Capítulo 26 - Rachel Grayson
''Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora''
Pra rua me levar - Ana Carolina
Aproveitando que sua patroa já havia avisado que a sala iria ser fechada para ajeitar uma goteira que as incomodava, Rachel ficou em casa testando maquiagens e roupas.
E não só isso como também tirando um tempo para falar com Deus e colocar os assuntos em dia, pois estava em falta com Ele.
— Sei que não ando sendo muito ativa com o Senhor, mas eu realmente... — Rachel começa a orar antes de seu filhote de gato morder seu pé a fazendo xingá-lo. — Filho da puta! — bradando com o animal, logo se lembra do que ia fazendo. — Misericórdia! Perdão Senhor! É que esse miserável aqui...! Ora seu merda! — continuou a xingar o pobre animal que agora estava afiando suas unhas em sua camisa social.
Desde que começou a ficar mais próxima de Richard palavrões se tornaram um hábito maldito que, quando se deu conta, já havia desenvolvido a mania de falar um e outro.
Decidindo por fim a roubar, ou melhor dizendo pegar emprestada sem pedir permissão de seu amigo, uma blusa de Richard, a usando para se sentir tão confortável quanto conseguia, Rae se pôs a fazer o jantar.
E tão logo que o terminou ligou a televisão, mexeu nos DVDs, procurando tudo lá, o que a levou até os filmes da Barbie que tanto gostava de ver. Adorava aqueles filmes pois quando mais nova, sempre quis ser igual a Barbie.
Loira, de olhos claros e magra, biotipo que seu irmão possuía, entretanto era idêntica a Teresa, uma mera coadjuvante que apenas interagia com a Barbie e não fazia nada de importante. A frustrando muito antes, mas não tanto atualmente.
Escolhendo o clássico representando a história sobre o lago dos cisnes da boneca, a Grayson deixou já pré-selecionado o tal filme, indo fazer sua pipoca com bacon.
Deixando o bolo do Richard pronto, assim como o suco que ele tanto gostava, Rachel finalmente foi se jogar no sofá para assistir filmes, até que John, irritado como sempre, chegou durante a abertura do filme.
— Isso é Barbie no Lago dos Cisnes? — John comenta indo até a moça.
Confusa ao extremo, Rae apenas o observou tirar seus sapatos e se jogar no sofá ao seu lado, a fazendo pausar o filme.
— Eu dou o play depois que você for tomar um banho — avisando ao colega de apartamento é logo atendida por ele.
Tomando um banho depressa John voltou a se sentar no sofá, usando uma bermuda e puxando para si o lençol que Rachel usava para se cobrir.
— Começa logo, Grayson! — John manda a moça que continuou parada o olhando séria.
Quando ele se tornou aquele homem tão incômodo?
— Se você pedir com educação, claro, eu coloco, caso contrário, espera deitado que não darei play algum!
Rebatendo a rispidez dele, Rachel o fez olhá-la surpreso e em seguida dizer:
— Se importa de colocar? — disse o rapaz com sarcasmo recebendo um olhar irritado da moça.
Como precisava ver o filme, deu o maldito play e em segundos John deixou de ser a pessoa irritada de sempre.
— Eu adoro essa música do começo— o rapaz comentando com Rachel a respeito deixa a moça surpresa.
— E as músicas do "A Princesa e A Plebeia"? — Rae replicou sem se dar conta.
— Mulher! Eu amo! E sempre quis ser a Barbie! — conta a sua colega que o olha surpresa.
Bem, Richard também gostava de Barbie e era mais do que hetero embora ainda fosse gay de alguma forma, então.... Deveria ser algum tipo de coisa secreta de garotos. É. Tinha que ser.
Dando início a uma conversa animada sobre todos os filmes da boneca, os dois viraram crianças novamente contando sobre seus casos de infâncias causados em decorrência do filme.
— Uma vez eu tentei fazer a trança do filme dela como Rapunzel... — Rachel conta sorrindo da situação.
Por ser pequena e péssima com aquelas coisas, acabou dando um nó enorme em seu cabelo que teve de ser cortado Chanel para disfarçar o estrago.
— Não deu certo, né? — John devolvendo depressa usou um tom que Rachel muito bem conhecia.
E lá vinha um comentário estúpido sobre o fato da cor dela influenciar alguma coisa o que não era verdade.
— Não, mas não foi por eu ser negra, sim porque era criança e não sabia o que fazer — respondeu séria pausando o filme para obter a atenção dele.
— Escuta, eu não tenho nada contra pessoas como você. Eu até mesmo tenho amigos que são... — começa a falar sendo tão preconceituoso quanto podia.
Algum tempo atrás Rachel teria concordado e se sentido constrangida, mas hoje em dia, vendo o quanto ser negra era normal e que não havia nada de errado naquilo, graças a Sonya e seus discursos ao longo dos dias, não deixaria que ele a tratasse daquela maneira.
Pois finalmente havia entendido que sua cor não era o problema. O problema era o preconceito velado que era deveras excludente com pessoas que, como ela, não seguiam a padrões da sociedade atual sobre o que era beleza. Mulheres brancas, magras e altas.
— Negras? Bem, ainda bem que tem amigos negros, não é mesmo? — Rae o interrompendo irritada recebe um olhar perdido dele.
— Eu não sou...
— Preconceituoso? Sim. Você é — Rachel corta a desculpa esfarrapada depressa.
— Pelo amor de Deus Rachel, até parece que você é perfeita! — ele reclama com a mulher que perde sua paciência.
— Não! Eu sou humana e plausível de erros, mas estou farta disso, John! Você ser branco de cabelos loiros e olhos claros não te faz melhor do que eu que sou negra! Sou mais eu e meu cabelo ondulado com minha capacidade de tentar melhorar que você e sua mente retrógrada!
— Só porque começou a trabalhar na boate tá se achando a desconstruída, né? — John debochou da mesma que o olha de cima a baixo.
— Só não quero mais ouvir pessoas como você dizendo que ser negro não é legal, quando na verdade o que não é legal é o preconceito velado que muitos ainda tem! — Rachel Grayson grita na cara dele que a olhou chocado.
— Para de vitimismo, Grayson... — ele teimando faz ela rosnar irritada como um animal raivoso.
— Tenta chegar num lugar e ser vigiado, tratado como inferior pela cor da sua pele, visto como feio por seu biotipo não ser bem visto em lugar algum e ainda sim ter que agir que não dói! Tenta! Tenta para ver o quão vitimismo é, seu filisteu afrontoso dos infernos! — xingou o rapaz que riu.
— Tu tá ficando louca, mulher...
— Quer saber como eu fiz para me sentir igual a vocês gente branca, estúpida e preconceituosa? — Rae o interrompe sem dar chance de falar.
Ele já havia falado muito, na verdade havia falado demais, assim como outros como John haviam feito antes dele, tentando a fazer com que Rae e muitos que vieram antes dela ficassem em aceitando aqueles absurdos.
Agora era vez dela não se calar e absorver aqueles absurdos. Já havia os escutado o suficiente por uma vida inteira.
— Estudei, me esforcei, superei meus limites e fui a primeira em tudo! Só pra que ninguém mais me dissesse o que eu poderia ou não fazer, então não venha você me dar ideia errada... Porque daqui por diante quem fala sou eu e quem ouve é você— a mulher avisa sem paciência, tentando se levantar, o que não aconteceu uma vez que John a segurou pelo pulso.
— Escuta, Rachel. Eu realmente não acho que eu disse algo demais, mas já que você está incomodada, não voltarei a falar novamente, só vamos ver o filme, tá bom? — pedindo pensativo a faz se sentar mais uma vez.
— Mais uma vez, para de falar tanta asneira, John. Você é bonito demais pra falar coisas tão podres e típicas de gente com tão pouco caráter... — Rachel encerra o assunto dando play no maldito filme.
Conversando sobre as roupas, o cabelo sem friz e até mesmo as boas maneiras da boneca os dois ficaram um bom tempo, até que John encostou sua cabeça no ombro de Rae, que embora não quisesse que ele continuasse lá, o deixou por questão de educação e preguiça de expulsá-lo.
Estava prestes a dormir, quando John a puxou para mais perto e ajeitou sua cabeça no peito dela, deixando claro que já estava mais do que dormindo.
— John... — Rachel, tentou chamar o garoto que dormia profundamente.
Chamando o rapaz várias e várias vezes sem sucesso foi derrubada por ele no sofá, que a puxou para mais perto dormindo.
Desistindo de ficar tentando se soltar, pois o infeliz tinha um aperto mais firme que o de Richard, ela ficou lá vendo o filme e esperando que John levantasse logo.
Estava distraída até que as luzes do cômodo foram ligadas e parado ao lado do sofá, Richard furioso olhava os dois, o que a deixou constrangida pela situação.
— Que cena mais linda. Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí? — disse o Roth com sarcasmo antes de chutar a perna de John e acordar o rapaz.
— Richard... — Rae tentando falar com o amigo, é ignorada por ele, que logo chuta mais uma vez o loiro.
— Você está de brincadeira, Rachel? No sofá? Sério.?
Dois quartos livres e foram transar justo no sofá? — o homem pensa tudo errado sem dar chance a ela de explicar nada.
Acordando assustado, John Logan tentou falar algumas coisas, mas foi logo cortado por Richard também.
— Então é aqui o seu futebol toda quarta-feira? — perguntou ao terceiro morador do apartamento que pareceu se lembrar de algo.
— Ah. Eu estava sem passagem, mas não fiz nada com ela não! Eu juro! Deus que me livre... — Logan se defendeu fazendo Roth o olhar furioso e mexer nos seus bolso antes de jogar uma nota de cinquenta dólares na cara do mesmo.
— Toma aqui cinquenta dólares. Agora some — é tudo que diz saindo irritado para seu quarto.
Livre do peso enorme que tinha sobre ela, Rae ficou batendo na porta do quarto de Richard e, mesmo depois que John saiu, continuou lá tentando falar com seu amigo. O que a fez perceber algo que era no mínimo muito trágico.
Estava mais uma vez apaixonada com Richard Roth. Tal como esteve antes dele deixar de ser cristão e se jogar no mundo de pecados, a deixando muito desapontada. E fazendo começar com a burrice de gostar de John, que só havia sido gentil com ela uma única vez.
Deus definitivamente era um ser de humor bem macabro pois tudo em sua vida parecia dar mais e mais voltas chegando até Richard Roth e parando por lá sempre.
Em algum momento acabou dormindo, de forma que acordou sentindo algo frio e um tanto gelado encostar no seu ombro, a fazendo levantar assustada.
— Vai para sua cama — Richard, usando uma tolha para se cobrir da cintura para baixo, disse seco a fazendo olhá-lo cautelosa.
Teria como convencê-lo que não havia acontecido nada?
— Richard, eu e o John...
— Você não me deve nada Rachel — ele a cortando ríspido fez a moça se encolher um pouco. — Conseguiu o que queria. Agora vai dormir na sua cama. Esse chão é horrível de ficar dormindo — a aconselhou indo entrar em seu quarto.
Sem pensar muito, Rachel o segurou pelo tornozelo, quase derrubando o pobre varão, que a xingou antes de se ajeitar.
— Qual é a porra do teu problema? — o Roth grita com ela que se levanta depressa, se colocando de pé.
— Estavamos vendo o filme e ele dormiu, Richard. Eu juro! Não aconteceu nada! — Rachel Grayson contando depressa o fez olhá-la de cima a baixo.
— Você não me deve nada, Rachel. Nada! Qual a dificuldade de entender isso?
— Eu devo sim. Desde que você começou a ensinar sobre tudo não... Merda! Você não vai me ouvir! Nunca me ouve! — reclamou antes de vê-lo mexer seu ombro incomodado.
— Vai dormir Rae... — ele pede irritado continuando a mover seu ombro esquerdo.
Numa das muitas quedas que teve, Richard acabou por deslocar de maneira bem grave seu ombro, desde então ficando proibido de quaisquer atividades físicas e vira e mexe precisando tomar remédios e fazer compressa para aquele problema.
— Seu ombro está incomodando? Anya me ensinou uma massagem boa para esse tipo de dor... — começando a dizer é impedida de se aproximar por ele.
— Rachel, não. É sério. Estou puto com você. Isso vai terminar mal, ok? Vai dormir — Roth ordenando a ela é ignorado pela moça que entra no seu quarto e dá de ombros.
— Nunca fui o tipo de mulher que gosta de muito carinho. Um pouco de força não faz mal a ninguém, varão! Agora para de drama e anda logo, deita lá e me deixa cuidar de você — fez pouco caso do que ele a dizia o arrastando até a cama.
Embora tivesse incerto, Richard a acompanhou e fez o que ela ordenara, deitando na cama, onde Rae pediu que ele aguardasse enquanto ia buscar seu óleo de camomila, específico para aliviar as dores que ela geralmente sentia.
— John e eu só falamos sobre a Barbie!— a Grayson desabafa com o amigo que ri.
— Para de desculpa, RaeRae. Você não me engana. Conheço o tipo dele... — o Roth falando divertido gemeu de dor ao ela pôr uma das mãos sobre o lugar dolorido.
Vendo que ao lado dele não conseguia deixar de colocar seu peso sobre a mão enquanto o massageava, Rachel acabou subindo no homem, a fim de se debruçar para tocar mais devagar o local dolorido.
Sentada sobre ele, sentiu uma das mãos de seu amigo, subir até sua bunda, o que a fez afastá-lo dizendo:
— Isso aqui é sério, Richard.
Subindo sua mão da bunda dela, o rapaz logo começou a arranhar as costas de Rae sem força apenas para a deixar mais sensível e tirar o foco da pobre mulher, que se pôs a reclamar mentalmente da ideia imbecil que teve.
— Isso é tão gostoso, princesa.. — o Roth comenta em voz baixa e rouca a deixando arrepiada.
Será possível que ele era tão estúpido a ponto de deixar sua saúde de lado apenas para a excitar como punição?
— Sangue de Cristo tem poder. Olha o que está fazendo com a sua saúde, manto! — Rachel repreendendo o amigo o faz gemer um pouco mais alto.
— Você é muito irritante. Fica quieta. Ainda não a desculpei — ele rebateu cobrindo os lábios dela com uma das mãos.
Ignorando os gemidos baixos dele, que agora soavam bem menos doloridos e mais prazerosos, Rachel decidiu encerrar a massagem, se sentando sobre a barriga do rapaz reta.
— Eu estava apenas tentando te ajudar. Filisteu afrontoso dos infernos... — repreende o amigo que a puxa para si beijando com desejo.
Esquecendo-se por completo do que ia dizer, Rae usou sua mão livre para tirar a toalha de Richard, interrompendo o beijo, o que não o agradou nem um pouco, uma vez que o homem a puxou pelo cabelo para que a mulher ficasse mais uma vez com o rosto próximo do dele.
— Não vai à lugar algum, princesa. Hoje você é minha e de mais ninguém! — Richard Roth ordena a ela que sente seu corpo se arrepiar com o tom de voz rouco dele.
Quando Richard ficou tão mandão?
Antes que pudesse dizer algo, mais uma vez foi beijada pelo amigo que, sem conseguir abrir os botões da camisa dele, pega emprestado por ela antes, usou as duas mãos para arrebentar a camisa.
— Te dou outra depois. — o Roth avisando a moça a faz sorrir.
Ia só esperar até ele descobrir que o prejuízo foi dele mesmo. Decidindo que ia tirar o controle dele, pois já sabia bem o que precisava fazer e os comandos de seu amigo eram desnecessários, Rachel o empurrou para que se deitasse e ela pudesse fazer seu primeiro passo para um pedido de desculpas.
Embora não tivesse acontecido nada e Richard tivesse apenas enlouquecido. Saber pedir desculpas mesmo estando certa era algo que cristãos faziam. E mesmo em questões como aquelas, os ensinamentos poderiam ser bem válidos.
Descendo seus lábios pelo corpo dele, chegou até a cintura do Roth, dando beijos apenas para irritá-lo em sua ereção antes, de finalmente para o alívio do rapaz, levá-la aos seus lábios onde se colocou a chupar de lamber da maneira que sabia que ele gostava. Esquecendo-se a avisar, Richard gozou na boca de Rachel, embora um tanto receosa acabou engolindo a contragosto e logo foi ao banheiro para lavar sua boca.
— Perdão, Rae. Eu esqueci de... — ele começou a se desculpar recebendo uma risada dela.
— Até que o gosto não é tão ruim...
Era péssimo, mas não queria fazer ele se sentir culpado por um descontrole. Areia era muito pior, fato comprovado por ela que, como criança perturbada que era, RaeRae já havia comido terra, ração de cachorro e alpiste de pássaros, logo qualquer coisa era menos pior que tudo aquilo.
—Seria você uma ótima mentirosa, ou eu péssimo em detectar suas mentiras? — perguntando a ela que o acompanhou para fora do banheiro da suíte que Richard nunca usava.
— Porque mesmo você não usa o seu banheiro? — Rae reclama com o amigo que parece pensativo.
— É muito pequeno e fechado...
Achando graça da careta dele, Rachel foi se sentar de novo na cama, o olhando de cima a baixo, antes de morder seu lábio inferior para conter um sorriso e dizer:
— Onde estávamos mesmo? — brincando com o amigo o faz engatinhar até ela sorridente.
— Eu juro por Deus que se você não parar de sorrir e me olhar desse jeito eu só te deixo sair dessa cama depois que não te sobrar nenhuma pureza. — adivertindo a moça a beijou com carinho, de forma que ela apenas o deixou ficar entre suas pernas e beijá-la sem pressa alguma.
Aquilo era tudo que Rae poderia querer.
Um homem que a olhava com a mesma adoração que um pagão adorava um tipo de deusa e que a tocava com tanta precisão, nos lugares que ela mais gostava, da maneira que um músico tocava algum instrumento muito precioso e querido.
Ainda sim, sabia bem que aquilo era algo que Roth fazia para corresponder a espectativas românticas dela.
Pois ele sempre fez questão de mostrar ser bem bruto quando ela o flagrava com uma e outra ex, trocando carinhos supostamente escondidos pela faculdade.
— Richard... — chama baixo o rapaz que a beijava no pescoço.
Parando a fim de olhá-la, o homem desfez seu sorriso ao vê-la séria o encarando.
— Você não quer? — ele perguntando confuso a faz respirar fundo.
Para que apenas ela sentisse bem com aquilo?
De jeito algum. Direitos iguais. Se ela merecia prazer seu amigo também. E não seria alguns puxões que a deixariam traumatizada.
— Pode ser bruto, Roth. Preciso saber do que eu gosto, não é mesmo? — Rachel Grayson sorriu para o homem que ainda a encarou um tanto chocado.
— Tem certeza? — cuidadoso como sempre, fez carinho no rosto dela que concordou depressa.
— Só esquece que sou sua amiga e me trata como qualquer outra mulher... — Rae começando a falar é logo cortada por ele.
— O quê? Não! Você não é qualquer uma, você é a minha princesa — Roth rebate um tanto nervoso. — E já quer quer algo mais bruto, eu faço, mas respeitando seus limites. Ok? — sugeriu a amiga que concordou depressa.
A puxando pelos cabelos mais uma vez, Richard beijou com voracidade e, usando sua outra mão livre, deitou sobre a cama, sem interromper o beijo.
Em resposta Rachel levou a mão as costas dele, que pareceu ficar incomodado, mas logo que ela sentiu as cicatrizes e as ignorou, fica aliviado, se colocando a usar suas mãos para brincarem com os seios da sua amiga.
— Princesa? — ele a chamou já posicionado de forma que Rae logo soube o que estavam prestes a fazer.
Para o inferno o que a Bíblia dizia. Não podia continuar apenas seguindo ordens de milhares de anos atrás quando um homem tão bom quanto Richard poderia ser dela, mesmo que fosse só aquela vez.
— Tem certeza? — pergunta mais uma vez ainda receoso.
Achando adorável aquele cuidado consigo, a Grayson o beijou e se contorceu sob o corpo dele a fim de mostrar sua impaciência. Queria ser dele. E sabia que Richard também a queria.
Era um sentimento que não tinha chance de a render algo mais que aquilo, porém Rae se reservava naquele instante o direito de se deixar levar.
Não é como se Richard a visse como alguém com quem fosse passar sua vida. E ela não estava nem aí para aquilo.
Embora tivesse sido um tanto incômodo, uma vez que já havia lido bastante sobre primeira vez e descobriu que o segredo era se sentir confortável e excitada, o que com ele era fácil, Rachel logo concordou com a sugestão que Roth continuasse, aproveitando o máximo que podia daquele momento.
Com seus movimentos cada vez mais rápidos e estocadas fortes, Richard logo a fez chegar ao seu orgasmo, só se permitindo fazer o mesmo depois.
— Tá tudo bem? — foi a primeira coisa que o escutou a dizer logo que a viu chorando.
Rachel finalmente havia conseguido. Sentia-se bem e satisfeita, não tão culpada e envergonhada quanto antes.
Não havia sensação melhor que a de se deitar com alguém e não se sentir uma mulher suja por aquilo. Sua consciência estava tranquila e tinha certeza que poderia fazê-lo muito mais vezes.
— Sim. Está...! — animada o puxou para perto, beijando mais uma vez, dessa vez com lentidão, sem pressa alguma apenas aproveitando a sensação de senti-lo entregue a si mesma.
Rachel distraída arranhava de leve, tendo como única finalidade de excitar, as costas de seu amigo até que sentiu sua ereção mais uma vez deixando claro que ele estava tão pronto quanto ela para mais uma vez.
Decidida a dessa vez comandar, inverteu as posições, ficando agora por cima do homem que, embora tivesse tentado, acabou desistindo de lutar contra ela.
— Princesa... Não seja muito apressada! — Richard Roth tentou a fazer mudar de ideia, porém movida ao desejo que sentia, ela não pensou muito antes de sentar-se sobre a ereção dele.
Para uma primeira vez não deveria se forçar a tanto, mas não sabia se Richard ainda iria querê-la ou seguir em frente, uma vez que as lições de um amigo que o Roth a dava haviam acabado, logo preferiu aproveitar o máximo que pudesse dele.
Se movimentando devagar impediu de início que ele a controlasse segurando as mãos do seu amigo, porém, tão logo que Richard se aproximou de seu orgasmo, acabou se libertando e comandando o ritmo, bem mais rápido, com as duas mãos na cintura de Rachel, que não se sentiu mal de forma alguma. Adorou vê-lo tão selvagem e gemendo com tanta convicção "Rae" como se estivesse em algum tipo de transe, ou em meio a uma oração. O que era algo bem surpreendente para ela.
Jamais havia pensado que ele fosse um amante tão devoto as mulheres com quem transava e secretamente torcia que tivesse sido daquele jeito apenas com ela.
Todos aqueles elogios, gemidos, declarações e toques. Queria que fossem para sempre dela.
Infelizmente, conhecia bem a si mesma de maneira que tão logo que Richard conhecesse outra mulher, tinha certeza que a acharia muito mais interessante que ela.
Pois Grayson não tinha nada de especial a oferecer à ele e sequer era tão bonita quanto as mulheres com quem Richard trabalhava. Era questão de tempo até que ele perdesse seu interesse, contudo preferia aproveitar por hora e pensar nas consequências depois.
Mais uma vez respeitando o tempo dela, o homem conseguiu se manter o mais contido possível, até que Rachel cobriu sua boca afim de se impedir de gritar, deixando claro que havia conseguido chegar ao seu ápice. Ignorando por completo a discrição da amiga, Richard gritou a fazendo tentar o calar cobrindo com as mãos, porém foi tarde demais.
As batidas fortes na porta deixaram claro que alguém estava em casa e nada feliz com o que acontecia naquele quarto.
— Merda! O que foi agora? — Roth reclama inconformado enquanto ela saia de cima dele. — Já vou! — grita alto para quem batia na porta pedindo que ela esperasse lá na cama em silêncio.
John nunca batia desse jeito na porta. O que teria acontecido?
Notas Finais:
Leu? Releu? Surtou com o final? Gostou? Quer atualização mais rápida??? Deixe seu voto e se possível seu feedback!
Estarei liberando trechos para quem vota e comenta aqui! Adoro ouvir o que vocês tem a dizer, Beijos!
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