Capítulo 41
"Porque éramos apenas crianças quando nos apaixonamos
Não sabíamos o que era
Eu não vou desistir de você dessa vez
Mas, querida, apenas me beije devagar
Seu coração é tudo o que eu tenho
E, em seus olhos, você está segurando o meu"
Perfect — Ed Sheeran
Dois Meses e Meio Após o Pedido de Namoro*
Em pânico pela loucura que havia feito, Rachel andava de um lado ao outro do quarto, ponderando se deveria ou não participar a Richard o que havia acontecido. Ou melhor, estava acontecendo.
No dia que fizeram as pazes, tendo brigado por algo que ela não recordava, haviam transado uma única vez sem camisinha, com ele a agora, um mês depois, sua menstruação não havia dado as caras, atrasando três dias, o que deixa a mulher preocupada.
— Só uma vez e tudo dá errado. Como é possível? — Rachel Grayson reclama para si mesma olhando a caixa e em seguida para seu namorado.
Richard ia a matar. Muito mal havia aceito Elliot.
Como eles lidariam com um filho aquela altura do campeonato? Teria chances de Richard Roth conseguir lidar com isso? E se ele não a quisesse mais? Ou então se Richard achasse que Rachel havia engravidado de propósito para obrigá-lo a se casar com ela?
— Droga! — reclamando alto faz o homem acordar, o que a levou a jogar o teste que comprou no dia anterior na sua necessárie de maquiagem.
— Bom dia, princesa. Tá tudo bem? — o Roth a pergunta curioso esfregando seus olhos.
— Sim. Vou chamar o Elliot. — ela mudando de assunto sai apressada o deixando confuso na cama.
Decidindo fazer voto de silêncio, com medo da reação que seu namorado poderia ter, Rachel foi se arrumar para o trabalho, se olhando no espelho a espera de alguma mudança, que não viu.
Uma vez que não conseguia abrir a caixa e fazer o teste por conta do medo, tentava a todo custo pensar em coisas que pudessem denunciar uma possível gravidez, mas não havia nada que se manifestasse nos primeiros meses a vindo em mente.
Ciente que se fosse ter mudanças seriam mais meses a frente, conforme o avanço da gestação, a mulher de desesperou novamente, chorando no banheiro antes de lavar seu rosto, pôr uma maquiagem para disfarçar seus olhos inchados de tanto chorar desde a noite anterior, ao trazer o teste de gravidez para casa.
Não podia ser mãe.
Não agora com tanta coisa pra fazer, uma trabalho tão bom e um relacionamento tão legal entre seu sobrinho e Richard. Muito mal havia conseguido ser namorada dele.
— Quer carona? — Richard pergunta a trazendo de volta a mesa onde tomavam todos café da manhã.
— Não. Sonya vai me buscar hoje...
— Não me custaria levar você, princesa. — ele a interrompeu tomando seu suco com calma.
— Eu sei que não, mas eu quero ir com a Sonya hoje! Custa entender? — ela disse estressada, pegando a todos de surpresa.
Talvez estivesse surtando um pouco por conta da possibilidade de estar grávida, mas não dava pra ficar tranquila com uma bomba dessas rodando sua cabeça.
— Tia? — Elliot a chamou assustado antes do telefone dela tocar.
Graças a Deus.
Sonya finalmente chegou na entrada do prédio.
— Tia te ama, se comporta na escolinha e até mais tarde, Ell! — Rachel se despediu carinhosa dele, ignorando os dois homens da sala, saindo depressa.
Fingindo não ouvir os chamados deles, corre para a escada, que desceu depressa entrando apressada no carro da sua patroa.
— Porque você está agindo como uma criminosa em fuga? — a senhora Grant a questiona confusa ligando o carro.
Não podia dizer a ela que fez uma coisa estúpida, não qualquer uma, mas justamente a que ela havia a dito para que não fizesse. Sendo assim, sofreria calada até ter coragem de fazer o teste de farmácia.
— Rachel. Tem alguma coisa que você queira dizer? — Sonya a perguntando calma faz a mulher negar rapidamente.
Não podia falar com ninguém. Aquele era um problema dela e iria resolvê-lo da melhor forma que pudesse. Sem envolver mais ninguém.
Tendo chegado a boate, notou que ao sair do carro Sonya pareceu assustada, a arrastando para dentro logo em seguida.
— Algum problema? — Rachel Grayson a questionou logo que Sonya trancou a porta.
— O homem a quem pediu ajuda. Ele é confiável? — a senhora Grant rebate depressa a pegando de surpresa.
— Claro que sim! Crescemos juntos! Acha que ele possa ter mentido do novo endereço de seu ex marido?
Todos eram muito próximos desde a época de aulas dominicais. Não havia chance de alguém a dar um endereço errado.
— Acho que estar falando com você e o doutor está me deixando paranoica. — Sonya comentando cansada senta em sua mesa masssageando as têmporas.
A fim de relaxar sua chefe, Rachel se pôs a massagear as costas da mulher, que aos poucos ficou mais tranquila, dando início ao trabalho.
— Quando finalmente Cindy se casar, com toda certeza vai conseguir a ver, não se preocupe...
— E se ela não quiser me ver? — a sua patroa pergunta como sempre fazia.
— Eu irei lá e darei uma surra nela. Você é uma ótima mulher! Teve seus motivos... Ela precisa ser adulta e entender. — Rae, a consolando como fazia toda vez que aquele diálogo acontecia, pega seus papéis para irem trabalhar.
— Obrigada por tudo RaeRae. — Sonya a agradece com carinho e gratidão usual.
— Não por isso. — a mulher retornando séria, pega sua caneta e seu óculos de leitura.
Hábito que começou a ter graças a sua chefe. Que naquele dia em especial estava uma pilha de nervos.
Fariam as contas antigas, recontariam e deixariam já calculado o valor de imposto referente à elas. Aquilo levaria um dia todo, mas era ótimo para manter a mente de Rachel ocupada, longe do seu possível problema que estava tendo desde o dia anterior.
— Tá tudo bem mesmo, Rachel? — a senhora Grant repetiu a pergunta de mais cedo preocupada.
Tal como uma mãe faria. Pena que no lugar de uma boa mulher como sua chefe, Deus tinha a dado a benção da sua mãe. Além do monstro de seu pai de brinde.
Entretanto a ideia de estar grávida a assustava mais do que qualquer outra coisa naquele momento. Não tinha ideia do que diria a Richard.
Só conseguiu relaxar ao focar nos números e nas planilhas.
Se manteve imersa em papéis, vira e mexe prestando a atenção em Sonya Grant, que parecia cada vez mais nervosa, checando as câmeras de segurança, de maneira que incomodava muito a contadora.
— Chefa? Tá tudo bem? — Rae desvia a atenção dela dos monitores, levando Sonya a a olhá-la por alguns segundos.
— Estou sendo paranoica. Só isso... — a mulher respondendo séria faz a moça rir.
Ao menos alguma coisa a divertia.
Havia deixado de folgar para acertar aqueles detalhes com a sua patroa e ao que parecia tudo ia ser bem complexo, ao menos foi o que concluiu após algumas horas de cálculos intermináveis.
— Elas já chegaram? — Rachel Grayson reclama com sua patroa que checa o relógio se assustando.
— Jesus. Tá na hora da apresentação delas. Melhor ficar por aqui, Rachel. — Sonya a instruiu agitada.
Poderia ligar para o Dick a buscar, mas algo nela a instruiu a não fazê-lo por um motivo que desconhecia.
De uma maneira estranha seu sexto sentido a incomodava e aproveitando que Sonya saiu para resolver uma briga, Rachel tomou a coragem que precisava para ligar pra Richard, que atendeu no primeiro toque:
— Princesa? Tá tudo bem? — ele pergunta ansioso a fazendo começar a chorar como uma louca.
Não aguentava mais lidar com aquilo tudo. Estava com medo, se sentia tão assustada que só de pensar nos dois traçinhos dando positivo seu estômago se retorcia e seu vômito subia a garganta.
— Não está. — conseguiu falar após alguns segundos lutando contra os soluços que começava a dar.
— Ok, me diz onde você está que vou pra aí. — Richard Roth avisa sério a Rachel que voltou a chorar, pegando sua bolsa e indo apressada para o banheiro.
— Na boate...
Passando apressada por toda multidão de homens, entretida com a briga que ainda acontecia, Rae foi direto para o banheiro das funcionárias, onde escuta Richard voltar a interrogá-la:
— Que gritos são esses? Algum cara mexeu com você? — Dick falando num tom de voz assustador a fez se encolher um pouco.
Quando se tratava de defendê-la não havia muito do que reclamar dele. Richard era capaz de ser um homem muito violento quando faziam qualquer coisa à ela.
O que era adorável, mas naquele momento dispensável.
— Não! É que eu fiz algo que não deveria... Não fica bravo comigo. Por favor. — pediu já de antemão abrindo sua bolsa.
— Assistiu um episódio da nossa série sem mim? — ele devolve sorridente a fazendo se sentir menos nervosa.
— Lembra da noite que tivemos nossa última discussão?
— Sim. Foi a melhor da minha vida, princesa! Por que? — Dick retrucando confuso a fez sorrir por alguns segundos.
Que além de tão doce ele fosse compreensivo, era tudo que Rae rogava aos céus.
— Minha menstruação não desceu. E nós não usamos nada nessa última vez.… lembra? — pergunta ao seu namorado que faz um silêncio sepulcral.
Deveria estar tentando lembrar de tudo. Só que ela estava perdendo a coragem e não tinha muito tempo.
Colocando o aparelho já no viva voz apoiado na pia, Rachel se pôs a abrir o pacote, ir para uma cabine e seguir as instruções antes de ouvir Richard Roth fazer uma pergunta que a deixou nervosa:
— Você não toma anticoncepcional?
Sim, claro que tomava a droga dos remédios, mas mesmo assim não era algo seguro pois muita coisa cortava o efeito de anticoncepcionais.
De remédios a até mesmo a suco de laranja.
Como nunca havia visto necessidade de fazer valer o tal contraceptivo, Rachel não leu de fato a bula, para saber quais itens cortavam o efeito do remédio e agora se arrependia amargamente.
— O problema é que eu não sei se tomei algo que cortasse o efeito no dia. O fato é, minha menstruação não desceu... — explicando ao homem deixa o teste em repouso sobre a embalagem.
Andando de um lado ao outro do lugar, que parecia claustrofóbico naquele momento, a mulher continuou a limpar as lágrimas que desciam sem parar.
Contando o tempo para verificar a veracidade das suas dúvidas.
Deus, como pôde ser tão burra de transar sem camisinha?
— Quantos dias, princesa? — Richard a interrompe pensativo.
— Seis dias... E eu estou com medo, Dick.
— Escuta, não fica nervosa, princesa... Você não pode, ok? Vou te buscar aí e compramos um teste de farmácia, certo? — ele a animando lembra a Rachel do teste que deixou em cima da pia, sobre a embalagem.
— Eu já comprei um teste. — é tudo que diz indo pegar o item.
— E aí..?
Achando estranho o tom de voz com notável ansiedade, Rachel olha para o resultado que felizmente mostra que mais uma vez, havia feito um drama enorme por nada.
Chorando dessa vez de alívio.
— Rae? Rachel? Qual foi o resultado? Você está grávida? — Richard Roth começando a enchê-la de perguntas faz a namorada dele rir.
Após gargalhar, de alívio pela resposta que teve, a Grayson pegou o telefone, tirou do viva a voz e disse:
— Graças a Deus foi só um susto.
— Tem certeza? Melhor fazer um segundo exame... Esse que você fez é o Beta-HCG? — ele continuou a perguntar.
Era impressão dela ou seu namorado havia ficado animado com a possibilidade de ser pai?
— Não. Fiz o de farmácia... Amanhã faço o de sangue, mas vou bem mais tranquila. — Rachel avisa ao homem que parece não ficar muito satisfeito.
— Por via das dúvidas, não fica nervosa. Estou já chegando, ok? De manhã vou contigo fazer os exames. — Richard Roth respondendo de pronto a faz sorrir abertamente.
Ele era um amor de pessoa. Não tinha como Deus a dar um homem melhor que aquele.
— Obrigada por estar me apoiando, Dick... — Rae agradeceu aliviada antes de jogar o teste no lixo.
Nunca mais faria nada tão imbecil quanto transar sem camisinha e, assim que chegasse em casa, iria ler até decorar a lista dos itens que não podiam ser consumidos tomando a droga do contraceptivo.
Só pra não ter sustos como aquele novamente.
— Não tem o quê agradecer, princesa. Estou fazendo meu papel como homem. Se você estiver grávida, vamos lidar juntos com a situação. Não fica pensando muito nisso. Tudo vai dar certo...
— Eu fiz o teste e não estou grávida, só vou fazer o de sangue pra ter certeza. — Rachel Grayson avisa ao seu namorado que ri.
— Só não quero que você fique sobrecarregada. Dá próxima vez, não surta sozinha. Me avisa que eu te apoio, princesa.— repreendendo a mulher a deixa constrangida.
Ele provavelmente entendeu que seu comportamento naquela manhã foi resultado do medo de estar grávida, com isso já logo a disse para que não fizesse aquilo novamente.
— Desculpa. Eu sei que surtei... Mas é que eu fiquei com medo, Dick.
— De quê? Da minha reação? — ele questionou curioso.
— Sim. Achei que não fosse ficar tão tranquilo. Quero dizer, uma gravidez não planejada... Não é bom. — Rachel afirma ao seu namorado que respirou fundo.
Deixando claro que haviam encerrado o expediente, todas as garotas chegaram rindo e conversando, o que fez Rachel guardar tudo e sair apressada do banheiro.
— Sou seu namorado e estou aqui pra te ajudar com tudo. Você não fez nada sozinha. sexo se faz a dois e filho também. Não esquece disso. — Richard Roth a explicando sério faz ela se sentir uma pessoa idiota pelo que fez.
— Vai demorar muito? — Rae logo muda de assunto.
— Depois dessa novidade? Não, princesa. Quinze minutos e estarei aí. Me espera. — ele falou antes de se despedir e desligar o telefone.
Mais que depressa, todas as garotas se arrumaram e, com o consentimento de sua patroa, Rachel ficou lá aguardando Richard com a chave para trancar a boate e sair depois.
"A noite está esquisita, amor! Não vem pra porta que estou estacionando já é vou bater ai... " — Richard a instruiu fazendo Rachel se levantar da cadeira, sentindo algo em suas pernas.
— Glória a Deus! Aleluia! Louvado seja o Senhor! — gritando eufórica a mulher corre para o banheiro.
Para sua felicidade, o sangue, que estava atrasado em seis dias, veio e com isso Rachel precisou trocar sua calcinha e colocar um absorvente, agradecendo a Deus pela confirmação da não gravidez.
Tendo se trocado, voltou para o lugar, onde alguém batia com violência a porta, o que a levou a abrir animada esperando que Richard a desse um abraço ou um beijo como sempre fazia.
Dando de cara com um homem de meia idade não teve tempo de esboçar uma reação antes dele, que viu estar armado, puxar o gatilho e acertá-la três vezes, derrubando a mulher no chão da boate.
Aquela dor que sentia a fez de imediato desligar-se do seu redor e a última coisa que escutou foi os gritos de Sonya, falando com alguém no telefone.
—... Agora! Ela está caída e não responde! — a escutando falar ao longe, Rae ainda vira seu rosto na direção da mulher que estava sentada no chão ao seu lado, tentando a ajudar de alguma forma.
E depois do som baixo de algo batendo, Rachel não viu mais nada.
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