Capítulo 40
Capítulo 40
Maurício acordou nos braços de Caio, sorrindo brilhantemente por ter seu namorado enrolado em volta dele. Em todo o tempo que passaram juntos, foi a primeira vez que não acordou sozinho. Ele aproveitou ao máximo, aconchegando-se perto e enterrando a cabeça na dobra do ombro de Caio.
‒ Mmm, bom dia. ‒ Resmungou Caio, abrindo um olho.
‒ Bom dia. ‒ Mau bocejou, sua mão repousando levemente no estômago de Caio. ‒ Como está se sentindo?
‒ Como se alguém tivesse atirado em mim. ‒ Veio a resposta divertida.
‒ Quer o seu remédio? ‒ Maurício perguntou, olhando os frascos que a Dra. Raquel havia deixado para ele na mesa de cabeceira.
‒ Ainda não. Preciso pensar.
‒ Sobre a noite passada? ‒ Mau perguntou com cuidado. ‒ Mica e Nano disseram que há um rato?
‒ Absolutamente existe ‒ disse Caio com uma leve carranca. ‒ Alguém tem trabalhado duro para iniciar outra guerra entre os Signori e os Sartori.
‒ Percebi que Carlo não estava aqui ontem à noite ‒ disse Maurício, mordendo o lábio inferior.
‒ Mmm. ‒ Caio cantarolou levemente. ‒ Sua lealdade é questionável na melhor das hipóteses. Há muito que suspeito que ele está tramando alguma coisa, mas preciso de provas.
‒ Por quê? Você não pode apenas... ‒ Mau fez um movimento de corte com a mão no pescoço. ‒ Você sabe... se livrar dele?
Caio realmente riu, embora o estremecimento que se seguiu mostrasse que ele se arrependeu. ‒ É mais complicado que isso. Carlo tem muitas conexões poderosas na cidade, juízes e coisas assim. Coisas muito úteis que não quero perder se não precisar. Eu devo ter certeza, antes de fazer uma jogada contra ele.
‒ Bem, que tipo de prova você precisa?
‒ Algo mais do que meu instinto. Confio nos meus instintos ‒ disse Caio. ‒ ... e sim, meus instintos dizem que é Carlo, mas preciso de evidências concretas. Aconteceu muita coisa agora para que seja uma coincidência. A polícia encontrou o corpo de Rico tão rapidamente, o retorno oportuno dos Sartori à cidade, o ataque no clube, a reunião indo mal ontem à noite... Carlo sabe que suspeito dele.
‒ Como você sabe disso?
‒ Porque uma vez que ele viu que eu não estava morto, fugiu. ‒ Resmungou Caio. ‒ Acima de tudo, ele é um covarde. Só se juntou aos Signori quando tinha certeza de que os Sartori iam perder a guerra. Mas ser covarde não o torna culpado.
‒ Mas por que começar tanta merda? Ele está tentando voltar com os Sartori? Juntar-se à causa deles?
‒ Possivelmente. ‒ Pensou Caio. ‒ Mas os italianos nunca esquecem. Carlo já os traiu uma vez, não confiariam nele.
‒ A menos que ele tenha feito algo para provar a si mesmo ‒ disse Maurício, com os olhos brilhando com as teorias da conspiração sacudindo seu cérebro. ‒ Como preparar você para a queda pelo assassinato de Rico. Todo mundo pensa que foi você mesmo, certo? Até seus próprios Signori. Se descobrisse onde estava o corpo, talvez fosse ele quem denunciasse a polícia para que viessem atrás de você. Se prometesse aos Sartori que poderia tirar você do caminho pra eles, seria uma maneira de provar sua lealdade.
‒ Olhe para você, todo investigativo. ‒ Caio riu baixinho.
‒ Bem. Faz sentido. ‒ Mau corou.
‒ Sim... ‒ Caio inclinou a cabeça, pensando por um longo momento. ‒ O que mais?
‒ O quê?
‒ Continue. Carlo diz aos Sartori que ele pode me levar para a cadeia. Ele conta aos policiais sobre o corpo. Mas os policiais ainda não têm o suficiente para fazer uma prisão e eu não vou a lugar nenhum. Então, o que vem depois?
‒ Bem, você disse algo sobre os Sartori voltarem para a cidade ‒ disse Maurício, sentando-se um pouco. ‒ Talvez eles estivessem cansados de esperar que Carlo entregasse resultados e decidissem agir por conta própria. Então voltam, organizam os ataques. Não era só o clube, certo? Alguns mensageiros foram atingidos?
Caio revirou os olhos, reservando comentários sobre a escuta óbvia de Mau.
‒ E os mensageiros eram de Carlo, então, ou ele estava envolvido... ‒ Maurício continuou, as engrenagens em seu cérebro girando rapidamente. ‒ ... ou os Sartori especificamente direcionaram seus homens para enviar uma mensagem a ele, por não poder entregar ainda.
‒ Possivelmente. ‒ Caio concordou. ‒ E o ataque ontem à noite?
‒ Eu precisaria saber do que se tratava a reunião. ‒ Mau respondeu docemente, piscando os olhos.
Caio bufou, batendo de brincadeira contra Maurício. ‒ Hummm. Bem, posso lhe dizer que estou em contato com Mike Sartori desde os ataques. Prometi a ele devolver o anel do pai dele em troca de um pequeno tratado de paz.
‒ Ok, e eles já acham que você matou Antônio Sartori, certo?
‒ Mmmm, eu disse a ele que era uma aquisição recente.
‒ Digamos que foi Carlo quem iniciou o ataque na reunião. Ele quer tirar você do caminho para os Sartori voltarem. E ele já os traiu uma vez antes, então talvez só queira que todo mundo se ferre? Assumir a cidade ele mesmo?
‒ Nada mal ‒ disse Caio com um aceno de aprovação. ‒ Você seria um investigador decente se o trabalho de advogado não der certo, garoto.
Mau riu, balançando a cabeça. ‒ Eu provavelmente só assisti muitos filmes. Quero dizer, se eu fosse um investigador de verdade, saberia como o anel do Antônio acabou nas mãos de Alana e em seguida comigo.
‒ Pois é ‒ disse Caio misteriosamente.
‒ Por que você não me conta? ‒ Maurício fez beicinho.
‒ Porque ainda não tenho certeza. ‒ Respondeu Caio com sinceridade.
Mau assentiu, mas não conseguiu esconder sua decepção. Ele olhou por um tempo, hesitando por um longo momento. ‒ Eu ainda penso nela. ‒ Ele admitiu em voz baixa. ‒ Eu ainda não acredito que a mataram. De muitas maneiras ela foi uma mãe pra mim quando eu precisei de uma... Você ainda pensa na sua mãe?
‒ Às vezes. ‒ Respondeu Caio suavemente. ‒ Mas é difícil pensar em alguém que você nunca conheceu.
‒ Eu só queria que minha mãe biológica me aceitasse. Mas... não se pode ter tudo na vida. Eu tenho fotos de quando ainda estava na escola ‒ disse Mau, tentando não parecer muito ansioso.
‒ Vamos ver. ‒ Caio riu baixinho, claramente divertido com a emoção de Maurício.
Mau saltou da cama para pegar a caixa de sapatos, sorrindo enquanto a segurava com força contra o peito antes de rastejar de volta para debaixo dos cobertores com Caio.
Folheando as fotografias, ele finalmente se acomodou em uma dele e sua mãe em um piquenique da escola, oferecendo-o timidamente para a inspeção de Caio. ‒ Essa sou eu e minha mãe. Claro que Danilo estava comigo também.
Caio ergueu uma sobrancelha, observando ‒ Você e o ômega de Estebán Zayas são muito próximos...
‒ Sim. ‒ Maurício jorrou. ‒ Ele e Zeca é a única família que eu tenho! E agora, você. Depois dos quatorze anos, quando percebi que gostava de meninos, algo mudou em casa. Será que ser gay emana alguma energia? Minha mãe ficou fria comigo e meu pai começou a me atacar. Principalmente com palavras. Algumas vezes com os punhos. ‒ Ele continuou folheando fotos.
‒ Huh ‒ disse Caio, olhando curiosamente por cima da fotografia. – Família são quem a gente escolhe. – Caio tinha o olhar mais estranho em seu rosto, ainda encarando a foto.
‒ O quê? Minha história não é tão dramática pra você? ‒ Mau brincou.
Caio olhou para ele, dizendo lentamente ‒ Maurício...
‒ Sim?
‒ Eu sei como pegar nosso traidor. ‒ Não havia um pingo de dúvida em seus olhos.
Ainda assim, Mau zombou ‒ Vamos lá.
Caio não disse nada.
‒ Você fala sério. Bem... como?
Fechando os olhos, Caio respirou fundo e gentilmente agarrou a mão de Maurício. ‒ Eu não posso te dizer.
‒ Porra, Caio? ‒ Mau afastou a mão, magoado e confuso. ‒ Você de repente de alguma maneira mágica descobriu como pegar Carlo, e não vai me contar?
‒ Preciso que você confie em mim. E vou conversar o Delegado Alexandre o mais rápido possível.
‒ Você está brincando comigo? ‒ Maurício estalou, sua voz atingindo uma nota particularmente estridente.
‒ Não. ‒ Caio disse teimosamente. ‒ Ele tem sua parte a desempenhar nisso tudo. Se vamos conseguir, precisamos da ajuda do Dr. Alexandre. Precisamos de provas.
‒ Ele não vai ajudar. ‒ Mau zombou.
Caio sorriu maliciosamente. ‒ Ah sim, ele vai. Vou fazer uma oferta que não pode recusar.
‒ Cedo demais para citar O Poderoso Chefão. ‒ Veio um resmungo alto do outro lado da porta.
‒ Bom dia, Nano. ‒ Caio riu.
Nano abriu a porta do quarto e entrou pesadamente, um pouco despenteado de sono. Ele havia trocado a roupa ensanguentada, vestindo moletom e uma blusa fina que se estendia sobre o peito largo.
‒ O quê? Não há café da manhã na cama para o paciente? ‒ Caio fez beicinho ao amigo.
‒ Foda-se. Você pode pegar por si mesmo. Sei que está se sentindo bem, porque eu tive que ficar ali deitado e ouvir você pegando o magrelo na noite passada.
O rosto de Maurício inundou um tom espetacular de vermelho. ‒ Espere, você aí do lado? Na antessala?
‒ Eu disse que estava caindo no sofá. ‒ Respondeu Nano. ‒ Que porra de sofá você achou que eu quis dizer?
‒ Não aquele! ‒ Mau gemeu.
Caio sorriu, mais quente do que Maurício tinha visto antes, e riu baixinho para si mesmo.
‒ Assim. Qual são as ordens, chefe? ‒ Nano perguntou, rápido para chegar ao negócio em questão. Eles acabaram de ser atacados pela segunda vez. Tinham que fazer um movimento. O gigante estava obviamente ansioso por direção.
‒ Pegue Mica e Laerte, veja se conseguem encontrar nosso bom amigo Carlo. ‒ Ordenou Caio severamente, esse tom em particular fazendo Maurício tremer. ‒ O delegado Alexandre vai nos fazer uma visita hoje. Se eu estiver certo, temos uma bela oportunidade de terminar a guerra e tirar o lixo ao mesmo tempo.
‒ Acha que Carlo virou a casaca? ‒ Nano disse sem rodeios.
Caio olhou Mau, seus olhos voltando para Nano, respondendo com cuidado ‒ Acho seguro dizer que ele não é mais nosso amigo.
‒ Entendi. ‒ Nano murmurou. ‒ O que precisa que eu faça?
‒ Mantenha todos calmos. ‒ Ordenou Caio. ‒ Eu tenho um plano. Diga a eles que tudo terminará na sexta-feira. Ainda tenho o anel e tenho certeza que Mike Sartori concordará com outra reunião. Se Mica e Laerte não conseguirem localizar Carlo, diga a eles para não se preocuparem. Espero que o vejamos em breve.
‒ Já estou a caminho, chefe. ‒ Nano assentiu, sorrindo baixinho quando acrescentou ‒ Se cuide. Não foda com os machucados.
O rubor de Maurício brilhou enquanto Caio bufou em resposta: ‒ Vou ficar bem. Preocupe-se mais com nossa equipe e menos com meu pau.
Nano gargalhou para si mesmo quando saiu, as portas fechando com força em seu rastro.
Esticando as pernas e fazendo uma careta, Caio olhou para Maurício com um sorriso brincalhão. ‒ Bem, eu preciso tomar um banho...
Mau esperançosamente começou a se afastar, piscando quando o olhar de Caio permaneceu.
‒ Junte-se a mim? ‒ Ele perguntou, examinando Maurício com um sorriso malicioso.
‒ Oh, Deus, sim.
O chuveiro era mais do que suficiente para acomodar dois homens adultos, e foi maravilhoso compartilhar um ritual tão íntimo com Caio. As mãos de sabão e espuma rapidamente se transformaram em beijos quentes, e seus dedos se entrelaçaram quando Caio pressionou Mau contra o azulejo. Era lento, apaixonado, e Maurício nunca quis sair do banheiro.
Quando finalmente terminaram, Mau ajudou Caio a se secar e trocar os curativos. Caio ajudou a colocar um curativo fresco no braço de Maurício também.
‒ Olhe para nós e nossos ferimentos de bala correspondentes. ‒ Mau riu.
Caio revirou os olhos e beijou todas as risadas dos lábios de Maurício.
Eles se vestiram, Caio tomando seu tempo e insistindo que não precisava de ajuda. Mau finalmente perguntou que lado do armário poderia usar para suas coisas e Caio bufou, apontando para outra porta. Maurício sempre presumiu que isso levava a um escritório, encantado por descobrir que era outro grande closet, completamente vazio e apenas para ele.
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Olá lobinhes,
ai que fofo os dois se acertando. cuidando um do outro. momento fofura. mas, a ansiedade de pra pegar o fdp do Carlo tá grande. hehehehe. vamos ver como vai ser isso. e ainda usando o Alexandre. aaaaaaaaaa.
quando oficialmente guardamos nossas roupas no armário, estamos morando juntos. Caio e Mau... morando juntos. hahahahaha.
estão gostando? clica na estrelinha. deixe seu comentário.
bjokas e até a próxima att.
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