Capítulo Treze
Scott Prescott:
— Isso vai ser interessante — Minha avô falou, olhando para todos na sala. — Vamos ver no que tudo isso vai dar.
Uma grande merda é o que vai dar.
Pensei em ouvir isso de Lídia ou da minha avó, vai entender como devo agir com ela.
— Por que não vamos logo embora? — Rol falou, olhando para o cara que pelo visto já odeia o meu colega. — Não quero ver a cara dele por um bom tempo.
— Dá para se acalmar — Falei para ele, enquanto me aproximava lentamente. — Estamos indo agora, o Zack já voltou.
— E o meu carro? — Levi perguntou. — Temos que ir buscá-lo, lembre que ele parou antes de batermos naquela árvore.
— Querido, você tem uma avó que usa magia, é só me falar onde ele está que eu mando para você. — Lídia falou, e meu pai Gabriel a olhou com uma cara irritada.
— Eu busco amanhã no local do acidente e o deixo no campus da faculdade. Sem magia. — Pai Gabriel falou. — Lídia revirou os olhos.
— Eu vou fazer, meus netos merecem um agrado da avó deles. — Lídia falou e piscou para mim. — Ainda os mandarei até o campus. São querido, assim que chegar, assopre isso aqui! — Sua mão girou e um frasco com um pó roxo surgiu. — Tudo vai se resolver no seu cadastro na faculdade.
— Pai, você vai ter que consertá-lo. — Levi disse.
— Obrigado! — Zack falou, pegando o frasco na mão.
— Ainda acho uma má ideia ele ir para a cidade dos humanos — Richard falou. — Não gosto dessa ideia.
— Fique quieto — Lídia falou. — Se ele ficar, vai morrer, e sei que ninguém da sua alcatéia quer isso.
O homem se calou, apenas olhou para Lídia com um olhar de puro ódio, e virando sua mão com um brilho roxo cegante, tudo desapareceu. Fechei meus olhos com força, e no momento que os abri novamente, me vi em frente ao meu quarto com Rol à minha frente.
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Me afastei e me sentei na cama, e Rol fez o mesmo.
— O que foi isso? Como chegamos tão rápido ao nosso quarto? — Perguntei de uma vez.
— Foi o véu das dimensões — Rol falou, e me lembrei que Lídia falou disso mais cedo. — É uma magia usada para pular de uma dimensão para outra, ou viajar mais rápido pelos locais do submundo ou do mundo humano. Titãs e os guardiões cósmicos usam esse tipo de detalhes e, raramente, alguns monstros ou demônios.
Olhei para ele e balancei a cabeça, pensando na última parte.
— Lídia falou que fez isso para chegar até nós na alcatéia do Zack — Falei, e Rol assentiu, parecendo nervoso com algo. — Como se sente?
— É a décima vez que você me pergunta isso — Rol falou. — Estou bem, aquela flor me curou por completo e retirou o veneno. Só não queria ter a ajuda daquele cara.
— Você o odeia mesmo? — Falei, e Rol fechou a cara. — Ou é só paixão à primeira vista?
Desviei na hora que ele jogou o travesseiro na minha cara.
— Odeio ele, assim como qualquer alfa dominante que se acha, ou até alfas normais — Rol falou, bufando. — Ele me humilha e agora quis me salvar e a irmã me treinar. Tem algo aí, tenho até medo de como eles vão me fazer pagar por causa dessa flor.
— O que você acha que vai ser? — Perguntei, abraçando as minhas pernas. — Ele parece ser do tipo que faz o impensável.
— Também acho que ele vai fazer algo que nem eu possa imaginar — Rol falou e levantou da cama. — Não quero pensar nisso, só vou tomar um banho e ir dormir; você deveria fazer o mesmo.
Olhei para ele preocupado.
— Scott, não precisa se preocupar, eu sei me cuidar, e esse Carmuel não vai me provocar.
Olhei estranho para ele, que fez sinal de silêncio e abriu a nossa porta, fazendo um idiota cair de cara no chão.
— Alvin, o que está fazendo no prédio? — Perguntei, e o idiota me olhou com um olhar inocente.
— Vim ver um amigo que mora aqui e soube que você era desse prédio, então vim dar um olá! — Alvin falou, e Rol revirou os olhos. — Então, sobre o que estão conversando?
— Nada que seja do seu interesse — Rol falou. — Agora saia do meu quarto!
— Estou falando com ele, magrelo — Alvin falou, olhando para Rol, que rosnou. — Virou um cachorro agora?
— Alvin, sai logo daqui! — Falei, evitando o pior. — Ninguém quer sua presença.
— Que isso, loirinho! — Alvin falou levantando. — Não precisa ser tão frio comigo. Somos namorados, se esqueceu?
— Em que mundo? — Perguntei. — Eu só não te soco porque tenho respeito por mim mesmo e não vou me rebaixar ao seu nível. E, no seu caso, já tenho alguém que gosto e que gosta de mim, e praticamente vamos namorar em breve.
Rol piscou, e vi que Alvin iria surtar em poucos minutos.
— Você não pode fazer isso, namorar outra pessoa — Alvin falou, vindo para cima de mim. — Scott, você é meu, todo meu.
— Agora, chega dessa palhaçada. — Rol falou, segurando Alvin pelo ombro. — Estou querendo fazer isso desde de manhã.
— Me solte! — Alvin falou exaltado, se virando. — Seu magrelo, filho da puta.
Quando menos percebi, Rol socou Alvin com tudo, que caiu para trás com as mãos no nariz e gemendo de dor.
— Magrelo é o seu cu — Rol falou. — Agora vou colocar o lixo para fora.
Pegou os pés do Alvin e saiu puxando ele pra fora do quarto, mas parou e olhou pra mim.
— Pode pegar uma roupa, uma toalha e as coisas de higiene pra mim e levar pro banheiro — Rol falou antes de sair do quarto arrastando Alvin. — Até daqui a pouquinho.
Vi os dois sumirem no corredor e fui fazer o que me pediu, pegando os produtos de higiene dele, os meus e algumas roupas.
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Saindo do quarto, fui em direção ao banheiro comunitário do prédio, que é igualzinho ao que mostram nos filmes ou em folhetos. Há vários boxes para os alunos, só precisamos pagar pelo uso do chuveiro com o cartão que a faculdade nos disponibiliza, junto com o material que pagamos.
Chegando lá, vi que já tinha vários rapazes, então esperei o Rol voltar, o que aconteceu em minutos. Todos olharam para ele, e acho que já souberam o que ele fez.
— Onde você o colocou? — Perguntei baixinho assim que ele se aproximou de mim.
— Na frente do prédio — Rol respondeu e parecia cansado. — Ainda usei magia para consertar o nariz dele, e foi demais para mim.
— Claro que foi, você está se recuperando do que aconteceu mais cedo! — Falei irritado. — Ou seja, nada de magia, até estar completamente recuperado.
— Pode deixar, mamãe — Rol me respondeu e pegou as coisas dele. — Agora, me deixe tomar um belo banho.
Ele passou por mim, entrando em um box, e fui em outro e comecei a me lavar, torcendo para ninguém falar da ocorrência do Rol arrastando um Alvin gemendo de dor e que depois parou.
Enquanto a água morna do chuveiro caía sobre mim, comecei a sentir uma mistura de emoções. A situação com Rol e Alvin tinha sido intensa, e eu estava aliviado por Rol ter me defendido, mas ao mesmo tempo preocupado com as possíveis repercussões.
Minha mente estava inquieta, e meu coração batia mais rápido do que o normal. Pensava em como as coisas haviam mudado tão rapidamente em minha vida desde que conheci Zack e sua alcatéia. Sentia-me atraído por ele, e a ideia de nos tornarmos companheiros mexia com os meus sentimentos de uma maneira que eu não conseguia compreender completamente.
Além disso, a presença de Alvin me incomodava. Ele insistia que éramos namorados, mas eu havia deixado claro que não compartilhava mais esse sentimento. A confrontação no banheiro só havia complicado ainda mais as coisas.
Enquanto a água do chuveiro me envolvia, eu respirava profundamente, tentando acalmar minha mente e meu coração. Sabia que teria que lidar com todas essas emoções e desafios que estavam surgindo em minha vida, mas no momento, tudo o que eu queria era encontrar a paz interior e a clareza para tomar as decisões certas no futuro.
Estava tão concentrado no banho que me assustei quando alguem rodeou seus braços ao redor da minha cintura.
— Sou eu — Zack falou contra o meu ouvido. — Posso tomar um banho com você?
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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