"Nós nos achamos
Eu te ajudei a sair de um lugar destruído
Você me deu conforto
Mas me apaixonar por você foi meu erro

Eu te coloquei no topo, eu te coloquei no topo
Eu te assumi tão orgulhoso e abertamente
E quando os tempos eram difíceis, quando os tempos eram difíceis
Eu me certifiquei de te segurar perto de mim

Então chame meu nome
Chame meu nome quando eu te beijar tão gentilmente
Eu quero que você fique
Eu quero que você fique mesmo que você não me queira. "
Call Out My Name. — The Weeknd

Tentando o máximo possível não parecer irritado, Richard abriu um pouco a porta vendo John furioso do outro lado.

Merda, Rachel estava certa. O cara já tinha chego mesmo.

— Algum problema? — se fazendo de desentendido Dick recebe um olhar irritado do colega de apartamento.

— Escuta Richard, sei que você pensa que eu tive alguma coisa com a Pinscher, mas não rolou nada! — John afirma ao colega que continua a olhá-lo confuso.

Qual a necessidade de se explicar com ele?

— Nós estávamos assistindo um filme da Barbie. E eu jamais ficaria com o tipo dela entende? — Logan continuando a falar recebendo um olhar sério do amigo.

— E? — incentivou o homem a ir direto ao assunto.

— Mesmo que você ache que tivemos algo, não te dá o direito de trazer qualquer uma para transar aqui. É muita falta de respeito! — ele repreende ao Roth que tenta não rir da situação.

Seria sensacional se Rachel dissesse ou até mesmo fosse a porta para se identificar, porém a mulher preferiu ficar em silêncio deitada na cama dele.

— Eu sinto muito o transtorno. Não sabia que você estava em casa...— Richard rebatendo sério se concentra bastante para não rir.

Se ele soubesse que a tal mulher era Rachel, será que ainda reclamaria?

— Não tem que pedir desculpas a mim. Tem uma mulher em casa e ela não é obrigada a ouvir você e quem trouxe contigo — repreendeu ao Roth que acabou rindo.

Vendo a cara frustrada de John se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:

— Se não considera Rachel sua melhor amiga ao menos tenta ver como uma irmã. Gostaria de saber que sua irmã é obrigada a ouvir os outros transando ao invés de estudar ou dormir? — Logan brigando como fez anos atrás com Dick só serviu para o fazer rir mais alto ainda.

— Eu estou falando sério, Richard!

Se desculpando entre gargalhadas, Richard fecha a porta onde vê Rachel tentando colocar a camisa que ele acabou arrebentando alguns botões. Que ela o perdoasse, mas vinha esperando aquela transa desde sua pré-adolescência.

Pensando no quão além das suas expectativas foi, uma vez que Rachel não se sentiu constrangida com ele, muito pelo contrário, Roth a abraçou por trás, arrastando para a cama dele.

Todos sabiam que a Rachel acordava antes até mesmo do sol, logo não havia nada demais nela ficar só mais um pouco. Pois secretamente Richard ainda não acreditava que havia conseguido ser o primeiro homem, de uma mulher tão linda e perfeita quanto RaeRae.

— Eu tenho que ir. É sério!  — a Grayson tenta fugir em vão, uma vez que ele a põe sobre a cama e impede de se levantar.

— Dessa cama você só sai para ir pra faculdade. Agora vai descansar que eu sei que é muito complicado primeira vez... — mandando como gostava de fazer com ela, Roth só se sentiu mais calmo ao vê-la deitar para descansar.

Sim, pois Rachel não havia feito nada do gênero antes e ele não queria que Rae achasse que sexo era algo doloroso ou ruim, sendo assim, precisava a deixar o mais confortável possível.

Lembrando que na noite que ela dormiu com o homem, não havia tido pesadelos, logo que o frasquinho de ódio pegou no sono, bem depressa graças ao fato dela estar exausta, a trouxe para perto de si, dormindo sem nenhum pesadelo ou  terrores noturnos.

Isso porque, ao contrário das outras mulheres com quem transou antes, RaeRae não ficou incomodada com as cicatrizes que ele tinha nas costas, o que surpreendeu o amigo dela.

Que jurava que Rachel fosse o perguntar algo a respeito delas, mas a moça não havia o feito. Ao sentir o corpo dela deslizar para longe dele, Richard abriu um sorriso e com só um olho aberto, decidiu provocar sua melhor amiga .

— Estou desapontado com você Rachel... — começa a falar a fazendo parar de tentar amarrar sua blusa.

— "Desapontado"? — ela repetindo confusa, o faz se segurar para não rir e manter sua aparência triste.

— Quero dizer, nunca pensei que você fosse esse tipo de pessoa... — continuou a dizer recebendo um olhar assustado da mulher.

— Que tipo de pessoa?

—  Quero dizer, nem um bilhete agradecendo pela noite? Nada? Eu merecia mais que sua saída à francesa, princesa — Richard Roth afirma se fazendo de vítima.

— Richard John Roth! Do que você está falando? — Rachel Grayson já desesperada, exije saber logo que o viu virando para o outro lado para rir.

Preocupada, como ele sabia que ia ficar, sua amiga foi até ele que fingiu enxugar lágrimas imaginárias.

— Varão? — chamou inocente ele que continua com seu teatro.

— Você me usou Rachel! Estou me sentindo péssimo...! Vai embora e me esquece! Já conseguiu tudo que queria, não é mesmo? — agiu como um louco histérico a levando a olhá-lo quase chorando.

Sempre quis fazer isso quando viu numa novela mexicana, mas agora que havia feito se sentia péssimo por ter deixado Rachel naquele estado. Isso se não fosse tão fofa e engraçada a cara de cachorrinho que caiu do caminhão de mudanças.

— Eu não tive a intenção. Juro por Deus. Só ia fazer o café da manhã. Queria até te trazer, Richard! — tenta se defender o que o fez gargalhar forçando Rachel a cobrir o rosto dele com o travesseiro.

— Você estava brincando!? É sério isso!? — disse sufocando ele que rindo a puxou pelos braços para mais perto.

Logo que tirou a almofada do rosto dele, Dick a olhou com mais atenção e concluiu que aquela mulher era a coisa mais bonita que já havia visto em toda sua vida.
E um cara tão errado quanto ele não merecia a honra que teve de ser o primeiro a fazer dela mulher. Ainda sim, pretendia se esforçar para ser o melhor homem dali por diante.

Nao por uma religião ou por algum benéfico, sim por ela. Rachel Grayson, a coisa mais fofa, linda e maravilhosa que Richard tinha em toda sua vida.

Nao era seu carro, sua faculdade ou suas coisas materiais, sim RaeRae o mais importante e precioso bem que ele fazia questão de ter pelo resto da sua vida.

— Richard, nós precisamos... — Rachel Grayson ensaia o discurso que ele sempre usava com seus casos de uma noite fazendo o coração de Dick falhar uma batida.

Ela iria de fato dispensá-lo e depois usar a comida para reconquistar a amizade do seu ex tutor de sexo? Rachel não seria tão cruel a esse ponto, seria?

— Rae. Eu não te disse sua nota ontem — mudando de assunto obtém a atenção da mesma.

— Dez? — disse incerta antes de receber um "não" com a cabeça dele.

— Na verdade, você foi bem muito bem, mas... Faltou uma coisa muito importante — Richard Roth começando a dizer a faz olhá-lo séria.

A verdade? Ela foi perfeita, porém a perfeição acabaria com as lições e ele não queria que acabasse. Precisava de mais chance de ter Rachel para si. Ela precisava gostar dele e esquecer de uma vez por todas John.

— Falta a questão de iniciativa, princesa. Você é uma mulher influenciável, não que influência — Dick explicou a ela que pareceu ficar um tanto desapontada.

— E quanto eu tirei pela falta desse tópico? — pergunta curiosa o fazendo pensar um pouco.

Nao podia ser menos que oito. Tampouco dez, logo seria bom a dar um nove. Que era bom, mas não era um dez o que deixaria o orgulho de Rachel ferido o suficiente para ela continuar em busca da sua nota máxima.
E aquilo era tudo que Richard precisava. RaeRae e seu orgulho a fariam se aproximar dele e daria ao melhor amigo dela a chance de mostrá-la ser o único homem para ela.

— Nove.

Parecendo ficar pensativa, Rachel sai e o deixa sentado na cama, se sentindo um tanto culpado para trás.
Nao era sua culpa. Aquela mulher era sua droga e, como viciado que era, estava disposto a fazer o que fosse necessário para ter mais doses dela.

Tomando um banho no seu banheiro da suíte, que sempre evitou usar por achar claustrofóbico, descobriu que o lugar era bem útil pois não havia nada além de prédios em construção.

E poderia desta forma sempre que quisesse levar a Grayson para lá. Já que era certo que se controlar era algo que não faria enquanto tivesse acesso à ela. E aquele corpo lindo que sua amiga possuía.

Indo para cozinha, flagrou Rae tomando vinho e cozinhando, o que imediatamente o fez olhar para a moça de maneira minuciosa.

Parecendo de propósito, Grayson usava já uma camisa social e mexia tranquila os ovos sempre olhando para o lado, onde digitava algo em seu celular.

Pensando no quanto ela era linda e no quanto precisava tê-la, Dick se obrigou a ir me silêncio até sua amiga que continuava a cozinhar dispersa.

— Bom dia, princesa... — saúda a mulher que sorri e não reclama do abraço por trás de Richard, que de maneira proposital se esfregava nela para tentar a levar a começar o dia da melhor forma possível.

Com uma outra ótima transa.

— Richard? — escutando ela gemer baixo, sorriu de maneira maliciosa, se sentindo um gênio por não ter trago nenhuma camisa.

Pois aquele era um ponto fraco de Rachel que ele sabia bem onde levava.

Desligando o fogão, a moça se vira para Richard que a beija com desejo sendo logo interrompido pela mesma.

— Não estamos no quarto... — RaeRae advertindo o amigo é surpreedida por ele que ri e abaixa sua bermuda de forma que seu membro ficasse visível.

— E daí? — perguntou a mulher que o olhou receosa.

Afim de estimular sua amiga, mostrando o quanto a queria com beijos, levou a uma das mãos de Rae até seu membro que, se levando pelos beijos de Roth, ela logo tratou de estimular com os movimentos vagarosos de início que logo foram se intensificando, conforme a necessidade de Dick, que a fez quase tomar um susto a certa altura.

Cobrindo os lábios dele com os seus, para impedi-lo de fazer muito barulho ao chegar ao seu orgasmo, Rachel não ligou quando sujou as mãos dela.

— Foi mal...? —  ele começou a dizer puxando Rae para mais perto.

Ela por sua vez, antes que pudesse ser beijada mais uma vez, se afastou depressa de Dick, uma vez que o som da porta do quarto de John os alertou da presença daquele cara acordado.

Para raiva de Richard. Que se arrumou depressa, mais uma vez se perguntando se aquele cara não cansava de empatar a foda alheia. Porque não era possível um negócio daqueles.

Colocando as mãos para trás das costas, Rachel aguardou que John fosse na direção da cozinha e foi direto para o banheiro constrangida.

— Como vocês acordam tão cedo? — John reclama com Richard que não consegue disfarçar sua cara de desgosto.

— Porque você acordou tão cedo? Não fizemos barulho nenhum — o Roth retrucando inconformado com o azar que teve, cruza seus braços.

Quase realizou seu sonho de transar numa cozinha e o cara tava lá atrapalhando as coisas dele.
Dick não o típico homem ambicioso, na verdade não queria muita coisa. Paz mundial,  fim da fome no mundo, vida eterna, uma fortuna, nada daquilo o interessava. Só queria mesmo era poder transar em paz e estava quase expulsando John de lá para conseguir.

Até porque no dia anterior havia conseguido uma bolsa integral, por conta da desistência de algum aluno aleatório e graças a aquilo não precisaria mais se preocupar em pagar a faculdade, uma vez que as suas notas darem uma aumentada quase que "milagrosa", graças a sua adorável "santa pinscher dos rolês aleatórios", acabou o tornando apto para receber a tal bolsa.

A real era que Richard estava louco para agradecê-la pela sua prestatividade, mas claro, tudo isso aproveitando bastante o fato de que agora ele e Rachel haviam passado de nível, naquela grande confusão que eram as lições de um amigo que começou a dar pra ela.

— Não tenho ideia, mas... Você vai fazer alguma coisa no almoço? — John perguntou quebrando o silêncio que se instaurou no lugar.

Saindo do banheiro, Rachel pediu que os dois se sentassem e para surpresa dos dois, anunciou algo que os fez ficar em choque:

— Eu pedi dispensa da universidade.

— Você o quê? — os dois gritaram sem entender que piada era aquela.

A coisinha mais nerd que ele eles tinham no apartamento estava dizendo que largou a faculdade? Como assim?

Estaria RaeRae pensando em desenvolver uma nova rede social, tipo o Mark Zuckerberg fez com o Facebook?

— Eu vou começar a apenas trabalhar daqui por diante e no ano que vem...

Nao era normal algo desse gênero vindo dela. Que tipo de novo Apocalipse era aquele? Como arrumaria desculpa para andar com ela para todo o canto?

— Pelo menos ainda tem a boate, né? — o Roth pensa alto recebendo um olhar confuso dos dois outros moradores do lugar.

Dava pra fazer muita coisa do apartamento até lá. Graças a Deus aquele privilégio não o foi negado. E principalmente o fato que ele tinha o seu carro próprio com vidros fumê, então dava pra fazer o que bem entendesse. Graças a Deus mais uma vez. Devia parar de agradecer tanto a Deus pelas oportunidades que tinha de transar com a Rachel, mas a culpa daquilo era dela que vivia falando de Deus perto dele.

Mesmo com os protestos deles, a Grayson continuou com sua decisão e foi para seu quarto atender uma ligação misteriosa longe deles.

Com sua cabeça rodando, sem entender o porquê daquela decisão da sua melhor amiga, Roth foi se arrumar para faculdade e embora tivesse esperado até o último minuto Rachel não deu as caras na sala.

— Cara. Precisamos conversar sobre a Grayson — John quebra seu silêncio incomum desde que a Rachel os avisou de sua decisão inesperada.

Crendo que talvez o rapaz tivesse alguma ideia do que aconteceu, Richard marca de o buscar no almoço para que pudessem conversar longe de Rae, num restaurante.
Embora tivesse pensando em todas as coisas possíveis, nada de fato o fazia sentido. Teria os rapazes que a atacaram de alguma forma feito RaeRae se sentir amedrontada?

Pensando na possibilidade de os dar mais uma surra, por conta do que levaram a Grayson a fazer, ficou entretido até o horário de almoço, quando encontrou o Logan, indo para o restaurante com ele.

— Não acha esse lugar caro? — Richard pergunta a seu colega que nega com a cabeça.

— Você agora é um bolsista integral. Relaxa. Eu pago...!

O acompanhando até a mesa, Roth se senta sem paciência e vai direto ao assunto que realmente o trouxe ali:

— Sabe o porquê de RaeRae tá desistindo da faculdade? — ele é direto.

— Talvez. Quero dizer... Estive conversando com uma amiga e ela me deu uma sugestão um dia desses que fez sentido só hoje de manhã — John contando sério faz Richard se endireitar na cadeira.

O que será que havia acontecido com ela?

— Qual foi a sugestão? — Dick perguntou preocupado.

— Ela disse que algumas religiões impõe coisas aos fiéis. E que não duvidava nada que alguém de cabeça fraca fizesse tudo o que o líder religioso mandasse....

— Você está achando que na igreja convenceram ela a abrir mão da faculdade? — Richard sugere um tanto surpreso.

Vindo da garota que julgava namoro pecado por conta dos sermões que ouvia, não duvidava nada. Pois Rae sempre foi influenciável e nunca deixou de seguir as ordens do que o líder da igreja dizia.

— Precisaríamos ver para crer...

— OK. Acho que ela vai pra igreja hoje. Podemos ir com ela e ver o que acontece. — Richard sugerindo calmo recebe um olhar irritado de John.

— Eu não vou. Vai você sozinho com ela. — o rapaz replicou inquieto o fazendo revirar os olhos.

Bom pra ele que poderia esticar da igreja para um hotel ou algo do gênero. Depois que fosse a igreja, RaeRae corria o risco de voltar a ser a mesma de antes e ele precisaria desconvertê-la o mais rápido que pudesse.

O que o lembrava que precisava comprar mais camisinha e andar com algumas junto dele. Rachel era uma mulher maravilhosa, mas não podia se deixar levar por aquilo e arrumar um filho antes da hora.

Voltando para a faculdade, continuou pensando em tudo que John e ele conversaram, optando por tirar suas próprias conclusões indo direto na Rachel, que ao chegar na boate não encontrou.

— Cadê a Pinscher? — fala alto ao ver que só tinha homens lá.

— Quem? — seu treinador perguntando confuso o faz lembrar que ninguém a conhecia pelo seu infame apelido.

— A Rachel e as outras mulheres daqui. — Richard respondeu depressa recebendo acenos negativos de todos.

Que abdução de mulheres foi aquela na boate Peccatum?

Notas Finais:
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