Capítulo Dez

Scott Prescott:

— Que cheiro ótimo — Falei, e Zack me apertou contra seu corpo, cheirando meus cabelos.

— O seu também é ótimo! — Ele disse, e eu cheirei seu pescoço novamente.

E devo admitir, adoro o seu cheiro; é tão delicioso e único de uma maneira incrível.

— Você é um lobo! — ele falou como se não desse para acreditar. — Como isso aconteceu?

Ele me afastou um pouquinho do seu corpo e analisou minhas roupas que estavam um pouco rasgadas. Senti as minhas bochechas esquentarem só por estar quase nu por causa das minhas roupas. Sao analisou o meu peito e viu as marcas das garras. Sua expressão se transformou em puro ódio, olhou ao redor e seus olhos pararam em meu pai Richard.

Zack iria dizer algo, mas uma voz estressada saiu da casa dos Whitlock, era o meu pai Gabriel que nos olhou com desconfiança.

— Por que as roupas do meu filho estão rasgadas e ele está no colo desse rapaz? — Pai Gabriel perguntou, visivelmente estressado.

Uma coisa que acho que perceberam é que meu pai é um pouquinho estressado e fica pior quando é algo em que Levi, eu e pai Jacob estamos envolvidos.

— É uma longa história — Lídia falou, cruzando os braços e encarando Richard. — Não é, Richard?

Sao suspirou e chamou todos para dentro de sua casa, e todos seguiram ele pra dentro.

— E o Rol? — Perguntei enquanto Sao me levava no colo pra dentro. — Como ele está? O que So-jeff fizeram pra ajudar ele?

— Ele está bem! — Zack falou. — Tri está cuidando bem dele. Como ela falou, aquela flor vai ajudá-lo a se curar do veneno daquele alfa lúpus.

Ele fez uma expressão pensativa, e sabia o que ele estava pensando, só não sabia como sei disso.

— O que foi? — Perguntei e Sao me olhou. — No que está pensando?

— A maneira como Tri falou que veio atrás do seu amigo beta — ele disse. — Ela falou que irá ajudar, mas deu para perceber que o irmão não gostou dessa ideia e fiquei com isso na cabeça, ainda mais depois, que Tri falou que a flor é uma que a própria alcatéia deles planta, e a chama de Yoggo, uma flor que é usada para curar tanto o corpo como a alma. Para resumir, qualquer ferimento que o usuário sofra.

Quando ele falou, também fiquei com um mau pressentimento a pensar, o porquê deles trazerem uma flor que parece ser importante, para a Alcatéia So-jeff.

— E o tal do Carmuel, ele parecia odiar os betas — ele falou sussurrando. — Quando Tri falava de betas ele ficava irritado e parecia que iria matar um. Carmuel não me passou confiança, só um pressentimento de solidão sobre ele.

— O que será que ele tem? — Perguntei e novamente as visões que tive durante o meu sonho surgiram. — Tenho que contar algo a você e para os outros.

Senti que era isso que a deusa Lua e o deus Sol queriam que eu fizesse, afinal, por qual razão iriam me deixar ouvir o plano deles.

— Então, vamos logo conversar com os meus pais e a sua família — Zack falou. — Mas antes, precisamos colocar algumas roupas em você que não estejam rasgadas.

Olhei novamente para as minhas roupas e fiquei vermelho de vergonha.

— Melhor mesmo — Falei e ele riu. — É vergonhoso.

— É que você é tão fofo — Ele disse. — E fica ainda mais fofo quando está vermelho de vergonha!

Ele entrou na casa, onde me surpreendeu ver que Sao já tinha uma roupa preparada pra mim. Zack me colocou no chão e fui me trocar, admirando a roupa que era um short e uma camisa feitos de um material bastante confortável.

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Após me trocar, sentei em frente aos outros com Sao ao meu lado em um sofá, e pude sentir o clima tenso que pairava no ar, principalmente entre meu pai Gabriel e Richard.

— Vejo que contaram por cima o que aconteceu — falei, e pai Jacob assentiu. — Bem, o que têm a dizer, pai?

— Não sei o que dizer! — pai Gabriel falou irritado. — Já aconteceu, agora você tem o sangue de um titã e de um lobo.

— E ainda é o predestinado do meu filho! — Sao falou, tampando a boca do marido, que olhou estressado para ele. — E agora, está com o cheiro que todos os predestinados da deusa Lua têm.

— Que cheiro é esse? — Levi perguntou.

— Um cheiro doce e calmo como a Lua, que consegue também ser corajoso e protetor — Sao falou. — Todos os predestinados da Lua têm esse cheiro.

Para comprovar que era verdade, Zack me cheirou e acabou confirmando com a cabeça.

— E não podemos impedir isso! — Lídia falou, e todos olharam para ela. — Se vocês se separarem, será uma grande ofensa aos deuses. Eu também leio no tempo livre sobre todos os assuntos do submundo.

— E como vamos resolver isso? Nossa alcatéia será destruída se meu filho não se casar com a filha da Alcatéia Wolflord — Richard falou, tirando a mão de Sao de sua boca. — E isso tudo deles dois serem predestinados só atrapalhou tudo isso.

— Novamente, estou aqui — Lídia falou. — Me deem um tempo, e consigo descobrir algo que possam usar contra ele, e isso vai impedir o casamento.

— Obrigado por tentar — Sao falou. — Muito obrigado por nos ajudar.

Richard não falou nada, apenas ficou em silêncio.

— Tem algo que preciso revelar a vocês — falei e atrai o olhar de todos para a minha direção. — É um assunto que ouvi logo após ser arranhado.

Meu Pai Gabriel olhou com um olhar assassino para Richard, mas não fez nada.

— Tudo o que está acontecendo é um plano da deusa Lua e do deus Sol — falei. — Ou eles faziam isso, ou as quatro alcatéias essenciais no submundo seriam destruídas e o prorio mundo, tem alguyma coisa que deixcou os dois em alerta.

Todos me olharam horrorizados.

— A alcatéia Whitlock será o início de tudo, eu e Zack começaremos tudo, e o próximo passo depende de nós dois — continuei. — Eles irão agir com as outras logo após essa, a Alcatéia So-jeff, Manle e a Elfiria.

— Então aqueles irmãos fazem parte da decisão dos Deuses — Zack falou, e assenti. — Eles os mandaram pra cá?

— Sim, os deuses mandaram uma visão para a Tri falando do que aconteceu com Rol e quem ele é — falei. — E que eles começaram a se mover sozinhos, os deuses só deram uma mãozinha para fazer esse movimento — Suspirei e tentei lembrar do resto. — E que o jovem guerreiro encontrou aquele que vai mudar sua mente e coração. As outras duas alcatéias, a Manle e a Elfiria, estão caminhando, mas ainda não chegou o momento delas fazerem suas partes.

Puxei da mente mais alguma coisa que ouvi da conversa dos deuses.

— Eles não vão mais interferir em nada, após terem dado a visão à Tri — falei. — E sabem como a Alcatéia So-jeff é, e que não dariam nada de graça a ninguém, e que depois cobrariam ao extremo o favor, e que já sabem o que os So-jeff planejam para fazer Rol pagar.

Terminei de contar tudo, e a sala caiu em um silêncio tenso. Vi que Sao, Richard e Lídia conheciam muito bem essa alcatéia So-jeff, e a expressão deles deixou claro que Rol está com problemas, o que pode ser minha culpa.

Depois de minha revelação, a atmosfera na sala permaneceu tensa. Os olhares de São, Richard e Lídia expressavam preocupação e incerteza. Meu pai Gabriel parecia especialmente irritado e frustrado com toda a situação.

Zack, ao meu lado, segurou minha mão para me confortar. Era óbvio que todos estavam tentando processar as informações que eu havia compartilhado, mas no meu caso, a culpa pelo que acabei de fazer com o destino do Rol pesava em meu coração. Eu sabia que minhas palavras podiam ter selado o destino dele e, talvez, até mesmo o condenado à sentença de morte.

A sensação de culpa era avassaladora, e eu me sentia sufocado por ela. Minhas mãos tremiam levemente, e meu coração batia tão forte que parecia prestes a sair do peito. O olhar de desaprovação de meu pai Gabriel e a raiva no rosto de Richard só aumentavam minha aflição.

Eu me vi ficando sem palavras e sem saber o que dizer para remediar a situação. Tudo o que eu queria era fazer o que fosse necessário para proteger a alcatéia e Rol, mas minhas ações inadvertidamente haviam colocado tudo em risco.

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Gostaram?

Até a próxima 😘
  


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