Capítulo 10 - Rachel Grayson

"Até isso acontecer com você.
Você não sabe como me sinto, como me sinto.
Até isso acontecer com você.
Você não vai saber, não vai ser real"
Until That Happens to You — Lady Gaga

"Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar,
Que tudo era pra sempre
sem saber que o pra sempre
sempre acaba."
Por Enquanto — Cássia Eller

Olhando apreensiva para o seu amigo mais pecador que conhecia, Rachel orava a Deus que o rapaz aceitasse a seu pedido.

Porque Deus a dizia que era necessário trabalhar para conquistar aquilo que quisesse e, mesmo sendo um método duvidoso, Rae estava usando o que tinha ao seu favor.

Se até mesmo Cristo andou no meio dos pecadores, quem seria ela para bancar a santa?

Estava desesperada pra ter John para si, pois sabia que ele era o homem perfeito para ter um bom casamento e se tivesse que se humilhar aprendendo mais sobre o pecado para agradá-lo, o faria.

John era sua meta e aquele filhote de filisteu que seu amigo se mostrou ser ao chegar na cidade grande, no momento era o caminho para tê-lo.

Rindo baixo Richard pareceu ouvir algo engraçado até que começou a gargalhar a deixando irritada.

O que raios a cria de Satanás achava que era pra tirar sarro da cara dela? Foi criada para ser a noiva de Cristo! Aquilo era um absurdo da parte dele. 

Deveria começar a andar com sua bíblia pra expulsar aqueles demônios que andavam lado a lado com o rapaz.

— Qual é a graça, seu desviado? — Rachel repreendeu o amigo que ficou uns bons minutos rindo.

— Perdão princesa, não era você a noiva de Cristo? Ele tá exigindo experiência no ramo pra promover a esposa? — Richard debochando de Deus a faz fechar a cara.

— Olha que Deus o castigará por levantar coisas contra Ele — avisa ao mesmo que parece pensar a respeito. — Dá pra responder, varão? Não tenho o dia inteiro! — Rae acrescentou irritada recebendo um olhar sério do rapaz.
Ele estava realmente receoso? Era só explicar algumas coisas e pronto. Não queria ser expert. Só o básico bastava.

— OK. A minha resposta é "Não". Agora vamos pra casa.
Furiosa, ela mexeu no volante fazendo o carro quase derrapar o que deixou o filho prodigo do pastor ficar bem irritado.

— Que porra você acha que tá fazendo? Quer conhecer o criador mais depressa!? É isso? — grita com Rae que se assusta.

Respirando fundo após ver no rosto dela o choque, Richard tentou a tocar sendo parado por ela que fez menção de sair do carro, sendo impedida pelo homem que travou as portas.

— Desculpa, Rae! Eu realmente fui rude, mas você quase nos matou! — acusando ela recebe um olhar de desdém.
Rachel vivia conforme as palavras do Senhor, não havia quebrado regra alguma e tinha certeza de seu lugar no céu era certo.

Agora com relação a Richard, bem, ele fazia certo em não querer morrer. Era um bom menino no começo, mas precisava voltar aos caminhos do Senhor, caso contrário o inferno seria o preço que o rapaz pagaria por sua vida de bebidas, fornicação e blasfêmia.

Ela não poderia orar por Roth para sempre. E já tinha feito muito pelo seu amigo de infância.

Havia concordado em dividir apartamento com uma terceira pessoa, sempre o salvou das surras de cinto e protegeu o máximo que conseguia dos garotos que viviam sem Deus na vida deles na época de escola.
Até mesmo o deu a suíte do apartamento para que pudesse estudar mais confortavelmente para ser um bom médico.

Deixou de lado sua religião matriz, indo a uma igreja protestante para que pudesse buscar a Deus e voltar para sua casa a tempo de deixar o jantar dele e de John prontos.

Tudo isso pra Richard se perder na imundice do mundo de pecado e vontades da carne, enquanto que John se recusava a enxergar que ela era a mulher mais certa pra vida dele.

Sabia lavar, cozinhar, cuidar de crianças e era temente a Deus. O que mais ele poderia querer?

Nervosa com essa possibilidade, Rae se encolheu mais no carro e fez silêncio todo o trajeto até o apartamento.
Lá ela foi tomar um banho e decidida a conseguir sua vitória, pois Richard ia a ensinar de um jeito ou de outro o que ela precisava saber, Rachel tomou uma atitude extrema.

Se não o venceria pelo diálogo seria usando as ferramentas de Satanás.

Pegando a camisola que Cinthia a deu antes de deixar a cidade pequena para trás, foi pra cozinha, usando seu avental favorito com versículos muito bons para meditação nele.

— Tá tudo bem, Grayson? — John fala com a moça pela primeira vem em um mês.

— Sim. Por que, va- Logan? — corrigiu o que dizia ciente da aversão dele a termos religiosos.

— Pelo tamanho dessa camisola achei que deveria estar com febre — comentando curioso a deixou constrangida.

Será que estava errado em se expor daquela maneira? Talvez fosse melhor trocá-la. Afinal mulheres que se vestiam de maneira vulgar sempre acabavam vítimas de sua própria vaidade e luxúria.

— Ela está ótima! Deixa de ser chato, John! — Richard a defendeu, uma vez que no caminho do inferno ele já guiava os recém chegados. — Achei que tivesse um encontro quente ou qualquer merda do gênero... Vai embora logo! — expulsou o colega de quarto que o esperou sair para pegar carona.

— Tenta pegar menos sol, hidratar esse cabelo, alisar e também depilar essas pernas e braços, Rae. Vai se sentir mais bonita... — Logan sugeriu baixo a ela saindo atrás do Roth logo em seguida.

Se sentindo péssima, ela trocou sua roupa e continuou a fazer o jantar chorando de tristeza, mas logo que pensou melhor decidiu usar os comentários dele em seu favor, fazendo o que o rapaz sugeriu. Pois Richard jamais iria querê-la e precisava encarar a realidade.

— Se eu fizer isso estarei a um passo mais perto de ter ele como meu marido.! É isso! Deus está me dando uma resposta! Glória! Glória! Glória a Deus! — comemora alegre antes de voltar ao jantar.

Procurou na Internet locais onde poderia fazer as coisas que foram sugeridas por ele e logo que terminou tudo, foi para seu quarto com um pouco de chá e torradas para comer enquanto estudava.

Aquele dia saiu pior do que poderia ter imaginado. Mas com Deus no controle haveria de ter um ótimo dia no dia seguinte.

Rachel tinha certeza que teria.

Com esse pensamento se colocou a estudar e acabou dormindo por cima dos livros largados sobre sua cama.

Logo que levantou, assustada pelo som do alarme de seu telefone, Rachel foi direto pra cozinha, onde fez o café da manhã dos meninos e foi tomar banho antes deles acordarem.

Sem coragem de olhar para John estando tão feia quanto ele achava, Rae optou por ir sozinha chegando na faculdade muito cedo.

— Hey! Você não quer fazer parte de um clube de dança? — a garota estranha perguntou aparecendo do nada na frente de Rachel.

A ruiva usava uma roupa que de tão justa apertada e pequena mais parecia uma lingerie e não tinha pudor algum, usando tanta cor na sua maquiagem que mais parecia uma Madalena do mundo moderno.

— É para louvar ao Senhor? — Grayson pergunta ciente da resposta da mulher.

— Que? Não! Claro que não!

— Então, eu não quero. A paz do Senhor, irmã! Não deixe pra procurar a palavra do Senhor quando for tarde demais! O fim dos dias está chegando... — aconselhando a menina a faz encarar a mesma como se tivesse a ofendido.

Por que quando você xinga alguém a pessoa não liga, mas quando você tenta levá-la para o caminho do Senhor ela só faltava a matar?

Que mundo absurdo. De fato estava perdido e o fim estava próximo.

Ansiosa ela aguardou até que suas aulas fossem encerradas para ir fazer os procedimentos que agendou, usando a folga extra que seu chefe a devia.
Bem, a depilação foi uma amostra grátis ao que acontecia ao ser jogada nos rios de fogo e enxofre que aguardavam pecadores no inferno. Além de ser carissíma, mostrando que para as pessoas no caminho do diabo toda e qualquer dor era sinônimo de satisfação. Porque só assim para pagar tão caro a uma pessoa para lhe queimar para tirar todos seus pêlos.

A sobrancelha então, foi um outro suplício.

Já traumatizada pela forma que perdeu seus pêlos passou pelo mesmo procedimento no rosto, axila e buço, tudo para desenhar a sobrancelha ideal para seu rosto e livrar sua pele de quaisquer pêlos que pudessem ficar feios, segundo a torturadora profissional.

Embora tivesse chorado bastante, gritado até mesmo, seu tormento chegou ao fim e passou ainda que houvesse tido muitos percalços por aquela prova que o Senhor a deu para se tornar uma boa esposa para John com méritos. Mesmo que tivesse sido de desleixada em alguns pontos.

Toda a quintura em sua cabeça a fez desistir de alisar os cabelos, optando por apenas o hidratar e pegar dicas de como poderia mantê-lo sob controle para que não ficasse muito feio.

Tendo perdido aquela luta, mas não a batalha, Rae fez suas unhas pela primeira vez em sua vida, o tempo todo com fones de ouvido para não se deixar levar pelas conversas pecaminosas que haviam ali.

Orando a Deus e repreendendo todas aquelas mulheres e seus pensamentos errados, continuou lá até que finalmente foi liberada da tortura e pagou por tudo saindo o mais depressa que pôde dali.

Como podiam falar tão abertamente de coisas pessoais? Não tinham vergonha de se portarem como prostitutas com seus maridos e contarem a todos?

Ainda incomodada, Rachel voltou para o apartamento se sentindo dolorida, mas feliz. John iria a elogiar. Sabia que iria.

Tomando um banho, onde fez questão de usar os truques que o cabeleleiro a ensinou, saiu de lá de toalha, sendo pega de surpresa pelo som de várias vozes masculinas entrando no apartamento.

Richard era carregado por três homens que ela imaginou serem seus colegas de trabalho, igualmente marcados pelo pecado que cometiam.

— O que houve com o Roth? — ela pergunta aos homens que pararam por alguns segundos ao notá-la no cômodo.

Trocando cotoveladas, uma vez que haviam colocado Richard chorando e xingando baixo no sofá, ficaram se entreolhando até que a ficha de Rae caiu.

Estava só de toalha.

Com isso, Rachel passou rápido para o quarto onde colocou seu robe para ocasiões especiais, como noites que John ficava em casa e ela tentava parecer mais elegante, saindo de láq já melhor vestida.

Agora sozinho, Richard tentava se levantar sem sucesso, o que a levou a ajudá-lo.

— Eu escorreguei, cai e acho que perdi minha perna — ele fez seu drama digno de prêmios que a levou a revirar os olhos.

Homens gostavam de mulheres frágeis e femininas, mas como eles que não aguentavam uma dor poderiam protegê-las de qualquer forma que fosse?

— Vamos, te levo ao seu quarto — Rachel se ofereceu de muleta para o amigo que aceitou de bom grado.

Isso naquele momento, pois quando havia o pedido um pequeno favor, um mísero favor que em nada mudaria a vida de pecados e transgressões dele, o infeliz se negou a ajudá-la como bom filisteu que era.

O jogando na cama, Rae ouviu alguns xingamentos mundanos da parte do rapaz, até que foi ao seu quarto e pegou a pomada que usava para diminuir suas dores, por sempre estar sobrecarregada com afazeres domésticos levando até ele.

— Não dá! Eu não consigo mexer, ok? Puta merda. Eu vou ficar paraplégico... — o garoto choraminga como o homem fraco que era a fazendo rir.

Rachel apenas subiu na cama dele, e puxou o short dele que gritou assustado.

— O que você está fazendo? — grita com a mulher que o ignora e passa a pomada em suas mãos com tranquilidade.

Jesus. Era só uma massagem pra relaxar o músculo. Só isso. O que ele achava que estava sendo feito ali?

— Relaxando seu músculo... — Rachel respondendo com calma recebe um olhar desconfiado do homem.

Com todo cuidado, massageou a perna do rapaz que começa a relaxar aos poucos. O que logo mudou ao ouvir ele começar a gemer baixo.

Sorrindo por ele parecer fofo daquele jeito, só ficou assustada ao ver o volume enorme entre as pernas dele, que a deixou em choque.

Aquilo era um controle remoto de dentro das calças dele. Tinha que ser. Não tinha visto algo tão grande nas aulas com cadáveres e olha que havia visto muitos homens mortos ao longo de sua faculdade. Numa falha tentativa, fingiu estar tranquila com o que acontecia até que ele a puxou para perto dele.

— O que você está fazendo? — Rachel reclamou com o amigo que pareceu confuso.

— Você não está fazendo de propósito?

— Não — é tudo que Rae responde séria.

— Bem se você ainda quiser, posso te ajudar com aquele lance. Já que você vai atrás de qualquer um se não for eu— Richard dizendo com um sorriso de pura luxúria a olha nos olhos de uma forma que desconcertou a velha amiga.

Não lembrava da última vez que o viu com aquele olhar em especial. Só lembrava que já havia o visto antes por algumas vezes.

Seria aquele um bom ou mau sinal? Estava bem curiosa a respeito daquele milagre a primeira vista.

—  E o que te fez mudar de ideia? — Rachel pergunta com notável interesse.

Só poderia ser Deus agindo em favor dela e de seus planos de fazer de John seu marido. Isso sem precisar fazer nada para que aquilo de fato acontecesse.

— A ideia de corromper você — o Roth contou com naturalidade sorrindo abertamente de maneira diabólica.
Teria ela feito um pacto com o próprio diabo sem saber?


Notas Finais:
Hello! Então! Felizes pela atualização??? Deixe seu voto e se possível seu feedback.
Outra coisa! Aos que votarem e comentarem, estarei dando um trecho antecipado do novo capítulo daqui.!!
Ah! E pra quem conseguir convencer aquela amiguinha gente finíssima a vir aqui dar uma olhada na história, votando pelo menos na dedicatória, vou liberar um capítulo completo antecipado!
E aí? Vamos interagir?? Rsrs
**Ninguém é obrigado a fazer isso, mas se quiser participar só fazer que eu irei recompensar a todos que participarem dessa interação aqui. Kkk

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