

__ Está apoiando o seu pai, ao invés de mim?! – Enzo se sente traído. 

__ Não é questão de apoiar você ou papai, eu já te disse minha posição. Respeito e sempre respeitarei sua opinião, mas não vejo essa necessidade que diz de me submeter a você nesta questão. Quero que respeite minha decisão. Não vou ceder a sua vontade apenas por capricho ou ciúme bobo! - Mary acaba se exaltando também. 

__ Capricho?! Está vendo o seu conceito por mim. - Enzo rebate. 

__ É melhor  irmos todos dormir, já não estamos falando coisa com coisa. O sono está nos embriagando. – Diz Dona Rita tentando acalmar os ânimos. 

__ Quer saber?! Eu vou ir dormir na minha casa! – Diz Enzo já dando as costas para eles. 

__ Querido, mamãe já preparou nossa cama, combinamos que íamos dormir aqui. – Mary diz já segurando o braço do marido. 

__ Você, fica! Já que decidiu ficar do lado do seu pai. Eu, decididamente, depois dessa ofensa, não sei se colocarei mais os pés aqui tão cedo! - Esbraveja fitando o casal. 

__ Tudo bem, querido…  - Marie tenta ser compreensiva. __ Irei pra casa com você, mas saiba que não estou me opondo entre você e papai, apenas sendo justa. 

__ Você não vai, eu já disse! Seu querido pai precisa mais de você do que de mim. - Diz dando as costas novamente e caminhando em direção a porta da sala. 

__ Vai começar com seus ciúmes bobos até com papai, Enzo?! - Mary grita para ele. 

__ Não estou com ciúmes. Você de novo me compreendendo mal. – Diz sem olhar para trás e abrindo a porta. 

__ Está parecendo uma criançona, sabia?! - Mary diz irritada apressando os passos para alcançá-lo. 

__ Estou apenas sendo sensato, seu pai está ferido, não está?! É bom que fique com ele. Aconselho  pedir a Roque, um atestado pra você também! - Diz ao se virar para ela, com a mão na porta aberta. 

__ Quer parar com isso Enzo?! - Mary grita novamente para ele! 

__ Tenham uma boa noite, eu já vou indo! – Enzo tenciona sair e é segurado pelo braço. 

__ Você não vai a lugar algum! - Diz o fitando, séria.  

__ Me solte Mary, eu já decidi! - Tenta se livrar da pegada dela. 

__ Quer agir assim, tudo bem,  mas quero que saiba que já estou por aqui, com esses seus chiliques de ciúmes, acho que nosso casamento não vai tão longe! - Marie esbraveja para ele, gesticulando com as mãos. 

__ Vai fazer chantagem agora? - Enzo diz tentando disfarçar o quão abalado ficou, com as palavras dela. __ Se nosso casamento acabar, saiba que foi pela sua insistência em permanecer ao lado de Roque! - Cuspiu as palavras na direção da mulher, e saiu batendo a porta com uma violência desnecessária. As lágrimas rolaram dos olhos da Dra, fazendo uma trilha em seu rosto, até se quebrarem em seus pés. 

__ Deixe ele ir filha, ele precisa mesmo ficar sozinho. -  Vilma aconselha aproximando-se dela, e lhe abraçando por trás. 

" O que foi que eu fiz?" 

Oliveira reflete, ainda paralisado em sua cadeira à mesa, se sentindo culpado. 

__ Uma coisa eu aprendi com minha avó: Ame, cuide, faça de tudo por um homem, mas, se algum dia precisar implorar para que ele fique, esse homem não é digno do seu amor.

__ Mas se a culpa for minha mamãe? - Marie pergunta um tanto arrependida pelas palavras ditas ao marido. 

__ Isso o tempo dirá. Amanhã com a cabeça no lugar tudo se resolve. Se você avaliar e perceber que é realmente a culpada, vá atrás dele, se não for, não arrede os pés daqui. Deixe que ele venha atrás de você. Vocês são marido e mulher e essa é apenas uma crise.

Mary baixa os ombros desapontada, e triste pela situação ter chegado a esse ponto. Ainda olhando fixo para a porta fechada, o chaveiro que ainda se balançava, ouve na rua o carro ligando e o ronco dos motores, os pneus cantando no asfalto, e o carro saindo em disparada. 


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