Capítulo 17
Capítulo 17
Maurício deixou cair o gelo e se abraçou com força, atordoado por alguns momentos. Matar Alexandre, Caio estava falando sobre matá-lo.
‒ Matar um policial. ‒ Mau repetiu calmamente, atordoado. ‒ Você o mataria?
‒ Eu não vou voltar para a prisão, garoto. ‒ Respondeu Caio.
‒ Então, eu sou o quê? ‒ Maurício exigiu. ‒ Seu cartão "livre da cadeia"?
‒ Mmhm. ‒ Caio murmurou, caminhando para ficar na frente de Mau. Parecia positivamente convencido, dizendo ‒ Tudo o que tenho a fazer é esperar e o Delegado Alexandre virá.
‒ Bem. ‒ Maurício bufou. ‒ Eu não acho que seu plano vai funcionar. Alexandre já me procurou tentando chegar até você, e eu disse pra enfiar a ajuda e o dinheiro dele no cu.
‒ O quê? ‒ Foi à vez de Caio ser surpreendido novamente.
‒ Sim. ‒ Maurício zombou em resposta. ‒ Ele me localizou no escritório do Demi e me perguntou o que eu estava fazendo com você.
‒ E o que você disse? ‒ Caio perguntou cuidadosamente, os olhos nunca deixando os dele. Todo o seu corpo ficou rígido, os músculos tensos quando colocou o copo de lado.
‒ O que eu disse? ‒ Mau olhou e engoliu um soluço quando a lembrança do encontro o encheu de frustração. ‒ Eu disse para ele se foder! Talvez você devesse ter feito sua pesquisa um pouco melhor, porque saberia que não falo com Alexandre há anos! Ah, mas por algum pensamento que foge totalmente da lógica, ele acha que pode me usar para chegar até você...
‒ Maurício. ‒ Caio avisou, cheio de raiva.
‒ Não! Foda-se! ‒ Maurício revidou, tão furioso com a interrupção que nem registrou que Caio realmente usou seu primeiro nome. Lágrimas escorriam por seu rosto, e ele as enxugou com raiva. ‒ Ele só queria me usar, como você! Algum peão estúpido no seu jogo de merda! Eu sou apenas uma coisa que vocês dois querem usar para foder um com o outro! Você não se importa! E ele até me ameaçou...
‒ Ele te ameaçou. ‒ Caio repetiu, sua voz estranhamente calma de repente. Sua linguagem corporal mudou, ainda com raiva, mas agora estava focada em outro lugar.
‒ Sim, ameaçou divulgar que eu era um informante, que eu estava conversando com a polícia, se não concordasse em dar informações suas a ele. ‒ Mau fungou, balançando a cabeça. ‒ Ele é um cuzão, filho da puta...
O rosto de Caio estava branco, os dedos batendo na borda do copo enquanto ele deixava Maurício falar.
‒ Você sabe que a última vez que liguei para ele pedi dinheiro, porque eu estava desesperado. Ele não faria isso a menos que eu fosse para a casa dele e cortasse meu relacionamento com o Danilo, com o alfa Zayas e saísse do catálogo de Madame Dalila. ‒ Maurício gemeu de frustração, tentando parar de chorar, finalmente gritando ‒ Vocês dois são idiotas! Foda-se o Alexandre e foda-se você!
Mau não conseguia respirar, e o quarto estava começando a girar novamente. De repente, ele viu flashes de sangue, sem saber se era seu ou de Carlo. Seu coração batia forte nos ouvidos, tão alto que todo o resto foi abafado pela terrível pulsação.
De novo não. Isso estava acontecendo novamente. Ele ia desmaiar.
Caio pulou para frente como se quisesse atacar, com a mão na parte de trás do pescoço de Maurício. Mas ele não arranhou ou apertou, sua mão estava simplesmente lá, quente e reconfortante. ‒ Respire. ‒ Comandou.
Aquela voz, aquele tom dominante. Era como um farol na escuridão, e Mau segurou-o com força enquanto tentava sair do pânico em que caíra.
Maurício estava tremendo, apoiou as mãos nos quadris de Caio. Ele podia sentir a tensão do homem sob os dedos ao ser tocado, mas não estava sendo repelido. O aperto de Caio em seu pescoço convidou o garoto a se aproximar até que ele estava de pé.
‒ Apenas respire. ‒ Comandou Caio novamente, sua voz severa, mas suas mãos eram gentis enquanto deslizavam para segurar os ombros de Mau.
Maurício ofegou por ar, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto lutava para puxar o oxigênio precioso. Seu coração estava acelerado agora que fazia seu estômago revirar, e ele se agarrou desesperadamente à frente do terno de Caio para se manter firme.
‒ Calma agora. ‒ Ronronou Caio, seu tom mais suave, terno quando ele o tirava da beira de um surto.
Sugando um último suspiro trêmulo, o corpo de Mau finalmente começou a se acalmar. Ele ainda estava com os dedos emaranhados no paletó de Caio, mas não queria se soltar. ‒ Sinto muito. ‒ disse fracamente. ‒ Não tem... isso não acontece há muito tempo.
‒ Foi o sangue? ‒ Caio perguntou baixinho.
‒ Sim. ‒ disse Maurício, fechando os olhos. ‒ Minha mãe, ela apanhava do meu pai... depois eu virei seu saco de pancadas favorito. Eu costumava fugir para a casa do Danilo ‒ Ele riu sem entusiasmo. ‒ Bem, acho que você sabe tudo sobre isso também.
‒ Seu pai foi citado em várias reclamações no Conselho Tutelar, mas ele era um piedoso obreiro e agora parece ser o pastor da igreja que frequenta ‒ disse Caio sem rodeios. – Então, as reclamações foram parar na gaveta ou no lixo.
‒ Meu pai era um na frente dos outros e completamente diferente em casa. Eu deveria ter tentado convencer minha mãe a ir embora. Eu era um covarde. Tinha medo de, se meu pai descobrisse, fosse pior.
Caio arqueou as sobrancelhas, seus olhos gelados marcando cuidadosamente as características do rosto de Maurício. ‒ Você era uma criança. Não poderia ter feito nada muito efetivo.
‒ Mas eu estava lá. ‒ Mau sussurrou com um calafrio. ‒ Eu via a coisa toda se repetir quase diariamente.
‒ Você estava lá. ‒ Repetiu Caio. Quase soou como uma pergunta.
‒ Sim. ‒ Maurício confirmou miseravelmente. ‒ Alexandre e Damien foram meus clientes de treinamento quando comecei na casa de Madame Dalila. Era bem coisa dela colocar dois caras de lados opostos da moral comum. Acho que fazia parte do que ela queria mostrar. Que todos são clientes em potencial. Não importa quem são, profissão, estado civil. No começo, eu me apaixonei pelo jeito protetor do Alexandre. Ele me convenceu de que também estava apaixonado por mim. Eu sou patético. Mas, não tenho nada com ele desde aquela época, você precisa acreditar em mim.
Caio parecia estar pensando em algo, silencioso por um longo momento. ‒ Acredito em você, Maurício.
‒ Você acredita? ‒ Ninguém jamais acreditou nele, exceto Demi.
‒ Sim, acredito. ‒ Respondeu Caio suavemente. ‒ Consegui sobreviver por tanto tempo por causa de minha inteligência e instinto. Posso dizer quando alguém está mentindo para mim. Você não está.
‒ Bem, eu não poderia deixar o Danilo na mão. E Alana, mesmo de um jeito estranho, sempre protegeu a família, e ela me considerava família ... ‒ Mau puxou a corrente e passou os dedos no anel ali pendurado, sua parte da herança. ‒ ... mesmo perdendo minha liberdade temporariamente. Eu sei que ele faria o mesmo por mim.
‒ É impressionante.
‒ O quê? Que me endividei até a alma? ‒ Maurício falou com amargura.
‒ Sua lealdade. ‒ Corrigiu Caio, seus olhos examinando o rosto do garoto quando suas mãos começaram a vagar, movendo-se lentamente para se enrolar livremente na base do pescoço de Maurício. ‒ Qualquer homem teria sorte de ter esse tipo de devoção.
Mau não esperava essa resposta, suas mãos pousando em cima das de Caio. Os olhos dele tremeram. ‒ É isso... é isso que quer de mim?
‒ O que você quer, garoto? ‒ Caio esfregando seus polegares suavemente sobre a garganta de Maurício.
‒ Você. ‒ Ele respondeu imediatamente, derretendo em seu toque. Ele guiou os dedos de Caio para mover-se pela garganta logo abaixo da mandíbula, segurando ternamente os pulsos. Foi da mesma maneira que se tocaram na primeira vez em que se conheceram no loft.
Havia algo tão íntimo nisso. Caio literalmente tinha a vida de Maurício em suas mãos se ele decidisse ser cruel, e Mau era totalmente submisso, oferecendo-se sem questionar.
‒ Eu sei que está me usando. ‒ Ele disse suavemente, sua voz falhando enquanto continuava, ‒ Mas... Não quero que isso pare.
‒ Por quê? ‒ Caio desafiou.
‒ Porque estou usando você também. ‒ Ele respondeu sinceramente. Nunca se sentiu tão desejado ou satisfeito como quando estava nos abraços deste homem. Nada jamais o acalmava como aquela voz rouca e não estava pronto para perdê-la. ‒ Eu gosto... das coisas que fazemos.
Os dedos de Caio flexionaram levemente, ronronando ‒ Mmm, acordos como o nosso devem ser construídos com base na confiança, garoto.
‒ Você não confia em mim? ‒ Maurício franziu o cenho.
‒ Não. ‒ Respondeu o gângter sem hesitar.
‒ Eu confio em você ‒ disse Mau muito rapidamente.
‒ Você não deveria ‒ disse Caio categoricamente. ‒ Eu sou um homem mau.
‒ Eu sei.
‒ E ainda assim você quer continuar nosso pequeno acordo? ‒ Caio parecia pensativo, seus lábios se apertando e um pouco de rugas gravando sua testa.
‒ Depois de algumas renegociações, sim. ‒ Maurício disse teimosamente.
‒ Sério? ‒ Zombou Caio, claramente divertido. ‒ E o que faz você pensar que vou concordar em fazer isso?
‒ Você quer isso tanto quanto eu. ‒ Respondeu Maurício, lambendo os lábios nervosamente. Ele tinha que estar certo. Isso tinha que significar alguma coisa. ‒ Nós dois sabemos que não se trata do dinheiro.
‒ O que faz você ter tanta certeza? Como sabe que não vou me livrar de você no segundo em que o último centavo cair?
Mau respondeu com um encolher de ombros. ‒ Mas... você está ouvindo minhas besteiras, não está?
Caio sorriu, falando devagar ‒ Tudo bem, garoto. Quais são suas demandas?
‒ Não mate Alexandre ‒ disse Maurício, imediatamente se encolhendo ao ver o olhar instantâneo de nojo no rosto de Caio. ‒ Ele e eu não nos damos bem, provavelmente nunca iremos, mas, por favor, não o machuque.
‒ Mmm, não posso prometer isso ‒ disse Caio com uma careta. ‒ Estou ficando sem opções para uma resolução pacífica com a polícia. Duvido que você seja bom como moeda de troca agora.
‒ P... por quê?
‒ Se eu tentar usá-lo agora, você pode decidir terminar nosso pequeno acordo ‒ disse Caio com um rolar de olhos. Ele hesitou, sua expressão se tornando estranhamente suave e acrescentou baixinho ‒ Nosso acordo é importante para mim.
‒ É? ‒ Maurício tentou não parecer tão esperançoso.
‒ Você me deve muito dinheiro.
‒ Sim. ‒ Ele fez beicinho, desejando que Caio admitisse que havia mais do que dinheiro envolvido entre eles. – Você é esperto o suficiente para encontrar outra maneira de fazer com que Alexandre o deixe em paz. Sem me envolver ou ferir mais ninguém.
Os lábios de Caio se curvaram em um rosnado fraco, sabendo claramente que Mau estava brincando descaradamente com seu ego. Funcionou de qualquer maneira. ‒ Bem. Vou encontrar outra maneira de lidar com o Dr. Alexandre ... o que mais?
‒ Um trabalho ‒ disse Maurício rapidamente.
‒ Hein? ‒ Caio realmente riu. ‒ Você não gosta do seu tempo trabalhando para mim?
‒ Você disse que pode me deixar depois que eu pagar. ‒ Mau disse teimosamente. ‒ Preciso de um emprego de verdade. Algo em que poderei depender. "E não sei se poderei transar com mais alguém depois que meu coração for despedaçado". Esse pensamento pesou dentro dele.
Os dedos de Caio começaram a se mover, habilmente desamarrando a gravata em volta do pescoço de Maurício. Ele o deixou cair no chão e começou a desabotoar lentamente a camisa. ‒ Talvez eu consiga arranjar algo... isso é tudo?
‒ Não minta para mim de novo ‒ disse Maurício desesperadamente, tentando não se distrair com o toque ágil de Caio. ‒ Você está certo. Para que esse arranjo funcione, é preciso haver confiança. Sei o que você é. Mas o que você fez, me usando assim, o que tentou fazer com Alexandre... e Rô também? Você mentiu para elu...
‒ Cuidado. ‒ Caio advertiu, sua diversão vacilando em favor de um olhar gelado. ‒ Como eu lido com a minha irmã não é da sua conta.
‒ Tudo bem... ‒ Protestou Mau. ‒ ... mas não minta para mim novamente. ‒ Ele engoliu em seco. ‒ Por favor.
‒ Muito bem ‒ disse Caio, terminando de abrir a camisa de Maurício e olhando para ele com aprovação. ‒ Você deve saber que, enquanto estamos reformulando nosso acordo, tenho algumas revisões por conta própria.
‒ Que seriam ...?
‒ Você pode pensar em Rô como sua amiga, mas ela é minha irmã ‒ disse Caio com severidade. ‒ Farei qualquer coisa para mantê-la segura, e como faço isso não é da sua conta. Nunca questione como eu a trato novamente. Estamos entendidos?
‒ Sim, senhor.
‒ Segundo, devido ao seu desempenho em obedecer minhas ordens hoje, vou dar só metade das fichas que tenho colocado em seu jarro. ‒ Continuou Caio, sorrindo cruelmente.
‒ Mas agora levará o dobro do tempo para te pagar! ‒ Mau protestou, choramingando quando os dedos de Caio começaram a afrouxar o cinto.
‒ Mmm, talvez devesse ter pensado nisso antes de falar sem permissão na festa. ‒ O gângster riu sombriamente. ‒ Ainda darei gorjetas a meu critério. Então, talvez você deva se concentrar mais em me agradar com essa boca, em vez de gastá-la com palavras.
Os dentes de Maurício estalaram juntos antes que discutisse mais. Na verdade, Caio tinha acabado de garantir que eles teriam o dobro do tempo juntos. Ele realmente não iria reclamar muito. ‒ Mais alguma coisa, senhor?
Caio tremia visivelmente ao ouvir seu garoto se dirigindo a ele de maneira tão formal, sorrindo quando suas calças caíram e ele realmente não estava usando cueca. Ele deixou seus olhos brilharem com luxúria enquanto admirava abertamente o rapaz, acrescentando indiferentemente ‒ Oh, só mais uma coisa.
O pênis de Maurício se contraiu em antecipação, a língua correndo sobre os lábios machucados ansiosamente. ‒ Sim?
‒ Se Alexandre Duarte ou qualquer um do Departamento de Polícia se aproximar de você novamente, me liga imediatamente. ‒ Respondeu Caio. ‒ Se não posso te usar, eles também não podem. A confiança é dos dois lados, garoto.
‒ Tudo bem...
Caio rosnou, estendendo a mão para começar a desabotoar suas próprias calças, apalpando sua enorme ereção através da cueca. ‒ Agora, temos um acordo?
‒ Sim, senhor ‒ disse Mau, praticamente salivando ao ver o pau de Caio se esforçando para escapar do tecido apertado.
‒ Bom. ‒ Caio ronronou alegremente, seus dedos agarrando um punhado dos cabelos de Maurício enquanto ele assobiava ‒ Agora ... de joelhos.
**
olá lobinhes,
que coisa hein!!?? eu não gostaria de ser usado. mas... a vida é feita de escolhas, como diria Úrsula. hahahahaha. e acho que sabemos quem Mau escolheu.
bjokas e até a próxima att.
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