Capítulo Trinta e Cinco
Scott Prescott:
Na parte da tarde, Zack e Sao chegaram com expressões mistas. Quando vi meu namorado, corri para sua direção e o abracei.
— Por favor, diz que deu tudo certo? — perguntei ansioso.
Zack fez um silêncio que parecia uma eternidade antes de responder. Sao, então, olhou para o filho e deu um tapa na nuca dele.
— Pare de fazer isso com o menino — Sao repreendeu.
— Deu tudo certo na medida do possível — Zack disse e isso me fez suspirar aliviado. — O Lorde Brand iria matar meu pai, mas o Grande Rei Milo o impediu. Ambos formam um casal bastante adorável.
— Poderia ter me avisado antes do que aconteceu — falei. — Sabe como fiquei ansioso esperando uma resposta sua.
Zack sorriu e beijou minha testa com delicadeza.
— Você já estava lidando com muita coisa, não era necessário sobrecarregar você com os detalhes da situação. Além disso, não precisa se preocupar com as questões da alcateia — Zack disse enquanto fazia carinho nos meus cabelos. — Eu entendo que o Rol era seu melhor amigo e quase um irmão.
Olhei para baixo, tentando evitar pensar nisso depois de voltar para a casa dos meus pais. Perguntei para minha avó assim que cheguei aqui, mas ela disse que era impossível; ela conhecia como promessas e palavras são algo bastante severo no submundo, e essa era uma promessa de troca entre Rol e Carmuel que nada poderia quebrar, pois ambos estavam em risco. Uma marca de escravidão os vincula, o mestre e aquele que foi submetido à marca, mas há um enorme risco para ambos.
Minha avó, com sabedoria em seus olhos, explicou que a ligação entre Rol e Carmuel, embora arriscada, era uma espécie de equilíbrio delicado no submundo para as pessoas que estavam desesperados. Tentar quebrar a marca poderia resultar em consequências imprevisíveis, afetando ambos em um enorme caos que ambos sentiam o que o outro passava fisicamente, mas quem faz isso geralmente está desesperado por alguma coisa.
Respirei fundo, absorvendo a gravidade da situação. Sabia que enfrentar desafios era inevitável, especialmente quando lidando com o submundo, mas a complexidade dessa promessa de troca lançava uma sombra sombria sobre meu entendimento.
— Lídia me contou que a marca pode ser retirada se a promessa for concluída, mas em casos extremos pode ser fatal, especialmente quando a pessoa submetida enfrenta seu mestre — murmurei as palavras que minha avó compartilhou comigo horas antes. — Carmuel vai sentir a dor que Rol poderia sentir ao desobedecê-lo. — Zack soltou um murmúrio inaudível. — Isso pode matar ambos — continuei sem olhar nos olhos dele. — Carmuel fez isso porque estava desesperado para ter Rol ao seu lado. A angústia permeava suas ações, uma busca desesperada para ter alguma coisa útil vindo do Rol.
— Isso quer dizer? — Zack perguntou, incrédulo.
— Carmuel está decidido a se sacrificar por alguma razão e está completamente desesperado para usar essa marca — ouvi minha avó dizer atrás de mim.
Sao passou por nós, e minha avó se aproximou calmamente.
— Não sei o que ele planeja com tudo isso, mas seria como colocar uma bomba sobre a cabeça dele e sobre a de Rol neste momento — minha avó disse. — Mas não precisa se preocupar com o que vai acontecer agora; ele deve estar perfeitamente ciente do risco que está assumindo.
Zack olhou para o horizonte por um momento, absorvendo as palavras da minha avó. A tensão pairava no ar enquanto todos ponderavam sobre as complexidades dessa situação sobrenatural.
— Não têm como fazer nada mesmo? — Zack perguntou.
— Infelizmente, essa marca é feita com uma mistura básica de ingredientes, mas apenas o mestre pode encerrar a marca por vontade própria, sem negação da própria mente e coração — minha avó explicou. — Outro método seria se um dos dois morrer.
— Isso não vai acontecer — falei, determinado. — Rol encontrará uma solução, e seja lá o que Carmuel esteja pensando, ele perceberá que cometeu um erro ao usar essa marca.
Minha avó sorriu amplamente na minha direção.
— Pode apostar que ele irá. Pelo que vi, aquele rapaz tem um gênio forte e é um bom lutador. — Ela disse. — Irá conseguir passar por tudo.
— Eu também sei que ele vai conseguir fazer isso — falei.
— Eu também acredito nisso — Zack disse.
******************************
A semana passou e já era quinta-feira. Acabamos de tomar um cappuccino no campus com o Levi, que sugeriu passarmos um tempo entre irmãos. No entanto, ele teve que ir embora logo para treinar para o torneio de golfe do clube, no qual ele e o Spike competiriam neste final de semana.
É meio estranho comprar um cappuccino do seu lugar de trabalho no mesmo instante em que saíram, ainda mais em seu dia de folga.
Após nos despedirmos do Levi, decidi aproveitar a tarde de folga com Zack. Caminhamos pelo campus, relembrando histórias antigas e rindo de momentos compartilhados. À medida que a tarde avançava, escolhemos um banco tranquilo no jardim para relaxar.
Enquanto saboreávamos nosso cappuccino, a conversa fluiu naturalmente sobre planos futuros e aspirações. Zack compartilhou seus sonhos de viajar pelo mundo, enquanto eu falava sobre minha vontade de explorar novas oportunidades de desenvolver a alcatéia como tem feito nesses últimos dias. A tarde se desdobrou em uma mistura agradável de reflexão e descontração.
Agora, estava sentado na varanda da frente de sua casa, vendo Zack tentar arrumar um carro com meu pai, Gabriel. Devo dizer que era uma cena louca, observar meu pai explicar tudo perfeitamente, com detalhes sobre as peças do carro, antes de lembrarem que estavam na frente de casa, em uma rua pública, com vizinhos mundanos.
Seria difícil explicar como levantaram um carro apenas com a força do corpo.
Angel voou para o meu colo, e a vizinha da frente passou, olhando para a cena antes de piscar os olhos, como se estivesse vendo um brinquedo de controle remoto ou um bichinho de pelúcia. Notei meu pai, Jacob, se sentando na cadeira ao meu lado.
— Às vezes esqueço que mundanos, que não conseguem ver a magia, relacionam o Angel quando o veem voando — pai Jacob disse, confuso.
— Nem eu sei o que eles podem ver? Mas imagino que deve ser uma pelúcia adorável — falei e peguei Angel nos braços, dando inúmeros beijos nele, que miou em divertimento.
A cena descontraída na varanda continuou, com Zack e meu pai ainda envolvidos na tentativa de consertar o carro, enquanto eu me divertia com Angel nos braços. A vizinha da frente continuava sua caminhada, ainda lançando olhares curiosos para a cena, sem perceber a verdadeira natureza de Angel.
Entre risadas e trocas de olhares cúmplices com meu pai, percebi que, apesar das peculiaridades, esses momentos de magia e normalidade coexistiam harmoniosamente em nosso lar. Era um reflexo da vida única que compartilhávamos, onde a magia se misturava à rotina cotidiana.
Meu pai deu um petisco para Angel comer e se deitou ainda mais na cadeira, complementarmente relaxado. Era bom ter um pouco de paz, aproveitando a serenidade da tarde e compartilhando esses momentos simples e especiais com minha família, mesmo diante de todas as complexidades mágicas que permeavam nossa vida.
Tudo estava se encaixando nos últimos dias.
Olhei para o meu pai, que já estava começando a ter sua barriga crescendo, e me perguntei como seria meu irmão ou irmã mais novo.
— Pai, já pensou no nome do futuro bebê? — Perguntei.
Meu pai sorriu, acariciando sua barriga protuberante.
— Ainda não decidimos, mas estamos pensando em algo que una a magia de nossa família com a simplicidade do cotidiano — disse ele, com um brilho nos olhos.
Enquanto ponderávamos sobre os possíveis nomes, senti uma crescente antecipação pelo novo membro da família que estava a caminho. A ideia de um irmão ou irmã mais novo trazia uma alegria renovada, adicionando um capítulo emocionante à nossa história mágica e peculiar.
— Eu tenho algo para o futuro bebê — falei, e meu dedo brilhou delicadamente. No ar, caiu no colo do meu pai uma pelúcia.
A pelúcia era uma criação encantadora, feita com um toque mágico. Seu pelo era suave e delicado, tingido em tons suaves de azul e prateado, refletindo uma aurora mágica. Os olhos brilhavam com uma luz sutil, transmitindo uma sensação de calma e proteção. Um pequeno emblema, representando a união da magia da família, estava bordado na barriguinha da pelúcia, dando-lhe um toque pessoal e especial. Era mais do que um simples brinquedo; era um símbolo de amor e magia destinado a acolher o novo membro da família com carinho e encanto.
Meu pai pegou a pelúcia com ternura, observando cada detalhe com um sorriso radiante.
— Que presente maravilhoso, meu filho. Tenho certeza de que o futuro bebê vai adorar — disse ele, abraçando a pelúcia como se fosse um tesouro precioso.
Zack, que tinha se juntado a nós, acrescentou com um sorriso:
— Parece que nossa família está crescendo não apenas em número, mas também em magia e amor.
Envolvidos nesse momento especial, olhamos para o futuro com esperança, antecipando as alegrias e desafios que a expansão de nossa família traria. A magia, o amor e a singularidade que nos uniam eram a essência do nosso lar, e eu sabia que esses laços só se fortaleceriam com a chegada do novo membro da família.
________________________
Gostaram?
Até a Próximo
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top