Finalmente de volta a sala de aula, não conseguia parar de pensar no ocorrido. Eu estava nervoso ao extremo e isso era percebível a distancia. Agoniado, esperava o professor chegar e dar sua aula, para tentar pensar em algo que não seja o ocorrido na sala de música com a Any.

      Enfim, o professor entrou na sala e dispôs suas coisas na sua mesa. E até o momento, percebi que a morena não tinha aparecido na sala. Ela deve ter ido embora, por favor que seja isso. 

      E então, ela entra:

- All for the better, all for good, all for the better, all for you...- canta enquanto fecha a porta, me fazendo suar mais ainda, e o nervosismo aumentar cada vez mais.

- Srta. Gabrielly, o que faz fora de sala de aula após a entrada do professor? - o proprio professor questiona

- Perdãoo professoor - cantarola ela, meio dando de ombros e se dirigindo a sua carteira ao lado de Josh. 

- Se isso vier a se repetir, a Srta. não entrará em sala, fora a da direção - completa ele

- Pode deixar, senhor - respondeu ela, sorrindo.

        Eu estava bem nervoso, pois como Any é, bem, vou dizer "acessível" para não dizer "popular", a qualquer momento ela poderia espalhar para toda a sala dizendo "ei gente, aquele garoto lá atrás canta e toca, e compôs para alguém que está apaixonado, será se ele pode vir dar uma palhinha pra gente e contar quem é a garota?". Credo, gelei só de pensar. 

         Horas depois, pude ouvir o sinal tocar, indicando o fim das aulas. Finalmente, o fim desse tormento. Iria voltar com Sina para casa, então estava apenas esperando ela arrumar suas coisas. Neste momento, Any vem ao meu encontro e senta de lado na carteira a minha frente, e começa a falar:

- Oi - começa ela

- Ah, oi - disse confuso e nervoso

- Olha, eu não entendi bem o que aconteceu na sala de música durante o intervalo, mas eu realmente gostei do teu som. Então, eu queria saber qual teu instagram pra, sei lá, te conhecer. Pode me passar?

- Ah, não que eu seja muito interessante, mas é @noahurrea. - respondi, sorrindo. 

- Obrigada! Tchau! - disse ela, sorrindo. Retribui o adeus e o sorriso. Meu deus, por quê caralhos que Any Gabrielly, uma das melhores amigas do cara que eu gosto, quer   m e u   instagram?

     Confuso e assustado, viro de costas e encontro uma Sina igualmente confusa e assustada, mas sorrindo extremamente vindo em direção a mim, dizendo:

- Noah Jacob Urrea o quê que eu acabei de presenciar aqui? Aquela é Any Gabrielly? - dizia animada.

- Sei lá, também não entendi não KKKK - respondi rindo horrores.

- Ok então KKKK. Tô pronta, vamos? - perguntou Sina

- Agora princesa - respondi, e então seguimos ao seu carro.

-----> em casa

       Ao chegar em casa, a primeira coisa que faço é abrir meu instagram. Estava nervoso desde o fim da aula, quando Any me viu na sala de música e quando pediu meu instagram. Ao abrir o aplicativo e abrir a aba de notificações, pude ver um "anygabrielly follows you", além de um chat no direct, iniciado por ela. A esse ponto, eu estava meu deus, o que ela quer comigo, foi só uma música que ela ouviu. Abri a conversa e comecei a lhe responder.

direct com anygabrielly

Oii

Any aqui, tudo bem?

oi any, tudo sim

não estava não, estava tremendo 

Que bom!

        E nossa conversa acabou por ai. E acho que foi melhor ter acabado por aí mesmo. Nervoso do jeito que eu estava, eu travaria pra responder.

        Peguei meu fone que estava jogado em algum canto do meu quarto e levo comigo até a garagem, mais conhecido como meu refúgio. Toda pessoa que se relacione comigo de alguma forma e que eu goste sabe que música é, literalmente, tudo pra mim. É o meu ar para respirar. Eu tinha feito uma música na sala de música, e tinha gravado a letra e estava afim de gravar ela mais bem produzida. Não que eu seja um expert em produzir música, até porque eu produzia essas músicas só pra mim e enviava aos meus amigos, as vezes, mas gosto de pensar que um dia publicaria elas para que todos pudessem ouvir e gostar, mesmo que tenha muita timidez em mostrá - la para qualquer outra pessoa, por medo da negação. Acho que por isso fiquei tão nervosa ao ver Any na porta. Quem sabe se ela gostou de verdade ou está apenas tirando uma com a minha cara?

          Já na garagem, - que tinha isolamento sonoro, justamente por meu amor à música - sentei num sofá bagunçado e observei o lugar antes de começar.

          A garagem, com certeza, não era lugar arrumado. De fora parecia um lugar bem bagunçado, desorganizado, mas pra mim aquilo era conforto. Era um lugar claro, excerto por uma iluminação meio roxa, fora umas luminárias brancas, como pisca - piscas. Tinha também uma arara de roupa cheia de casacos e várias coisas presas na parede e muios instrumentos, como uma bateria, guitarras, violões, grandes caixas de som, e outros. Tinha um sofá e poltronas bem confortáveis. Na verdade, é realmente um lugar bem bagunçado, bem cheio de coisas, mas é meu lugar.

          É o  meu lugar.

          Enfim, ouço a música que estava no gravador do meu celular, e começo a passá - la pro papel, sentindo o contato não só da minha mão contra a caneta, mas do corpo contra o sentimento. Horas depois, uma versão demo da música estava pronta, mas numa vibe acústica, bem curtinha, apenas com aquela pequena letra que escrevi na sala de música. Aquele pequeno momento segurando a caneta não tinha sanado minha vontade escrever, de realmente sentir a caneta e o sentimento ao escrever. Logo, comecei a escrever uma carta.

<3<3<3

oi gente bonita!

esta nota é única e exclusivamente pra me desculpar pela demora pra publicar o capítulo. Até antes de ontem estava sem internet, e já que eu uso o wattpad pelo site no computador, fica osso sem a internet pra abrir. de qualquer forma, me desculpem.

(essa nota é editada, esqueci de colocar ao publicar o capítulo de primeira)