Capítulo 14


Capítulo 14

A casa de Caio era uma enorme propriedade composta por uma mansão, um grande jardim e uma grande piscina vigiada por elaboradas estátuas de mármore. Era cercado por uma cerca alta de ferro, e os terrenos eram patrulhados constantemente por guardas armados.

Com cachorros. Uau.

O rosto de Maurício estava pressionado contra a janela do carro, olhando com admiração quando foram conduzidos pelos portões. Ele nunca tinha visto um lugar tão incrível, só em filmes.

O carro parou na porta da frente, um atendente abriu a porta e oferecendo a mão para ajudar Roberta a sair.

‒ Obrigada. ‒ Elu murmurou, graciosamente saindo do automóvel. Elu tinha uma bolsa gigante debaixo do braço, batendo os olhos enquanto perguntava ‒ Você seria um querido e levaria as sacolas do porta-malas lá em cima? Você pode colocá-los todos no quarto de Caio. Obrigado querido!

Mau tropeçou atrás de Roberta, seu queixo ainda caía quando olhava ao redor. Madame Dalila dizia que sempre leve seu cliente no seu território ou em um lugar neutro. Maurício só frequentou a casa de um cliente, Damien. E Demi era um cara simples, apesar da grana acumulada nos seus séculos de vida. Ele não podia acreditar que nada disso era real. Ele imediatamente teve medo de tocar em qualquer coisa quando entraram, os olhos arregalados enquanto tentava absorver tudo.

Era moderno, simples, limpo. Caio gostava de cores escuras, frias e móveis fortes e arrojados. Maurício não podia ver fotos, arte ou esculturas, mas havia dezenas de lírios espalhados por toda a casa. Sua fragrância era fraca, mas convidativa entre a decoração fria.

Rô largou a bolsa descuidadamente em uma mesa próxima, agarrando a mão de Mau e rindo. ‒ Vamos lá! ‒ Elu começou a marchar pelos longos corredores, saltos estalando enquanto gritava docemente ‒ Ném! Onde está você? ‒ Depois de algumas voltas e ainda sem resposta, elu impacientemente gritou ‒ Caio, onde diabos está!

‒ Na sala! ‒ Caio gritou de volta, irritado. ‒ Pelo amor de Deus, Roberta!

Rô sorriu triunfante, levando Maurício em direção à fonte da voz de seu irmão.

Como o resto da casa, a sala era espaçosa e organizada. Havia alguns sofás de couro macios dispostos em torno de uma mesa de café com tampo de vidro. Havia um bar grande, totalmente abastecido, ao lado de uma lareira que dominava a sala e a banhava com a luz âmbar tremeluzente das chamas.

Caio estava parado junto à cristaleira, vestido para matar em um terno listrado escuro de três peças. Suas abotoaduras brilhavam com o brilho de diamantes, e ele usava sapatos brancos. Ele parecia o rei dos gângsteres.

Maurício queria cair de joelhos no chão ao vê-lo.

Caio virou a cabeça quando ele e Roberta entraram, e ele tinha o olhar mais estranho no rosto quando viu Mau. Ele estava perdido e de repente encontrou tudo no espaço de alguns segundos, seu sorriso habitual deslizando no lugar.

Inclinando a cabeça, ronronou com aprovação: ‒ Ora, você está deslumbrante, Maurício.

‒ Fiz um bom trabalho. ‒ Rô disse orgulhosamente, indo direto ao bar para fazer bebidas.

Maurício não conseguiu parar o sorriso idiota que caiu em seu rosto, sorrindo para Caio enquanto jorrou ‒ Uau. Eu? Obrigado, mas quero dizer, olhe para você! Parece incrivelmente sexy.

As bochechas de Caio ficaram rosadas.

O chefe da máfia do centro de São Paulo estava realmente corando.

‒ Venha aqui. ‒ Caio ordenou suavemente, chamando Mau com um dedo.

Maurício continuou sorrindo, embriagado o suficiente para ser corajoso e se aproximar, enquanto sussurrou no ouvido de Caio ‒ Não estou usando nada por baixo.

A mão de Caio agarrou a parte de trás do pescoço de Mau antes que ele pudesse chegar muito perto, mas estava sorrindo suavemente. Com um suspiro, ele se apoiou na mão de Caio. Ele podia sentir o polegar roçando levemente os pelos da nuca e tremeu de prazer.

Os olhos de Caio passaram avidamente pelo corpo de Maurício. ‒ Devidamente anotado.

Mau balançou um pouco, resistindo ao desejo de se agarrar em Caio por apoio.

‒ Quanta bebida minha irmã injetou em você? ‒ ele perguntou com uma risada suave, observando o rosto corado de Maurício e os olhos vidrados.

‒ Apenas a quantidade certa! ‒ Roberta respondeu, rindo.

‒ Tivemos um dia muito, muito bom e talvez tenhamos bebido muito, mas estou bem ‒ disse Maurício. ‒ Obrigado. A sério. Por tudo.

Ele adorava o quão calorosamente Caio estava olhando para ele, e foi subitamente consumido pelo desejo de tirar aquele traje imediatamente, e ficar em cima dele, e oh, mmph. Merda. Agora não. Foco. Ele tinha que se concentrar.

Conversa. Ele precisava conversar.

Alexandre.

Maurício saiu de seu torpor sensual, lambendo os lábios enquanto dizia cautelosamente ‒ Poderíamos talvez... conversar? Em algum lugar privado?

‒ O tesão está tão grande assim? ‒ Caio bufou, interpretando mal seu pedido enquanto observava a língua de Maurício. ‒ Mais tarde. Agora, você deve ser visto, não ouvido. Entende?

‒ Sim, senhor. ‒ Mau respondeu calmamente.

Rô estava cortando limões, interrompendo enquanto exigia ‒ Onde diabos estão todos? Ou todos estão atrasados também?

‒ Acredite ou não, querida irmã, você é a primeira aqui. ‒ Resmungou Caio, a mão ainda apoiada no pescoço de Mau e acariciando seus cabelos suavemente. Ele acenou com a cabeça em direção ao sofá mais próximo, sem palavras pedindo para ele se sentar.

Maurício lamentou a perda de contato, mas obedeceu, sentando-se no sofá mais próximo de Caio. Houve uma grande comoção em algum lugar da mansão, Caio inclinando a cabeça quando sua irmã lhe trouxe uma bebida. ‒ Mmm, não mais.

Nano Rizzi apareceu, sem paletó, sem gravata, e sua camisa estava nitidamente chamuscada na frente. Ele estava sorrindo, parando surpreso quando viu Mau sentado no sofá. Ele deu uma risada calorosa. ‒ Ei!

Maurício acenou sem jeito, lembrando-se do comando de Caio sobre ficar quieto.

Nano deu a Caio um sorriso presunçoso, sorrindo maliciosamente enquanto brincava ‒ Você é tão cheio de merda.

‒ Vai se foder, Nano ‒ disse Caio carinhosamente. ‒ Pegue uma bebida.

Mau se perguntou sobre o que Nano estava provocando Caio, mas manteve sua curiosidade para si mesmo.

Roberta estava gostando de seu papel de bartender, servindo um copo de algo escuro, talvez uísque. ‒ Ei, Nano! ‒ Elu disse, oferecendo a bebida.

‒ Ei, Rô. ‒ Nano murmurou, pegando o copo e virando de uma só vez. Roberta encheu de novo e ele bebeu de novo com um silvo feliz. ‒ Droga, bota outro.

‒ Calma, tigre. ‒ Brincou Roberta, enchendo o copo mais uma vez.

‒ Algum sinal do convidado de honra? ‒ Caio perguntou.

‒ Oh, sim, ele está aqui. A última vez que o vi, estava com Laerte no banco de trás de seu carro. ‒ Nano riu, escolhendo desfrutar sua bebida agora, em vez de virar.

‒ Ah, então eles estão voltando a ficar juntos? ‒ Roberta disse, parecendo esperançosa.

‒ Não achava que Laerte já tinha pedido desculpas ‒ disse Caio com um leve sorriso.

‒ Dar bunda não é uma maneira ruim de começar a se desculpar ‒ disse Nano. ‒ Não que eu saiba dessas coisas. Se é que me entendem.

Maurício observou os três interagirem, a camaradagem e o amor óbvio entre os três. Eles realmente eram uma família. Ele ainda não tinha certeza de como Nano se encaixava, mas estava claro que pertencia aos irmãos Marchetti.

Roberta deu a volta no bar, trazendo um coquetel frutado para Mau. ‒ Aqui está, querido. ‒ Elu piscou de brincadeira.

Maurício expressou sua gratidão, sorrindo alegremente. Ele poderia lidar com isso. Era apenas uma festinha. Nada para enlouquecer.

Então ele viu um rosto familiar entrar, e talvez, apenas talvez, estivesse tudo bem surtar um pouco.

Mica Tramonte apareceu na porta, tão silencioso quanto seu apelido ‒ L'ombra, A Sombra ‒ seus olhos escuros vagando pela sala. Seu rosto estava vazio, sua boca apertada em séria concentração.

Mau o reconheceu das notícias e afundou nas almofadas do sofá. O assassino era dez vezes mais aterrorizante pessoalmente. Ele era um homem alto, magro e seu olhar era intenso, Maurício ficou feliz por não ter sido direcionado a lugar nenhum perto dele.

Apenas uma festa, ele lembrou a si mesmo. Para esse cara. Que acabara de sair da prisão por matar muitas pessoas.

Mica estava procurando por Caio, e rapidamente se aproximou dele com um respeitoso arco de sua cabeça.

‒ Mica ‒ disse Caio com um leve rosnado enquanto segurava a última sílaba. ‒ Bom te ver.

Mica Tramonte se ajoelhou, beijando a mão de Caio com um suspiro suave. ‒ Patrão.

Caio estremeceu, mas permitiu, dando um tapinha no ombro de Mica. ‒ Estamos felizes em tê-lo de volta.

Rô já tinha uma bebida pronta, um Martini carregado de azeitonas e entregou ao assassino quando ele se levantou. Elu ficou na ponta dos pés para beijar sua bochecha. ‒ Sentimos sua falta, Mica!

Mica Tramonte deu um sorriso torto e triste ao aceitar a bebida. ‒ É bom estar de volta. ‒ Seus olhos rápidos encontraram Mau, um rosto desconhecido em sua festa especial. ‒ Quem é o twink?

Maurício estava assistindo o espetáculo, tentando entender o funcionamento interno da dinâmica de poder, mas tudo em que conseguia pensar era em estar de joelhos assim para Caio. Ele respirou fundo quando percebeu que todos estavam olhando para ele.

‒ Oh, ele é meu. ‒ Caio ronronou e Mau jurou que detectou uma pitada de orgulho.

Mica riu baixinho enquanto dizia ‒ Muita coisa mudou desde que estive na cadeia, hein?

‒ Mmmm. Algumas. ‒ Admitiu Caio, um sorriso malicioso enfeitando seu belo rosto. ‒ Maurício, este é Mica Tramonte. Mica, esse é Maurício.

Mau acenou ansiosamente, mas felizmente Mica não estava muito interessado nele. Ele inclinou a cabeça em cumprimento, mas seu olhar foi rapidamente desviado para a porta quando outro convidado entrou.

O Signore recém-chegado era bonito e desalinhado, as bochechas um pouco rosadas. Ele e Mica trocaram sorrisos tímidos, e Maurício o identificou corretamente como Laerte Rado.

‒ Ei, chef. ‒ disse Laerte, optando por um aperto de mão em vez de cair de joelhos. ‒ Nano, Roberta. ‒ Ele balançou a cabeça para eles enquanto falava seus nomes, oferecendo um sorriso maior para o final. ‒ Mica.

‒ Ei. ‒ Mica disse casualmente, como se não estivessem presos no abraço mais íntimo da paixão há pouco tempo, se Nano disse a verdade.

Laerte sorriu para Maurício, um pouco confuso. ‒ E quem diabos é você? Te conheço de algum lugar?

‒ Ele está com Caio. ‒ Mica informou com um rosnado ciumento. ‒ Então, não tenha nenhuma ideia.

‒ Eu pisei na bola uma vez. Uma vez de merda! ‒ Laerte explodiu, todos os fingimentos deles não estando juntos, indo por água a baixo.

‒ Seis. ‒ Corrigiu Mica, seu comportamento estoico desmoronando enquanto gritava ‒ Você pisou na bola seis vezes e já se esfregou com Pietro!

Um homem alto, de óculos e cabelos ruivos, apareceu na porta, mas ouvir o nome o virou e se mandou correndo de volta pelo corredor, enquanto Mica e Laerte continuavam brigando.

Alguns segundos depois, ele foi trazido de volta sob coação por um sujeito alto e magro, que não parecia mais velho que Maurício, junto com um homem de olhos arregalados que deveria ter pelo menos os sessenta anos.

Mau estava realmente feliz por ser apenas um espectador. O caos era um acidente de trem glorioso. Houve uma corrida de abraços e aplausos por Mica pelos recém-chegados, mas Mica Tramonte estava mais interessado em gritar com Laerte por sua infidelidade desenfreada. O homem mais velho os incentivava, encorajando Mica a dar uma porrada no homem de óculos, enquanto o sujeito alto ria.

Maurício ouviu atentamente, rapidamente pegando todos os seus nomes, apesar da falta de apresentações.

Pietro Treggi. Aquele era o ruivo de óculos que não queria muito ser atropelado e tentava recuar o mais rápido possível.

O velho era Francesco Veronese, e o sujeito rindo era Téo. Teodoro Veronese, neto de Francesco, a dupla representava os membros mais jovens e mais velhos dos Signori.

Caio entrou na briga como um juiz do ringue, separando Laerte e Mica enquanto empurrava Pietro para um Téo claramente receptivo. Ele enviou Francesco para se ocupar do bar, contando piadas obscenas. Caio teve que continuar puxando Nano para longe das facas quando ele começou a ter ideias de entrar na briga, parando para trocar um sorriso com sua irmã, enquanto elu passava uma nova rodada de bebida.

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Olá lobinhes,

vcx curtem trilha sonora? eu gosto de colocar música na mídia do capítulo, mas não sei se vcx ouvem. eu gosto. hehehehe.

comentem. cliquem na estrelinha.

bjokas e até a próxima att. 

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