Capítulo 2 - Virando o Jogo
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"O mundo muda, e o Live Archive, também."
Dra. Merie...
Roque Sales...
Beca Sales...
Ângela Maria...
Enzo Batista...
Marie amava muito seu marido Enzo que lhe correspondia com o mesmo amor. Eram casados há 7 anos e nesse tempo todo, nunca haviam discutido tanto como nos últimos meses com a aproximação de Roque, o chefe de sua esposa. Não era de seu costume ser tão ciumento. Mas os olhos do rival denunciavam que estava espreitando Marie como um caçador espreita uma caça. E estava disposto a lutar por ela com unhas e dentes e se preciso fosse, arriscar todas as suas fichas em recuperar a atenção dela toda para si.
Enzo era o CEO na empresa de seu pai, o cientista Kalil, a Eternia pharmaceutical industry na zona norte de São Paulo, pioneira na fabricação de medicamentos de baixo custo que beneficia o governo em compras para abastecer o seu defasado sistema de saúde. Enquanto Marie, parecendo até ironia pelo fato de que Kalil, por algum motivo, não querer patrocinar seu projeto, trabalhava na zona sul na empresa concorrente MS Marcos Sales. Onde Roque Sales, amigo antigo de faculdade de Marie, disposto a roubar seu coração, era o seu patrão. Trabalhavam no mesmo edifício. O que deixava ainda mais fácil sua aproximação à mulher. Viam-se todos os dias e de uns tempos pra cá estavam ficando muito próximos pelo financiamento da sua pesquisa.
E nesse momento, no vigésimo andar, Beca Sales, tia de Roque, caminhava pelos corredores com passos firmes, fazendo que com seus saltos altos produzissem o barulho das suas passadas decididas e sensuais e fosse ouvido por onde caminhava. Gostava de chamar a atenção alheia e considerava aquele andar uma música a seduzir os nerds por ali. Fria como gelo, estava indo em direção à sala do sobrinho com uma folha que se agitava em suas mãos.
Beca era uma senhora de cinquenta anos, mas com uma aparência muito mais jovem do que a idade representada em seus documentos. Frutos colhidos pelos cuidados com a alimentação e exercícios físicos diários, além é claro, dos produtos de beleza eficazes contra o envelhecimento precoce produzido pela empresa em que trabalhava. Era loura, cabelos curtos e tinha a uma pele lisa e perfeita com um corpo esbelto de dar inveja em muitas garotas mais jovens. Rebeca, Beca como era conhecida, era uma das acionistas da empresa.
Em sua sala, Roque era servido pela secretária que estava sentada sobre sua mesa com a blusa parcialmente aberta e ele por entre suas pernas se deliciando em afagar os seios fartos e desnudos da moça e se afogando em sua boca perfeita e gostosa.
Enquanto a mulher se aproximava pelo corredor, no interior da sala do chefe, as coisas ficavam cada vez mais quentes. Roque segurava suas duas mãos sobre a madeira e a beijava por toda extensão do pescoço. A moça suspirava e franzia os lábios. Roque soltou uma de suas mãos e a deslizou até a coxa da mulher e a cariciava quando Beca, abriu a porta de rompante e surpreendeu o casal que já estavam a um passo de uma transa. Com o susto, Roque saiu ligeiro de sobre o corpo da moça, afastou-se para o lado, dando as costas para tia, passou uma das mãos no rosto, suspirou fundo e descansou as mãos nos quadris, se mostrando constrangido. A moça desceu assustada de sobre a mesa ajeitando sua saia e logo começou a abotoar sua blusa. Beca os olhava boquiaberta com flagra e paralisada com a folha em mãos.
__ Que mania, entrar sem bater titia! - Roque falou não gostando de ser surpreendido.
__ Esse é um mal de família. Os Sales nunca pedem permissão, chegam e entram onde lhes dão na telha. - Beca, falou cheia de ego.
Roque tinha por volta de quarenta e poucos anos, era alto, mais ou menos 1,90cm de altura, corpo malhado pela rotina frequente na academia, cabelos pretos e lisos, que estavam sempre bem penteados. Rosto comprido, barba rala em cavanhaque. Tinha um olhar penetrante, sobrancelhas baixas e olhos negros e pequenos.
__ Me lembrarei de manter a porta sempre trancada. - Disse Roque ajeitando o nó de sua gravata.
__ Quer privacidade agora?! Nunca se importou com isso... Ou está com vergonha de saberem que tem um caso com a secretária pobre? - Beca disse fitando com sarcasmo a moça que se sentiu constrangida. __ Devia se dar o devido valor, Ângela! - Completou.
Ângela era magra, pele negra, mas num tom mais claro. Cabelos encaracolados e negros, olhos grandes e claros esverdeados. Ela se encolheu por um momento, mas decidiu enfrentar a mulher prepotente a sua frente.
__ Não me considero pobre senhora, talvez classe média, mas pobre não. - A moça falou em sua defesa.
__ A, não?! - Beca disse agora mais interessada no assunto. __ Sua mãe é faxineira aqui na empresa, você só está ocupando esse cargo de secretária, por que têm funções duplas, uma delas é satisfazer meu sobrinho quando se sentir carente. Está aqui por ter um corpo bonito, não por sua competência! __ Dizia duramente. __ Ou seja, o que a sua eficiência não supre, seu belo corpinho o faz!
__ Titia, é melhor parar com isso, está constrangendo ela. - Roque tenta intervir sentindo uma pontada de pena da moça.
__ Me respeite senhora! Independente de tudo... Tenho executado um excelente trabalho aqui na empresa. E Roque... - Olhou para o homem antes de terminar. __ Roque e eu somos namorados, ele disse que em breve vamos noivar e oficializar nosso relacionamento.
Beca soltou uma sarcástica gargalhada ao ouvir o que Ângela disse. Para ela, teria sido essa a melhor piada que ouvira na semana, não, quem sabe no mês? Retomou a postura e sem pena nenhuma da moça, resolveu rebater com ironia a inocência da pobre mulher ali ao seu lado.
__ Sobrinho... não seja malvado! Pare de iludir essa pobre moça! - destilou seu veneno nas palavras como uma cobra peçonhenta, desacreditando as palavras da jovem. __ Sabe quando você fará parte da família Sales? - Beca deu uma pausa e completou: __ Nunca!
__ Com licença senhor Roque, não vou ficar aqui ouvindo as humilhações de sua tia. - Ângela falou se retirando a passos largos para fora da sala batendo a porta atrás de si com força. Nunca havia sido tão humilhada em toda sua vida. As lágrimas já saiam de seus olhos e escorriam pela sua face sem controle. Correu envergonhada pelo corredor em direção ao elevador, esbarrando nas pessoas pelo caminho.
Na sala, Roque irritado dirigia a palavra à tia. Sabia que a promessa era uma mentira muito deslavada, mas apreciava a foda da morena.
__ Não precisava disso titia! Viu como ela ficou?! - falou desgostoso.
__ Vai ficar contra mim agora? Temos que colocar as pessoas em seu devido lugar, e você sabe muito bem disso!
__ Mas você foi bastante dura com ela, depois quero que lhe peça desculpas.
__ Há, Roque, me poupe! - Falou com desdém. __ Não vê o grande risco que corre ao se relacionar com essa moça? Não se esqueça de que ela já acusou Enzo de estupro no passado.
__ Não acredito se tratar apenas de uma acusação, tenho quase certeza que ele abusou sim dela. - Comentou se escorando na mesa ao seu lado.
__ Eu já não sei o que pensar, mas não importa, assine isso pra mim, é a liberação para recebimento dos insumos vindos da Alemanha. - Beca falou lhe entregando a folha com o documento.
Roque a pegou de sua mão com fúria e sentou em sua cadeira. Rubricou sua assinatura com uma caneta de ouro entregando a folha novamente para tia.
__ Esse valor está meio alto, poderiam ter negociado melhor essa compra. - Reclamou depois de ver as cifras no papel.
__ É o melhor preço do mercado e alguns materiais que precisamos, assim com as bases primordiais ao processo laboratorial só foram encontradas por lá. Se estiver achando caro, é hora de começarmos a pensar na nossa própria fabricação de insumos. A Eternia, nossa concorrente, já introduziu a ideia aos seus produtos. O que já vem barateando o custo de fabricação e logo aumentando a margem de lucro para a empresa.
__ Coloque isso como pauta para nossa próxima reunião, não ficaremos para trás.
Nesse momento, eles ouvem batidas na porta.
__ Entre! - Roque ordena.
__ Com certeza não é um Sales. - Beca disse com desdém.
Era o diretor de finanças que entrava com sua maleta em mãos. Um senhor calvo aparentando ter uns cinquenta e sete anos de idade.
__ Chefe, Senhora... - Faz uma breve saudação.
__ Espero que tenha nos trazido boas notícias. - Roque disse cruzando as pernas e entrelaçando os dedos sobre a mesa.
__ Sinto muito, mas as notícias não são tão animadoras. A Eternia pharmaceutical industry, ganhou a licitação do governo para o fornecimento de diversos medicamentos para seus programas de saúdes vigentes no momento. - Informou já jogando as folhas com o relatório sobre a mesa.
__ Maldição! Eu não acredito! __ Passou as mãos no rosto. __ Como foi deixar isso acontecer?! - Roque segurou o senhor pela gola da camisa e o puxou para próximo de si o fazendo se erguer sobre a mesa ficando cara a cara consigo.
__ Me desculpe, senhor, eu e minha equipe fizemos tudo que podíamos. Não foi por falta de empenho. - O pobre homem dizia cheio de pavor.
__ Largue ele Roque... não adianta ficar nervoso. Agora é aprender com os erros, esperar a próxima licitação e não deixar escapar novamente.
Roque soltou o homem e varreu todos os objetos de cima da mesa com a mão num golpe de fúria os jogando todos contra o chão. Perder uma licitação milionária não era nada bom, e perder para o Enzo, era ainda pior.
__ Roque, Acalme-se! Ao invés de perder tempo dando seu chilique, você poderia começar a pensar em uma forma de dar o troco naquele paspalho. - Beca sobriamente o reprimiu.
__ E não é só isso senhor... - O diretor ainda ousou em dizer. Teria que terminar o que veio fazer, independente da reação de seu patrão. Era sua função. __ A nossa empresa está a um passo de entrar no vermelho, se não cortarmos alguns gastos, iremos falir, com certeza.
__ O senhor só é o portador das más notícias? - Roque questiona o fitando com um olhar tenebroso.
__ Me desculpe senhor, tenho que te manter informado sobre a situação da empresa, essa é a minha função. - O diretor explicou, temendo a reação do patrão novamente.
__ E qual ação você acha que devemos tomar? - Roque perguntou.
__ Podemos começar cortando gastos desnecessários. - Instruiu o diretor.
__ E por onde podemos começar? - insistiu.
__ Podemos começar interrompendo o Life Archive. - Beca citou o projeto de Marie, fitando o sobrinho já prevendo sua reação.
__ Eu também concordo! - O diretor apoiou a ideia.
__ Não. Interromper o Life Archive está fora de cogitação. Marie ficaria muito desapontada se eu paralisar seu projeto. Não quero vê-la triste. Esse é o único motivo que a segura aqui ao meu lado.
__ Você pode muito bem conquistá-la, sem tê-la por perto. Não confia no seu taco? - Beca o provoca.
__ Vai continuar com suas provocações, titia? Lutei muito para tê-la tão próxima a mim, não quero abrir mão disso. É questão de tempo para que largue o seu marido, para ficar comigo. - Falou firmando as duas mãos fechadas sobre a mesa.
__ Sobrinho... vamos ser razoáveis, Mary jamais largará o marido para ficar com você! Ela não é como a sua secretária que basta uma cantada de segunda, que vai logo abrindo as pernas. Ela é fiel ao marido, é íntegra... É diferente!
__ É exatamente por isso que sou fascinado por ela. É como uma obsessão tê-la para mim. É como um desafio. Quero tê-la a qualquer custo! - Exclamou Roque um tanto nervoso indo até a janela da sala.
__ Vai deixar a empresa no vermelho por conta de um capricho seu, um romancezinho idiota? - Beca o questiona pensando na provável falência por um mero rabo de saias.
__ Você diz isso porque não conhece a dimensão do meu amor por ela. Aliás, você alguma vez já sentiu isso, titia, Amor? já amou alguém na vida? - Perguntou se virando para ela.
__ Que pergunta mais idiota! - Beca não se agrada.
__ Sei que Alan, o segurança do prédio, anda lhe dando uns pegas as escondidas. - Roque diz debochado.
__ Não mude o foco da conversa, Roque! - Beca Rebateu, não gostando do rumo que a conversa tomava. __ Estamos gastando milhões com um projeto ridículo, como se isso fosse se tornar realidade algum dia... Não estamos tendo retorno algum desse investimento, será que não vê que nosso dinheiro está indo pelo ralo?! - Falou ela um tanto exaltada.
__ Eu tenho visão titia, já parou para pensar quantos milhões faturaremos no futuro, com bilionários querendo trazer seus entes queridos de volta à vida? Ou talvez eles próprios?
__ Roque... Nós nem sabemos se estaremos vivos até lá. - Beca continuava descrente quanto ao projeto.
__ Você diz como se estivéssemos muito longe dessa realidade, mas é aí que você se engana... Temos profissionais trabalhando dia e noite em busca de criar uma tecnologia capaz de colocar esse projeto em prática. Já estamos tendo resultados satisfatórios fazendo testes em camundongos.
__ Mesmo que tivesse tal tecnologia, criar clones ainda é proibido por leis. Irá burlar as leis?! - Beca pergunta com desdém.
__ Não seja tão inocente titia, você sabe que o poder compra tudo! - Disse se aproximando dela e a fitando nos olhos.
__ Marco, seu pai, vai ficar furioso ao saber que você deixou a empresa no vermelho!
__ Papai ainda está de férias, não vá o importunar com coisas desagradáveis. Logo, logo nós contornaremos essa situação.
__ Nada disso deveria estar acontecendo se fosse um melhor gestor. - Beca diz o fitando de perto. Roque, tomado de ira pelas palavras da tia, a bofeteou no rosto. O diretor ficou boquiaberto.
__ É melhor você ter mais respeito pelo seu chefe, não é por que você é minha tia que não posso te demitir! - Cuspiu as palavras na direção dela que acariciava o rosto dolorido e vermelho pelo tapa.
__ É melhor me retirar, chega de perder meu precioso tempo com um garoto mimado que não aceita ser ajudado. - Falou dando as costas para o sobrinho e se retirando.
__ Isso mesmo, vai embora daqui e me deixe em paz! - Roque gritou furioso para a tia. Voltou-se ao diretor que o olhava assustado e numa voz de trovão... __Você também, suma da minha frente! Seu incompetente!
O diretor catou rápido a papelada dos relatórios espalhadas sobre a mesa e já foi saindo. Sabia que quando irritado, Roque poderia ser muito violento e não queria ter a experiência de ter a sua mão "acariciando" a pele do seu rosto como fez com a própria tia.
__ E não volte aqui novamente sem uma solução! Aliás, você é pago pra isso, pra achar soluções! - Continuou gritando até que o homem saísse pela porta. E assim que ela fechou, atirou um peso de livros nela espatifando a estátua de gesso.
Caminhou de volta para a sua mesa, e chutou forte a ligeira, espalhando todo o seu conteúdo pelo chão. Sentou bufando em sua cadeira e olhava fixo para a mesa fitando o nada.
__ Mas o que aconteceu aqui, um terremoto? - Beca diz com sarcasmo, entrando mais uma vez na sala, sem ser anunciada novamente.
__ Você de novo?! Voltou para me infernizar novamente?! - Perguntou a fitando.
__ Para reparar o mal estar que ficou entre nós, quero te contar algo que irá te ajudar a marcar um ponto com a doutora... __ O sorriso dela era venenoso e Roque sabia se tratar de uma armadilha, no momento propício, ela se vingaria daquele tapa...
(..).(...)
No segundo andar, Marie ainda estava em choque, assentada em uma cadeira, olhava o vazio da sala não acreditando no que vira pela janela há poucos minutos atrás. Enquanto Pietro firmava uma de suas mãos em seu ombro tentando lhe passar conforto, Jéssica trazia um copo com água.
__ Beba, é um calmante. - Disse ela lhe entregando o copo. Marie o segurou com suas mãos trêmulas e logo tomou seu conteúdo num único gole.
__ Vocês precisam ver isso, eu filmei tudo... As vísceras dela saíram do corpo... - Caco entrou esbaforido no refeitório contando com entusiasmo sobre o estado do corpo da bondosa senhora Rose. Calou-se ao ver os olhares de reprovação de todos que foram lhe direcionado.
__ Caco! Olha o estado da Mary, o que você tem na cabeça caramba! - Jéssica o repreende.
__ Desculpa aí galera, eu exagerei mesmo. Mary desculpe, não foi por mal... Eu... - Caco resguardou-se em vergonha, mas admitia por dentro, o vídeo ficou incrível!
__ Por que não vai terminar de concluir o relatório do dia? - Pietro diz cerrando o cenho para o colega.
__ Tudo bem, eu vou fazer isso. - Disse se retirando sem graça.
Roque entrou às pressas no refeitório e logo já pode ver o estado debilitado de Marie. Engoliu em seco a satisfação do momento e aproveitando as boas graças do destino sobre si...
__ Marie, você está bem? - Perguntou se aproximando devagar dela. Era um lobo, circundando a presa fácil ali em sua frente.
__ A senhora Rose... Foi atropelada, bem ali diante dos meus olhos, foi uma cena horrível... - Contou o acontecido, em prantos.
__ Acalme-se querida. Vem cá... Shiuu... Já passou... Não precisa ficar assim. - Roque falalou lhe dando um abraço apertado assim que ela se levantou da cadeira. Satisfeito por ela nem sequer perceber suas intenções.
__ Ela conversou comigo há poucos minutos e logo em seguida ela... ela...
__ Eu sei que é estranho. É a vida. Esse é o destino das pessoas. Num minuto tudo está perfeitamente bem, em outro... __ Ele afagava seus cabelos com um sorriso enorme por dentro. __ Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. Não se esqueça de que seu projeto pode trazê-la de volta um dia.
__ Ela era única, Roque, mesmo que nasça um ser semelhante a ela, não será ela de verdade.
__ Eu sei, mas trará muitas lembranças dela junto com ele...
__ O que está acontecendo aqui? - Disse Enzo, o marido de Mary, ao entrar no refeitório e ter a visão da esposa num abraço caloroso com o patrão Roque Sales.
Marie se virou de rompante para ele, Jéssica e Pietro trocaram olhares, enquanto Roque dava um sorriso sarcástico, nem se tivesse planejado a cena, teria tanta sorte por ele estar ali naquele momento presenciando aquela visão.
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