Capítulo 34 - Richard Roth
‘Pelo menos eu estou sendo honesto
Sinta-me como um fracasso
Porque eu sei que eu falhei com você
Eu deveria ter feito é melhor.’
One Last Time — Ariana Grande
Puto da vida, Richard continua a observar o garoto ser questionado pelo médico sem nada responder.
Elliot detestava falar em público era tudo que não se permitia esquecer sobre o garoto. Ciente disso esperou que o homem fosse falar com John e sentou ao lado do garotinho que o olha muito sério para sua idade.
Psicólogos eram um porre e até uma criança de três anos concordava com aquilo. Admirava Rachel por conseguir ir lá, mas... Não fazia o estilo dele.
Ainda sim, quando o médico voltou que perguntou sobre o nome da mãe do garoto Dick sorriu o cutucou e disse:
— Anitta, não é? — erra de propósito.
Incomodado, Elliot negou com a cabeça e após mais dois erros do homem o corrigiu dizendo:
— Não. Mamae.
Embora não tivesse muito mais após isso, os dois acabaram brincando de briga de dinossauro, que ele descobriu ser uma maneira do garoto lidar com o estresse e fingir que não prestava a atenção, quando na verdade estava com muito medo.
— Vamos nos arrumar e esperar a Rachel, ela vai no cinema coma gente pra ver Toy Story, você quer ir ver, não quer El? — John perguntando ao garoto sentado no banco de trás recebe um aceno discreto.
— Isso é muito comercial de margarina pra mim. Passo. — Richard Roth resmungou irritado dirigindo seu carro.
— A escolha é sua, mas não venha chorar porque não estamos o mantendo junto da gente, que é você mesmo que está se destacando aqui. — Logan o repreendendo sério leva o rapaz a revirar os olhos.
— Eu não pedir pra ela arrumar uma criança...
— Se o filho fosse seu o que faria? Melhor, se a Rachel tivesse engravidado de um cara aleatório. Você estaria surtando assim também? — corta o amigo que se põe a pensar no assunto.
Se Rachel engravidasse seria ele o pai da criança. E até então não tinha parado pra pensar naquilo. Será que o motivo dos destemperos dela eram aquele?
Não.. John estava apenas sendo um cara de possibilidades. Não tinha como aquilo ser real. Ou teria?
— Ela está grávida? — o Roth perguntando ao colega de apartamento recebe um olhar horrorizado.
— Pelo amor, Richard! Rachel não pega nem resfriado! Para ficar grávida precisa transar e ela não transa, esqueceu? — o homem repreendeu baixo ao amigo que riu alto do que lhe foi sussurrado.
Se ele soubesse o quão boa Rae era de cama, John Logan com toda certeza não diria coisas como aquela.
— Tem razão...
— Trate de lidar com seu orgulho ferido e compareça ao aniversário da Rachel. A patroa dela está preparando um presente especial pra Grayson. — John conta a Dick que o olha irritado.
Desde quando John Logan era próximo de Sonya? Estaria ele tentando tirar tudo de Richard?
— Algo mais que eu deva saber? — ele debochando recebe um olhar sério Logan.
— Anda muito desleixado com sua aparência, tenta chegar em casa e fazer a barba, esses pêlos no seu rosto não combinam com você. — o homem sugeriu rápido.
— Não é da sua conta, mas obrigado por me alertar. — Dick limita a dizer ignorando o sinal amarelo.
Queria chegar logo em casa pra comer e ir pra academia, porém tudo parecia lento demais. Ao finamente chegar ao apartamento, foi se arrumar e colocou o sobrinho da Rachel pra tomar banho, mexendo nos desenhos do garoto.
— Ô John. Foi você que desenhou isso aqui? — Richard pergunta ao colega levando um desenho que lembrava matéria que ele estudou dias atrás.
Estava muito mal feito, mas dava pra ver exatamente do que se tratava. E Richard não lembrava de ter desenhado nada daquilo.
— Que porra é essa? — Logan rebatendo sério o faz revirar os olhos.
Não foi ele. E se não foi o John, não tinha como ser a Rachel, logo só sobrava uma pessoa para ser questionada.
Esperando o menino sair do banheiro o seca e arruma, esperando que voltasse a desenhar, para pegar desenho que deixou largado, logo questionando ao pequeno:
— Você quem fez?
Em resposta ele fez um sinal positivo e Roth se sentou na cama perguntando a Deus porque até uma criança conseguia desenhar uma representação da matéria e ele continuava sem entender porra nenhuma.
Indo pegar um biscoito em sua mochila, chegou até a comer uns pacotes, porém ao ver o pequeno o encarando em silêncio tirou mais alguns, que davam metade do pacote pra si e entregou o pacote ao sobrinho de Rachel dizendo:
— Metade pra mim e a outra pra você...
— Boas notícias! Conseguimos um maternal pra o Elliot! — John entrou no quarto avisando aos dois, o que fez o menino pegar o biscoito e o esconder do loiro, encarando-o nervoso.
Parecendo ficar triste, Richard logo tratou de o animar.
— Se for pra o colégio te deixo usar minhas coisas pra estudar.
Havia o visto babando pelo seus marcadores, sendo assim, poderia os usar para que o garoto fosse à escola desenvolver a habilidade de desenho que ele já possuía.
Pois para cores e desenhos ele já tinha jeito.
Logo que saiu do apartamento, deixando John e o garoto assistindo Barbie, que Elliot havia adorado pela boneca lembrar a mãe dele, Richard deu de cara com alguém que não pensou em ver nunca mais, saindo do apartamento em frente ao deles sem camisa e sujo de tinta.
O rapaz moreno, de pele clara e olhos azuis, com porte bem definido e um sorriso cafajeste, era o último homem com quem o Roth havia conseguido ficar por mais de dois meses e justo quando estava no meio de um problema com Rae havia brotado em sua vida novamente.
— Hey! Dick? É você? — Jason Drake o cumprimenta animado sem esconder sua felicidade em vê-lo.
— Hey. Trabalhando com pinturas de casas? — sugerindo confuso, o homem continuou a avaliar o homem de cima a baixo sem cerimônias.
Impressão dele ou Jason parecia mais definido que antes?
— Que? Não! Estou a me mudar pra cá. Pintei uns cômodos e termino a mudança amanhã e você? Mora nesse apartamento? — agora já escorado a porta, Jason também avalia Richard que se sentiu um tanto constrangido, uma vez que havia optado por sair de camiseta e shorts para corrida.
— Achei que você dividisse apartamento com o Roy. O que houve? Brigaram feio de novo? — Grayson se aproximando do rapaz o faz gargalhar.
Era incrível que já faria um ano que terminaram, mas ainda sim não havia nada mudado para os dois. Jason continuava o mesmo de sempre.
Até mesmo sua áurea de homem que trazia problemas para todos que chegassem muito perto. Já Richard, ainda era o mesmo homem sério e gentil de sempre.
— Que nada. Estava namorando sério com um carinha, ele me sugeriu de morarmos juntos, mas não deu certo. Azar o dele, pois sou um ótimo partido.…
Ciente que não poderia render muito assunto, pois ainda queria malhar, Richard Roth riu e se despediu, dando de cara com Rachel subindo as escadas nervosa.
— Não há necessidade. Não, mamãe! Eu já disse que não precisam vir aqui. Já tenho muita coisa pra fazer e vocês não podem entrar na nossa república... — Rachel Grayson tenta pôr fim a conversa parando para olhá-lo séria.
Lembrando que os pais da moça sempre vinham almoçar com ela todo aniversário, o sangue de Richard esquentou e só se deu conta ao seu ex ficante levar uma mão ao ombro dele.
— Tudo bem, Dick? — perguntando preocupado, Jason o fez concordar rápido.
Aquele pedófilo nojento que era o pai de Rachel, não podia desconfiar que Elliot existia, caso contrário tentaria de toda forma levar o menino para morar com ele.
E só de pensar naquilo Roth sentia seu ódio o dominar de uma forma que seria capaz de matá-lo se o visse. E já tinha decidido que aquele animal pagar pelo que havia feito a sua princesa. Só precisava de uma oportunidade.
— Eu já disse que não! E já quer quer tanto saber o que houve, pergunte ao doente do seu marido! Ou examine sua consciência, pois eu agora lembro de tudo que aconteceu e não quero nenhum dos dois no meu dia! — ela gritou no corredor, antes de desligar o telefone o jogar longe respirando fundo.
Embora quisesse a abraçar, beijar e fazer carinho dizendo que tudo ficaria bem, Richard apenas assistiu em choque a cena até Rachel tentou desviar o foco dizendo:
— Você é o novo vizinho? — muito mais informada que ele, Rae cumprimenta a Jason que ainda a olhava em choque.
— Oi? — sussurrou incerto até que ele a chama a atenção.
Porque não aceitaria passar batido.
— Boa tarde, Grayson.
— Como já passa das seis da tarde, — Rae esfrega na cara dele mostrando seu relógio de pulso. — boa noite senhor Roth. — acrescentando debochada olha para Jason mais uma vez. — Seja bem vindo, senhor. — Rachel encerrou antes de se afastar.
— Vigia irmã! Orgulho em excesso é pecado também.. . — Richard Roth tenta a amedrontar sem sucesso.
— Não vou discutir com quem não tem cérebro pra jogar uma indireta que não o inclua no meio, senhor Roth! Passar bem, de preferência no quinto dos Infernos. — RaeRae replicando depressa entra no apartamento o fazendo fechar a cara.
A miserável era um gênio.
— Posso entender o porquê de estarem trocando farpas feito crianças do primário? — Jason perguntou divertido o fazendo revirar os olhos.
— Ela é minha melhor amiga de infância. Estamos brigados. Nada demais...
— Você se deu ao trabalho de devolver as provocações dela, tem certeza que não há nada demais? — Jay o questiona olhando para a porta por onde Rachel entrou e depois saiu, descendo correndo as escadas.
Tendo trago ao subir o que sobrou do telefone celular que havia comprado recentemente.
— Merda. Vou ter que acionar o seguro de novo. — Rachel reclamando consigo mesma o fez sorrir vitorioso.
Pelo menos naquilo ela havia se dado mal. Aquela Pinscher safada.
Maldita fosse aquela mulher. Que sabia foder com ele de uma forma que não se restringia somente a sexo, sendo deveras frustrante.
Por que não fuder com ele, como havia feito antes de brigarem e deixar de lado o psicológico já péssimo de Dick?
Estava em crise sem saber quando a teria gemendo seu nome novamente. E seu corpo já apresentava sinais da sua abstinência de Rachel.
Estava estressado, chateado e pouco focado. Sua melhor amiga ia acabar com ele qualquer dia daqueles.
— Vou indo pra academia, Jay. Passar bem. — Richard fala ao se virar pra saída.
— Vai pela sombra, meu bem...
Rindo, foi para academia konde malhou até não poder mais e voltou faminto para casa.
Encontrando nada além dos ingredientes para fazer a comida.
Desesperado, pois não tinha dinheiro algum, uma vez que teve como despesa extra o seguro de seu carro, Richard acabou comendo todas as frutas de lá o que não diminuiu em nada sua fome.
Indo para o miojo, que por medo de pôr fogo no apartamento acabou comendo cru, também comeu diminuindo sua fome, mas não a saciando por completo.
— Agora é só dormir... — Richard Roth sugerindo a si mesmo se joga no sofá e dorme por fim.
Escutando vozes e o som da porta fechando, Dick se levanta depressa e vê Rachel, John e Eliiot chegando em casa sorridentes.
— Sei que estamos brigados, mas daí a você resolver a me matar de fome é demais, Rachel! — ele já começa a reclamar com a moça que o olha de cima a baixo.
— Era só ter pedido uma pizza, Roth. — ela fala simplesmente como quem diz algo óbvio.
— Eu não tenho nem um real sobrando Rachel! Ao contrário de você, nós, eu e John vivemos num mundo onde cada centavo é contado e não dá pra simplesmente pegar e pedir a porra de uma pizza! — descontando sua frustração, o homem faz John segurar a mão de Elliot e o chamar para abrir seus presentes no quarto.
— Deus não me abençoou com o dom da visão, portanto não posso adivinhar essas coisas! O que custa você me dizer o que se passa contigo, vaso? — ela devolveu também sem paciência.
— Eu sou stripper, Grayson! E não é porque eu gosto! É só você prestar a atenção que você saberia Rachel. Entretanto fazer esse tipo de coisa é algo que nunca fez com nada!
— Sabe de uma coisa eu não te entendo! — Rachel grita com Richard que também aumenta seu tom.
— Claro que não entende! O problema é justamente esse! Eu não sei falar no seu idioma, sua Pinscher burguesa safada! — Roth xingando a mulher a faz ir pra cima dele.
— Eu vou te mostrar a pincher, seu filhote de filisteu sujo!
Embora tivesse segurado os tapas dela, pois não tinha a intenção de ferir ninguém, tampouco ser ferido, acabou sendo derrubado no sofá e foi justamente quando conseguiu inverter as posições, segurando as mãos de RaeRae contra o seu próprio peito, algo foi colocado entre os dois.
Elliot o mostrava com calma uma sacola com seu lanche infantil, encerrando a briga dos dois.
— Tio. — o pequeno falou com sinceridade que naquele momento quebrou o homem por completo.
— Pra mim? — perguntando à ele recebe um sinal positivo.
Todo o lanche estava lá, exceto o brinquedo, que Richard concluiu que devesse ter sido pego pelo garotinho.
Mesmo faminto, Dick olha para o menino e diz que não quer, mas para sua surpresa ele se senta na mesinha de centro da sala, abre a embalagem morde um pedaço do hambúrguer e novamente o oferece sério:
— Pa eu. E pa tio Ricard. — explica sério o fazendo parar o que fazia.
Largando a Pinscher raivosa de mão, foi até o garoto e se senta no chão, mordendo o hambúrguer a contragosto.
Pelo menos um deles lembrou-se de sua existência.
Olhando a distância, Rachel ficou em silêncio vendo o Roth fazer intercâmbio de comida, trocando um pouco do Danone por batatas fritas, parecendo ficar muito mais calma assistindo a cena.
— Eu vou pagar a sua conta, se quiser. Então... Vai no pub comemorar com todo mundo? — ela foi direto a pergunta que o rondava a dias.
Estavam brigados, logo não havia motivos para que ele fosse. Rachel sequer gostava dele. E Richard não suportaria vê-la com John agarrada pra cima e pra baixo.
Tampouco ser bancando pela Grayson. Se não tinha dinheiro não iria sair e pronto.
— Não. — é tudo que diz embora sua cabeça dissesse várias e várias coisas.
— Ótimo. Achei mesmo que tinha muita gente.. — a Pinscher dando de ombros o deixou furioso.
— Não é como se realmente houvesse muita gente, mas pra ficar lá, não se sufocando com você e todos os papéis de trouxa que tem colecionado gostando daquele Otário, parece ser algo muito incômodo mesmo...
Ainda que sua vontade fosse de a dar uns tapas naquele traseiro lindo que sua melhor amiga tinha, Dick não a olhou nenhuma vez sequer dando um pouco das batatas para Elliot que comia alegre.
Muito mais feliz que estava com os pais perfeitos dele, diga-se de passagem.
Acostumado ao garoto dormir agarrado com ele, Richard Roth o espera terminar de comer, tomar seu banho e ao vê-lo se recusar a se vestir, apenas o convence a se enrolar e não contar nada para Rachel.
Uma noite só não ia matar o menino.
Fora que o bichinho ia ter que ir ao berçário, no dia seguinte. Depois ficaria com a babá, vizinha do andar de baixo coincidentemente e por fim Rachel o buscaria pra dormir.
Só que Richard decidido a irritá-la, decidiu ir pra pub e ficar com a primeira mulher que visse.
Estava quase pegando no sono, quando ouviu gritos que o fizeram acordar assustado, assim como Elliot e John também.
— Para! Por favor. Para! — Rae dizia desesperada em seu quarto o que o fez entrar apressado com o garotinho logo atrás.
Lembrando do telefonema de mais cedo, o Roth logo concluiu que ela estava de alguma forma nervosa com a possibilidade de ver seu pai novamente, fazendo o que qualquer amigo teria feito.
A pegou no colo e chamou Elliot junto dele para voltar para o quarto.
— Não quero ver ele. Nunca mais. — Rachel Grayson confessa entre soluços fragilizada de uma forma que o deixou em pedaços.
— Não vai, princesa! Eu não vou deixar! Sei que estamos brigados, mas ninguém pode machucar você e sair ileso vou...
— Faz muito tempo Richard! Não vai dar em nada ok? Eu já tentei falar com as autoridades! — ela gritando histérica não assusta o menino que ao invés de chorar o olha em silêncio deitar a mulher no lugar que ele dormia.
— Não to falando de polícia, mas enfim. Dorme aqui. Com o garoto.. — Richard sugere calmo sendo interrompido poe Elliot que o segura pela mão.
— Tio..? — a criança chorosa falou deixando claro que, ou ele ficava ali, ou ninguém ia dormir com a Grayson.
Rindo baixo pela atitude do pequeno, Dick o pega no colo, o faz de avião e pousa na cama, indo se deitar também.
— Richard? — Rachel Grayson o chama séria fazendo ele a olhar de soslaio.
— Que?
— Por que o El tá pelado? — a mulher o questionando deixa o homem sem respostas.
Preferindo se fingir de morto, ele deitou e, abraçando os dois para que ficassem os três juntos, fingiu que não ouviu a pergunta.
— Você está deixando ele fazer o que bem entender não está? — Rae tornou a falar irritada.
Fingindo que estava em coma, o Roth continua com seu voto de silêncio, até que Elliot a abraça também e faz RaeRae se desarmar por completo dormindo algum tempo depois.
Concluindo que era melhor se afastar, soltou o pequeno, que ainda dormia abraçado a Rachel, cheirando o pescoço da sua tia.
Até que não era tão ruim assim o garoto. Ele era bem simpático até.
Deixe seu voto!
Notas Finais:
Leu? Releu? Surtou com o final? Gostou? Quer atualização mais rápida??? Deixe seu voto e se possível seu feedback! Seus comentários valem trechos do novo capítulo! Adoro ouvir o que vocês tem a dizer, Beijos!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top